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quinta-feira, 14 de maio de 2015

Não vale o que está escrito – não esqueça Dilma: no plenário do Senado a votação é secreta



De duas, uma. Ou a presidente Dilma está arrependida de ter indicado o jurista Luiz Edson Fachin para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal ou está dando gargalhadas diante das respostas dele na sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Porque o Fachin que esteve ontem a responder aos senadores não é o mesmo que escreveu textos que colocavam em dúvida o direito à propriedade ou questionavam a família tradicionalmente formada.  Fachin ontem nem precisou explicitar o pedido para esquecerem o que escreveu. Ele mesmo tratou de fazer uma releitura de anos e anos de militância jurídica, explicando que todas as ideias polêmicas que defendeu ao longo de sua vida eram apenas questões que estavam sendo "problematizadas" em discussões acadêmicas, e não representam o pensamento que vai guiá-lo se for aprovado pelo Senado para o STF.

Na verdade, o que se viu ontem no Senado foi um jurista quase conservador, defensor da tradição, família e propriedade. Ao jurista que escreveu um prefácio de um livro a favor da bigamia, afirmando que as ideias pertenciam a "mentes generosas e corajosas, preocupadas incessantemente com o que nos define como humanos", o jurista sabatinado respondeu ontem: "sempre acreditei que os valores da família , de pátria e de nação são fundamentais para progredir".

O jurista "que tem lado" escreveu, sobre a bigamia, que "quem se acomoda no dogmatismo enclausurado ou (...) elimina a instância jurídica como instrumento de emancipação  “ não cabe em um bonito sonho sobre "(...) as propostas que embalam significantes e significados no berço que desempacota os nós de alguns ninhos". Mas ontem foi às lágrimas quando se referiu ao casamento de quase 40 anos com a desembargadora Rosana Amara Girard Fachin, e aos filhos, todos presentes. Sobre propriedade privada, Fachin escreveu que "o instituto da propriedade foi e continuará sendo ponto nevrálgico das discussões sobre questões fundamentais do país. (...) De um conceito privatista, a Constituição em vigor chegou à função social aplicada ao direito de propriedade rural. É um hibridismo insuficiente, porque fica a meio termo entre a propriedade como direito e a propriedade como função social. Para avançar, parece necessário entender que a propriedade é função social."

Nos vídeos que mandou colocar na internet e nas palavras que disse ontem no Senado, Fachin acha que a propriedade é um direito fundamental e, como tal, nós devemos seguramente obediência a esse comando constitucional. "Por que a Constituição é o nosso contrato social. [...] Nenhum de nós pode ter uma Constituição para chamar de sua ".

Garantismo constitucional e valores cristãos e democráticos podem ser as definições de seus compromissos mais profundos, segundo afirmou ontem. A certa altura, como quem não queria nada, lembrou que fora coroinha de igreja quando criança, a ressaltar suas raízes católicas. Fachin ressaltou sua formação civilista com louvores à democracia e à necessidade de o Poder Judiciário não assumir funções que são próprias do Legislativo: "O juiz não pode nem deve substituir o legislador", disse numa homenagem aos sabatinadores . Foi de tal ordem a diferença entre o Fachin de antes e o de depois da indicação, que parece que ele foi indicado por certas virtudes na visão de Dilma que fez questão de negar no Senado, talvez sentindo que seus pensamentos não correspondiam ao pensamento médio dos senadores.

O senador Ricardo Ferraço, que foi o primeiro a levantar a questão da dupla militância como advogado procurador do estado do Paraná e advogado particular ao mesmo tempo, o que era proibido pela Constituição do estado quando assumiu a função na Procuradoria — insistiu na denúncia, que foi rebatida por Fachin com os mesmos subterfúgios de "expectativa de direito" pois era permitido quando fez o concurso , e teve permissão da OAB local.

O senador definiu Fachin, logo no início da sabatina, como "vítima das suas convicções". Deve ter chegado ao final com a convicção de que Fachin não tem convicções, apenas se dispõe a "problematizar" os temas pelo gosto de um bom debate acadêmico. Tamanha a diferença entre um Fachin e outro que o senador Cássio Cunha Lima teve que perguntar se ele garantia que sua posição no Supremo corresponderia ao seu depoimento, e não aos textos que escrevera até então.

