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segunda-feira, 3 de julho de 2023

Polêmicas aguardam as últimas semanas da presidência de Rosa Weber no STF - O Globo

As últimas semanas da presidência da ministra Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal (STF) prometem colocar no centro do debate político e jurídico assuntos de grande repercussão nacional, não só da “pauta de costumes”, como também da agenda ambiental, que devem mais uma vez testar os ânimos da relação da Corte com o Poder Legislativo.

A ministra completa 75 anos em 2 de outubro, quando é obrigada a se aposentar e deixar a Suprema Corte. Até lá, como presidente do STF e responsável pela elaboração da pauta das sessões plenárias, ela pretende trazer para julgamento temas espinhosos para o Parlamento – e para a ala conservadora da Corte.

É o caso, por exemplo, da ação do PSOL que pediu a liberação do aborto para grávidas com até 12 semanas de gestação. O caso chegou ao STF em março de 2017 e até hoje não foi examinado pelo plenário da Corte.[o Plenário não é obrigado a aceitar que 'partidos políticos' o pautem - visto que tem autonomia para decidir o que examina e o que deixa para depois, tempo adequado para examinar assuntos menores.]

Ao assumir a presidência do STF, em setembro passado, Rosa fez questão de manter a relatoria do caso e levar o processo para o seu gabinete, ao invés de passá-lo para o ministro que deixava o comando do tribunal – o ministro Luiz Fux.

Conforme informou a coluna, o STF não tem maioria para descriminalizar o aborto, mas mesmo assim Rosa Weber pretende chamar o caso para julgamento e dar o seu voto antes de se aposentar.

Fazendo isso, o voto ficaria valendo e seria computado quando o julgamento fosse finalmente concluído, após a sua aposentadoria. Seria uma forma de marcar posição e “deixar o seu recado”, antes de se despedir do tribunal.

Nos bastidores do STF, apenas três ministros são considerados votos certos hoje para descriminalizar a interrupção voluntária da gravidez até a 12ª semana de gestação: Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Rosa Weber. [NÃO MATAR é um dos DEZ MANDAMENTOS  estabelecidos por DEUS, o que é mais que suficiente para deixar claro que NENHUM SER HUMANO pode descriminalizar o que DEUS CONDENA, o que inclui autorizar o assassinato de seres humanos inocentes e indefesos.]

A análise daquele caso, porém, se restringiu à situação de funcionários de uma clínica clandestina que haviam sido presos em Xerém, na Baixada Fluminense. Já a ação do PSOL aborda a questão de maneira ampla e irrestrita, para toda a população brasileira.[os casos são idênticos já que qualquer um que realize um aborto, na condição de paciente ou assassino, estará cometendo um crime e desobedecendo um mandamento = NADA JUSTIFICA O ABORTO. Para o aborto não cabe se invocar excludente de ilicitude = a vítima além de indefesa é inocente. ]

Atualmente, a lei garante o direito ao aborto para salvar a vida da grávida, ou quando a gestação é fruto de um estupro. Em 2012, uma decisão do STF garantiu a medida no caso de fetos anencéfalos.

O PSOL quer permitir a interrupção voluntária da gravidez até a 12ª semana de gestação, independentemente da situação da mulher.

Em sabatina no Senado, o futuro ministro Cristiano Zanin ficou em cima do muro, mas não demonstrou entusiasmo em aderir a essa corrente: “O direito à vida é uma garantia fundamental. Existe um arcabouço normativo consolidado, tanto da tutela do direito à vida como também as hipóteses de exclusão de licitude, como por exemplo na interrupção voluntária da gravidez, como prevê o artigo 128 do Código Penal.”

Outro assunto de grande repercussão que a presidente do Supremo pretende colocar na pauta é a discussão sobre a descriminalização do porte de drogas para uso pessoal, um julgamento iniciado em 2015 e que já contabiliza três votos para a descriminalização da maconha (de Fachin, Barroso e de Gilmar Mendes).[cabe lembrar que a descriminalização das drogas não influenciará de forma positiva na redução da criminalidade decorrente do tráfico = o usuário, este sim é a causa maior do tráfico = sem ele não haveria tráfico.]

Esse caso vai ser retomado com o voto do ministro Alexandre de Moraes, que “herdou” o pedido de vista de Teori Zavascki, morto em acidente aéreo em 2017, em Paraty. Dentro da Corte, a avaliação é a de que o caminho para a descriminalização das drogas parece um pouco menos difícil que o do aborto.

