Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Falar de possíveis ligações entre o partido do atual presidente e o
crime organizado não é ser teórico da conspiração, mas simplesmente ser
capaz de fazer perguntas pertinentes
Em 2019, a TV Record divulgou trecho de áudio interceptado pela Polícia Federal (PF) que apresentava o “tesoureiro” do PCC xingando Sergio Moro, reclamando do então novo governo Bolsonaro e lamentando a perda do “diálogo cabuloso” que a organização criminosa mantinha com o PT. Em delação premiada, segundo a revista Veja,Marcos Valério disse que o ex-prefeito Celso Daniel teria um dossiê com detalhes de financiamento ilegal de petistas, e que havia uma relação do PT com o PCC.
Nada disso é exatamente novidade para quem acompanha a esquerda radical latino-americana com mais atenção. Mas tudo fica mais bizarro pela cronologia dos acontecimentos. Num dia, veio à tona que Lula afirmou que “só vai ficar bem quando foder Moro”, e que seu desejo constante na prisão era se vingar do juiz da Lava Jato.
No dia seguinte foi desbaratado pela PF um plano do PCC para matar Moro e outras autoridades. Coincidência?
O risco de países latino-americanos virarem narcoestados é bastante real, e não podemos deixar a mídia levantar cortinas de fumaça para proteger o PT
A mídia está desde então num esforço frenético de cortar qualquer elo possível entre o PT e o PCC.
Cabe aqui o resgate sobre as FARC, entidade criminosa que sequestrava e praticava tráfico de drogas em nome do comunismo, e sempre foi defendida pelo Foro de SP.
É importante tal resgate, pois a Colômbia virou um campo de guerra por conta do narcotráfico em nome da causa esquerdista, e, sem Alvaro Uribe e nas mãos de um comuna, o país flerta novamente com o caos.
O risco de países latino-americanos virarem narcoestados é bastante real, e não podemos deixar a mídia levantar cortinas de fumaça para proteger o PT. FARC é a sigla de Fuerzas Amadas Revolucionárias de Colombia. Trata-se de um grupo guerrilheiro de esquerda atuando há mais de 50 anos na Colômbia. É o mais antigo do mundo. Escondidos na selva, antigamente faziam atentados em Bogotá e chegaram mesmo a metralhar o Palácio da Justiça.
Durante muito tempo, eles se mantiveram afastados dos cartéis de Cali e de Medellín, mas acabaram se aliando aos traficantes de drogas, de tal modo que hoje formam o que foi chamado de narcoguerrilha, que continuou atuando mesmo após a morte de Pablo Escobar, o chefão do tráfico.
Na falta do Ouro de Moscou repassado a Havana, as FARC ficaram sem capital para financiar sua guerrilha revolucionária.
E, sem capital, não há capitalismo nem revolução comunista.
Com Hugo Chávez na Venezuela, as FARC ganharam um novo aliado. Chávez era alinhado com os governos do PT no plano internacional para o“socialismo do século 21”.
O apoio ao golpistaManuel Zelaya em Honduras, a Daniel Ortega na Nicarágua e aos tirânicos governos fundamentalistas islâmicos no Irã, além da proximidade com os irmãos Castro em Cuba são claras evidências dessa ligação internacional. Vários desses regimes operam hubs de tráfico internacional de drogas.
O PT, que sempre apoiou Chávez e depois Maduro, não considera as FARC um grupo guerrilheiro, mas, sim, um “movimento social”.
Deve ser por isto que representantes das FARC têm participado das reuniões do Foro de SP. Foi com o esforço do Foro de SP que um acordo de “paz” foi selado entre o governo colombiano, já depois de Alvaro Uribe, e as FARC, para que esta “abandonasse” as armas e virasse um partido político.
Juan Manuel Santos, o esquerdista que substituiu Uribe, fez um plebiscito a respeito de um acordo em que as FARC abandonariam a guerrilha e em troca podiam fundar um partido político e lançar candidaturas ao Congresso, tendo ainda dez vagas garantidas, independentemente dos votos recebidos! Reserva de mercado eleitoral? Cotas guerrilheiras? Democracia cucaracha? [bom lembrar que aqui no Brasil é seguido o injusto sistema de cotas - em detrimento do mérito e/ou da necessidade; em novembro/22, estava previsto em lei o reexame da lei da cotas estudantis',que poderiam até ser extintas,só que o tema caiu no esquecimento.]deveria ser feito uma consulta para acabar.
Não custa lembrar que Lula já disse haver “excesso de democracia” na Venezuela chavista.
O tráfico de armas e drogas “eram” fontes de receita para as FARC, e estimam que a narcoguerrilha seja responsável por cerca de 30% do mercado de distribuição e exportação de cocaína na Colômbia. Entre 1997 e 2004, quase 5 mil pessoas passaram pelos cativeiros mantidos pelas FARC em seus acampamentos. Um dos sequestros famosos foi o da escritora e então senadora Ingrid Betancourt, que foi candidata à Presidência nas eleições de 2002.
