Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Barricadas vão desde as mais simples, e de caráter transitório
(que podem constar de montes lixo aos quais se ateia fogo, com móveis e
carros atravessados nas vias), até as mais complexas, com pedaços de
trilhos firmemente chumbados no chão e também blocos de concreto.
Um bom tempo já se passou desde que
entraram em vigor as restrições determinadas pelo Supremo Tribunal
Federal em relação às operações das forças de segurança cariocas em
comunidades a não ser em casos ditos “absolutamente excepcionais”.
Ao
longo desse tempo, o crime organizado aproveitou esse hiato para
“respirar” e reforçar seu controle sobre essas áreas.
Para quem não tem
ideia da quantidade de comunidades existentes no Rio de Janeiro e da
quantidade de habitantes que elas abrigam, os números surpreender: o
censo realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística –IBGE indicou a existência de 793 favelas na cidade, onde
vivia 22% da população, ou seja — na ocasião —cerca de 1.400.000 pessoas
(sendo que, se considerada toda a região metropolitana, ou o chamado
Grande Rio, esse total subiria para mais de 1.700.000 habitantes.
No entanto, um levantamento mais recente,
de 2021, revelou uma significativa expansão na quantidade desse tipo de
assentamento, indicando que o crime organizado atua em 1.413 comunidades no Rio (cerca de 12% do total de favelas existentes no país, sendo que, em números redondos, o tráfico domina 81% dessas áreas (a maior facção controla 828 favelas, a segunda atua em 238 e a terceira tem em suas mãos 69), ficando os restantes 19% na mão de milícias. Vale a pena ressaltar que muitas dessas favelas cresceram tanto que acabaram se unindo, formando os chamados “Complexos”
(Alemão, Penha, Maré, Pedreira, Lins, etc.), compostos de várias
comunidades. O Complexo do Alemão, por exemplo, é composto de 13
favelas, enquanto o da Penha — contíguo a ele — agrupa 15, e o da Maré
engloba 17).
Esses números, porém, não devem ser considerados como definitivos,
pois o “mapa” de quem domina quais áreas é por vezes submetido a
mutações, em razão da disputa pelo controle de território.
Sobre esse
aspecto, é importante apontar que, para o crime organizado, a ação da
polícia é diferenciada.
Isso porque as forças de segurança realizam
operações que não têm o objetivo de controlar territórios, ou seja: a
polícia entra, cumpre sua missão (por exemplo: cumprir mandados de
prisão) e sai. Via de Regra os criminosos resistem, mas há sempre a
opção de retraírem caso se vejam em desvantagem, retornando ao local
quando a polícia sair.
Mas essas opções não existem quando se
trata de incursões de outras facções ou da milícia, pois essas almejam
expulsar seus adversários e assumir o controle físico de determinadas
áreas, para aumentar sua presença, influência e lucro.
A rivalidade
entre esses grupos é extremamente exacerbada, e incluem pesados castigos
a moradores que, por exemplo, se vistam com roupas que de alguma forma
simbolizem grupos rivais, seja por suas cores ou estampas, ou sobre
jovens que estejam de alguma forma se relacionando ou namorando com
moradores de áreas consideradas como “inimigas”. Assim, esses
confrontos, quando ocorrem, são de extrema violência.
Outra diferença importante é que as forças de segurança atuam dentro
de regras de engajamento bem definidas,com normas explicitando quando
pode ou não abrir fogo, etc. A polícia toma todos os cuidados possíveis
para evitar vitimizar os moradores.
Os criminosos, por sua vez, utilizam
seu armamento sem qualquer preocupação sobre onde os projéteis irão
parar ou o que irão atingir. Muitas das vítimas são atingidas pelas
chamadas“balas perdidas” mesmo estando em suas casas, confiando que as
paredes serão proteção suficiente — o que nem sempre acontece, pois
munições de 5,56mm e 7,62mm podem perfurá-las, principalmente se os
tijolos não estiverem recobertos por revestimento, como é o caso na
maioria das vezes.
Quando ao argumento de que a polícia nem
sempre segue as regras de engajamento, pode-se dizer que esses casos se
configuram como exceções, e não são tão numerosas quanto a mídia
pretende mostrar. Para a imprensa, invariavelmente, sempre que um
morador de comunidade é atingido por uma “bala perdida”, a culpa é
jogada sobre as forças de segurança.Além disso, muitas vezes as baixas
entre os criminosos são apontadas como resultado de “massacres” ou
“chacinas”, mesmo que nem tenha havido tempo hábil para algum tipo de
investigação.