Mesmo que algum ministro da ala conservadora da Corte peça vista e trave novamente a conclusão do julgamento, o que é considerado provável, é possível que Rosa Weber – que seria a última a se manifestar – antecipe a sua posição e dê o seu voto, novamente para ter o seu voto computado.

Antes de deixar o tribunal, Rosa Weber ainda deve colocar na pauta de julgamento a retomada de outro julgamento, também interrompido por pedido de vista: o que trata da definição de um marco temporal para a demarcação de terras indígenas.

A medida, defendida pela bancada ruralista, já foi aprovada em projeto pela Câmara dos Deputados, mas o tema ainda está pendente de análise no Senado – e aguarda julgamento no STF.[estando o tema pendente no Senado, portanto no Poder Legislativo, não cabe ao STF se manifestar sobre um assunto que implica em definição por LEI = sendo pacífico que legislar é competência do Legislativo.]

Segundo a tese do marco temporal, os povos indígenas têm direito apenas às terras que ocupavam ou já disputavam em 5 de outubro de 1988, quando a Constituição foi promulgada.

A discussão foi interrompida no início de junho por um pedido de vista de André Mendonça. O placar, por enquanto, está em 2 a 1 contra a tese do marco temporal, ou seja, contra a utilização da data de promulgação da Constituição para a definição da ocupação da terra por comunidades indígenas. [pergunta de um leigo: estando o assunto em discussão no Poder Legislativo, caso o Supremo se pronuncie contra o marco temporal, não impede que o Poder Legislativo continue discutindo e alguns dias depois aprove o aludido marco. 

O Poder Judiciário aceitará a nova lei ou a revogará?] 

Malu Gaspar, jornalista - Coluna em O Globo

 

 


domingo, 10 de abril de 2022

Declarações polêmicas - Lula quer sabotar a própria candidatura, e está conseguindo - Alexandre Garcia

Lula fez declarações polêmicas a favor do aborto e contra a família

O ex-presidente Lula fez declarações polêmicas nos últimos dias que contrariam a maioria conservadora do país. Eu não sei qual é a intenção dele. Nesta quarta-feira (6) disse que todas as mulheres deveriam poder fazer aborto. Se não quer ter filho, que tire o filho. Com isso, ele já brigou com todas as religiões cristãs. Depois, disse que os valores da família brasileira estão muito atrasados. Ainda criticou a classe média, que é mais ou menos a maioria do país. Só faltou chamar a classe média de burguesia, como aquela pessoa que disse lá no palco: "eu odeio a classe média".

Essas declarações se somam a outras em que ele diz que vai dar toda a força para o MST, que vai cancelar as atualizações da lei do trabalho, que vai acabar com as privatizações e o teto de gastos.   
E ainda comprou briga com os deputados federais, dizendo que os sindicalistas deveriam descobrir o endereço deles para protestar. 
Tem até deputados entrando na Justiça e outros prometendo que vão esperar de arma na mão.

Eu só posso entender isso como uma vontade inconsciente de Lula, que ele talvez não controle, de não ir até o fim nessa campanha eleitoral. Ele parece querer inviabilizar a própria candidatura, esperando que o partido dê um suspiro por ele desistir.

Essa conduta de agora é exatamente o contrário da campanha que ele fez e conseguiu se eleger depois de três derrotas sucessivas em eleição presidencial. Perdeu para Fernando Collor e duas vezes para o Fernando Henrique Cardoso. Só fez 16% dos votos na primeira, depois 18% e 22%.

Só conseguiu superar esse teto quando fez a campanha do "Lulinha paz e amor", quando deu garantia para os proprietários de terra de que não haveria invasão de terra, que ia respeitar os valores da família, garantia para os empresários de que iria respeitar os acordos e a lei de mercado, mas agora parece estar fazendo exatamente o contrário. Dá a impressão de que quer torpedear a sua própria candidatura.

