Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador strip-tease. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador strip-tease. Mostrar todas as postagens

domingo, 24 de maio de 2020

Armamentismo de Bolsonaro tem aroma venezuelano - Blog do Josias

Em política, nada do que se diz voluntariamente é tão importante quanto o que se ouve sem querer. Ao liberar o vídeo do strip-tease [mudou o significado?] que Jair Bolsonaro chama de reunião do conselho do governo, o ministro Celso de Mello, do Supremo, permitiu que o país escutasse barbaridades que o presidente preferia esconder. Entre elas a teoria de que é preciso armar o povo para evitar um golpe. Essa pregação cheira mal. Tem um aroma venezuelano.

Hugo Chávez, o coronel autocrata da Venezuela morto em 2013, fundou em 2007 a Milícia Nacional Bolivariana. Hoje, esse grupo é a maior força armada do país. Reúne mais de 2 milhões de civis voluntários. Juram defender a Venezuela. Na verdade, compõem uma força paramilitar que ajuda a prolongar o regime ditatorial de Nicolás Maduro, o sucessor de Chávez.

Bolsonaro tem o hábito de criar assombrações para depois se assustar com elas. Na reunião com seus ministros, em 22 de abril, o capitão enxergou o fantasma de um golpe escondido atrás da política de isolamento social. E insinuou que deseja armar o brasileiro para que ele se desafie a autoridade de governadores e prefeitos. "Como é fácil impor uma ditadura no Brasil! Como é fácil!", disse Bolsonaro. "O povo tá dentro de casa. Por isso que eu quero, ministro da Justiça e ministro da Defesa, que o povo se arme! Que é a garantia que não vai ter um filho da puta aparecer pra impor uma ditadura aqui! Que é fácil impor uma ditadura! Facílimo! Um bosta de um prefeito faz um bosta de um decreto, algema, e deixa todo mundo dentro de casa. Se tivesse armado, ia pra rua."

Se a coisa ficasse só no gogó seria apenas absurdo. Mas a pregação evoluiu para uma portaria, assinada pelo general Fernando Azevedo e Silva, ministro da Defesa, e por Sergio Moro, então titular da pasta da Justiça. Elevou-se a quantidade de munição que um civil com porte de armas pode comprar. Antes, permitia-se a aquisição de 20 cartuchos por ano. Agora, pode-se adquirir até 300 unidades por mês, dependendo do calibre da arma.
"Eu peço ao Fernando e ao Moro que, por favor, assine (sic) essa portaria hoje que eu quero dar um puta de um recado pra esses bosta! (sic) Por que que eu tô armando o povo? Porque eu não quero uma ditadura! E não dá pra segurar mais! Não é? Não dá pra segurar mais!"

O fantasma que politiza o vírus, convertendo estratégia sanitária em golpismo, só existe nos delírios de Bolsonaro. Mas o desejo de criar uma legião de adoradores armados é tão real quanto inconstitucional. A Constituição brasileira concede ao Estado o monopólio da força. Ministros do Supremo ficaram de cabelo em pé e olhos abertos. Um dos magistrados da Suprema Corte disse à coluna: "O presidente Bolsonaro tem pouco apreço pela imprensa livre e adora participar de manifestações em que proliferam as faixas pedindo o fechamento do Congresso e do Supremo. Alguém que coleciona derrotas judiciais já deveria ter compreendido que o Brasil não é a Venezuela."

Por uma trapaça da sorte, Nicolás Maduro também passou a tratar a cloroquina como uma poção mágica de grande utilidade na pandemia. Dias atrás, o ditador anotou no Twitter: "Felicito ao pessoal científico da Saúde de nosso país, que trabalha com boa fé e amor para proteger a saúde do povo. Com eles avançamos na produção do difosfato de cloroquina, fármaco eficiente para o tratamento contra o covid-19".
No Brasil de Bolsonaro, como se sabe, a paixão do presidente pela cloroquina ultrapassa todos os limites, inclusive os da ciência. O remédio fez com que dois médicos se dessem alta do Ministério da Saúde em plena pandemia: o ortopedista Henrique Mandetta e o oncologista Nelson Teich. Os governantes costumam se diferenciar pelo que mostram e se assemelhar pelo que escondem. Na vitrine, Bolsonaro acha que é o avesso de Maduro. Entre quatro paredes, reunido com seus ministros, o capitão esgrime uma bula que o aproxima do seu contrário.

