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domingo, 22 de janeiro de 2023

Hipocrisia maciça - Lula quer o contrário do que fala = cobrar mais imposto, não menos - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo 

O fato é que Lula quer o contrário do que fala – seu plano é cobrar mais imposto, não menos

O presidente Lula prometeu durante a campanha eleitoral que iria isentar do Imposto de Renda todas as pessoas que ganham até R$ 5.000 por mês. Foi mentira. 
O governo acaba de anunciar que não, não vai haver isenção nenhuma; “não há espaço”, dizem, para abrir mão dessa receita. É uma trapaça. Segundo a ministra que fez o anúncio, 90% dos que pagam o IR ganham até R$ 5.000 por mês; não dá, portanto, para aliviar tanta gente assim. 
 
Mas, então, por que Lula não pensou nisso na hora de fazer a promessa? Se a isenção é impossível hoje, era igualmente impossível seis meses atrás. Ou ele não tinha a menor ideia do que estava falando? Nesse caso o candidato não sabia dos números mais elementares da questão toda; assumiu um compromisso sem ter nenhuma intenção de cumprir o que estava prometendo. 
A palavra usada para descrever uma pessoa que faz uma coisa dessas é: irresponsável.
 
Todo palavrório de Lula e do seu governo a respeito de impostos, na verdade, exibe para o público um espetáculo de hipocrisia maciça. Dizem que a “política fiscal”, a partir do dia 1.º de janeiro e pela primeira vez na história do Brasil, será feita a favor dos “pobres”. É mesmo?    Um cidadão que ganha até R$ 5.000 por mês é pobre; não pode haver nenhuma dúvida sobre isso. 
É óbvio, também, que a maneira mais imediata de um governo ajudar os pobres é parar de tirar dinheiro do bolso deles. Na vida real, porém, Lula se recusa a dar um centavo para quem tem pouco ou nada; descobriu, de repente, que “não tem dinheiro”. É falso. Há dinheiro, sim – mas não para os pobres.  
No mesmo momento em que se anunciava que não haveria isenção, o governo dava R$ 5 milhões para a atriz Claudia Raia executar um empreendimento musical, por meio da infame Lei Rouanet”; com menos de um mês de nova gerência, a festa já está desse jeito. Por que não há dinheiro para os pobres e há dinheiro para a atriz?
 
O fato é que Lula quer exatamente o contrário do que fala – seu plano é cobrar mais imposto, não menos. Desde o primeiro dia de novo governo, o ministro da Fazenda e outros barões do que passa por ser a “equipe econômica” não param de rosnar sobre a “necessidade” de mais receita. 
O ministro, inclusive, disse que “muita gente não paga imposto” nesse país – uma ameaça clara de que o governo está decidido a transferir mais renda da população para o seu próprio bolso. Sério?  
 
Quem é essa “muita gente”? Não se sabe quem seria, num país que arrecadou em 2022, só em impostos federais, mais de R$ 2 trilhões; com os tributos de Estados e prefeituras o total chegou quase a R$ 3 trilhões. Lula acha pouco. Como vai pagar os artistas?

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo


quinta-feira, 30 de julho de 2020

Governo tenta enganar o contribuinte com a proposta de novo imposto - Míriam Leitão

O Globo


O governo está tentando enganar a todos os contribuintes

A ideia do chamado imposto digital é cobrá-lo em todas as movimentações, e não só no meio eletrônicoEssa é a realidade. 
O tributo é cumulativo, cobrado nas duas pontas, e regressivoEm troca, haveria uma série de bondades. Assessor especial do Ministério da Economia, Guilherme Afif Domingos acenou com uma desoneração sobre os salários de 25%. Ele deu entrevista à “Folha de S. Paulo” sobre a proposta, que valeria para todos os salários. Ninguém no Ministério fala quanto se arrecadaria com o novo imposto ou quanto custaria a desoneração dos salários. Seria melhor debater abertamente.   

[Presidente Bolsonaro:
Apesar de todos os boicotes que autoridades de outros Poderes tem feito contra seu governo;
apesar das sabotagens e armadilhas que lhe armam;
apesar do guru de Virginia;
dos seus filhos;
do senhor mesmo.
o Senhor continua com prestígio junto à população, continua com uma margem de apoio que inviabiliza a vontade da 'turma do mecanismo' de impedi-lo,
tem excelentes chances de ser reeleito e poder enfim governar.
O que mantém sua candidatura viva, seu prestígio é a CREDIBILIDADE.
Vai ser difícil manter a credibilidade quando seus adversários - que são muitos - mostrarem, confrontarem, sua garantia de que não haverá CMPF com o novo imposto.
Acho que chegou a hora da escolha:
- descartar o Paulo Guedes e ser reeleito ou manter o Guedes, ser chamado de mentiroso e perder uma reeleição ganha.

Algum amigo, amigo verdadeiro, leal e fiel, do Presidente JAIR BOLSONARO, que ler este,  mostre para o Presidente.]


Não adianta criar um nome suave para o novo tributo. Ele não será apenas digital, o consumidor vai pagá-lo mesmo se for à loja comprar um produto com dinheiro vivo.
 Um imposto como a CPMF incide em cascata. Ele fica escondido na cadeia de produção, se acumula e onera muito mais os preços do que se parece.  Desde o início do governo, o Ministério da Economia defende o imposto sobre pagamentos cobrado nas duas pontas. Era a ideia do ex-secretário da Receita Marcos Cintra. Uma alíquota de 0,2% paga por quem compra e por quem vende, vira uma tributação de 0,4%. A cada transação durante a cadeia de produção, o tributo é recolhido. Lá na ponta, o consumidor pagará o preço. Cintra perdeu o cargo por defender o imposto, mas a proposta continua viva no Ministério da Economia.    