Totalitarismo no Ceará
Os totalitários, quando têm o poder na mão, exercem o seu totalitarismo sem pudor. Como naquele caso de Araraquara (SP), de uma senhora que foi presa porque estava na praça, sozinha, ou daquela senhora que estava treinando natação com o filho na praia, presa também. Ou do sujeito que estava vendendo picolé, do lojista de Teresina arrastado no chão…

Agora chega outra história absurda, desta vez do Ceará, por causa de um decreto do governador. Um cidadão de 55 anos, Moisés Pereira da Silva, foi ao Detran para ser servido por serviços públicos
Entrou usando máscara, mas foi exigido passaporte vacinal para receber o serviço que ele tem direito.

Ele, então, se insurgiu e disse que aquilo era uma hipocrisia, que toda pessoa lúcida sabe o que é, e apresentou argumentos para corroborar essa palavra. E aí foi preso em flagrante, por desacato, num país onde quem desvia bilhões de dinheiro do povo está solto.[e no caso do Luladrão, o maior de todos os ladrões,  é candidato à presidência da República. ]

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Ex-condenado, vence em pesquisa com 1000 pessoas - Jorge Serrão

Em um ambiente político e institucional perigosamente instável e polarizado, “pesquisas” ou enquetes acerca da “avaliação presidencial” ou sobre “eleições 2022” precisam ser analisadas e encaradas com toda cautela. A divulgação dessas informações têm o efeito imediato de induzir comportamentos, manifestações e opções da opinião pública. Verdadeiras ou falsas, com critérios científicos (estatísticos) rigorosos ou não, geralmente ouvindo, pessoalmente, por telefone ou via internet, tais “levantamentos de dados”, quando veiculados midiaticamente, influenciam o eleitorado e geram polêmicas intermináveis. Quem é favorecido (pessoa ou instituição) aprova e replica a informação. Os contrariados reclamam, questionam, desqualificam e rejeitam os resultados. Nada de anormal.



Alguns problemas fundamentais das enquetes (ops, pesquisas) de opinião: seu alto custo, quem financia a operação, com qual interesse político (tático ou estratégico) e se é racional e sensato confiar no, em geral, reduzido universo de pessoas ouvidas, em qual espaço e em quais circunstâncias conjunturais, sociais e culturais. Todos esses aspectos (sobretudo o a pergunta objetiva: a quem interesse a divulgação dos dados, favoráveis ou desfavoráveis a alguém ou determinada instituição?) deveriam ser levados em consideração por quem vai analisar os resultados. O fato concreto e objetivo é que “pesquisas” (ou enquetes de intenção de voto ou de avaliação dos governantes e instituições públicas) têm a capacidade de influir na decisão pelo voto, e não apenas “medir” a tendência de vontade do eleitorado.



No Brasil, assistimos ao fenômeno, contraditório, de um Presidente que demonstra popularidade em gigantescas manifestações de rua, porém tem seu governo criticado midiaticamente e com avaliações negativas (crescentes) nas “pesquisas” (ou enquetes). Tamanha contradição é o ponto intrigante que afeta previsões e prognósticos para a eleição 2022. Que fator valerá mais na hora da decisão final do eleitor: a popularidade (aparentemente) positiva do candidato ou a avaliação (aparentemente) negativa do governo. 


Quem determina o que é verdadeiro ou falso nessa situação divergente? Eis o dilema fundamental para se acreditar (ou não) nas “pesquisas” ou enquetes. Sobram polêmicas. A XP Política, braço do grande grupo de investimentos, divulgou uma “pesquisa”, feita em parceria com o Instituto Ipespe, que realizou 1.000 entrevistas, de abrangência nacional, de 11 a 14 de agosto, com margem de erro é de 3,2 pontos percentuais. Destaca a “continuidade na tendência de crescimento das avaliações negativas do governo Jair Bolsonaro. No levantamento atual são 54% os que dizem considerar o governo ruim ou péssimo contra 52% no mês passado. O crescimento na rejeição é constante desde outubro de 2020, quando 31% diziam considerar a gestão ruim ou péssima. Na outra ponta, os que veem o governo como bom ou ótimo somam 23%, 2 pontos a menos que na pesquisa de julho. Os dois números são os piores para o governo desde o início da série”.

Outro ponto que torna polêmico o resultado da “pesquisa” XP/Ipespe, que ouviu mil pessoas em um País de 213 milhões de habitantes, é a continuidade na tendência de crescimento das intenções de voto no ex-presidente Lula: “No levantamento de agosto, ele aparece com 40%, 2 pontos percentuais a mais que na pesquisa anterior, enquanto Bolsonaro tem 24%, 2 pontos a menos que na última sondagem. Esta é a quinta pesquisa em que o ex-presidente repete a tendência de alta – ele tinha 25% em março, quando seu nome voltou a ser testado. Atrás dele e de Bolsonaro aparecem Ciro Gomes (10%), Sérgio Moro (9%), Mandetta e Eduardo Leite (4%)”.

