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domingo, 11 de setembro de 2022

Ministro do TSE proíbe Bolsonaro de usar imagens de 7 de Setembro no horário eleitoral - O Globo

Benedito Gonçalves também determinou que a TV Brasil retire trechos de vídeo em que a cobertura foi usada para promover o atual ocupante do Palácio do Planalto

[ALGUÉM DUVIDAVA? só que decisão atrasada = as imagens (VERDADEIRAS, não são fake) foram divulgadas de forma maciça e estão gravadas na mente de milhões e milhões de brasileiros, onde nem a STASI do TSE pode apagá-las = não serão esquecidas, a audiência de horário eleitoral continua baixa como sempre foi; naquele horário os candidatos sempre falam bem deles e mal dos adversários.

Além do mais,tem um detalhe: "material de propaganda eleitoral,  que utilizem imagens do chefe do Executivo capturadas durante os eventos oficiais de comemoração do Bicentenário da Independência em Brasília e no Rio". Os discursos, salvo engano, ocorreram APÓS os eventos oficiais.

O presidente falava como candidato - HÃO VESTIA  FAIXA PRESIDENCIAL.  Um dos males da reeleição - sem a desincompatibilização -   é a dificuldade de separar momento em que o presidente é presidente e momento em que é o candidato - só a FAIXA PRESIDENCIAL, permite distinguir aqueles momentos. ]

 Ministro do TSE proíbe Bolsonaro de usar imagens de 7 de Setembro no horário eleitoral

O presidente Jair Bolsonaro discursa durante 7 de Setembro em Brasília Cristiano Mariz/Agência O Globo

Em um duro revés para o Palácio do Planalto, o corregedor geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, do TSE, decidiu na noite deste sábado (10) atender a um pedido da coligação de Lula (PT) e impedir que Jair Bolsonaro (PL) use no horário eleitoral de propaganda imagens do 7 de Setembro. 

 

Algumas pessoas na Esplanada dos Ministérios, 7 set 2022, apoiando Bolsonaro - Folha - Pedro Ladeira

O ministro do TSE deu um prazo de 24 horas para que Bolsonaro e Braga Netto cessem a veiculação de todo e qualquer material de propaganda eleitoral, em todos os meios, que utilizem imagens do chefe do Executivo capturadas durante os eventos oficiais de comemoração do Bicentenário da Independência em Brasília e no Rio.

Benedito Gonçalves também determinou que a TV Brasil remova trechos de vídeo em que cobertura oficial do evento tenha sido usada para promover a candidatura de Bolsonaro.

Foi o caso de uma entrevista do presidente à emissora durante a cobertura do desfile militar, que foi usada por Bolsonaro não para celebrar a data, mas para exaltar conquistas de sua gestão e atacar o MST. [cobertura, por óbvio, ocorre  durante o ato coberto - a entrevista foi após o desfile militar ter se encerrado.]

O vídeo, disponibilizado no canal do YouTube da TV Brasil, =  [Presidente Bolsonaro concede entrevista à TV Brasil] já atraiu cerca de 380 mil visualizações.[AINDA, está no ar, até transcorrer as 24 horas, as visualizações, gravações,  ultrapassarão  alguns milhões.]

O corregedor impôs pena de multa diária de R$10 mil caso a determinação não seja cumprida pela chapa do PL e pela TV Brasil. “De fato, o uso de imagens da celebração oficial na propaganda eleitoral é tendente a ferir a isonomia, pois utiliza a atuação do chefe de Estado, em ocasião inacessível a qualquer dos demais competidores, para projetar a imagem do candidato e fazer crer que a presença de milhares de pessoas na Esplanada dos Ministérios, com a finalidade de comemorar a data cívica, seria fruto de mobilização eleitoral em apoio ao candidato à reeleição”, escreveu o ministro.[as  milhares de pessoas que assistiram aos discursos, tinham conhecimento que as comemorações haviam sido encerradas.]

O ministro ressaltou na decisão que “é indispensável a concessão de tutela inibitória que faça cessar os impactos anti-isonômicos da cobertura do Bicentenário da Independência e do aproveitamento de imagens oficiais pela campanha do primeiro e do segundo réu”, em referência a Bolsonaro e seu vice, Braga Netto.