O domínio dos criminosos sobre as comunidades é muito forte,sendo
exercido com mão de ferro.Por exemplo:uma ambulância só tem acesso a
uma comunidade dominada para recolher um doente, ou um rabecão para
apanhar um cadáver, ou a concessionária de energia elétrica para efetuar
algum reparo, se sua entrada for autorizada pela facção dominante.
Hoje
em dia, a presença das UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), que
experimentaram um período positivo quando de sua implantação, é — na
maioria das comunidades onde estão instaladas — meramente “tolerada”
pelos criminosos, desde que “não façam marola”,ou seja, não incomodem
as suas atividades.
A proibição das incursões policiais tem também grandemente favorecido
um tipo de crime diferente do tráfico de drogas: trata-se do roubo de
cargas.
Frequentemente caminhões são abordados em estradas ou já no
perímetro urbano e seus motoristas obrigados a desviarem seu trajeto,
entrando em comunidades, onde a carga é retirada e armazenada, e o
veículo é abandonado.
Para angariar a simpatia dos moradores, às vezes é
permitido que os mesmos retirem para si parte das cargas transportadas(as que não são do interesse dos criminosos que efetuaram o roubo, por
falta de espaço de armazenamento ou por sua baixa lucratividade).
Além de disporem de farta munição (tanto que frequentemente atiram no
modo automático, e não no semiautomático), e de normalmente — em função
de muitas das favelas se encontrarem em terrenos acidentados — ocuparem
posições mais altas do que as forças de segurança (topos de escadarias,
lajes, etc.), os criminosos contam com armamento igual ou muitas vezes
mais potente que o dos policiais (é inquietante a descoberta de fuzis
antimaterial, de calibre 12,7mm, em poder de grupos criminosos),
conhecimento inigualável do terreno, “apoio” de parte dos moradores (em
função de parentesco, amizades, ou ameaças) e muitas vezes de um certo
grau de “imunidade” quando se trata da imprensa.
Uma pergunta recorrente toda vez que se trata desse assunto é:“Mas como as armas chegam às mãos dos traficantes e milicianos?”.
Em recente entrevista concedida a um canal do YouTube, o delegado Fabrício Oliveira, que chefia a Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, e que foi o primeiro titular da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos – DESARME,
criada em 2017, declarou que foi constatado que a imensa maioria dessas
armas provém do mercado negro de outros países, principalmente dos
Estados Unidos, utilizando rotas marítimas, aéreas e terrestres (nesse
último caso, via Paraguai).
Disse ainda que a grande maioria dessas armas são capazes de tiro automático(leia-se: armas que possam disparar em rajadas),um tipo de armamento
que não é vendido para CACs (Caçadores, Atiradores Desportivos e
Colecionadores), o que põe por terra o mito de que esse conceito
explicaria a origem dos fuzis do crime.
Revelou também que por vezes
essas armas são passadas por empréstimos a outros grupos de criminosos
para que esses executem grandes roubos ou invasões de território de
rivais.
Segundo ele, um estudo da Departamento Geral de Polícia
Especializada estimou que, no Rio de Janeiro, havia 60.000 criminosos em liberdade (em comparação, existem aproximadamente 8.000 policiais civis, e cerca de 45.000 policiais militares,
dos quais apenas metade trabalha nas ruas), e se considerarmos que
possivelmente metade deles utilizem fuzis, o total desse tipo de armas
no Rio poderia chegar a 30.000 unidades, quantidade imensamente superior
aos cerca de 500 fuzis apreendidos pelas forças de segurança a cada
ano, como em 2022.
E isso sem considerar que, no Estado, há cerca de
51.000 presos ligados a facções criminosas.
Em resumo, poderíamos relacionar alguns dos principais efeitos da proibição de operações policiais em comunidades,sob o ponto de vista do autor, a maioria deles estabelecidos através de experiência pessoal:
Aproveitando o “afrouxamento”, o crime organizado
procurou reforçar seu domínio sobre as áreas que atua, o que se reflete,
por exemplo, no crescimento do número e da efetividade de barricadas;
Estes obstáculos físicos à progressão de viaturas impedem o acesso de
viaturas policiais ou “canalizam” seu progresso por vias intensamente
batidas pelo fogo dos fora-da-lei.
Os tipos de barricadas vão desde as
mais simples, e de caráter transitório (que podem constar de montes lixo
aos quais se ateia fogo, com móveis e carros atravessados nas vias),
até as mais complexas, com pedaços de trilhos firmemente chumbados no chão e também blocos de concreto.
