Vozes - Gazeta do Povo
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Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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Guilherme Fiuza
Talvez uma boa pista seja examinar o reverso da psicanálise rodrigueana. Sem nenhuma pretensão de pontificar, ou de suscetibilizar os especialistas, talvez o último triunfo da maior seleção de futebol do mundo tenha sido alcançado justamente pela falta do pedigree. Ou seja: o Brasil foi campeão mundial em 2002 como um vira-latas.
Ronaldo “Fenômeno” não só não estava em momento fenomenal, como se recuperava de uma cirurgia delicada no joelho e seu prognóstico para participação na Copa era duvidoso. Por outro lado, Romário, o herói do Tetra, ainda jogava em alto nível e tinha sido cortado de forma controversa na Copa anterior (por lesão que alguns achavam insuficiente para barrá-lo). A pressão pública era grande para que Romário estivesse na seleção de 2002.
O alvo dessa pressão era Luís Felipe Scolari, o técnico rude que viera substituir a escola “científica” de Parreira/Zagallo. E o gaúcho Felipão não queria saber de Romário. Criou um grupo fechado de alta confiança que a imprensa batizou de “Família Scolari”: comando, humildade, sacrifício, lealdade. Estrelismos e condutas temperamentais estavam fora. O mundo podia cair na cabeça de Felipão que ele não chamaria Romário.
Até na então nova série da TV Globo “A grande família” o tema aparecia de forma hilariante. Para disfarçar um arranca-rabo de casal diante de um hóspede, Lineu alegava que Nenê estava furiosa com o clamor geral por Romário: “A Nenê acha que o Romário não tem mais espaço na seleção”, tentava disfarçar o personagem de Marco Nanini. Já o “Casseta & Planeta” satirizava o estilo bronco de Felipão chamando-o de “Pré-Scolari”. O caminho da seleção brasileira rumo ao Japão tinha de tudo, menos soberba.
Teimoso, Felipão cismou de esperar Ronaldo para comandar o seu ataque – e as imagens do atacante de muletas não muito longe do início da competição davam um ar surrealista àquela aposta. Às vésperas do início da competição, o técnico perdeu seu capitão – o volante Emerson se contundiu numa situação prosaica de um treino recreativo, no qual estava atuando como goleiro. Parecia mesmo um roteiro todo errado.
Para o lugar de Emerson, um jogador forte de contenção, foi chamado o pouco conhecido Kléberson, que não tinha a mesma força. Muito menos a mesma liderança. Kléberson trouxe ainda mais humildade a um grupo já voltado para esse valor, e trouxe leveza ao time em campo. Foi um dos destaques do Penta.
Ronaldo se recuperou a tempo de jogar a Copa – não como o “Fenômeno” imparável das grandes arrancadas, mas com uma versão, por assim dizer, minimalista da sua exuberância. Menos correria, toques cirúrgicos, passes precisos, arremates certeiros. Ronaldo foi Romário na Copa do Japão. Até gol de biquinho fez – uma das características do jogo econômico do Baixinho. E compôs uma dupla perfeita com Rivaldo, o Tímido. Nesse time de 2002 jamais seriam vistos jogadores ajeitando o penteado antes de entrar em campo, como passamos a ver depois.
Nesse time de 2002 jamais seriam vistos jogadores ajeitando o penteado antes de entrar em campo, como passamos a ver depois
E o clímax do erro se deu 12 anos após o Penta, quando o mesmo Felipão encarnou uma versão anti-Felipão: Copa do Mundo no Brasil, festa, oba-oba, a bola ia para dentro do gol só pelo empurrão da torcida – e ainda tinha um time estrelado com Neymar e cia para dar uma ajudinha. A austera Família Scolari de 2002 virou uma passarela de ungidos em 2014 – e consumou-se o maior vexame da história da seleção, surrada pela Alemanha por 7 a 1.
O
Brasil tem muito a aprender com os “vira-latas” vitoriosos de 2002 –
não só no futebol. Superar complexo de inferioridade é bom. Mas
desenvolver complexo de superioridade não é nada bom. Quem desdenha da
simplicidade já perdeu. A feira de afetações foi longe demais. Botem a
bolinha no chão. Está cheio de falso pedigree por aí.[este ano o timinho brasileiro, tendo como técnico o tal de 'Tite" e com jogadores que pensam ter pedigree, sem saber sequer o que é - sendo um dos seus principais o inútil 'cai-cai', se orgulham que ele joga no timinho, em Copa do Mundo, desde 2010 e fingem esquecer que o timinho no mesmo período não ganhou nenhuma - não vai levar a Copa do Catar e agora tem duas ou três seleções querendo quebrar o recorde da Alemanha = surrar o timinho do Tite e TV Globo por 8 x 0. Confiram e nos cobrem, se errados estivermos.]