[para melhor analisar a ética do Fachin – ÉTICA e REPUTAÇÃO ILIBADA andam juntas – deve ser lembrado que o indicado da Dilma, o defensor da poligamia, do MST, das amantes, da extinção da família, não teve escrúpulos, nem ética, quando atuou como advogado no Tribunal de Justiça do Paraná em 57 processos, sendo sua esposa desembargadora daquela Corte.]

Fachin garantiu que o que vale não é o que está escrito, mas o que falara naquela sessão.

Por: Merval Pereira – Coluna O Globo

PT foi decisivo para derrotar governo em votação que mudou cálculo da aposentadoria



Fator previdenciário foi criado em 1999, no governo FH, mas todos os 45 tucanos presentes votaram pela mudança
Mesmo sob pressão do Palácio do Planalto, foram os deputados do PT que possibilitaram a derrota do governo Dilma Rousseff em votação que aprovou a alteração do cálculo da aposentadoria. Nove dos deputados petistas votaram pela mudança no fator previdenciário e outros cinco não compareceram à votação. Caso todos os 63 parlamentares do partido tivessem acompanhado a orientação do governo, o fator teria sido mantido por um voto. Na última quarta-feira, a Câmara dos Deputados aprovou a mudança por 232 a 210 votos.

O fator previdenciário foi criado em 1999, no governo de Fernando Henrique Cardoso, mas todos os 45 deputados tucanos presentes votaram pela mudança que derrotou o governo. Entre 2000 e 2013, a economia com a aplicação do fator, estimada pela Previdência, foi de R$ 56,9 bilhões.  A mudança do fator previdenciário foi incluída na votação da medida 664, que endurecia as regras para concessão de pensões e auxílio-doença, o segundo pilar do ajuste fiscal.

O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), disse que o governo tem mais motivos para comemorar do que lamentar. Segundo ele, a aprovação do texto principal foi uma grande vitória. Ele condenou o procedimento do relator da MP 664 na comissão mista do Congresso, deputado Carlos Zarattini (PT-PT), que votou a favor do destaque de Faria de Sá.  — O grande equívoco foi o relator ter votado. Eu sei disso — disse Guimarães.  Ele lembrou que a matéria ainda irá para o Senado, voltará à Câmara e a presidente tem a prerrogativa de vetar a alteração no fator previdenciário. [só que até este vai-e-vem chegar ao fim o ministro   Levy  já terá privilegiado o Brasil com sua ausência.]

O ministro da Previdência, Carlos Gabas, acompanhou a votação no gabinete da liderança do governo, longe dos holofotes. Diversas vezes nos últimos dias, Gabas esteve com deputados de partidos aliados ao governo para pedir que rejeitassem o destaque, alegando que a presidente Dilma Rousseff irá criar um fórum específico para tratar de possíveis alterações nas regras previdenciárias, que serão enviadas ao Congresso em até 180 dias.

Mas o apelo de Gabas não funcionou. Ministros da área econômica afirmaram ao GLOBO que defenderão o veto à mudança e que irão mapear os infiéis da base que ajudaram a aprovar o destaque. A promessa é que haverá retaliações.A presidente Dilma pode até vetar, mas terá que pensar 10 vezes antes, porque seria um desgaste monumental para ela. No Senado, já temos quase todos os votos necessários para manter esse destaque comemorou o autor da medida, deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP).

Durante todo o dia de ontem, o vice-presidente Michel Temer, articulador político do governo, trabalhou junto aos deputados da base para evitar a votação. Temer ainda teria conseguido reverter cerca de 10 votos, mas o governo acabou perdendo em apertada votação. O Planalto pressionou para que o pedido de votação sequer fosse aceito, mas Cunha decidiu acolher a proposta de Faria de Sá, que previa o fim dos descontos na aposentadoria para aqueles cuja soma da contribuição com a idade seja 85 anos, no caso das mulheres; e 95 anos, dos homens.

Nesta quinta-feira, a Câmara irá finalizar a votação dos destaques. Depois, o texto vai à apreciação do Senado. O senador Walter Pinheiro (PT-BA) afirmou que vai trabalhar para aprovar a emenda que cria alternativa ao fator previdenciário. Pinheiro condicionou a aprovação das medidas de ajuste ao compromisso do governo de manter a alteração.