Benedito Gonçalves frisou ainda que nos autos da ação movida pela coligação de Lula há “farta prova documental que comprova os valores envolvidos e demonstra que a associação entre a candidatura e o evento oficial partiu da própria campanha do Presidente candidato à reeleição".

Segundo o ministro, Bolsonaro chegou a se utilizar de inserções de propaganda eleitoral para convocar o eleitorado a comparecer à comemoração do Bicentenário, em vinheta que confere destaque à presença do candidato (identificado com slogan e número) na comemoração oficial.

"A íntegra da transmissão pela TV Brasil, emissora pertencente ao conglomerado de mídia governamental Empresa Brasil de Comunicação – EBC, permite constatar que parte relevante da cobertura se centrou na pessoa do presidente", afirmou Benedito Gonçalves.

O ministro destacou que, na entrevista dada à TV Brasil no 7 de Setembro, Bolsonaro assumiu o papel de candidato à reeleição, exaltando a redução do preço da gasolina, a criação do PIX e o pagamento do Auxílio Brasil – e deixando de lado a celebração do Bicentenário da Independência.

"Encerrado o desfile, as câmeras da emissora governamental passaram a enfocar o primeiro réu, fora da tribunal de honra e já sem a faixa presidencial, caminhando próximo à população, rumo ao palanque em que iria realizar comício. É possível ouvir que foi aclamado por parte dos presentes como 'mito'. Do estúdio, um dos militares convidados para comentar o evento finaliza sua fala com a mensagem “espero que possamos decidir que tipo de nação queremos para o futuro'", afirmou o relator.

Por determinação de Benedito Gonçalves, a entrevista e esse trecho terão de ser removidos pela TV Brasil.

Continue lendo, Malu Gaspar, Blog em O Globo

 

domingo, 7 de agosto de 2022

Rasteiras e mandonismos - Alon Feuerwerker

Análise Política

O período de definição das alianças e candidaturas fechou com o costumeiro espetáculo de rasteiras proporcionado pelas direções partidárias. Nem nomes competitivos escaparam do festival de mandonismo, que reforçou uma regra básica da política brasileira: ou você é dono de partido ou está completamente à mercê de um deles, que faz o que bem entende.

Poder agora reforçado pelo monopólio de facto do dinheiro disponível para as campanhas.  Não por acaso, o debate da sempre propalada reforma política, mesmo descrita como “a mãe de todas as reformas", nunca chega a resvalar nessa questão fundamental. Entre as anomalias teratológicas resultantes da Carta de 1988 e seus desdobramentos, o Brasil restringiu a disputa do poder a donos de agremiações generosamente contemplados com recursos vindos dos impostos, mas totalmente desobrigados de praticar qualquer traço de democracia interna.

O mecanismo ainda exibe alguma, digamos, legitimidade quando o dono do partido também é o dono dos votos. Mas é exceção da exceção. Na ampla maioria dos casos, a força do proprietário da legenda deriva da posição burocrática ocupada. Esse poder absoluto permite-lhe dissolver instâncias, nomear à vontade comissões provisórias, dizer quem vai ter dinheiro e quem não vai, etc.

E usar pré-candidatos como laranjas para na reta final mercadejar apoios e alianças em condições mais favoráveis.

Mas isso agora é passado, segue a partida, e entramos no segundo tempo de um jogo de mais dois ou três tempos:  1) o “início oficial” das campanhas no primeiro turno, 2) o horário eleitoral e, talvez, 3) o segundo turno. Doravante, e tirando os imprevistos, dois aspectos devem chamar a atenção: 1) a taxa de transferência entre a percepção de melhora na economia e o desempenho de Jair Bolsonaro e 2) o que a Justiça deixará que seja dito na campanha.[UTILIDADE PÚBLICA: Os preços dos combustíveis tiveram uma redução importante, nos últimos dois meses. = Em Brasília, só a gasolina baixo em torno de 30% = de quase oito reais para cinco reais e 34 centavos; na região do Entorno do DF, a baixa foi maior.]

Sim, pois, como previsto, a dito “combate às fake news” vem servindo menos para limitar a difusão de mentiras no debate político e mais para os bem situados em posições de poder chamarem para si, com objetivos políticos, o poder absoluto de definir o que é “a verdade”. Isso já tem sido bastante relevante no dia a dia, mas adquire importância decisiva na eleição.