“É preciso não supervalorizar o inimigo, nós somos muitos poderosos. Nós é que somos a democracia. Nós é que somos os poderes do bem. Nós é que ajudamos a empurrar a história na direção certa. O mal existe, é preciso enfrentá-lo, mas o mal não pode mais do que o bem.” Quem disse isso foi o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, em evento ao lado da jornalista Natuza Nery. A fala é temerária!
Podemos especular se Barroso é um cínico ou um crente, mas a resposta importa apenas para avaliar o grau de fanatismo dessa postura arrogante. Mesmo as cobras-corais falsas agem como se tivessem veneno, pois do ponto de vista evolutivo é útil esse autoengano. Talvez Barroso tenha começado como um cínico, mas hoje passou a acreditar em suas palavras perigosas. Como não podemos avaliar a psicologia, a real intenção dos outros, tudo o que podemos fazer é julgar seus atos. E aqui o veredicto é preocupante.
Barroso, o mais pavão dos pavões supremos, comporta-se com tal empáfia que podemos apenas sentir calafrios quando lembramos do poder de sua caneta. É, sem dúvida, o ministro mais ativista da Corte, alguém que pretende legislar sem votos, pois imbuído de uma missão redentora. De cima de sua Torre de Marfim, Barroso acha — ou finge achar — que recebeu raios especiais do Deus da Razão, e que está, portanto, numa cruzada moral. Ele mesmo confessa que seu intuito é “empurrar a história”.
Em suma, Barroso é um revolucionário de toga, um ativista, um militante. Se ele considera “progresso” o casamento gay, por exemplo, então ele prefere ignorar a Constituição e o processo legislativo para qualquer mudança dela, e simplesmente decretar uma nova lei de sua cabeça. Barroso se vê como um ungido, alguém acima dos reles mortais, uma pessoa “do bem” que precisa iluminar nosso caminho, liderar rumo ao avanço moral.
O foco de boa parte da população tem sido o ministro Alexandre de Morais, com razão. O “xerife”, segundo um próprio colega supremo, tem usado sua caneta de forma arbitrária e abusiva para perseguir bolsonaristas, mandar prender deputado e jornalista sem crimes cometidos, e isso tudo é extremamente nocivo à democracia, conduta típica de tiranias. Mas nem por isso Barroso deve ser ignorado. Ele é um dos mais perigosos ali, justamente por se enxergar nessa cruzada moralista.
O presidente, eleito com quase 58 milhões de votos, é tratado como um inimigo a ser derrotado pelo “iluministro”
Em bate-boca com o ministro Gilmar Mendes em 2018, Barroso disse: “Vossa Excelência devia ouvir a última música do Chico Buarque: a raiva é filha do medo e mãe da covardia. Vossa Excelência fica destilando ódio o tempo inteiro. Não julga, não fala coisas racionais, articuladas, sempre fala coisa contra alguém, está sempre com ódio de alguém, está sempre com raiva de alguém. Use um argumento”. Em se tratando de Gilmar como alvo, podemos quase aplaudir. Mas a fala demonstra essa arrogância do ministro até para com seus pares!
“Me deixa de fora desse seu mau sentimento, você é uma pessoa horrível, uma mistura do mal com atraso e pitadas de psicopatia”, disse Barroso. “Feche seu escritório de advocacia”, rebateu Mendes. Eis o nível do nosso STF! Mas, para o propósito desse texto, o que interessa é a insistência nessa visão messiânica de Barroso, que, de tanto repetir ser alguém que incorpora o Bem, deve ter passado a acreditar nessa baboseira. E, como os cristãos sabem, pessoas realmente boas não partem de uma premissa arrogante dessas, e sim reconhecem o mal dentro delas, a besta sempre à espreita, que precisa ser domesticada em nós.
A permanência de alguém como Barroso no STF é uma enorme mancha na reputação de tão importante instituição republicana.
