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quarta-feira, 22 de abril de 2020

Golpe frustrado - Merval Pereira


O Globo 

Inquérito pode pegar Bolsonaro

[pergunta que não quer calar:
- o que motiva grande parte da Imprensa, qualquer mídia, não veicular o número de recuperados da Covid-19 - em sua maioria, só cuida do tema quando o recuperado é quase centenário.
Em Brasília, de 913 casos confirmados, mais de 500 já se recuperaram.]
O presidente Bolsonaro tentou dar ares de apoio dos militares à sua presença na manifestação antidemocrática que avalizou no domingo em Brasília, mas soube, antecipadamente, que a área militar se incomodava com a escolha como moldura de uma ação política o Forte Apache, como é conhecido o Quartel-General do ExércitoEle convidou para acompanhá-lo o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, e o ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, que recusaram, por considerarem que a presença deles sugeriria que o Exército avalizava a manifestação.


Por ser político, os generais consideram que Bolsonaro tem o direito de participar de manifestações políticas, mas, diante da repercussão negativa, avaliaram que o presidente deu um passo em falso ao convalidar as reivindicações antidemocráticas. Por isso tiveram uma reunião com ele na noite do mesmo domingo, onde ficou combinado que Bolsonaro falaria no dia seguinte para desfazer o clima político tenso, e à noite o Ministério da Defesa deu uma nota oficial garantindo que as Forças Armadas obedecem à Constituição.

A frase proferida por Bolsonaro na manhã de segunda feira — “Já estou no poder, por que daria um golpe?” — foi dita a ele na reunião de domingo. A investigação já em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as fake news cruzará inevitavelmente com o novo inquérito aberto sobre as manifestações antidemocráticas, pois tudo indica que os mesmos que orquestram as notícias falsas contra os que consideram adversários políticos são os que organizam e financiam essas manifestações que pedem a intervenção militar e o fechamento do Supremo e do Congresso.

A piada do dia entre os parlamentares é que os sorteios no Supremo Tribunal Federal (STF) estão sendo feitos pela mão de Deus, como o gol do Maradona. O inquérito sobre as manifestações antidemocráticas caiu, no sorteio eletrônico, para o ministro Alexandre de Moraes, o mesmo que já preside o inquérito sobre as fake news contra o STF. E o pedido do deputado Eduardo Bolsonaro para impedir a prorrogação da CPI das Fake News no Congresso foi para o ministro Gilmar Mendes, um dos mais ferrenhos combatentes das fake news, e que tem assumido publicamente posições vigorosas contra as reivindicações ilegais de intervenção militar. A tal ponto que retuitou uma declaração de outro ministro do STF, Luís Roberto Barroso, não exatamente seu amigo, repudiando os que pedem a volta do AI-5 e da ditadura militar. [convenhamos que o conteúdo deste parágrafo deixa uma certa dúvida no ar... .
Oportuno completar o parágrafo abaixo, lembrando que a designação do ministro Alexandre de Moraes como relator, não foi resultado do tradicional sorteio e sim indicação do ministro Toffoli.]

O inquérito das fake news já existe há um ano no Supremo, e recebeu muitas críticas pela maneira como foi criado, em regime de sigilo como o de agora, e sem a participação da Procuradoria-Geral da República. Está mais avançado do que o procurador-geral atual, Augusto Aras, gostaria.  Ele pediu a abertura de um inquérito para investigar os atos antidemocráticos, mas excluiu o presidente Bolsonaro do rol de suspeitos de os incentivarem, provavelmente para cacifar-se à vaga do Supremo que se abre em novembro com a aposentadoria do ministro Celso de Mello.

Mas bastará um parlamentar, ou associação da sociedade civil, requisitar ao ministro Alexandre de Moraes que inclua Bolsonaro no inquérito que o pedido será encaminhado pelo Supremo à PGR, criando um constrangimento que possivelmente impedirá a não aceitação. O inquérito do ministro Alexandre de Moraes já tem uma relação de 10 a 12 deputados bolsonaristas, mais empresários, que tiveram o sigilo quebrado, e a Polícia Federal estava a ponto de fazer busca e apreensão em seus endereços quando veio a quarentena.