OS DEPUTADOS DO PT QUE VOTARAM CONTRA O GOVERNO:
- Ana Perugini (SP) / Carlos Zarattini (SP)/ Erika Kokay (DF) / Marco Maia (RS) / Marcon (RS) / Pedro Uczai (SC) / Valmir Prascidelli (SP) / Vicentinho (SP) / Weliton Prado (MG).

OS DEPUTADOS DO PT AUSENTES:
- Décio Lima (SC) / Luizianne Lins (CE) / Professor Marcivania (AP) / Waldenor Pereira (BA) / Zé Carlos (MA).

AS MUDANÇAS NO FATOR PREVIDENCIÁRIO
Como é hoje:  O fator previdenciário reduz o valor do benefício de quem se aposenta, pelo INSS, por tempo de contribuição antes de atingir 65 anos, no caso de homens, ou 60 anos, no de mulheres. O tempo mínimo de contribuição para aposentadoria é de 35 anos para homens e de 30 para mulheres.

Como foi aprovado:
O fator previdenciário não será aplicado quando a soma da idade do segurado com o respectivo tempo de contribuição atingir 85 anos para as mulheres e 95 anos para os homens. O tempo mínimo de contribuição continua sendo 30 anos para mulheres e 35 anos para os homens. O fator também não será aplicado a pessoas com deficiência. Professores de educação infantil e ensino fundamental precisarão contribuir cinco anos a menos.


Dilma e políticos mentem o tempo todo – são tão cínicos que no Brasil o PT vota contra o governo e maior parte da oposição se omite, ou mesmo vota a favor – MP 665, ajuste fiscal, foi aprovada com os votos da chamada ‘oposição’



Políticos mentem o tempo todo
Dilma Rousseff não apenas faz o contrário do que pregou como faz aquilo que disse que nunca iria fazer
Se Aécio Neves tivesse vencido a eleição, a política econômica seria praticamente a mesma aplicada neste momento. Joaquim Levy muito provavelmente estaria no governo tucano, em alguma posição de destaque. O eleitor não estranharia nada. Tudo normal: o PSDB passara a campanha toda dizendo que o modelo Dilma fracassara e que seria preciso fazer um severo ajuste.  Normal também, o PT estaria fazendo barulhenta e dura oposição, mobilizando os movimentos sociais e centrais sindicais para atacar o ajuste “nas costas do povo” e a supressão de direitos do trabalhador.

Mas é isso que estão dizendo os tucanos e o Democratas. Não apenas dizendo, mas votando contra as medidas de ajuste que cabiam perfeitamente em seu programa de campanha. Já Dilma, com o PT, toca um programa econômico ortodoxo, com o slogan “ajustar para crescer”. O marqueteiro de Aécio presidente poderia fazer igualzinho.  Dirão: a política é assim mesmo. Perdeu a eleição, vai para a oposição. E o que é ser oposição? É fácil: ser contra tudo o que faz o governo.

Resulta numa grande avacalhação. Numa pesquisa recente na Inglaterra, 65% dos eleitores disseram acreditar que “os políticos mentem o tempo todo”. Não se trata apenas daquele tipo de mentira para livrar a cara quando se é apanhado em alguma falcatrua. “Nunca fiz isso. Onde estão as provas?”

Trata-se de mentira política, quando o governante administra fazendo diferente do que pregou na campanha. Dizem também que campanha é poesia e governo é prosa. Vá lá que existam nuanças, ênfases mais suaves na propaganda. Não precisa dizer, por exemplo, que o ajuste vai gerar um baita desemprego, mas é preciso informar o eleitor que virão tempos difíceis.  O desempenho de Dilma vai muito além disso. Ela não apenas faz o contrário do que pregou como faz aquilo que disse que nunca iria fazer. Mentira política.

A oposição está cometendo a mesma mentira, com o sinal trocado. Viram a última propaganda do Democratas? Só faltou chamar o MST para invadir a fazenda da ministra Katia Abreu. O PSDB ainda tem um certo pudor em atacar Joaquim Levy — que estava ao lado até pouco tempo — mas vota contra e atrapalha o programa do ministro, que é claramente tipo tucano.