Diante desse quadro assustador, cabem algumas perguntas.
Por que o PT fundou, em 1990, o Foro de São Paulo, ao lado de ditadores, como Fidel Castro, que sempre simpatizaram com a luta das FARC?
Por que as reuniões desse Foro acontecem até hoje, muitas vezes com a participação do presidente Lula, legitimando assim a luta das FARC?
Um dos mentores dessa aliança nefasta foi Marco Aurélio Garcia, o ministro “top top” que era bastante próximo de Lula.
Dirceu, por sua vez, foi treinado em Cuba para ser um guerrilheiro.
Por que as FARC saudaram a vitória de Lula para presidente em 2002, sendo que o próprio preferiu o silêncio, ao invés de repudiar tal demonstração de afeto vindo de terroristas?
Por que o governo Lula se recusou a reconhecer as FARC pelo que são, ou seja, um grupo terrorista?
Por que, durante o governo de Olívio Dutra, no Rio Grande do Sul, o representante das FARC, Hernan Rodriguez, foi recebido no Palácio Piratini pelo próprio governador?
Fora isso, não podemos esquecer a denúncia de dentro da própria Abin relatando o apoio financeiro de US$ 5 milhões das FARC para candidatos petistas.
O PT insiste muito na questão sobre quem mandou matar Marielle Franco, a vereadora do Psol assassinada.
Mas, curiosamente, o mesmo PT não tem a menor curiosidade de saber quem mandou matar Jair Bolsonaro, quando um esquerdista ex-filiado ao mesmo Psol deu uma facada quase fatal no então candidato de direita.
O PT quer combater somente alguns crimes, enquanto outros ele parece ignorar — ou até defender, como os invasores do MST ou os sequestradores das FARC.
A América Latina viu vários países caírem nas garras do narcotráfico, e o Foro de SP, idealizado e criado pelo PT, ao lado do ditador comunista Fidel Castro, acaba endossando esse caminho. Falar de possíveis ligações entre o partido do atual presidente e o crime organizado não é ser teórico da conspiração, mas simplesmente ser capaz de traçar elos evidentes e fazer perguntas pertinentes. Perguntas que nossa velha imprensa prefere não fazer, pois sempre preferiu tratar o Foro de SP como uma maluquice de Olavo de Carvalho, enquanto finge que Lula veio “salvar a democracia”.
Os nossos militantes disfarçados de jornalistas reagem como se tais questionamentos fossem já absurdos e coisa suja da “extrema direita”, mas cabe fazer um exercício hipotético: e se houvesse um vídeo de Bolsonaro dizendo que desejava acabar com Marielle Franco? Qual seria a reação da imprensa?
O governo Lula está perdendo uma grande oportunidade que lhe foi dada pelas urnas: colocar – de uma vez por todas – um freio nas Forças Armadas.
Nesta semana, um (insubordinado)ex-comandante da Marinha não participou da tradicional cerimônia de passagem de comando da força. É a primeira vez que isso acontece desde a redemocratização.
As Forças Armadas são cercadas de rituais, por isso, mais do que em qualquer outro braço do Estado, os atos de militares precisam ser lidos como mensagens. E o significado dessa ausência foi a de desrespeito ao comandante em chefe do Exército, Marinha e Aeronáutica, Luiz Inácio Lula da Silva.
O almirante de esquadra Almir Garnier Santos resolveu fazer de sua saída da força um ato político. Nele, demonstra a contrariedade com a vitória do presidente. Dentro da Marinha não é segredo que ele serve ao bolsonarismo. E quis deixar essa marca, mesmo descumprindo as regras básicas do mundo militar: a disciplina e o respeito à hierarquia.
Não foi o único militar a desrespeitar o código militar. O novo comandante da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno, não citou o presidente Lula – que o nomeou – em seu discurso, e disse que enfrentou “a incompreensão” de pessoas próximas.
“Como filho da pátria tão idolatrada eu não fugiria à luta, nem me furtaria à nobre missão”. O brigadeiro apresentou sua promoção como um sacrifício, um “não fugir à luta”.
Tanto o comandante da Aeronáutica, quanto o do Exército do governo Bolsonaro exigiram entregar seus cargos antes. Não queriam bater continência para o novo Comandante em Chefe, que é Lula.
O general Freire Gomes, o almirante Almir Garnier e o brigadeiro Baptista Júnior participaram dessa conspiração – o nome é esse, conspiração – para entregar seus cargos antes. O almirante ficou, mas fez da sua ausência a mensagem de que estava no movimento de rebelião ao resultado das urnas.
Qual o tamanho do simbolismo disso? Enorme.
O bolsonarismo, que politizou os quartéis com uma visão deturpada da ditadura militar, permanece vivo e precisa ser combatido imediatamente.