Blog do Josias - Josias de Souza, jornalista - UOL


segunda-feira, 24 de junho de 2019

Burlesca

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por H. JamesKutscka
Creio que o adjetivo que nomeia este artigo ainda não tenha sido usado por mim (está cada vez mais difícil de encontrar um) em nenhum texto anterior, na tentativa de definir a atitude de alguns políticos da oposição ao atual governo, que praticam uma espécie de “bullyng” de gangue infantil contra qualquer dos seus representantes.

Adjetivos como, surreal, indecente, canalha, já foram usados à exaustão sem resultado prático.

Na última quarta-feira, (19/06/19) tivemos a oportunidade de assistir a um espetáculo “sui generis” transmitido pelos principais canais de notícias do país: Um juiz sendo inquerido por delinquentes.A atitude dos senadores “Huncerto Bosta” e “Cabeleira”, bem se adequam ao adjetivo título deste artigo, que entre outras definições, serve para caracterizar uma dança que termina com strip-tease.

Assim foi. Depois de darem um espetáculo de asneirice, tentando inculpar o Ministro Moro em uma trama inexistente, atirando suas plumas de maledicência por sobre os espectadores, se descobriram com suas mentiras no centro do palco diante à fria e imparcial objetividade do ministro, que sem necessitar de artimanhas, lá os colocou exibindo  suas bizarras e grotescas nudezes.

Já na quinta-feira, após um breve recesso, o “Cabeça de Porongo”, jornalistazinho da esquerda, busca por mais lenha na fogueira com novas revelações de conversas dos juízes da “Lava Jato” postadas no aplicativo Telegram. Que mesmo, como disse o Ministro, que fossem reais, nada teriam de ilegal. O “Piu  Piu “, (já notaram  como o “ Cabeça de Porongo” se assemelha ao passarinho tonto  do  desenho animado?)  que quando foi demitido de seu último emprego em uma rede de TV, coçou solenemente a genitália frente as câmeras e Boris Casoy, em um ato de profundo desrespeito com o apresentador e todos telespectadores; está apenas tentando sobreviver do único jeito que sabe.

Me pergunto: onde estavam esses zeladores da moral e dos bons costumes durante os últimos governos?  Certamente ocupados acobertando os crimes de lesa pátria, cometidos pelos políticos, mantendo o domínio sobre as mentes anestesiadas da plebe ignara mesmerizadas e direcionadas por sanduiches de mortadela, enquanto eram regiamente recompensados pelo trabalho de desconstrução da realidade em seus meios de comunicação, trama que está vindo irremediavelmente à tona desde a posse do novo governo.


Por outro lado, seria pueril esperar que senadores, deputados e membros do judiciário, iriam votar a favor de diminuir suas regalias garantidas por um código penal obsoleto e uma constituição tão remendada que já não é mais possível distinguir sua aparência original. Qualquer reforma de base, seja na Previdência seja no Judiciário somente será possível com uma limpeza geral no Congresso e no STF.

Nosso atual presidente foi paraquedista  do nosso Exército, então recordo de uma história em quadrinhos de ficção científica, onde  em uma guerra do futuro um  grupo  de paraquedistas  preparava-se para saltar atrás das linhas inimigas, no braço do sargento que dava as últimas instruções  havia uma tatuagem onde  se lia : Paraquedista não morre, vai para o inferno e se reagrupa (quadrinhos também são cultura). Em uma guerra, esse é o espírito.

Como costuma dizer um querido amigo meu: “Já vi multidões saírem às ruas para protestar contra algo, mas pela primeira vez, vi milhões de pessoas se manifestarem nas ruas a favor de um governo”. Meu caro presidente, não lhe falta apoio, e em uma guerra é importante o “timing”.

A hora é agora, artigo 142 e 357 do código penal militar neles. A única arma necessária para tanto é sua caneta de plástico.

sábado, 29 de dezembro de 2018

Começa a Era Bolsonaro

Veio pra mudar, mas será que vai dar certo?