A remoção desse segundo tipo é muito difícil, e frequentemente exige
máquinas como retroescavadeiras, etc., e mesmo assim nem sempre é
possível sua retirada. De qualquer forma, a tropa embarcada tem sempre
que desembarcar (para progredir ou até mesmo remover barricadas simples,
compostas de móveis ou veículos atravessados na rua), e seus
integrantes se convertem em alvos convidativos para os criminosos.
Crescimento expressivo do Comando Vermelho – CV,a maior facção criminosa do Rio de Janeiro — as outras duas são aAdA (Amigos dos Amigos) e o TCP (Terceiro Comando Puro).
Como já mencionado, aumento quantitativo e qualitativo do armamento nas mãos da criminalidade
Presença acentuada, dentro das áreas dominadas pelo tráfico, de criminosos oriundos de outros estados e
que aqui se sentem protegidos para permanecerem fora do alcance da Lei
ou para continuarem comandando as ações em suas respectivas áreas. A
Polícia Civil alegadamente já identificou a presença no Rio de centenas
de criminosos provenientes de onze estados.
Diminuição da participação da Polícia Federal – PF e da Polícia Rodoviária Federal – PRF em ações conjuntas com as forças de segurança cariocas.
Embora o número de operações policiais em comunidades tenha sido drasticamente reduzido, a violência dos enfrentamentos, quando ocorrem, aumentou. Com o crime organizado fortalecido e mais fortemente posicionado em suas “cidadelas”, o nível da resistência oposta às forças de segurança cresceu. O Comando Vermelho, por exemplo, instruiu
seus militantes a não abandonarem suas armas ou suas posições quando
confrontados pela polícia ou grupos rivais, sob pena de punição severa, que pode incluir a morte. Isso faz com que o risco de “danos colaterais”, impostos à população das áreas conflagradas, aumente exponencialmente.
Redução da participação da população das áreas dominadas no auxílio ao combate ao crime organizado, o que era feito principalmente através do Disque Denúncia,
reportando a localização de esconderijos de indivíduos foragidos, ou
informando locais onde havia grande quantidade de drogas ou de armas
escondidas.
A solução desse complexo problema não é fácil nem rápida, e exige
inúmeras providências em diversos segmentos da administração pública.
Mas de uma coisa não se tem dúvida: a solução demanda um endurecimento
da legislação, trazendo penas mais duras, que realmente possam ter um
efeito desencorajador sobre aqueles que pensam em seguir o caminho do
crime.
Muitas vezes, um criminoso que é ativo no tráfico, porta fuzil,
atira contra policiais, põe fogo em ônibus e, enfim, causa um sem número
de problemas, recebe uma pena relativamente leve em comparação aos seus
delitos e, portanto, em pouco tempo poderá ser libertado e retornar ao
crime.
Com um xerife mais fraco, governo vê crescer poder militar
A
conspiração do juiz e do procurador é grave mas tem uma minuta de
explicação: tapar os buracos de uma operação desbalanceada entre
convicções e provas. O que vagueia sem rastro são a autoria do grampo e
do vazamento, além de suas motivações. Como também se trata de uma
conspiração, estão liberadas as teorias, como esta de um general: coisa
de bandido, para bandido e focada a revelar a porção bandida de agentes
públicos.
Não é a única. Outra, de extensa rodagem, é a do fogo
amigo de procuradores destinado a chamuscar a ala curitibana em meio a
uma encarniçada disputa sucessória na Procuradoria-Geral da República. A
hipótese ganhou força com o hacker que invadiu ontem um grupo de
WhatsApp de procuradores. Como toda teoria do gênero, despreza o risco
de se reduzir a cinzas o prestígio da instituição. Não guarda nenhuma
relação o grau de dificuldade envolvida nas duas operações.
O
Telegram, usado pelo então juiz Sergio Moro e pelo procurador Deltan
Dallagnol é considerado tão seguro que inspirou o EBchat, canal de
comunicação usado pelo Exército brasileiro. Com mensagens que se apagam
automaticamente e sem armazenamento em servidor, o Telegram teve seu uso
restrito em sua própria pátria, a Rússia. Duas semanas antes de o
distinto público ser informado que as duas principais autoridades da
Lava-Jato combinavam procedimentos por Telegram, coube ao
vice-presidente da República associar a Rússia à guerra híbrida, termo
usado pelos militares para a mescla de táticas lideradas pela
cibernética.