Existem outros como esses comandantes pensando a mesma coisa agora, no serviço da ativa.
Aliás, marcado pela visão subjetiva da realidade, o simbolismo foi um dos mais importantes movimentos literários do final do século XIX. Partindo daquele prisma, Bolsonaro venceu uma batalha, mesmo na sua derrota.
Como revelou a coluna, a ideia da gestão José Múcio à frente da Defesa é a de contemporizar esses atos políticos de agentes armados, os mesmos que deveriam exercer uma função de Estado. Acha que o melhor é por água na fervura.
A estratégia é arriscada. É preciso lembrar que o bolsonarismo só nasceu porque não houve o enfrentamento dos crimes cometidos por agentes de Estado durante a ditadura militar. Não deveria ser necessário lembrar um passado tão recente.Até a Bíblia ensina: “assim como o chicote foi feito para o cavalo, e o freio, para o jumento, a vara da disciplina é para as costas de quem não tem juízo”. [a sugestão do repórter apresentada no primeiro parágrafo " colocar – de uma vez por todas – um freio nas Forças Armadas.", nos faz lembrar a fábula dos ratos colocando guizo no pescoço do gato.
Vai ver que faltou ao ex-presidiário quem se dispusesse a colocar o guizo no gato.
O mesmo vale para seguir a disciplina prevista na Biblia.]
Nesse caso, nem o almirante – ou o brigadeiro e o general – de Bolsonaro,nem o ministro de Lula parecem ter entendido o comando.
Fascismo tabajara é uma feliz expressão criada pelo cientista
político Luiz Werneck Vianna. Fascismo eterno é um conceito do
intelectual italiano Umberto Eco e foi tema de uma de suas conferências
nos EUA. Como muita gente nova tem me perguntado o que é o fascismo, resolvi
trabalhar um pouco o tema, partindo das características eternas do
fascismo para suas manifestações tropicais. A conferência de Umberto Eco
acabou resultando num livro de 64 páginas. Ele entende como fascismo
esse regime nacionalista, autoritário, que vigorou na Itália e foi
derrubado no final da Segunda Guerra. Quando garoto, Umberto Eco participava de concursos de composições
com esse tema: “Devemos morrer pelo glória de Mussolini e o destino
imortal da Itália?” Como um garoto esperto, respondia que sim. Eco viu
os americanos ocuparem a Itália, Mussolini ser executado e refletiu
tantos anos sobre o fascismo que acabou extraindo do regime as suas
características que sobrevivem aos tempos. São 14 traços essenciais e, segundo Eco, não precisam estar todos
presentes para definir um regime fascista. É temerário condensá-los num
curto artigo e apontar sua manifestação tabajara. Alguns, no entanto, são tão evidentes que não demandam profundas análises comparativas. Eco acha que para o fascismo eterno não há luta pela vida, mas antes
“vida para a luta”. “Logo, o pacifismo é conluio com o inimigo; o
pacifismo é mau porque a vida é uma guerra permanente.” Daqui salto para dois outros traços essenciais: a relação com a
cultura e a relação com as armas. Para o fascista, a relação com a
cultura também é uma guerra permanente. Daí a célebre expressão
atribuída por Eco a Goebbels:“Toda vez que ouço falar de cultura tenho
vontade de sacar minha arma.” No campo das armas, também se desenha um traço essencial do fascismo
eterno. O fascismo eterno transfere sua vontade de poder para questões
sexuais. Esta é a origem de seu machismo, que implica desdém pelas
mulheres e uma condenação intolerante de hábitos não conformistas, como o
homossexualismo. Para Eco, o herói do fascismo eterno, para quem o sexo é um jogo
difícil de jogar, prefere jogar com as armas, um simbolo fálico, e seus
jogos de inveja se devem a uma permanente inveja do pênis. Para aqueles que se veem despojados de qualquer identidade social, o
fascismo diz que o único privilégio comum a todos é terem nascido no
mesmo país. É a base do nacionalismo extremado. O único elemento que
pode conferir identidade é o inimigo. No fascismo há uma obsessão com a conspiração, sobretudo a
internacional. Esse talvez seja um dos traços mais decisivos na nossa
política externa. A própria ONU parece ser uma sede de conspiração,
assim como a OMS e outros organismos internacionais. O aquecimento
global é uma invenção do marxismo globalizante, o corona é um vírus
comunista, destinado a enfraquecer os países do Ocidente. Entre os 14 traços essenciais do fascismo eterno, na concepção de
Eco, está também a recusa da modernidade. Escrevi sobre ele, mostrando
que a proposta de Bolsonaro na verdade é uma retropia, uma volta a um
passado ideal, ordenado e tranquilo, desenhado por Damares, com meninos
vestidos de azul, meninas, de rosa. O fascismo tabajara também defende um tipo de tradição religiosa, na
qual a verdade foi revelada e não há espaço para o avanço do saber. Só que aqui a verdade foi revelada nas profecias evangélicas, segundo
as quais Cristo deve retornar ao Oriente Médio, quando Israel recuperar
suas terras. É essa profecia que move o governo Bolsonaro a querer
mudar para Jerusalém a embaixada brasileira. [nos parece mais correto Israel devolver suas terras devolver as terras que ocupa - tanto as que lhe foram dadas por quem não era os donos e as que invadiu pela força das armas.] O interessante, para finalizar, sem finalizar de fato porque há muito
o que comparar ao longo dos traços restantes, o fascismo vê diversidade
como um sinal de desacordo. Ele busca o consenso exacerbando no natural
medo pela diferença. Seu primeiro apelo é contra os intrusos, logo, por
definição tende ao racismo. Umberto Eco morreu recentemente. Não viu surgir de novo o movimento
antifascista. Mas, sobretudo, não pôde incluir um traço ao fascismo
eterno que surge aqui como nos Estados Unidos: o fascismo chama de
terrorista quem se insurge contra ele. Blog do Gabeira - Fernando Gabeira, jornalista Artigo publicado no jornal O Globo em 08/06/2020
Há alguma possibilidade de o Exército participar de um golpe? Os
militares têm uma característica legal e constitucional. As Forças
Armadas são instituições nacionais permanentes destinadas à defesa da
Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa deles, à
manutenção da lei e da ordem. Por isso, o Exército não participa de
nenhuma operação que não seja legal. Ele não participaria de um golpe.