O governo Jair Bolsonaro, entre tantas indagações e perplexidades, oferece ao menos uma certeza: veio para mudar. Se triunfará, é outra história, que começa daqui a dois dias.  Não lhe falta lastro popular: segundo o Ibope, inicia-se sob as expectativas otimistas de nada menos que 75% da população.
Não é pouco – e é surpreendente, já que se elegeu com 59% dos votos válidos, o que significa que ou as urnas se equivocaram ou 16% dos que votaram no PT mudaram de ideia dois meses após o segundo turno, não obstante o radicalismo que marcou a campanha. Como não há registro físico dos votos, nunca se saberá. O que importa é que o anseio por mudança, que começou a se exteriorizar em 2013, numa sucessão de gigantescas manifestações de rua em todo o país – e que desaguou, em 2016, no impeachment de Dilma Roussef -, foi por ele capitalizado.As mesmas multidões voltaram a se manifestar em sua campanha, sobretudo após o atentado de que foi vítima.
O fenômeno Bolsonaro não é obra individual. Ele tornou-se estuário do clamor popular por ruptura com a (des)ordem vigente, que o impeachment não aplacou. Ao contrário, intensificou. Michel Temer, o estepe de Dilma, mesmo conseguindo a façanha de fazer com que o país parasse de piorar, não serenou o quadro. Entrega um país um pouco melhor que o que recebeu, mas, no plano moral, manteve o padrão, exposto pela Lava Jato. Ele e Dilma, entre outros companheiros da parceria PT-MDB, devem se reencontrar em breve nos tribunais.

Desde a retomada do poder pelos civis, a partir de 1985, o país passou a seguir uma agenda de fundamentação esquerdista, em conluio com o mais deslavado fisiologismo, levado ao paroxismo a partir dos governos do PT. Não podia dar certo – e não deu. A soma de corrupção com gestão temerária tornou-se insustentável e levou o país à ruína. À exceção do breve interstício do Plano Real, que o PT liquidou, o país patinou, entre um governo e outro, na instabilidade econômica, política, social e institucional. A Lava Jato submeteu os três Poderes a um strip-tease moral sem precedentes. O saldo é eloquente: 14 milhões de desempregados, déficit orçamentário de R$ 150 bilhões, mais de 60 mil homicídios anuais, índice de guerra civil. Entre outras coisas.
O resultado foi a eleição de alguém que, ao longo de todo esse processo, foi o contraponto ideológico mais veemente aos sucessivos governos, com ênfase aos do PT. A princípio, era uma voz periférica, a bradar da tribuna do baixo clero da Câmara, sem audiência do grande público, ao qual só chegava de forma caricatural, nos momentos (não poucos) em que se excedia em sua retórica. Gradualmente, porém, com a deterioração da cúpula política, passou a ser ouvido, valendo-se da intermediação das redes sociais, já que a mídia convencional o ignorou até onde pôde.
Importa dizer que a sociedade, em sua maioria, viu (e vê) nele um corpo estranho ao ecossistema político vigente, e em condições de mudá-lo. A montagem ministerial, não obstante controvérsias pontuais, foi bem avaliada, segundo o Ibope. Os próprios adversários já admitem que não será fácil reverter o processo que se inicia. José Dirceu previu que “a Era Bolsonaro será longa”. E Fernando Haddad já declarou que o projeto liberal do novo governo “pode dar certo”. Admitir, porém, não significa se conformar.
O PT retoma sua maior habilidade: a de força predadora. Fará (já está fazendo) oposição sistemática. Terá, porém, contra si a Lava Jato robustecida, cujo símbolo, Sérgio Moro, deixa a modesta primeira instância de Curitiba para assumir a cabine de comando do Ministério da Justiça. O Brasil que se inicia, mesclando tecnocratas, militares, políticos e neófitos, terá múltiplos desafios e enfrentará turbulências. Terá de aprender a trocar o pneu com o carro andando.
De tédio, com certeza, não padeceremos. Apertem o cinto – a viagem vai começar.

Ruy Fabiano, jornalista- Blog do Noblat - Veja
 

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Ações de Lula levam à vitrine a ficha suja de Lula

A sabedoria popular ensina: quem tem calos não deve se meter em apertos. Com a inelegibilidade latejando, Lula pediu ao Supremo que abrisse sua cela, para que ele pudesse mergulhar na campanha.  O feitiço acabou enfeitiçado no plenário da Suprema Corte, que cogitava não só manter Lula na tranca como carimbar sua ficha suja. 