Segundo a XP/Ipespe, “o petista também lidera cenário alternativo, em que João Doria (5%) é testado no lugar de Leite e em que são incluídos Datena (5%) e Rodrigo Pacheco (1%) e é excluído Sérgio Moro”. A análise da XP pontua: “Nesse cenário, Lula tem 37% e Bolsonaro, 28%. Lula também continua registrando crescimento no levantamento espontâneo, quando o nome dos candidatos não é apresentado ao entrevistado: ele passou de 25% para 28%, enquanto Bolsonaro segue estável com 22%. No principal cenário de segundo turno, Lula ampliou vantagem sobre Bolsonaro. O petista oscilou 2 pontos para mais, e Bolsonaro, 3 para menos. Agora o ex-presidente venceria com 51% contra 32% do atual presidente”.

A “pesquisa” que ouviu apenas mil pessoas é festejada pelos petistas e pelos inimigos de Bolsonaro. Evidentemente, desagrada e é desacreditada pelos bolsonaristas. A contradição a ser explicada é que Bolsonaro consegue dar demonstrações públicas de apoio popular. Ao contrário do “favorito nas pesquisas” Luiz Inácio Lula da Silva - um político que tem colada em sua imagem a praga da corrupção nos governos petistas (aliás, muito bem avaliados em diversas “pesquisas”, ao contrário do governo Bolsonaro).

Fatos objetivos: Personagem que desmoralizou a honradez política, Lula é o candidato reabilitado pelo golpe que o Poder Supremo deu em três instâncias do Judiciário para lhe devolver direitos políticos, recolocando-o no “xadrez” (eleitoral). Lula também é, insistentemente, o candidato favorito em várias “pesquisas”. Curioso é que diversas enquetes, nas redes sociais, que não são encaradas com a mesma “credibilidade” dos levantamentos dos institutos tradicionais, apontam o contrário: Bolsonaro é quem venceria de goleada a reeleição. De novo, a pergunta básica: Quem aponta a “verdade”? 
 A massa nas ruas ou as pesquisas que ouvem de mil a duas mil pessoas?

Blog Alerta Total - Jorge Serrão, editor-chefe


quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Chega de treta? - O Estado de S.Paulo

Vera Magalhães

Supremo Tribunal Federal pisa no freio das polêmicas na reta final do ano

“Chega de temas traumáticos e conflituosos. Estamos correndo maratona em ritmo de 100 metros, e isso não é bom.” A frase me foi dita nesta terça-feira por um ministro do Supremo Tribunal Federal. Ele nega que a pisada no freio na maratona de decisões controversas seja uma reação à pressão popular contra a Corte, traduzida em manifestações de rua com pautas como a defesa da prisão após condenação em segunda instância e o impeachment de integrantes do tribunal. Mas o timing veio exatamente a calhar.

A principal consequência prática da propensão do STF de refrear as polêmicas deverá ser o recuo na ideia de que a Segunda Turma analise ainda neste ano o pedido de suspeição do ex-juiz e hoje ministro Sérgio Moro no julgamento de Lula no caso do triplex. [o recuo previsto, e conveniente ao STF está confirmado.]
Antes, a ideia de Gilmar Mendes era levar o habeas corpus de volta à turma ainda neste mês. Agora, ministros do colegiado já dizem que o caso não deve ser analisado neste ano.

No entendimento de observadores dos humores supremos, o fato de que a decisão sobre prisão após condenação em segunda instância já levou à soltura de Lula ajudou a arrefecer a pressão pelo julgamento da suspeição de Moro. Assim, seria dar mais corda às manifestações nas ruas e nas redes sociais contra a Corte pautar um HC que poderia levar à anulação da sentença que condenou Lula – e que foi confirmada posteriormente por dois colegiados, o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região e o Superior Tribunal de Justiça.