O sr. conhece o presidente. Há alguma possibilidade de ele tentar fechar o Congresso e o STF?
Não
há possibilidade de o presidente tentar fechar o Congresso, pois isso
não tem respaldo legal. As atividades dele são baseadas na Constituição.
Como deve ser a relação do governo com outros Poderes?
A relação deve ser de harmonia e independência, como diz a Constituição.
O senhor acredita que o STF deve evitar decisões monocráticas contra atos do Executivo? Toda
alternativa para obter a harmonia e manter a independência do Supremo é
válida.É lógico que onze cabeças pensam melhor do que uma.Há decisões
que deviam ser tomadas pelo colegiado.
No Planalto se fomenta a ideia de que há no Congresso uma conspiração para derrubar Bolsonaro. O senhor acredita nisso? Não
acredito que haja conspiração para derrubar o presidente.
Se houvesse,
teríamos de perguntar qual foi a decisão do Congresso que colocou em
risco o governo?
Os pedidos de impeachment que chegaram não tiveram
andamento. O presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) não pautou nenhum, pois
não viu neles fundamentação que justificasse o impeachment.
Na última manifestação em frente ao Planalto, jornalistas foram agredidos. O que o senhor acha dessas agressões?
A
violência deve ser repudiada em qualquer contexto. A democracia se
caracteriza pelo debate de ideias e não de forças. Todos que ferem
qualquer lei devem responder pelos seus atos.
O
presidente tem comparecido a manifestações em que se pede um golpe,
inclusive em frente ao quartel do Comando do Exército. O sr. não esteve
nelas. Por quê?
Não era o caso. Meus filhos me cobram
para evitar aglomerações durante a pandemia e seguir as recomendações do
Ministério da Saúde. Por isso e pelo local da manifestação, eu não
estive presente. As manifestações devem respeitar o fato de as Forças
Armadas serem uma instituição de Estado. A frente do QG é área militar. A busca de apoio do Centrão não seria uma traição ao que foi prometido pelo presidente?
Qualquer
governo precisa ter transparência, credibilidade, eficiência e
austeridade. Se o acordo com o Centrão visar ao bem do povo brasileiro e
estiver dentro do contexto legal e ético, não vejo problema. Como o senhor viu a saída de Sérgio Moro do governo?
Gosto
muito do ministro Moro. Eles fez um trabalho importante. Lamento a
saída. Torci para não ocorrer. Quando você é amigo de um casal, e ele se
separa litigiosamente, o respeito aos dois continua. E você lastima a
forma como ocorreu. O que achou da ordem do ministro
Celso de Mello, do STF, sobre os depoimento dos ministros Braga Netto,
Luiz Ramos e Augusto Heleno? O despacho não está à
altura de quem defende a Constituiçãoe desrespeita a harmonia entre os
poderes e a dignidade da pessoa humana. Estarei do lado de qualquer
cidadão que o Supremo queira conduzir nesses termose não vou me furtar
de estar ombreando com os generais para ver quem vai conduzi-los sob
vara. Isso ofende a todos os militares, em especial aos do Exército. - Ameaçar três militares de vida ilibada, de serem conduzidos sob vara, e
todos lerem esse despacho! A troco de quê? A honra é um valor militar
muito forte. Isso a fere e pode criar fatos desnecessários. Os ministros
agora têm uma decisão difícil (decidir se obedecem à convocação). Onde o
decano quer chegar?Uma besteira dessas escala uma crise. E aí pode
virar uma bola de neve. Isso não contribui para a disciplina nas Forças
Armadas. Eu me solidarizo com eles. Não podemos deixar de tomar posição
firme. Os militares não devem ficar quietos. Afinal, estamos no estado
democrático de direito e, toda vez que o a dignidade e o contexto moral
for mexido, a pessoa tem de reagir.