Com o novo inquérito, dificilmente vai dar para parar a investigação, que já teria identificado o chamado “gabinete do ódio” que funciona no Palácio do Planalto como a origem das fake news, e poderão surgir dados que liguem esse grupo palaciano, coordenado pelo vereador Carlos Bolsonaro, à organização dessas manifestações ilegais. [nenhuma simpatia pelo comportamento do vereador (atrapalha o presidente mais do que os seus inimigos conseguem) menos ainda pelo do seu mentor - aquele de Virginia, cuja contribuição para a filosofia é fortalecer aquele dito sobre a filosofia ser a ciência.... - mas provas continuam sendo essenciais no Brasil para produzir condenações - por isso a prisão preventiva, com caráter de perpétua, é tão utilizada.] 
O procurador-geral da República, Augusto Aras, conversou ontem com o ministro Alexandre de Moraes e deverá receber um relatório sobre as investigações das fake news no início da próxima semana. A investigação original é sobre o STF, mas há indícios de que está tudo ligado. A Polícia Federal deve manter os mesmos policiais que já estão trabalhando no inquérito das fake news, para dar mais agilidade às investigações. 

Merval Pereira, jornalista - Jornal O Globo





sábado, 28 de setembro de 2019

A agonia da esperança - O Estado de S.Paulo

João Domingos

Se confissão de Janot foi marketing, foi um marketing macabro

Logo depois de saber que o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot pensara em matar o ministro Gilmar Mendes, do STF, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), indagou à plateia de um evento realizado no Rio de Janeiro, ontem: “Quem vai querer investir num país desses?”. Foi a reação típica do que Maia é, um deputado com preocupações humanistas e um liberal convicto na economia. Ao mesmo tempo que se horroriza com a confissão sobre o desejo de matar feita por alguém que ocupou a chefia do Ministério Público, e que, por isso mesmo, jamais deveria admitir algo semelhante, imagina as consequências imediatas de tudo isso na economia.

Se Maia pensou logo que os investidores não vão querer vir para o Brasil ao saber que o procurador da República poderia ter matado um colega do STF, outros tiveram conclusões diferentes. Gilmar Mendes, a potencial vítima, pôs em dúvida a legalidade de todas as decisões, atos, investigações, pareceres, acusações de Janot durante os quatro anos em que esteve à frente da Procuradoria-Geral da República. [no mínimo, dois dos crimes do ex-procurador são:
-  o que que produziu a delação dos açougueiros de Anapólis; e,
-  as denúncias. contra Temer.] Terminou por aconselhar o ex-procurador a buscar a ajuda de um psiquiatra. Houve também os que viram na atitude de Janot uma tentativa de impulsionar a curiosidade pelo livro de memórias que pretende lançar daqui uns dias. Tudo seria, portanto, uma jogada de marketing.

O certo é que as pessoas que pensam se viram, de repente, se perguntando: “Mas o que é que está acontecendo no País?”. 
Como é que o ex-procurador da República diz que se armou, foi para o STF, encontrou Gilmar Mendes, sozinho, na antessala do cafezinho, e só não se tornou um assassino por ter sido contido pela mão de Deus?

Assim como essas perguntas começaram a ser feitas a partir de uma revelação chocante, outras, muitas outras, também estão por aí, no ar, e dizem respeito ao País, ao seu passado recente, ao presente e ao futuro. No caso do ex-procurador, choca o fato de uma alta autoridade da República admitir que pensou em eliminar outra alta autoridade da mesma República pela chamada defesa da honra. Gilmar, segundo Janot, enredara a filha dele, ex-procurador, numa mentira, ao dizer que ela advogava para a empreiteira OAS no Cade.

E as filhas dos que não são autoridade, e que são também envolvidas em calúnias, injúrias e difamações? Já pensou se todo mundo se armasse e fosse resolver a questão da defesa da honra à bala? E as vítimas de balas perdidas, crianças das quais roubam não o futuro, mas a vida, como a menina Ágatha, recentemente, no Rio de Janeiro?