“Seria muita ousadia até para o Supremo de hoje anular uma sentença confirmada por tantos juízes, usando para isso evidências obtidas por meio do cometimento de um crime”, observa um ministro do STF que não integra a Segunda Turma. Significaria relativizar o escrutínio amplo dos desembargadores do TRF-4 sobre as provas colhidas no processo em nome de mensagens obtidas a partir do hackeamento dos procuradores que, ainda que mostrem conversas impróprias entre eles e Moro, não trazem nenhuma evidência de fraude processual ou existência de prova falsa ou forjada.

Assim, nesta quarta-feira o STF deve encerrar a temporada de julgamentos espinhosos, de ampla repercussão política e em investigações criminais. Nem os próprios ministros se arriscam a um palpite a respeito de que tese vai prevalecer na análise do mérito de liminar do presidente da Corte, Dias Toffoli, que sustou todas as investigações do País que tenham tido origem em relatórios de inteligência do antigo Coaf e da Receita Federal. Conversas com ministros de diversas vertentes permitem esperar que alguma restrição ao compartilhamento de dados da Unidade de Inteligência Financeira deve ser imposta, mas provavelmente não se exigirá autorização judicial para todos os casos, nem para que todos os órgãos tenham acesso.

Mesmo muitos ministros que concordam com alguma forma de regulamentação discordam da extensão da liminar de Toffoli, que paralisou todas as investigações do País decorrentes de relatórios do Coaf e da Receita – sendo que, no caso desta última, o próprio Supremo já julgou Adin que reconheceu uma lei complementar do governo FHC que regulamentou a atuação do órgão. Portanto, a liminar tal qual a conhecemos – e que teve como beneficiário direto o senador Flávio Bolsonaro, autor do pedido de paralisar o inquérito de seu ex-assessor Fabrício Queiroz, – pode cair e dar lugar a alguma decisão de caráter geral e menos draconiana. Se de fato tirar o pé do acelerador depois do caso Coaf, o STF tentará aplicar nos estertores de 2019 aquilo que Toffoli prometeu em sua posse: que o Supremo pare de ser o protagonista da vida política do País. Até aqui, foi rigorosamente o oposto.
 
Vera Magalhães, colunista - O Estado de S. Paulo
 
 

terça-feira, 30 de julho de 2019

Coincidências de datas - Merval Pereira

Datas indicam intenção de beneficiar Lula

O Globo

Para variar, a semana foi de polêmicas para Bolsonaro, que, entre outras coisas, comentou que o jornalista Glenn Greenwald podia “pegar uma cana aqui mesmo”.
Referia-se à publicação, pelo site Intercept Brasil, das conversas hackeadas entre o então juiz Sérgio Moro e o coordenador dos procuradores de Curitiba, Deltan Dallagnol. Não se trata aqui de concordar com a atitude do site, que, ao divulgar os diálogos, o faz a conta-gotas, numa edição que busca interpretar as conversas e fazer ilações, sem colocá-los no contexto em que foram realizados. Nem com o viés claramente tendencioso em busca da anulação de processos para ajudar a libertar Lula.

Trata-se de defender a liberdade de expressão, pura e simplesmente. Se Glenn Greenwald não participou da operação de hackeamento, nem a encomendou, não há como “pegar uma cana”. Está protegido, como todos os jornalistas brasileiros, pela Constituição. Mesmo que tenha pagado pela cessão do material, terá cometido no máximo um ato antiético. No entanto, a ligação política que surgiu com a revelação, confirmada por ela, de que Manuela Dávila, ex-candidata a vice pelo PCdoB em 2018 na chapa do petista Fernando Haddad, foi a intermediária entre o hackeador e Intercept Brasil, reforça a hipótese de que a publicação desse material tem objetivos políticos.

E há coincidências que não podem ser evitadas. O hacker Walter Delgatti Neto diz que procurou Manuela DÁvila no dia das mães, 12 de maio. No mesmo dia, Glenn Greenwald entrou em contato com ele pelo Telegram.  Nove dias depois, a 21 de maio, Glenn Greenwald esteve visitando Lula na sede da Polícia Federal em Curitiba, para fazer uma entrevista com ele, que havia sido autorizada pela Justiça no início do ano. É certo, portanto, que Greenwald já tinha o material quando conversou com Lula na cadeia.  No dia 9 de junho, dezenove dias depois da entrevista, o Intercept Brasil começa a divulgar as conversas hackeadas.