Não interessa se é o presidente ou o
ministro do Supremo, quem quer que seja. Ele vai mandar prender o
Exército? Aonde ele quer chegar? Isso não contribui para a harmonia dos
Poderes.
Em 2022, o voto do senhor será de Jair Bolsonaro? Essa
decisão deve ocorrer na data oportuna. Vamos torcer para que o governo
tenha êxito. O voto em 2022 será fruto do contexto. Pensar nele agora é
tirar o foco do momento, que deve ser combater o coronavírus. Roberto Godoy, entrevista Opinião - O Estado de S. Paulo
A comprovação pelas investigações da Polícia Federal de que o episódio
da captação ilegal dos diálogos do então juiz Sergio Moro com o chefe
dos procuradores de Curitiba, Deltan Dallagnol, é apenas parte de uma
ação coordenada contra a Lava-Jato, atingindo membros do Poder
Judiciário em diversos graus, deu nova conotação política ao episódio. Silvio Meira, um dos maiores especialistas em tecnologia da informação e
professor emérito da Universidade Federal de Pernambuco, diz que
“ninguém fez isso sozinho, não aconteceu por acaso, tem um desenho por
trás. Havia gente que estava explicitamente dedicada, gastando
imaginação, competência técnica, tempo e dinheiro para chegar a essa
informação”.
Abel Gomes, desembargador do TRF-4 que condenou o ex-presidente Lula em
segunda instância no caso do tríplex do Guarujá, colocou o dedo na
ferida: “Por que os hackers têm mirado apenas autoridades que deram
decisões desfavoráveis aos investigados da Lava-Jato?” Também a juíza Grabriela Hardt, substituta de Moro durante um período,
foi hackeada e denunciou que essa manobra ilegal contra membros do
Judiciário é um atentado à segurança do Estado brasileiro. Para Silvo Meira, o Telegram, que passou a ser muito usado no Brasil
depois que o WhatsApp ficou fora do ar por questões judiciais, pode ser
seguro se as mensagens são criptografadas, “mas o usuário tem que
habilitar seu celular para isso. Se não o fizer, as mensagens ficam
abertas e, consequentemente, fáceis de serem lidas”.
Também a origem da empresa é um mistério. Telegram é o nome de uma
empresa russa dos irmãos Durov, os criadores do Facebook russo, o
VKontakte, conhecido como VK. Numa operação que até hoje não foi
explicada em detalhes, venderam ou foram forçados a vender o VK a outro
grupo digital russo. Saíram da Rússia logo depois, foram para Berlim, de
onde também saíram reclamando que as autoridades alemãs não deram visto
de trabalho para seu time. Time que hoje ninguém sabe exatamente onde está. A empresa é tocada a
partir de Dubai, e os demais funcionários estariam espalhados pelo
mundo. A infraestrutura da companhia não se sabe onde está.
O STF deve julgar no plenário um pedido de suspensão do ex-juiz Sergio
Moro, por parcialidade arguida pela defesa de Lula. Oficialmente, as
conversas não estarão no julgamento, a não ser que a defesa possa pedir
para incluí-las. Mas, que vão interferir, isso é claro. Não creio que, se for para o plenário, seja aprovada a tese da anulação
da condenação. Mesmo na Segunda Turma acho que haverá maioria para
derrotar os prováveis votos dos ministros Gilmar Mendes e Lewandowski. O
ex-presidente foi condenado em três instâncias, portanto, não há razão
para anular todos os julgamentos em todas as instâncias.Para o especialista em tecnologia de informação Silvio Meira, essa crise
atual chama a atenção para um problema brasileiro: o de que as
autoridades não têm um sistema de troca de mensagens ou telefone
protegido de invasões desse tipo.
Como já escrevi aqui, a utilização do Twitter para suas mensagens é um
hábito que Bolsonaro copia do presidente dos Estados Unidos, Donald
Trump, seu grande ídolo. Mas Trump só usa o Twitter oficial quando trata
de ações do governo. Nos Estados Unidos, a utilização de meios particulares para atividade
oficial já deu muita dor de cabeça a Hillary Clinton que, quando
secretária de Estado no governo Obama, dispensou o e-mail oficial
(@state.gov) para usar seu e-mail privado mesmo para assuntos de Estado.
O caso provocou o temor de informações sigilosas do Departamento de
Estado circularem em redes de caráter privado, ou estarem expostas a
ataques de hackers. Parte do conteúdo era classificado como
supersecreto, ou o foi mais tarde. Coube a Hillary um pedido de
desculpas: “Foi um erro. Sinto e assumo a responsabilidade”.