Em contrapartida, o governo tem oferecido um pacote de bondades. Afif sugeriu desonerar a folha de pagamentos em 25%; a ideia anterior era cortar só em empregos de até um salário mínimo
Ao ouvir a proposta, o empresário pensa que terá menos custos para contratar, o trabalhador acredita que haverá mais empregos. Outra ideia é usar a nova arrecadação para ampliar os programas de transferência de renda. A equipe econômica já acenou com uma isenção mais ampla no Imposto de Renda, para quem ganha até R$ 5 mil. Mas os detalhes dessas contrapartidas ninguém conhece.  

A equipe econômica não sabe exatamente o que vai propor. Ela  sabe que quer cobrar mais um imposto, chamado de digital para que se acredite que é possível evitá-lo. Mas não se escapa de um tributo como esse. É isso que o governo vem defendendo. Todos os contribuintes pagarão. Se o governo tem boas intenções, deveria falar claramente sobre o novo imposto. 

Míriam Leitão, colunista - O Globo 


segunda-feira, 15 de maio de 2017

Popularidade e Reforma da Previdência a qualquer custo

Governo estuda aumentar isenção do imposto de renda

O governo federal estuda aumentar a isenção do imposto de renda. Em entrevista para rádios nesta segunda-feira, o presidente Michel Temer afirmou que apreciaria “muitíssimo” ampliar a faixa de isentos, mas reconheceu que é algo complicado e que está em discussões iniciais. — Foi apenas uma primeira conversa para ampliar a faixa-limite do imposto de renda. Se você aumenta a faixa de isenção, você está permitindo que muita gente possa economizar no pagamento do tributo para aplicar no varejo, onde seja — disse o peemedebista. 

Ele comparou a possibilidade à decisão do governo, em dezembro, de liberar o saque de contas inativas do FGTS. Temer enfatizou que os saques, que já superaram R$ 17 bilhões na última sexta-feira, contribuíram para aquecer o mercado.  — Não há isso concretamente. Eu apreciaria muitíssimo. Se você me disser: “Seria bom?” Seria bom, porque seria uma maneira de alcançar boa margem de trabalhadores, que serão beneficiados por isso de um lado, e por outro lado também a economia que fariam, ao invés de pagar o tributo, iriam gastar isso na economia nacional. Mas é uma coisa complicada.

O presidente não deu detalhes de quanto seria essa isenção no imposto ou com que prazos o governo trabalha. Neste ano, esteve livre de pagar o imposto de renda quem recebeu até R$ 28.559,70 em 2016, ou R$ 2.379,97 por mês. Temer atribuiu a "mesas, cadeiras e paredes" do palácio a divulgação da conversa no Palácio do Planalto sobre uma eventual mudança na tributação.

DEFASAGEM DE 83% EM DEZ ANOS

Se a tabela acompanhasse a inflação que fechou 2015 em 10,67% e em 6,29% no ano passado, a isenção para pagamento do imposto subiria para R$ 3.460,50 e não os R$ 1.903,98 da tabela atual em vigor. Com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) superior a 6% em 2016, o ano passado registrou a maior defasagem anual dos últimos 12 anos, segundo o sindicato.

As deduções de dependentes e de educação também estão muito defasadas e não houve qualquer correção esse ano. O abatimento dos gastos com dependentes, hoje de R$ 2.275,08 por ano, na verdade deveria ser de R$ 4.166,16 se a inflação acumulada no período tivesse sido aplicada. Já o montante deduzido por educação, hoje de R$ 3.561,50, deveria ser de R$ 6.521,85, pelos cálculos dos auditores.

Fonte: Extra
 

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Janot chama de factoide ‘acordão’ com governo nas investigações da Lava-Jato e inicia sabatina exaltando sua ‘isenção’ e ‘impessoalidade’



ATUALIZAÇÃO:  Rodrigo Janot passa em sabatina no Senado: 26 votos a 1
No Plenário, Janot recebeu 59 votos a favor, 12 contrários e uma abstenção.
Resta agora aguardar o destino do Renan Calheiros - uma denúncia forte que o deixe em situação igual ou pior do que a do Cunha ou uma denúncia meramente formal e fadada a ser rejeitada pelo Supremo.  



 Procurador-geral fez uma exposição inicial em sabatina com prestação de contas de seu mandato destacando a atuação com ‘isenção’
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou na abertura de sua sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado que há um “amadurecimento de instituições” e que o seu trabalho a frente do Ministério Público Federal foi desenvolvido com isenção ao longo desses dois anos. Janot fez uma balanço rápido, em 12 minutos, do seu trabalho. 

Ele afirmou que estão em apuração “graves casos de corrupção” no país. Questionado pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), o procurador-geral negou "veementemente" a existência de um "acordão" com o governo da presidente Dilma Rousseff e chamou esse tipo de acusação de "factoide". Primeiro a chegar à CCJ, Fernando Collor (PTB-AL) acompanha na primeira fila, bem em frente à cadeira de Janot. A sabatina já dura mais de duas horas.  — Acho engraçado como esses factoides aparecem. Eu nego veementemente a possibilidade de qualquer acordo que possa interferir nas investigações — disse Janot.

Ele afirmou que, para fazer um eventual "acordão", teria de tratar disso com 20 colegas procuradores que o auxiliam no gabinete e com os delegados da Polícia Federal (PF) que investigam políticos com foro privilegiado. — Isso aí é uma ilação impossível. [salvo melhor juízo a decisão de denunciar quem, quando  e o que,  é exclusiva do procurador-geral,  decisão que não está sujeita a questionamentos legais.
Tanto que o senhor procurador-geral decidiu que INVESTIGAR e PROCESSAR são a mesma coisa e com isso Dilma não foi investigada.]