Entre o primeiro dia em que o hacker fez o contato com Glenn Greenwald, e a publicação, passaram-se exatos 29 dias, ou quatro semanas. Glenn Greenwald, ao publicar os diálogos, declarou: “ficamos muitas semanas planejando como proteger a nós e nossa fonte contra os riscos físicos, riscos legais, riscos políticos, riscos que vão tentar sujar a nossa reputação.”.  No fim do mês de abril, no dia 27, uma entrevista com Lula foi publicada pela Folha de S. Paulo e o El País e, como se fosse premonitório, o ex-presidente garantiu ter (...) “obsessão de desmascarar o Moro, de desmascarar o Dallagnol e a sua turma”.  [conforme era de se esperar, juntou a incompetência lulopetista, petista e do jornalista e a tentativa de desmascarar Moro e os procuradores, foi um enorme fracasso, um tiro pela culatra, um tiro no pé, ou como dizem 'o escândalo que encolheu'.

O conteúdo divulgado pelo intercePTação, continua sendo comentado devido as prisões efetuadas pela PF - não tivessem ocorrido, haveria somente alguns comentários esparsos.

As semanas de planejamento que o jornalista americano diz ter despendido para se proteger de riscos, entre eles o de sujar a reputação, de nada adiantou.
A credibilidade do intercePTação está menor do que a do 'gramna' - aquele jornaleco cubano, muito usado para compensar a crônica falta de papel higiênico em Cuba. ]

Uma pergunta que não quer calar:
será que nas conversas de Dallagnol com outros procuradores, ou mesmo com Sérgio Moro, não havia um espaço para troca de informações sobre outros casos da Lava Jato que não os relacionados ao caso de Lula?  Delgatti Neto disse também que entrou nas conversas sobre a Operação Greenfield em Brasília, que apura desvios em fundos de pensão. Pelo seu relato, não encontrou nada de ilegal nas conversas,  por isso não se interessou. Que estelionatário mais preparado esse, que sabe onde há supostas irregularidades processuais, e sabe onde não há.


Tiro na cabeça
Como era óbvio, o presidente Jair Bolsonaro aproveitou-se da tragédia acontecida no Rio, onde um morador de rua, provavelmente drogado, matou duas pessoas e feriu várias outras com uma faca, para defender sua política de armamento.  Disse o presidente: “Um morador de rua esfaqueou, matou, executou duas pessoas no Rio de Janeiro. Agora, não tinha ninguém armado para dar um tiro nele, é impressionante. Mas tudo bem. Estava drogado o cara? Tá certo. Viciado em drogas”. [o presidente está certíssimo em sua colocação - uma pessoa armada teria encerrado o assunto, ou abatendo o drogado, nmeultralizando-o com um tiro em área não letal,  ou até mesmo efetuando um disparo para o alto;
o fato do assassino ser um viciado em drogas reforça o entendimento de que o combate as drogas tem que incluir o usuário, punindo o uso com rigor, já que é um fator que além de estimular o tráfico, aumenta criminalidade.]
Outro que se aproveitou da situação para defender sua “política de segurança” foi o governador do Rio Wilson Witzel. “Se eu estivesse no lugar do policial, teria dado um tiro na cabeça dele, para evitar imediatamente”.  Bolsonaro procurou ressaltar que se houvesse pedestre armado com um revólver, teria resolvido a situação. Ou mais pessoas poderiam ter morrido, no mínimo por bala perdida. Certamente nem todo mundo tem preparo e o sangue-frio do PM que atirou na perna do morador de rua surtado para imobilizá-lo. Não precisou matá-lo. Quem considerar que merecia morrer mesmo, estará praticando a lei de Talião, o “olho por olho, dente por dente”, que já foi superada pela civilização ocidental. [Será que foi? os Estados Unidos estão entre os líderes da civilização ocidental e não pensam assim - confira aqui.]

O governador Witzel admitiu, relutantemente, que o policial agiu com correção e sabedoria. Mas, depois de dizer que, se fosse ele, atirava para matar, colocou ressalvas: “Toda ação militar está sujeita a erros. Existe a teoria e na prática pode não funcionar. O agente foi melhor do que eu imaginava, atirando para neutralizar. Parabéns à Polícia Militar, foi uma ação muito profissional, minimizando ao máximo o número de vítimas. Qualquer tipo de equívoco, vamos corrigir.”
Merval Pereira, jornalista - O Globo