Legislações sobre esse tipo de utilização garantem nos Estados Unidos
que não haja violação de normas de segurança institucional. Aqui houve
um ataque em massa a diversos membros da Lava-Jato em vários estados,
notadamente Paraná e Rio. Está sendo revelado que houve uma verdadeira
conspiração contra a Lava-Jato e o Judiciário. Os diálogos que já foram revelados e os ainda a revelar podem provar — o
que na minha opinião ainda não aconteceu — irregularidades praticadas
dentro da Operação Lava-Jato. Mas não há mais dúvidas de que esse ataque
cibernético foi orquestrado justamente com o objetivo de acabar com a
Lava-Jato. Mas, como diz o ministro do Supremo Edson Fachin, a Lava-Jato
é uma realidade que mudou a estrutura do combate à corrupção no Brasil.
Com um xerife mais fraco, governo vê crescer poder militar
A
conspiração do juiz e do procurador é grave mas tem uma minuta de
explicação: tapar os buracos de uma operação desbalanceada entre
convicções e provas. O que vagueia sem rastro são a autoria do grampo e
do vazamento, além de suas motivações. Como também se trata de uma
conspiração, estão liberadas as teorias, como esta de um general: coisa
de bandido, para bandido e focada a revelar a porção bandida de agentes
públicos.
Não é a única. Outra, de extensa rodagem, é a do fogo
amigo de procuradores destinado a chamuscar a ala curitibana em meio a
uma encarniçada disputa sucessória na Procuradoria-Geral da República. A
hipótese ganhou força com o hacker que invadiu ontem um grupo de
WhatsApp de procuradores. Como toda teoria do gênero, despreza o risco
de se reduzir a cinzas o prestígio da instituição. Não guarda nenhuma
relação o grau de dificuldade envolvida nas duas operações.
O
Telegram, usado pelo então juiz Sergio Moro e pelo procurador Deltan
Dallagnol é considerado tão seguro que inspirou o EBchat, canal de
comunicação usado pelo Exército brasileiro. Com mensagens que se apagam
automaticamente e sem armazenamento em servidor, o Telegram teve seu uso
restrito em sua própria pátria, a Rússia. Duas semanas antes de o
distinto público ser informado que as duas principais autoridades da
Lava-Jato combinavam procedimentos por Telegram, coube ao
vice-presidente da República associar a Rússia à guerra híbrida, termo
usado pelos militares para a mescla de táticas lideradas pela
cibernética.
O general Hamilton Mourão estava em Pequim quando
ditou mensagem nada cifrada. Falava-se dos Brics, formado por Brasil,
Rússia, Índia, China e África do Sul, quando o vice saiu com essa:
"Temos uma guerra híbrida em vigor no mundo, que parte de um dos membros
do Brics." Parece improvável que falasse do país anfitrião. Exclua-se,
ainda, a Índia, sem histórico do gênero, ou a África do Sul, primo mais
pobre do bloco. Sobra a Rússia, acusada de liderar ataques cibernéticos
antes mesmo da anexação da Crimeia, quando houve bloqueio das
comunicações.
Como não havia vestígio de Vaza-Jato, o general
parecia dar curso à percepção, vigente entre militares brasileiros, de
que a Rússia patrocina hostilidades cubanas e venezuelas contra o
Brasil. A maior abertura brasileira à política externa americana para a
região só renovou o credo. Com o vazamento, Mourão soou
premonitório. O enredo reuniria um chat russo e um jornalista notório
por fonte (Edward Snowden) egressa da comunidade de informações dos EUA,
hoje estabelecido em Moscou. Os alvos, autoridades que conduziram a
Lava-Jato em estreita colaboração com serviços de investigação do Estado
americano, completaram a história.
A ponta solta desse enredo é a
relação dos guerreiros híbridos com os prejudicados pela Lava-Jato,
principais suspeitos, na elucubração em curso, da armação. Entre os
predicados do suspeito, na opinião deste militar, está a capacidade de
bancar a operação custosa e demorada que representa o grampeamento de
anos de comunicação via Telegram. O investimento envolvido descartaria o
principal beneficiário do desmonte da Lava-Jato, o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, um penitenciário de recursos bloqueados, e
empresas que ainda penam para quitar multas e empréstimos bancários.
Se
os americanos custam até hoje a comprovar a interferência russa na
eleição presidencial de 2016, parece improvável que quaisquer
conspirações internacionais em torno da Vaza-Jato venham a se confirmar.
Ao contrário de bombardeios, explica um outro general, ataques
cibernéticos não deixam assinatura. A consequência mais visível
na configuração dos poderes de um governo pós-Moro é o fortalecimento
militar cada vez maior. Não se espere do general Edson Leal Pujol,
comandante do Exército, nada parecido com os tuítes do antecessor, o
general Villas Bôas, em apoio à Lava-Jato. Hoje assessor no Gabinete de
Segurança Institucional, Villas Bôas voltou a tuitar esta semana, quando
o Supremo retomou o tema, a exemplo do que fez no ano passado, às
vésperas do julgamento do habeas corpus de Lula.