O País vive um misto de desesperança e desespero. Desesperança por ver suas autoridades confessando intenções como as de Rodrigo Janot, por ver que as promessas feitas pelos governantes quase nunca são cumpridas, por não ver algo em que possa se agarrar para buscar um fio de esperança na vida. Desespero pelo desemprego que ainda atinge mais de 12,6 milhões de pessoas, pelo subemprego dos que pedalam de 12 a 14 horas por dia para entregar comida e receber menos de um salário mínimo, pelo gigantesco número de empresas quebradas e de vagas de emprego que se fecharam e que não têm perspectiva de reabertura.

As autoridades do País, todas elas, têm responsabilidade com o futuro dos cidadãos, sua saúde, sua educação, seu bem-estar. Boa parte, no entanto, vira-lhes as costas e vai cuidar de seus próprios interesses, de seus amigos ou familiares.
Janot talvez tenha feito de sua intenção de matar o ministro Gilmar Mendes um marketing para vender o livro de memórias que será lançado em breve. Mas, se o fez de caso pensado, foi um marketing macabro diante da realidade tão dura do povo brasileiro.
 
João Domingos, colunista - O Estado de S. Paulo
 
 

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Janot diz que chegou a ir armado ao STF para matar Gilmar - Terra Notícias

Ex-procurador-geral da República afirma que pensou em matar o ministro do STF e se suicidar depois

O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot disse nesta quinta-feira, 26, ao Estadão que, no momento mais tenso de sua passagem pelo cargo, chegou a ir armado para uma sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) com a intenção de matar a tiros o ministro Gilmar Mendes. "Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele (Gilmar) e depois me suicidar", afirmou Janot. 

Segundo o ex-procurador-geral, logo depois de ele apresentar uma exceção de suspeição contra Gilmar, o ministro difundiu "uma história mentirosa" sobre sua filha. "E isso me tirou do sério."  

Em maio de 2017, Janot, na condição de chefe do Ministério Público Federal, pediu o impedimento de Gilmar na análise de um habeas corpus de Eike Batista, com o argumento de que a mulher do ministro, Guiomar Mendes, atuava no escritório Sérgio Bermudes, que advogava para o empresário. Ao se defender em ofício à então presidente do STF, Gilmar afirmou que a filha de Janot - Letícia Ladeira Monteiro de Barros - advogava para a empreiteira OAS em processo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Segundo o ministro, a filha do ex-PGR poderia na época "ser credora por honorários advocatícios de pessoas jurídicas envolvidas na Lava Jato".
"Foi logo depois que eu apresentei a sessão (...) de suspeição dele no caso do Eike. Aí ele inventou uma história que a minha filha advogava na parte penal para uma empresa da Lava Jato. Minha filha nunca advogou na área penal... e aí eu saí do sério", afirmou o ex-procurador-geral. 

Janot disse que foi ao Supremo armado, antes da sessão, encontrou Gilmar na antessala do cafezinho da Corte. "Ele estava sozinho", disse. "Mas foi a mão de Deus. Foi a mão de Deus", repetiu o procurador ao justificar por que não concretizou a intenção. "Cheguei a entrar no Supremo (com essa intenção)", relatou. "Ele estava na sala, na entrada da sala de sessão. Eu vi, olhei, e aí veio uma 'mão' mesmo". 

O ex-procurador-geral disse que estava se sentindo mal e pediu ao vice-procurador-geral da República o substituir na sessão do Supremo. A cena descrita acima não está narrada em detalhes no livro Nada menos que tudo (Editora Planeta), no qual relata sua atuação no comando da Operação Lava Jato. Janot alega que narrou a cena, mas "sem dar nome aos bois".
 
O ex-procurador-geral da República diz que sua relação com Gilmar já não era boa até esse episódio, mas depois cortou contatos. "Eu sou um sujeito que não se incomoda de apanhar. Pode me bater à vontade... Eu tenho uma filha, se você for pai..."
Procurado, Gilmar Mendes não havia se pronunciado até a publicação da reportagem.