É altamente improvável que se consiga proibir os políticos de mentir (quem conseguisse isso mereceria um Nobel, talvez de Química), então o mais provável é o processo escorregar para outro mandonismo: os detentores (ou detentor) da prerrogativa de definir o que é verdade ou mentira usarem o “combate às fake news" para ajudar uns e atrapalhar outros.

E a elasticidade economia-votos de Bolsonaro? Será preciso olhar a relação entre quatro variáveis: 1) as condições objetivas, que costumam se expressar em números e não dependem de interpretação, 2) a percepção do eleitor sobre a própria situação, 3) a percepção do eleitor sobre a situação do país e 4) a percepção do eleitor sobre a conveniência de manter Bolsonaro no cargo para que a situação da economia, pessoal e geral, melhore.[atualizando: a economia melhora em todos os aspectos = inflação em queda, alguns estados com deflação; combustíveis com baixa de até 30%; PIB com discreta melhora; desemprego em queda, com níveis inferior a antes da pandemia. E outros indicadores com melhora.]

A guerra da informação influi pouco ou quase nada nas duas primeiras variáveis, que estão melhorando, mas pesa bem nas duas últimas, que parecem meio paradas. 

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político 

 

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Política em Minutos: A chegada de Jair Bolsonaro ao Planalto

A expressão 'pela primeira vez' marcou a campanha do novo presidente do Brasil


A chegada de Bolsonaro ao Palácio do Planalto

A chegada de Jair Bolsonaro ao Palácio do o Planalto será para sempre associada à expressão pela primeira vez. Pela primeira vez, um candidato à Presidência da República sofreu um atentado durante a campanha. Em consequência disso, pela primeira vez o vitorioso passou no hospital a maior parte da temporada oficial de caça ao voto.


Pela primeira vez, um concorrente à chefia do Executivo não participou da maioria dos debates. 

Pela primeira vez, o vencedor mostrou a crescente irrelevância das entrevistas na Rede Globo e no horário eleitoral. 

Pela primeira vez, um candidato não precisou apoiar-se numa forte aliança partidária para se eleger.


Tomara que, pela primeira vez em muitos anos, o Brasil tenha um bom governo.




quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Haddad continua mentindo, produzindo FAKE NEWS, tentando enganar o eleitor

Veja as FAKES que o  Globo apurou na entrevista do candidato petista à CBN e ao G1, ontem, dia 24:

FAKE

"Ele também [Bolsonaro] retirou, diga-se de passagem, porque (uma nova constituinte) também estava no plano de governo dele"

O plano de governo de Jair Bolsonaro não foi modificado desde que foi apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em agosto deste ano. O documento não cita a possibilidade de convocação de nova assembleia constituinte, mas mudanças pontuais como “7º Retirar da Constituição qualquer relativização da propriedade privada, como exemplo nas restrições da EC/81”.

Já em setembro, durante um evento em Curitiba, o vice da chapa do candidato do PSL, general Hamilton Mourão (PRTB), defendeu a criação de uma  nova Constituição  feita por “notáveis”. A declaração foi depois refutada por Bolsonaro. 

 FAKE


“Ele [Bolsonaro] fala: ‘Vou fechar o Supremo’. Passam a mão”

O candidato Jair Bolsonaro não falou que vai fechar o Supremo Tribunal Federal (STF). Em um  vídeo  que começou a circular no domingo (21), o seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), afirmou que “se quiser fechar o STF (...) manda um soldado e um cabo”. O vídeo é de uma palestra feita antes do 1º turno das eleições, em que o deputado fala que, se o STF impugnar a candidatura do pai, “terá que pagar para ver o que acontece”. 

O vídeo não passou incólume.  Ministros do STF  reagiram à fala de Eduardo Bolsonaro. O presidente do Supremo, Dias Toffoli, afirmou que “atacar o Poder Judiciário é atacar a democracia”. Alexandre de Moraes disse que vai pedir abertura de inquérito à Procuradoria Geral da República para investigar as declarações. Celso de Mello,  Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello  também fizeram críticas.