Pujol, um
general mais reservado, saiu do Twitter e restringiu as compilações do
noticiário (clippings), dos quartéis. Sem participação em intervenções
federais que marcaram sua atuação na segurança interna nos últimos anos,
as Forças Armadas se voltaram para sua agenda interna, da
reestruturação da carreira, em tramitação no Congresso, aos projetos
estratégicos da farda, como o programa nuclear. Na semana
anterior à Vaza-Jato, o presidente Jair Bolsonaro declarou, na
Argentina, que o Brasil descarta a assinatura do protocolo adicional do
Tratado de Não Proliferação Nuclear, agenda que mobilizava setores do
Itamaraty mas ainda enfrentava grande resistência nas Forças Armadas.
Com
programas nucleares complementares, Brasil e Argentina trocaram
promessas de maior cooperação. Cinco dias depois, o presidente decretou a
ampliação dos poderes do Gabinete de Segurança Institucional sobre o
setor. Não foi o único sinal de fortalecimento do GSI. Outro decreto, da
semana passada, reforçou suas atribuições no comando da Câmara de
Relações Exteriores e Defesa Nacional do Conselho de Governo. Mais do
que o general Heleno Augusto Ribeiro, é o secretário-executivo, Valério
Stumpf Trindade, um dos quatro generais da Pasta, no cargo desde o
governo passado, que assumiu a dianteira das novas atribuições.
Generais
da ativa e da reserva coincidem na avaliação de que a Vaza-Jato exibiu
um país desguarnecido em sua defesa cibernética ainda que se sintam
inoperantes ante autoridades indisciplinadas em sua comunicação, de
Dilma Rousseff a Moro. A Abin não tem os mesmos poderes da Polícia
Federal e o Centro de Informações do Exército, ainda que tenha meios
para atuar, não é legalmente autorizado a fazê-lo, a não ser em tempos
de guerra ou de Copa. O reforço da presença militar na
inteligência do Estado ganha, com a ida do principal xerife do país para
a berlinda, sua justificativa mais plausível. Mas nenhuma razão parece
mais forte para esta presença redobrada do que a de um comandante em
chefe que não larga o celular.
Temer não está a enxergar discos voadores. O
que tem são fatos. Lista alguns e, quero crer, para evitar uma crise
institucional, deixa outros de lado
Dois dias antes da votação do relatório de Bonifácio de Andrada
(PSDB-MG) na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, o presidente
Michel Temer envia uma carta aos
deputados da base aliada em que usa, sem receio, no que faz muito bem, a
palavra “conspiração”. Já deveria tê-lo feito antes. E não! Não se trata de nenhuma “teoria conspiratória”. Esta se
alimenta da ausência de fatos. A tentativa de derrubar Temer se faz é do
excesso deles. Querem ver? A hipótese de que discos voadores existem se
assenta, sobretudo, no fato de que se tem certeza de que a Nasa esconde
as evidências de que ETs visitam de vez em quando a Terra. Como a Nasa
esconde, a gente não sabe. Logo, discos voadores existem.
O presidente não está a enxergar discos voadores. O que tem são
fatos. Lista alguns e, quero crer, para evitar uma crise institucional,
deixa outros de lado.
Desde que veio a público aquele seu diálogo que não houve com Joesley
Batista, ficamos sabendo algumas coisas, que o presidente lembra em sua
mensagem aos deputados: – diálogos desavergonhados de Joesley com seus conspiradores,
deixando claro que o objetivo era mesmo derrubar o presidente da
República; – evidências de que a Procuradoria-geral da República participou de
toda a armação prévia que resultou na delação, o que, segundo a lei, a
torna imprestável — e eventuais provas são nulas; – provas de que Marcelo Miller, braço direito de Rodrigo Janot, fez
dupla militância: atuou como advogado da JBS e como representante da
PGR; – entrevistas evidenciando que o objetivo de Janot era, desde sempre,“pegar” o presidente, a saber: Eduardo Cunha e Ângelo Vilela; – fala explícita de Joesley, que está em uma das gravações, evidenciando que seria Lúcio Funaro a fazer o trabalho sujo final.
Isso tudo é absolutamente verdadeiro. Nem por isso arrefeceu o ânimo
dos que pretendem depor o presidente, capturando, nessa trajetória,
outras figuras cujas ambições ou pretensões malparadas se voltam também
contra o chefe do Executivo. A figura mais notória, nesse caso, é
Rodrigo Maia. E o presidente poderia ter ido além se quisesse. Qualquer observador isento, que veja a questão com olhos técnicos, sabe que: – Edson Fachin jamais poderia ter sido o relator do caso JBS; foi escolhido por Rodrigo Janot, com a conivência de Cármen Lúcia; [é público e notório que quando foi indicado para o STF, o atual ministro Edson Fachin visitou os senadores tendo como guia, cicerone, cabo eleitoral e abre portas,o bandido Ricardo Saud, executivo do grupo JBS -CLIQUE no Blog Prontidão Total.