Portal Terra -  Colaborou Amanda Pupo



domingo, 11 de agosto de 2019

De novo com vocês, delações de Palocci - Revelações de Palocci cheiram a pirotecnia - Elio Gaspari





Folha de S. Paulo - O Globo





A colaboração do ex-ministro, divulgada a seis dias do primeiro turno da eleição, era um pastel de vento. Há forte cheiro de pirotecnia nas novas revelações 

[preciso lembrar que houve um segundo turno e muitos esperam um terceiro; 

o capitão não espera, caso esperasse com certeza sequer pensaria na volta da CPMF, ainda que com outro nome.]

Foi assim no ano passado: faltavam seis dias para o primeiro turno e o juiz Sergio Moro divulgou um anexo da colaboração do ex-ministro Antonio Palocci à Polícia Federal. Era um pastel de vento em cujo recheio havia uma única informação (Lula organizou uma caixinha de fornecedores da Petrobras e colocou o comissário como gerente), mas faltava a investigação. Quem pagou? Como? Para quem foi o dinheiro?
 
O efeito da “mão de Deus” no gol de Moro foi sentido no escarcéu que acompanhou a revelação. Hoje, graças ao Intercept Brasil, conhecem-se as mensagens trocadas pela turma da Lava-Jato em torno do assunto. Uma semana antes, no dia 25 de setembro, referindo-se a Moro e às confissões de Palocci, um procurador escreveu:
“Russo (apelido do juiz) comentou que embora seja difícil provar, ele é o único que quebrou a ‘omertà’ petista”. (Falava do código de silêncio dos mafiosos.)

Uma procuradora acrescentou: “Não só é impossível provar como é impossível extrair algo da delação dele.”
Um terceiro procurador foi além: “O melhor é que fala até daquilo que ele acha que pode ser que talvez seja. Não que talvez não fosse.”
Dois dias depois da divulgação do anexo por Moro, uma procuradora perguntava:
“Vamos fazer uso da delação do Palocci?”
Outro respondeu:
“O que Palocci trouxe parece que está no Google”.
Segundo outro procurador:
“O acordo é um lixo, não fala nada de bom (pior que anexos Google).” [os hackers (marginais contratados para invadir celulares) são bons na prática criminosa;
já o que redigiu os diálogos e os inseriu, fraudando as conversas roubadas, não é bom em criar clima de suspense.]
Fez-se um banquete com o lixo e o resto é história. Dez meses depois, Antonio Palocci volta a atacar com um novo vazamento de sua colaboração para a Polícia Federal. Moro é ministro da Justiça e uma parte da turma da Lava-Jato está sendo confrontada com suas próprias malfeitorias, mas pode ser coincidência.

Desta vez o comissário teria contado que a Ambev, uma das maiores empresas do país, fez “pagamentos indevidos” a Lula e Dilma Rousseff. Não se conhecem os anexos e, portanto, não se pode saber que pagamentos são esses, nem como foram feitos. Inicialmente a Ambev disse que não comentaria o caso (o que foi má ideia), mas sabe-se que durante três anos ela pagou legalmente um total de R$ 1,2 milhão à empresa de consultoria de Antonio Palocci. Como essa firma era um lindo biombo, nesse caso os doutores da Ambev foram comprar pasta de dentes na Cracolândia. Há um forte cheiro de pirotecnia nessa nova série de revelações de Palocci. Quanto mais cedo forem conhecidos os anexos, melhor.

Levando areia para o vento pirotécnico, Palocci teria contado que em 2002 o ditador líbio Muamar Kadafi deu o equivalente a um milhão de dólares ao PT. Para quem olha esse caso de fora, a primeira pista de que havia algo de estranho na relação de Lula com Kadafi surgiu em 2003, quando ele foi a Trípoli e disse que “jamais esqueci os amigos que eram meus amigos quando eu ainda não era presidente”.Palocci mencionou o dinheiro líbio pela primeira vez no final de 2017, quando negociava sua colaboração com o Ministério Público. Os procuradores acharam que suas revelações tinham muito pirão e pouca carne, e ele foi se confessar na Polícia Federal. Lá, voltou a falar do caso. É razoável supor que em dois anos o comissário tenha sido capaz de lembrar como esse dinheiro chegou ao Brasil e a quem foi entregue.