Só falta se opor ao programa de privatização de infraestrutura que Levy pretende desfechar. Ou seja, se fizerem a mesma pesquisa aqui no Brasil, deve dar mais de 65% dos eleitores dizendo que os políticos mentem o todo. Deve ser por isso que as manifestações contra o governo Dilma e o PT parecem não ter sequência política. A oposição, que claramente tem a simpatia dos manifestantes, não consegue empolgar o momento e apontar para uma saída viável, seja ou não a proposta de impeachment.

Nada demais
E por falar em tudo normal, a presidente Dilma assumiu uma tarefa impossível: mostrar que a atual política econômica é uma sequência normal da anterior.  A anterior, diz a propaganda oficial e repete Dilma, era aquela beleza: emprego, renda, programas sociais generosos. A atual gera desemprego, perda de poder aquisitivo e restringe direitos sociais, como o seguro-desemprego, abono salarial e pensões.
Uma o contrário da outra, certo?

Errado, indica a presidente. Tudo o que se faz agora, garante, é para preservar as benesses que o PSDB queria abolir. Donde se conclui: desemprega para gerar emprego; reduz salário para aumentar a renda; corta benefícios para garantir os mesmos benefícios; faz uma recessão para... crescer.

Qual o problema?
Pela lógica, se diria: a política anterior estava assentada em bases inviáveis, a tal nova matriz, de aumento do gasto público, do crédito e do consumo. Quando as bases falharam, chegou o preço, na forma de recessão, desemprego e perda de renda.
Pela lógica da presidente, está tudo na sequência. É mais ou menos como dizer: você pode encher a cara, comer até estourar, abusar das drogas, que não tem nada demais. Depois é só fazer um ajuste e mandar bala de novo.

Por: Carlos Alberto Sardenberg, jornalista, coluna em O Globo

Levy mente e quer usar uma decisão soberana do Congresso para fazer o mesmo que o estrupício do Lula fez quando a CPMF foi extinta: aumentou o IOF



Levy sinaliza aumento de impostos caso Senado aprove mudança no fator previdenciário
Em evento em São Paulo, ministro disse que é preciso 'muito cuidado' ao votar propostas que possam criar nova necessidade tributária

[Quando a CPMF foi extinta no Senado Federal – em uma das mais fragorosas derrotas do $talinácio Lula da Silva – aquele estrupício aproveitou que o IOF pode ser modificado (manipulado) por decreto para aumentar alíquotas, criar novas incidências a pretexto de compensar a saúde por “perder” os recursos da CPMF.

A saúde pública continua f ... no Brasil, o IOF não voltou aos patamares anteriores, confirmando a velha máxima: quando um imposto é majorado no Brasil nunca mais voltará ao patamar anterior.
O Levy agora vem com a mesma ameaça/chantagem = se mexer com o ‘fator previdenciário’ os impostos aumentam.]

O ministro da Fazenda Joaquim Levy sinalizou nesta quinta-feira que a aprovação das mudanças no cálculo da aposentadoria, o chamado fator previdenciário, pode resultar em elevação de impostos. Levy falou durante o Global Women Summit, que ocorre em São Paulo. A mudança no fator previdenciário foi aprovada pela Câmara em votação apertada na noite de quarta, impondo uma derrota ao governo. O novo cálculo pode permitir que contribuintes se aposentem antes do previsto pela regra atual. A proposta ainda precisa passar pelo Senado. "Muita gente diz que a retirada do fator previdenciário vai aumentar as despesas, e, portanto, os impostos. E as pessoas têm de ter muito cuidado ao votar para que não seja criada uma nova necessidade de impostos", disse o ministro.

Segundo Levy, a mudança do fator previdenciário tem de ser feita com "bastante estudo" porque o mecanismo tem "funcionado muito bem" nos últimos anos. Na votação de quarta-feira, a própria base aliada votou contra o governo na aprovação da mudança, que foi inserida como emenda na Medida Provisória 664. O deputado petista Carlos Zaratini, relator da MP, foi um dos nove deputados do partido que aprovaram a mudança. Sobre a "traição" da base aliada, Levy afirmou que não se pronunciará antes da votação do Senado. "O Senado revê as medidas e diz se há necessidade de ter equilíbrio ou não. Não devemos pronunciar antes do Senado também fazer sua avaliação. Até pela questão que foi levantada aqui, da necessidade de aumentar impostos dependendo do que que venha a ser decidido", afirmou o ministro.