– as ações que chamaram de “operação controlada”são evidências de flagrantes armados, que contaram com a anuência de Fachin; – o próprio Fachin, até agora, não explicou suas relações com a JBS;
as evidências de que existem foram consideradas uma tramoia da Abin, o
que é mentira; [veja no Blog Prontidão Total tudo sobre o jantar entre Fachin, Joesley e Renan, que varou a madrugada.]
– a gravação de Joesley com o presidente seria prova ilícita, ainda que trouxesse algo de comprometedor. – um grupo de comunicação age de forma clara, sistemática e
organizada para depor o presidente, servindo de porta-voz, ainda hoje,
da turma de Janot; – a divulgação dos vídeos no site de Câmara é obviamente ilegal.
O presidente se absteve de apontar tais fatos. Prefere ficar naqueles
que são incontroversos e que não levam a um choque entre entes do
Estado, embora o “outro lado”, como se vê, trave uma guerra sem quartel. Na carta, o presidente lista ainda feitos do governo, que colocaram a economia no rumo do crescimento. Sim, trata-se de uma conspiração porque cada passo dado que poderia conduzir à deposição do presidente afronta a lei. Há a hora em que a coisa tem de ser chamada pelo seu nome. E, no caso, uma conspiração tem de ser chamada de conspiração.
“Jamais poderia acreditar que houvesse uma
conspiração para me derrubar da Presidência da República. Mas os fatos
me convenceram. E são incontestáveis”
A incrível sequência dos fatos que escancara como a delação da JBS foi realmente uma grande armação
Nada aconteceu por acaso. Nem foi movido pelo bom e primordial
interesse republicano. Por isso, a delação da JBS, arquitetada com meses
de antecedência, nasceu como uma montanha, mas pariu um rato. Todos os
passos, costurados nos bastidores por advogados, procuradores e pelos
principais colaboradores Joesley Batista, sócio da empresa, Ricardo
Saud, diretor financeiro, e Francisco Assis, diretor jurídico, tinham
como claro objetivo apear do poder o presidente Michel Temer, livrar da
prisão os protagonistas do acordo, bem como anabolizar a musculatura
política do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot,que, como é
sabido agora, acalentava a ilusão de alcançar a Presidência.[Rodrigo Janot, também conhecido como Rodrigo 'enganot', agora teu nome é: DEVANEIO.] Ou, no
mínimo, ter o poder de indicar o próximo mandatário do País. A trama
contou com a participação direta de um ex-procurador que, em determinado
momento, esteve simultaneamente nos dois lados do balcão, e com o
consentimento do então chefe do MP Federal. Trata-se de Marcelo Miller,
peça-chave na engrenagem farsesca.
É o que se conclui da organização da cronologia dos acontecimentos,
montada por ISTOÉ.
Convidamos o leitor a acompanhar a sequência
histórica a seguir. A partir do encadeamento dos fatos, a serpentear
pelas próximas páginas, é possível visualizar a farsa com nitidez. O
ponto de partida é janeiro de 2016, quando a advogada Fernanda Tórtima
foi contratada pela JBS para negociar um acordo de leniência.
Simultaneamente, Miller era convidado para trabalhar no escritório
Trench, Rossi e Watanabe.
Naquele momento, a situação jurídica da JBS já
era preocupante, com o avanço de diferentes linhas de investigação
contra a empresa. Pressionados por sucessivas operações, o grupo decidiu
delatar. Apenas três dias depois, Miller foi à PGR pedir demissão.
Mesmo apalavrado com o escritório Trench, Rossi e Watanabe, pediu que
fosse exonerado somente em 5 de abril. No mesmo mês, ainda oficialmente
trabalhando na PGR, Miller teria almoçado na casa de Joesley em São
Paulo. Ele cumpria dupla jornada: foi quem orientou Joesley e Saud a
gravar autoridades para apresentar como provas a Janot. No dia 7 de
março, Joesley gravou o presidente Michel Temer. O desenlace da tramóia
já é história.
Com a fraude escancarada, a tendência é que o conteúdo da delação
seja ao menos relativizado. Ao arquivar inquéritos contra Romero Jucá,
José Sarney e Renan Calheiros, todos resultado da capenga delação
firmada pelo ex-senador Sérgio Machado, o STF deu sinais claros, nos
últimos dias, de que não irá transigir com acordos instrumentalizados. O
estado democrático de direito agradece. [falta punição rigorosa aos que contribuíram para a desmoralização do instituto de 'colaboração premiada' - qualquer punição precisa começar com sanção rigorosa e Marcelo Miller e ao seu chefe Rodrigo Janot.]