Espremido, Lula solicitou ao Supremo que esqueça sua petição.  Na véspera, com receio de violar regras do TSE, Lula fora obrigado a colocar seu poste na rua. Com dez dias de antecedência, converteu Fernando Haddad em número dois de sua chapa, acomodando Manuela D’Ávila no banco de reserva.  Lula promoveu o strip-tease de sua suposta candidatura em apenas dois movimentos. Num, reconheceu a indigência jurídica do seu plano ao fugir do supremo veredicto sobre sua inelegibilidade. Noutro, deu à luz a chapa Haddad—Manuela.

Com tanta desenvoltura, Lula acabou transportando sua ficha suja do fundo da loja do PT para a vitrine. Foi como se o estrategista do bunker carcerário desejasse criar um novo brocardo: nunca deixe para amanhã o que você pode deixar hoje.  O PT mantém a intenção de registrar a candidatura de Lula no Tribunal Superior Eleitoral na data-limite: 15 de agosto. Mas Lula, desde logo, vai se despindo da condição de candidato para assumir novamente o papel de levantador de postes.

Blog do Josias de Souza
 

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Caso Lula torna sessão do STF um strip-tease



O julgamento do habeas corpus de Lula deixou o Supremo Tribunal Federal numa constrangedora posição. A posição de uma Corte supostamente Suprema em que uma banda do tribunal exige respeito a uma jurisprudência que outra ala deseja desrespeitar. O confronto entre os dois grupos desmoraliza o conjunto do Supremo. Exposto na sessão que se realiza na tarde desta quarta-feira, o conflito transformou o plenário da Suprema Corte em palco de um strip-tease.

Relator da encrenca, Edson Fachin esclareceu o que está em julgamento: depois que o STJ indeferiu um pedido de Lula para não ser preso, o condenado bateu às portas do Supremo. Fachin sustentou que não há razões para deferir o pedido de Lula. Realçou que os ministros do STJ não fizeram senão cumprir a jurisprudência do Supremo, que autoriza a prisão de sentenciados na segunda instância. Uma jurisprudência fixada em 2016 e ainda não modificada, pois Cármen Lúcia, presidente da Corte, ainda não pautou o julgamento de duas ações que questionam a regra sobre prisão.

Gilmar Mendes pediu para antecipar seu voto. E abriu duas divergências. Numa, sustentou que o caso de Lula, embora específico, serve, sim, para que o Supremo rediscuta a prisão na segunda instância em termos genéricos. Deu de ombros para o fato de Cármen Lúcia ter pautado o habeas corpus de Lula antes das ações genéricas, liberadas pelo relator Marco Aurélio Mello para julgamento desde dezembro. Noutra divergência, Gilmar revisou o voto que havia proferido há dois anos: passou a avaliar que a prisão de condenados deve ser executada na terceira instância (STJ), não na segunda.

Sem antecipar o voto quanto ao mérito do pedido de Lula, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello ecoaram Gilmar quanto à possibilidade de utilizar o habeas corpus de Lula para reformar a regra sobre prisão. Contrafeita, Cármen Lúcia interveio para explicar por que o habeas corpus de Lula chegou ao plenário antes das ações que pedem a revisão da regra de 2016. O relator Marco Aurélio chutou o balde: “Em termos de desagaste, a estratégia não poderia ser pior.”

Objetivamente, a questão é simples. A jurisprudência em vigor estabelece que é válida a prisão em segunda instância. O habeas corpus, de Lula ou de qualquer outro condenado, não é ferramenta adequada para modificar a decisão tomada pelo Supremo. Ao contrário, serve para aplicá-la. O caminho para a mudança da regra é a ação direta de constitucionalidade, que Cármen Lúcia não incluiu na pauta.

Chegou-se a um incômodo paradoxo: um pedaço do Supremo deseja rever decisões em que o STJ e o TRF-4 aplicaram no caso de Lula a jurisprudência do próprio Supremo, que autoriza o envio para o xadrez de condenados na segunda instância. O saldo provisório do strip-tease é o desnudamento do processo de autocombustão em que se meteu a Suprema Corte. O saldo final depende da tomada de todos os votos. Trata-se de saber se a lei vale para todos ou se a impunidade será assegurada para personagens como Lula, acima de um certo nível de renda e poder.

Blog do Josias de Souza