Questionado, Jair Bolsonaro reagiu surpreso quando perguntado sobre as declarações sobre o Supremo. "Isso não existe. Se alguém falou em fechar o STF, precisa consultar um psiquiatra", disse. Ao ser informado por jornalistas de que a declaração era do seu filho, ele duvidou da informação. "Eu desconheço. Duvido. Alguém tirou de contexto." 



FAKE PARCIAL 

“Eu dobrei as vagas das universidades públicas” 

Em 2005, ano em que Fernando Haddad tomou posse como ministro da Educação no governo Lula, o número total de vagas oferecidas em universidades, centros universitários, faculdades, escolas e institutos públicos no Brasil era 313 mil, de acordo com o  Censo da Educação Superior , realizado anualmente pelo Inep.
Já em 2012, ano em que Haddad deixou o cargo para concorrer à Prefeitura, o número total de vagas oferecidas foi de 539 mil. Houve, portanto, um aumento de 72%, mas não o dobro. 

Se forem consideradas apenas as universidades na conta, o aumento é ainda menor: 67%. 

FAKES que Haddad veicula diariamente no horário eleitoral:

- O petista fala que vai já no dia 1º janeiro 2019 aumentar o salário mínimo acima da inflação, etc, etc.
MENTIRA:  Ele omite que o aumento do salário mínimo depende  de lei e que já está definido.
Mudar o valor coisa só por lei, que depende de análise do Congresso. 

- o petista assegura que vai colocar a Polícia Federal para combater o crime organizado.
MENTIRA:  para colocar a PF no combate aos crimes comuns - os que são de competência da Polícia Civil - a Constituição Federal tem que ser modificada por Emenda e Haddad não tem cacife para tanto.

[as duas mentiras acima, as veiculadas no horário eleitoral, foram apuradas pelo Blog Prontidão Total.] 

Para mais FAKES do Haddad, na sabatina do Globo, clique aqui.
 

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Apoiadores de Bolsonaro, são vítimas de acusação falsa: Investigação e laudo apontam que jovem ferida com suástica se automutilou



Investigação da Polícia Civil do Rio Grande do Sul e um laudo do Instituto Geral de Perícias do estado apontam que a jovem que disse ter sido marcada com uma suástica na barriga se automutilou. 

O caso ocorreu no último dia 8, em um bairro da região central de Porto Alegre. A estudante de 19 anos disse que carregava uma mochila com um adesivo da bandeira LGBT e os dizeres "Ele não" quando foi atacada por três homens. 


Fake News de Haddad apresenta jovem que se auto flagelou como vítima de apoiadores de Bolsonaro 

Segundo a polícia, desde o primeiro momento havia a suspeita de que ela própria marcou a suástica em seu corpo. O ferimento chegou a ser exibido no horário eleitoral do candidato à Presidência Fernando Haddad (PT).
"Todas as câmeras do local foram vistas e revistas e, em nenhuma delas, ela apareceu. Entrevistamos guardadores de carro, síndicos de prédio, mais de 20 pessoas e nenhuma delas viu", afirmou o delegado Paulo César Jardim. 

Segundo ele, o laudo aponta que ou foi autoflagelo ou "ela foi ajudada por alguém, com consentimento". Jardim a descreveu como uma pessoa "doente, que toma remédios fortíssimos".

Saiba mais, clicando aqui 


Folha de S. Paulo
 

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

PT e PCC = colocam Lula no comando do laranja Haddad




Decisões do ex-presidente vão dos locais a serem visitados até a postura em debates do candidato petista


Além de ser presença constante nos programas do horário eleitoral gratuito e nos discursos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dá as cartas na estratégia da campanha de Fernando Haddad à Presidência da República. É de sua cela na Superintendência da Polícia Federal do Paraná que o líder petista orienta desde as regiões que o candidato deve priorizar em sua agenda até a postura em relação aos adversários. Nos 37 dias em que ocupou o posto de vice, Haddad visitou Lula seis vezes. De acordo com aliados, a ideia é que as visitas continuem constantes. Hoje, ele estará com o padrinho pela primeira vez na condição de presidenciável.

