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sexta-feira, 14 de julho de 2023

Barroso expõe e desmoraliza o STF ao participar do Congresso da UNE - Gazeta do Povo

Vozes - Guilherme Macalossi

 Declaração de Luis Roberto Barroso ocorreu após ser vaiado por grupo de estudantes em congresso da UNE em Brasília.

Eis que o maior ataque a imagem do Supremo Tribunal Federal veio de um de seus integrantes. Luís Roberto Barroso achou por bem comparecer ao 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes. 

Falou a um público constituído, sobretudo, por militantes de esquerda. A entidade é, historicamente, um aparelho de partidos como PT, PSOL, PCB e, majoritariamente, PCdoB. 
Ambiente ideologizado e, portanto, inadequado para a presença de um magistrado. Um integrante da mais alta Corte do país jamais tira a toga que usa.

Barroso subiu no palanque e se pôs a falar. Estava ao lado de Flávio Dino, atual ministro da Justiça. Segurou o microfone como um candidato. Vaiado por um grupo que se posicionava contra seu voto no debate jurídico sobre o piso da enfermagem, afirmou que “aqueles que gritam, que não colocam argumentos na mesa, isso é bolsonarismo”. E daí completou, de forma enfática e gesticulando com o dedo: “Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”.

    Não cabe a um dos integrantes do STF falar em nome do povo como se fosse partícipe de uma campanha.

O Supremo Tribunal Federal tentou justificar as declarações. Publicou nota afirmando que “como se extrai claramente do contexto da fala do ministro Barroso, a frase ‘Nós derrotamos a ditadura e o bolsonarismo’ referia-se ao voto popular e não à atuação de qualquer instituição”. Pode ser, mas a explicação não convence porque também não cabe a um de seus integrantes falar em nome do povo como se fosse partícipe de uma campanha.

Sua manifestação, além de imprudente e irresponsável, contribui para expor o STF, ainda que, objetivamente, a Corte não tenha tomado qualquer parte no processo eleitoral. Bolsonaro foi derrotado pelas urnas, não por Barroso e seus pares.

A declaração desastrosa do ministro virou combustível para aumentar as críticas ao STF, que foi acusada de agir politicamente como um partido. A oposição bolsonarista já se mobiliza para mover contra ele um processo de impeachment. É improvável que isso prospere no Senado, mas a ação cumpre o propósito de aproveitar o momento e desgastá-lo.

Quando era presidente do Tribunal Superior Eleitoral, foi Barroso quem, achando fazer uma manobra brilhante, convidou os militares a participarem da comissão de transparência das eleições. 
Produziu uma disfunção inédita. 
Agora é sua incontinência verbal que o coloca nessa situação, e, por tabela, a instituição da qual faz parte.  
Um feito e tanto. Perto dele, Marcos do Val e Daniel Silveira são uns amadores.

Guilherme Macalossi, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 24 de maio de 2020

Barulho por celular é farsa; quer ilusão de vitória. Machado para Bolsonaro - UOL

Coluna Reinaldo Azevedo 

A nota do general Augusto Heleno e a bravata de Jair Bolsonaro em seu destampatório depois da divulgação do vídeo constituem duas maneiras de declarar vitória quando estão perdendo o jogo. [o jogo ainda não começou.] Explico. Ao pé letra, a nota de Heleno ameaça com golpe. Nem seria tão difícil de dar o dito-cujo, caso houvesse consenso nas Forças Armadas. Não há. A dificuldade mesmo estaria em mantê-lo. Eles não conseguem organizar um plano para enfrentar o coronavírus, e não há consenso no próprio governo sobre o rumo econômico a tomar. Ou alguém acha que os militares acreditaram no palavrório de Paulo Guedes?

Sair dando tiro, prendendo e arrebentando, havendo soldadesca disposta e armas, bem, isso é relativamente fácil. A questão é governar depois. Quanto tempo duraria a aventura? O destino dos golpistas seria a cadeia. Ou juntar os corpos da guerra civil aos das vítimas da Covid-19.  O que está em pauta é outra coisa: uma tática de intimidação do Supremo.

Bolsonaro e Heleno sabem que estão, no caso do telefone, fazendo tempestade em copo d'água. O pedido para recolher o celular do presidente foi feito por deputados da oposição. É uma petição como qualquer outra. [uma petição que, como qualquer outra, pode ser deferida. E o desejo por holofotes, torna os piores absurdos possívei.] A obrigação do ministro do Supremo é encaminhar à Procuradoria Geral da República.

Eu estou entre aqueles, por exemplo, que avaliam, e já escrevi isso aqui e disse no rádio, que o pedido não procede com o que se tem até agora.
É certo que Augusto Aras vai opinar que o pedido é descabido. Aliás, imprudente, como sempre, Bolsonaro diz ter a certeza de que será essa a opinião do procurador. Faz parecer que uma decisão de caráter técnico é um arranjo.