Seria muito melhor se Barroso abandonasse a toga e se filiasse ao Psol para seguir em sua luta revolucionária…
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Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste
Vozes - Alexandre Garcia
O PSDB teve sua semana da paixão. Uma via crucis que foi de domingo à aleluia de sábado, quando João Doria emergiu das urnas digitais com maioria de 54% dos votos válidos, que significa 1,25% dos filiados. Eduardo Leite voltou para o Rio Grande recebendo aceno de Gilberto Kassab, do PSD a que se filiara Rodrigo Pacheco. Arthur Virgílio voltou a Manaus praguejando contra Aécio e os que bolsonarizam o PSDB. Será que valeu a pena ter feito essas desgastantes prévias? Para Doria, valeu evitar decisões da cúpula do partido. Mas os tucanos foram derrotados por si mesmos, concorrendo sozinhos, numa disputa que desgastou o partido perante o eleitor e entre os tucanos de maior. E na mídia em geral, anunciou-se, como de costume, uma solução de terceira via, - essa dificilmente irá aninhar outro terceirista forte, que aceite ser vice de Doria.
A mosca azul do poder inocula suas vítimas com anticorpos para a humildade e a razão. Os infectados começam a levitar e perdem noção da realidade. O chavão da terceira via faz com que o incauto se olhe no espelho e constate que está diante da alternativa que superará a polarização esquerda-direita, aquele com quem o eleitorado sonha. Os áulicos mais próximos aplaudem - e eles traduzem como o aplauso da população. Esquece de ir até a esquina e perguntar ao primeiro passante: Você me conhece? Vai votar em mim? E vai dançando nas ilusões de partidos que estão com um olho no candidato e outro nos fundos com que os pagadores de impostos os sustentam.
Alguém acredita mesmo que terceira via subirá a rampa do Planalto
Enquanto o PSDB subia o calvário com sua cruz, no DEM, Mandetta desistia dessas ideias. Percebeu ter sido um fenômeno passageiro, promovido pelo coronavírus e pelos que promovem os dissidentes. Ao mesmo tempo, o MDB apressava-se em prometer para este dezembro, o anúncio da candidatura da senadora Simone Tebet, lançada no palanque da CPI, supostamente para evitar no partido o que acontece no PSDB, a bolsonarização. Para a direção do MDB, melhor mostrar logo candidato antes que seja tarde demais. Ciro, que já havia contratado marqueteiro, tirou o pé do acelerador, depois que viu votos com o governo no próprio PDT. Moro continua sua alegre descoberta da política fora dos tribunais, junto com general da reserva cheio de esperança. Ambos com o charme da dissidência. Fora da ilha dos políticos e jornalistas, o povo continua dividido entre Bolsonaro e Lula. Sabe que vai ter que decidir o que quer e o que não quer. Nunca ouviu falar sobre alguma proposta de terceira via, seja lá o que for isso.
Certa vez o esperto Paulo Maluf fingiu pedir conselhos ao presidente Figueiredo. O general pôs no bolso do político um papelucho com apenas uma palavra escrita: humildade. Em qualquer atividade, humildade é a mais inteligente e mais produtiva das virtudes. Não é TER humildade para mostrar. É SER humilde. Quando a mosca azul pica, alguns levitam e os humildes ficam com os pés no chão. Não se enganarão nem serão enganados. Aí, não haverá sucesso que os derrube.
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
O presidente Bolsonaro disse nesta quinta (24) que “não tem” que responder a perguntas.
“Eu não tenho que dar entrevista. Eu não tenho que responder (sic) perguntas de muitos idiotas”, disse, em comício (sic) pago com dinheiro público (sic) em Jucurutu (RN).
“Que o tempo todo só veem defeito na gente. Não estou livre de errar. Mas tenho humildade suficiente para reconhecer quando isso acontece”, acrescentou.
O presidente ainda não citou a Covaxin.[Sobre a tão falada Covaxin, se impõe destacar: Flavia Ferronato resumiu bem: "Inauguramos no Brasil o superfaturamento de compra nao realizada, desvio de dinheiro não recebido e corrupção por pagamento de preço tabelado mundialmente… Mas o certo era comprar Pfizer, pagar adiantado e esperar a Anvisa aprovar e a empresa enviar a vacina…"
O presidente Jair Bolsonaro voltou a dar chilique com jornalistas nesta quinta-feira (25). Durante o evento de inauguração do Centro de Tecnologia 4.0 em Sorocaba, no interior de São Paulo, ele gritou com uma repórter da CNN que havia feito uma pergunta sobre o atraso na compra de vacinas.