O general Hamilton Mourão estava em Pequim quando
ditou mensagem nada cifrada. Falava-se dos Brics, formado por Brasil,
Rússia, Índia, China e África do Sul, quando o vice saiu com essa:
"Temos uma guerra híbrida em vigor no mundo, que parte de um dos membros
do Brics." Parece improvável que falasse do país anfitrião. Exclua-se,
ainda, a Índia, sem histórico do gênero, ou a África do Sul, primo mais
pobre do bloco. Sobra a Rússia, acusada de liderar ataques cibernéticos
antes mesmo da anexação da Crimeia, quando houve bloqueio das
comunicações.
Como não havia vestígio de Vaza-Jato, o general
parecia dar curso à percepção, vigente entre militares brasileiros, de
que a Rússia patrocina hostilidades cubanas e venezuelas contra o
Brasil. A maior abertura brasileira à política externa americana para a
região só renovou o credo. Com o vazamento, Mourão soou
premonitório. O enredo reuniria um chat russo e um jornalista notório
por fonte (Edward Snowden) egressa da comunidade de informações dos EUA,
hoje estabelecido em Moscou. Os alvos, autoridades que conduziram a
Lava-Jato em estreita colaboração com serviços de investigação do Estado
americano, completaram a história.
A ponta solta desse enredo é a
relação dos guerreiros híbridos com os prejudicados pela Lava-Jato,
principais suspeitos, na elucubração em curso, da armação. Entre os
predicados do suspeito, na opinião deste militar, está a capacidade de
bancar a operação custosa e demorada que representa o grampeamento de
anos de comunicação via Telegram. O investimento envolvido descartaria o
principal beneficiário do desmonte da Lava-Jato, o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, um penitenciário de recursos bloqueados, e
empresas que ainda penam para quitar multas e empréstimos bancários.
Se
os americanos custam até hoje a comprovar a interferência russa na
eleição presidencial de 2016, parece improvável que quaisquer
conspirações internacionais em torno da Vaza-Jato venham a se confirmar.
Ao contrário de bombardeios, explica um outro general, ataques
cibernéticos não deixam assinatura. A consequência mais visível
na configuração dos poderes de um governo pós-Moro é o fortalecimento
militar cada vez maior. Não se espere do general Edson Leal Pujol,
comandante do Exército, nada parecido com os tuítes do antecessor, o
general Villas Bôas, em apoio à Lava-Jato. Hoje assessor no Gabinete de
Segurança Institucional, Villas Bôas voltou a tuitar esta semana, quando
o Supremo retomou o tema, a exemplo do que fez no ano passado, às
vésperas do julgamento do habeas corpus de Lula.
Pujol, um
general mais reservado, saiu do Twitter e restringiu as compilações do
noticiário (clippings), dos quartéis. Sem participação em intervenções
federais que marcaram sua atuação na segurança interna nos últimos anos,
as Forças Armadas se voltaram para sua agenda interna, da
reestruturação da carreira, em tramitação no Congresso, aos projetos
estratégicos da farda, como o programa nuclear. Na semana
anterior à Vaza-Jato, o presidente Jair Bolsonaro declarou, na
Argentina, que o Brasil descarta a assinatura do protocolo adicional do
Tratado de Não Proliferação Nuclear, agenda que mobilizava setores do
Itamaraty mas ainda enfrentava grande resistência nas Forças Armadas.
Com
programas nucleares complementares, Brasil e Argentina trocaram
promessas de maior cooperação. Cinco dias depois, o presidente decretou a
ampliação dos poderes do Gabinete de Segurança Institucional sobre o
setor. Não foi o único sinal de fortalecimento do GSI. Outro decreto, da
semana passada, reforçou suas atribuições no comando da Câmara de
Relações Exteriores e Defesa Nacional do Conselho de Governo. Mais do
que o general Heleno Augusto Ribeiro, é o secretário-executivo, Valério
Stumpf Trindade, um dos quatro generais da Pasta, no cargo desde o
governo passado, que assumiu a dianteira das novas atribuições.
Generais
da ativa e da reserva coincidem na avaliação de que a Vaza-Jato exibiu
um país desguarnecido em sua defesa cibernética ainda que se sintam
inoperantes ante autoridades indisciplinadas em sua comunicação, de
Dilma Rousseff a Moro. A Abin não tem os mesmos poderes da Polícia
Federal e o Centro de Informações do Exército, ainda que tenha meios
para atuar, não é legalmente autorizado a fazê-lo, a não ser em tempos
de guerra ou de Copa. O reforço da presença militar na
inteligência do Estado ganha, com a ida do principal xerife do país para
a berlinda, sua justificativa mais plausível. Mas nenhuma razão parece
mais forte para esta presença redobrada do que a de um comandante em
chefe que não larga o celular.