Como certamente já lhe disseram que Mello dificilmente mandaria recolher seu celular, quer fazer parecer, de novo, que uma decisão técnica corresponde a um recuo do ministro, para que suas milícias digitais possam gritar: "Ficou com medo, ficou com medo!!!" Basta esse joguinho vulgar para desqualificar essa gente toda no trato com a institucionalidade.

Sim, é evidente que se trata de uma tática para intimidar o Supremo. E não! Eu não acho que Mello, agora, deva, então, mandar recolher o celular só para mostrar quem manda. [será que o ministro pró condução 'debaixo de vara' também pensa assim?]  Tanto quanto possível, tem de esquecer a gritaria e decidir segundo a razoabilidade. Para a investigação que está em curso no Supremo, o recolhimento do celular não se mostra, parece-me, necessário. Até porque a reunião revelou coisas muito mais graves. A intervenção ilegal na polícia federal, como resta claro, não fica caracterizada na reunião. O que se tem é a determinação de intervir em tudo, também na PF.

Estupidamente grave, reitero, é a confissão de que o presidente quer armar a população pensando num futuro confronto de natureza política. E a admissão, pelo presidente, de que ele tem um sistema particular de inteligência. [o que o presidente chamou de sistema particular de inteligência consiste, em sua definição, de informações que recebe de amigos.
Imprudência no falar é uma característica do nosso presidente.]

Quem sairá mal no retrato é Augusto Aras. Aposta que vai fazer de conta que nada aconteceu. Afinal, ele tinha com ele esse conteúdo e opinou que deveria permanecer em sigilo. Ele tentou escondê-lo da opinião pública. Imagino Lula ou Dilma a fazer uma declaração com esse conteúdo. [Dilma é uma criminosa esperando condenação - questão de tempo - e Lula é um criminoso com duas condenações - em uma o cumprimento da pena ainda não iniciou e na outra falta cumprir alguns anos e ainda  responde a vários processos criminais.
Com uma folha corrida desse tipo, os dois tem quer ser prudentes.] Ou o contrário disso: imaginem os petistas a dizer, na fase de implementação, que o Estatuto do Desarmamento buscava tirar armas do povo para ficar mais fácil implementar uma agenda política.

Isso é o que os paranoicos dizem sobre o Estatuto, mas nunca foi uma confissão.  Pois Bolsonaro confessou: suas portarias sobre armas têm um horizonte político. Afinal, como ele diz, "a liberdade é mais importante do que a vida".

MACHADO DE ASSIS
Ai, ai... Citarei Machado de Assis num texto que trata de Bolsonaro e do general Heleno. É para elevar o debate. No romance "Esaú e Jacó", o enterro de Flora, disputada ferrenhamente pelos gêmeos Pedro e Paulo -- moralmente, eles a mataram --, se dá durante a decretação do estado de sítio pelo presidente Floriano Peixoto.

E o estupendo Machado escreve:
"Não há novidade nos enterros. Aquele teve a circunstância de percorrer as ruas em estado de sítio. Bem pensado, a morte não é outra coisa mais que uma cessação da liberdade de viver, cessação perpétua, ao passo que o decreto daquele dia valeu só por 72 horas. Ao cabo de 72 horas, todas as liberdades seriam restauradas, menos a de reviver. Quem morreu, morreu. Era o caso de Flora; mas que crime teria cometido aquela moça, além do de viver, e porventura o de amar, não se sabe a quem, mas amar? Perdoai estas perguntas obscuras, que se não ajustam, antes se contrariam. A razão é que não recordo este óbito sem pena, e ainda trago o enterro à vista..."

Com o seu "liberalismo de baioneta", é evidente que Bolsonaro não saberá o tamanho da asneira que é opor a vida à liberdade. Quando se luta por liberdade, ARRISCANDO A VIDA (ISSO É OUTRA COISA), o que se quer é uma vida livre, não uma liberdade que vague sem corpo. Porque isso não existe. Daí que Machado escreva: "A morte é a cessação da liberdade de viver". Sem vida, presidente, então se é livre para quê?  Mas, claro!, essa é uma pergunta feita por quem preza a vida.
Naquele dia 22, o da reunião macabra, já haviam morrido três mil pessoas. E havia 46 mil contaminados. Não houve uma só palavra, de ninguém!, que denotasse solidariedade, empatia ou dor.

Um mês depois, doentes e cadáveres foram multiplicados por sete. E eles todos continuam a não dar a mínima para a "cessação da liberdade de viver".  Estão ocupados em ameaçar o país com golpe de estado.

A história não lhes será leve.

Reinaldo Azevedo, jornalista - Coluna no UOL




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