A grande influência de Lula também pode ser medida pelo número de homens da sua confiança na coordenação da campanha. Fazem parte do grupo os ex-dirigentes do Instituto Lula Luiz Dulci e Paulo Okamotto, além do ex-chefe de gabinete da Presidência Gilberto Carvalho. Por indicação de Lula, a coordenação executiva cabe a Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras.  Ao assumir a cabeça da chapa, Haddad não mexeu nos homens ligados ao padrinho. Apenas incorporou à equipe Emídio de Souza e indicou Chico Macena para o posto de tesoureiro. Macena, que ocupou a mesma função na campanha de Haddad a prefeito de São Paulo em 2012, ficará no lugar do ex-presidente do PT Ricardo Berzoini, que continua na coordenação, mas pediu para não cuidar mais das contas porque vive em Brasília enquanto a estrutura da campanha está em São Paulo.
De acordo com um aliado, Lula continuará a ser consultado sobre todos os assuntos relevantes. E sempre que Haddad tiver uma dúvida sobre a condução da campanha, deve ir ao padrinho.

Foi por recomendação do ex-presidente que Haddad fez campanha de madrugada nas portas de metalúrgicas do ABC no dia 5. Entre as orientações do guru, está a de deixar empresários, mercado financeiro e federações de indústrias fora da agenda.  — O negócio é o povo, ir para a rua e abraçar gente. É isso que dá voto — repetia Lula nos encontros com Haddad, segundo integrantes do partido.

Na última terça-feira, Haddad passou mais de quatro horas reunido com Lula. Com mais quatro advogados, o grupo escolheu e refinou a carta que foi lida no fim daquele dia em frente ao prédio da PF. De uma fresta na janela, Lula ouvia tudo de pé e em silêncio. O documento oficializou o ex-prefeito de São Paulo como candidato. O encontro foi o último de uma série entre Lula e seu substituto na corrida presidencial para definir o tom e as principais linhas da curta campanha. Como o tempo é escasso, o ex-presidente deixou de lado pequenas observações e focou no comportamento do sucessor.

Lula também definiu o candidato do PSDB ao Planalto, Geraldo Alckmin, histórico antagonista do PT, como principal opositor de Haddad; disse que ele “precisa colar o presidente Temer na testa de Alckmin” e mostrar que o tucano é o herdeiro do atual governo. Aconselhou o ex-prefeito a não rivalizar com os demais candidatos — Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT) e Jair Bolsonaro (PSL). Outra recomendação: nos debates, olhar para a câmera e responder o que bem entender, a despeito da pergunta. A mensagem que Haddad deve levar aos eleitores foi repetida várias vezes por Lula nas reuniões: incluir o povo no orçamento do país.

Foi nesses encontros que Lula determinou o tempo para a troca na cabeça da chapa. — O Lula acha que a transferência de votos será tranquila. Sempre foi o que mais acreditou nisso — conta um aliado. Nas conversas entre o ex-presidente e Haddad, Lula relembrou as dificuldades que o PT teve quando o atual candidato ao Planalto foi prefeito de São Paulo. A teimosia e o jeito de comandar sem dar ouvido aos principais quadros do partido renderam a ele o apelido de “Dilma de calças”, referência a ex-presidente Dilma Rousseff.

EXEMPLO ARGENTINO
A lulodependência faz com que surjam questionamentos sobre como seria a participação de Lula num eventual governo Haddad. Gilberto Carvalho e o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias, já defenderam publicamente que o candidato deixe claro que o ex-presidente terá uma participação direta, inclusive colaborando com a escolha de ministros.

Ambos chegaram a fazer comparações entre a situação de Haddad com a de Héctor Cámpora, eleito presidente da Argentina em 1973 ao se apresentar como representante de Juan Domingo Perón, que estava exilado no exterior. Ao tomar posse, Cámpora anistiou políticos e renunciou para que Perón pudesse ser eleito e voltar ao poder. Nenhum deles, porém, chegou a sugerir a renúncia de Haddad.  As declarações desagradaram o grupo de Haddad, que as consideraram inoportunas. Gilberto e Lindbergh são próximos à presidente do PT, Gleisi Hoffmann, tida como adversária interna do ex-prefeito de São Paulo.

Pessoas próximas a Haddad avaliam que Lula seria importante em um eventual governo para conter o próprio PT. Se eleito, o presidenciável está disposto a, por exemplo, nomear um ministro da Fazenda que tenha respeito do mercado financeiro. A definição desse perfil está alinhada com Lula, a quem caberia segurar críticas de alas do partido favoráveis a um economista de linha desenvolvimentista.

O Globo