“Em fevereiro? Onde é que tem vacina para atender todo o mercado aqui e em todo o lugar do mundo? Responda? Para de fazer pergunta idiota, pelo amor de deus.”
Ao ser questionado na sequência por uma outra jornalista, Bolsonaro interrompeu furioso:
“Nasça de novo você. Ridículo, ridículo. Está empregado onde? Pelo amor de Deus.”
Desde quando Barroso declarou que desejava "empurrar a história" rumo à "justiça racial", passei a me referir a ele como "o ungido", que habita a Torre de Marfim onde o sol da Razão ilumina tudo. Barroso é um ativista que quer legislar sem votos, e o motivo disso é sua extrema arrogância como ser racional e do "lado certo" da história.
Em uma entrevista recente sobre as urnas eletrônicas, essa empáfia salta aos olhos mesmo para os menos atentos. E tamanha arrogância vem seguida de uma retórica de humildade, sem que o "iluminado" perceba a incoerência. Barroso lança mão de espantalhos para defender o que não merece muita defesa e para rechaçar como absurda a demanda legítima de mais transparência na auditoria dos votos. Eis um trecho:
"Como
presidente do TSE, estou à disposição para receber de qualquer pessoa
qualquer elemento de prova de que há fraude em nosso sistema. Meu
compromisso não é com um específico modelo de votação, mas com eleições
livres e limpas. Portanto, se alguém trouxer qualquer indício de fraude,
nós imediatamente apuraremos. Mas a volta do voto impresso, além de
todos os inconvenientes, seria inútil, relativamente ao discurso da
fraude. O discurso da fraude faz parte da retórica de certos segmentos
políticos. É a lógica do “se eu perder houve fraude”. [só o simples fato de ignorar que os cobradores de mais transparência estão entre os que ganharam as eleições, mostra que padece de excesso de empáfia, resultando no seu estilo empafioso - seus argumentos e sua vontade, por mais frágeis que sejam, devem sempre prevalecer.]
"Acredito que a defesa do voto impresso decorre do desconhecimento sobre como o sistema funciona e em razão das campanhas de desinformação. Acho que esses fatores também são determinantes para o movimento anti-vacina. A verdade é que o desenvolvimento das vacinas erradicou ou controlou uma série de doenças, muitas delas fatais. Isso faz com que muitas pessoas, notadamente as mais jovens, nem sequer se deem conta da sua importância. É por essas e outras que gosto de dizer que o país precisa de um choque de Iluminismo. Iluminismo significa razão, ciência, humanismo e progresso."
Ele conseguiu misturar desconfiança com a urna sem impressão com vacinas em geral, ignorando que a crítica de muitos era sobre o processo acelerado de desenvolvimento dessas vacinas em particular contra o Covid. Barroso deve se achar muito mais iluminado do que jornalistas como Guilherme Fiuza, que tem feito perguntas incômodas - e sem respostas. Veja o caso que Leonardo Coutinho, outro jornalista sério, trouxe: "Em maio, o governo da Indonésia e a Sinovac, fabricante da Coronavac, anunciaram que sua vacina era 98% eficaz para prevenção de mortes e 96% para hospitalizações de entre profissionais de saúde. Apenas um mês depois, a realidade que se apresenta é outra".
Mais de 350 médicos e profissionais de saúde contraíram COVID-19 na Indonésia, apesar de terem sido vacinados com Sinovac, e dezenas foram hospitalizados. O Butantan não disse que era 100% de proteção? Queremos respostas, não lacres! No entanto, lacrar é tudo que o Butantan tem feito, pelo visto, como podemos observar:
Se ele não fala ninguém saberia. Afinal, o que menos observamos em Barroso é humildade. Basta ver como ele justifica seu evidente ativismo judicial: "São poucas as decisões que eu considero ativistas: uniões homoafetivas, aborto de feto anencefálico e criminalização da homofobia. Todas essas decisões atuam em defesa de minorias e eu as qualifico de iluministas". Ou seja, se ele as considera "iluministas", então para o inferno com a Constituição, da qual ele deveria ser o guardião! É aquele tal "empurrão na história"...