Na semana passada Palocci tornou-se o primeiro comissário a ganhar o direito de andar livre pelas ruas (de tornozeleira eletrônica). Ex-quindim da plutocracia, comprovadamente tornou-se um milionário durante o consulado petista.

A força de Bolsonaro no Brasil seguro
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgaram a lista das 20 cidades mais violentas e de outras 20 que poderiam ser consideradas as mais pacíficas. Cruzando-se esses dados com os números da última eleição, resulta que o capitão venceu em todas as 20 cidades onde a taxa de homicídios é baixa. Em 17 teve mais de 70% dos votos e em cinco delas, mais de 80%. Essas cidades estão em São Paulo (14), Minas Gerais (3) e Santa Catarina (3). No mapa das 20 mais violentas, Bolsonaro venceu em seis, divididas entre o Pará (3), Acre (1), Rio de Janeiro (1) e Rio Grande do Sul (1). Nas demais, todas do Nordeste, venceu Fernando Haddad. [interpretação simples: os eleitores das cidades com menos homícidios optaram pelo capitão, pela certeza que ele iria manter os índices baixos, até mesmo, reduzindo-os - não imaginaram que os inimigos do capitão, iriam criar muitas dificuldades para impedir, no mínimo dificultar, o governo do capitão;
já as cidades mais violentas (a campeã, Maracanaú, fica no Nordeste, Ceará) por razões desconhecidas, temeram que o capitão acabasse com a violência.]

Esse resultado reflete a tendência geral do eleitorado, que ficou com Bolsonaro nas regiões Sudeste e Sul, enquanto o Nordeste preferiu Haddad.Foram poucas as cidades de São Paulo e Santa Catarina onde Haddad venceu, mas mesmo assim, o desempenho do capitão nas 20 cidades mais pacíficas superou o percentual que ele obteve nos dois estados.

A segurança pública foi um fator relevante na eleição, mas não foi o único. Houve sobretudo o fator “medo”, real e manipulado. Se o discurso da lei e da ordem do capitão fosse aceito nas cidades violentas, ele teria vencido em Maracanaú (CE), a campeã na desgraça. Lá deu Haddad. [a violência. o crime e tudo que não presta estão associados ao Perda Total e Haddad foi o candidato petista.] Num raciocínio inverso, se ele fosse repelido, Bolsonaro teria perdido na vice-campeã, Altamira (PA), mas ali ele venceu.

O comportamento do eleitorado nas cidades violentas ficou tremido, mas nas cidades mais seguras bateu um 100% onde deve-se reconhecer que estava embutido um aviso. Algumas explicações para o resultado de 2018, coisas como “voto anti-PT” ou “efeito facada” valem pouco para quem quer pensar na eleição do ano que vem ou na de 2022. Quem olha a lista das 20 cidades menos violentas e vê que 14 delas estão em São Paulo deve reconhecer que Geraldo Alckmin, o “picolé de chuchu”, podia não ter sabor, mas refrescava.

 

(...)

Lula livre
Quem conhece as costuras das togas da magistratura acha que Lula pode ir para o regime semiaberto a partir do mês que vem. A decisão poderá vir do juízo de primeira instância. Se não vier, a questão irá para o Superior Tribunal de Justiça. Em último caso, a decisão será do Supremo Tribunal. [resta torcer que o TRF-4 confirme antes do presidiário cumprir 1/6 da pena confirme a segunda condenação;
devido o tratamento especial que o ladrão petista recebe do Supremo - Lula vai ao Supremo, atropelando todas as instâncias, com mais facilidade do que a encontrada por um cidadão comum para falar com o guarda da esquina - o STF é a primeira instância para Lula.
Podemos também esperar que confirmada pelo TRF-4 a segunda condenação, o presidiário mais famoso do Brasil vá direito para uma penitenciária comum.]]
O desfecho será a saída de Lula da carceragem da Polícia Federal.

(...)

Folha de S. Paulo - O Globo - Elio Gaspari