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terça-feira, 19 de abril de 2016

Collor afirma que situação de Dilma é pior – acrescentamos que Dilma e Lula são piores do que o próprio inferno na sua versão mais terrível



Collor traz plano de governo e diz que situação de Dilma é pior que a dele
Em pronunciamento, o ex-presidente disse que o momento do País é gravíssimo e que é preciso um desenlace da crise
Presidente afastado por impeachment do Congresso em 1992, [VERDADE: Collor não foi afastado por impeachment; ao perceber que não tinha possibilidades de vencer no Senado, o ex-presidente teve a dignidade de renunciar ao cargo de presidente da República.] o senador Fernando Collor (PTC-AL) apresentou nesta segunda, 18, em plenário uma espécie de plano de governo e afirmou que a gestão da presidente Dilma Rousseff passa por uma situação pior a que ele atravessou às vésperas de perder o cargo.

Em pronunciamento, o ex-presidente disse que o momento do País é gravíssimo e que é preciso um desenlace da crise. "Tenho plena convicção (…) de que, em meu governo, o Brasil não retrocedeu em nenhum setor, em nenhuma avaliação relevante. Apesar da abrupta interrupção de meu mandato, creio: o legado foi positivo", disse Collor, da tribuna do Senado.

Embora tenha tecido uma série de críticas ao governo Dilma, o ex-presidente ressalvou ser "imprudente" adiantar seu voto quanto à eventual punição da petista. O senador afirmou que qualquer palavra que dê no momento poderão se criar "celeumas", o que não seria sua intenção. Ele disse que desde 2012 vinha chamando a atenção para o  "esfacelamento institucional" do País" - "O tempo e o presente quadro de degradação do País me deram razão. Porém, o que perdurou foi a postura de sempre: me ouviram, mas não me escutaram", criticou.

Em nome do novo bloco partidário formado por 10 senadores, intitulado Moderador, o ex-presidente um conjunto de propostas para a gestão governamental intitulado "Brasil: Diretrizes para um Plano de Reconstrução". Entre as medidas, ele defendeu um enxugamento da máquina do Estado, a modernização da economia tendo a iniciativa privada como principal motor, ações na área de direitos humanos e até uma sugestão de se fazer uma reforma política para alterar o regime de governo para parlamentarista.

Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), ex-ministro da Educação do governo Lula, elogiou a atuação de Collor na área, a quem disse ter "autoridade especial" para falar do assunto. Ele destacou que no mandato do então presidente foi se feito o "único verdadeiro esforço" de federalizar a educação no Brasil, com a construção de cerca de 550 centros integrados de atendimento à criança.

Fonte: Correio Braziliense


As armas de Dilma para escapar da degola



Seria um exagero dizer que Dilma espera contar com duas armas poderosas para ajudá-la a derrotar a aceitação do impeachment pelo Senado. Mas, afinal, são duas armas nas quais ela põe fé. E são as únicas, no momento, que ela imagina dispor.

A primeira: Renan Calheiros (PMDB-AL), o todo-poderoso presidente do Senado. É fato que ele responde a sete inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), mais do que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) responde. No entanto... Ninguém liga para isso.

Quem sabe se Renan, que não gosta de Temer, que também não gosta dele; quem sabe se Renan não usa de toda a sua influência para salvar Dilma? O que ele ganharia? O que pedisse, ora. Resta saber se Renan não preferirá pedir a Temer a pedir a Dilma.

A segunda arma de Dilma: a ministra da Agricultura Kátia Abreu. Pois é, acredite. Kátia é também senadora. E Dilma pensa em despachá-la de volta ao Senado para, ali, costurar apoios contra o impeachment.

É fato que Kátia só conseguiu um voto para derrotar o impeachment na Câmara: o do seu filho Irajá Abreu (PSD- TO). Mas quem sabe no Senado ela não será mais bem-sucedida? Kátia é muito querida entre os senadores. No passado, já foi mais querida por Temer. [nos tempos em que comandou a derrubada da CPMF Kátia Abreu era querida no Senado da República; agora, vil traidora, tem tudo para ser mais uma decepção para Dilma, o que será maravilhoso.]

Em conversa, ontem, com amigos em São Paulo, Lula jogou a toalha. Não acredita nas chances de o Senado se recusar a julgar Dilma. E basta que não se recuse para que a sorte final de Dilma seja selada – a cassação dos direitos políticos e do mandato.

Se Renan não der um jeito, se Kátia não der, restará a Dilma uma última esperança: a inegável disposição, até aqui, do ministro Ricardo Lewandowski, presidente do STF, em ajudá-la. Será ele que presidirá o julgamento no Senado como manda a lei.

Em socorro a Dilma, ele voltou a repetir, ontem, que se o governo entrar com um recurso no STF, caberá ao plenário decidir se analisará ou não o mérito do processo do impeachment contra ela. O governo pensa em entrar, sim. [Lewandowski preso a eterna dívida de gratidão com Marisa ‘botox’ é capaz até de tentar reescrever a Constituição para favorecer a quitação do seu débito com a ex-primeira-dama.
Mas, Lewandowski presidindo o Senado Federal no que concerne ao julgamento de Dilma não terá a liberdade, nem o poder, de modificar as regras do jogo quanto o que tem enquanto presidente do STF.
Para a  criminosa Dilma Rousseff é interessante que o processo siga devagar; só  que se retardar muito perde o apoio de Lewandowski  que em setembro deixa a presidência do STF.]

Lewandowski sente-se devedor de Lula e, principalmente, de dona Marisa, mulher de Lula. Foi por indicação dela que seu nome passou a ser examinado pelo então presidente da República como candidato a uma vaga de ministro no STF. Acabou emplacando.

No julgamento dos mensaleiros, Lewandowski fez o que pôde para amenizar as penas de vários deles. Esbarrou no ministro Joaquim Barbosa, então presidente do STF. O que ele aspira agora é trocar o tribunal por outro bom emprego. Uma embaixada, talvez. Se sobrevivesse no cargo, Dilma certamente levaria isso em conta.

Fonte: Blog do Noblat -  O Globo


Ela será destituída pelo país que já não mais suporta farsas que só comovem os imbecis e os cúmplices

Os sonhos da presidente Dilma estão sendo torturados, ela disse na coletiva a que se concedeu para a encenação da estratégia do dia. Os nossos também, mas isso não a comove; prefere tentar comover a plateia trocando o figurino da arrogância pelo de certo quebrantamento. Nada como uma boa sova democrática de 367 votos pela admissibilidade do impeachment, não é mesmo?


Do céu com luzes suaves e cores acesas, a manhã descia fazendo o mar cintilar sob um sol ainda gentil, com a brisa ainda fresca, praia ainda deserta num cantinho especial do litoral norte de São Paulo. Lindo e também perfeito: nada disso precisa de mim para acontecer e posso dormir até tarde embalada pela paz da minha irrelevância. Esta só foi suspensa enquanto minha filha era pequena e eu tinha de levantar cedo para que ela tomasse sol nos horários recomendados quando íamos à praia.

Na tática da presidente em assumir certo abatimento, há vestígios de inteligência; além dos efeitos positivos de se abandonar a arrogância, pois é mais inteligente, menos desgastante e útil assumir o que sentimos, somos e pensamos. Isso, claro, na feliz hipótese de conseguirmos identificar os sintomas todos; então, nos tornamos verdadeiros e, por isso, mais leves. Dilma estava verdadeiramente abatida e, tão verdadeira estava que pôs tudo a serviço do embuste, deformando em manipulação a potência transformadora do sofrimento.

Repetiu a acusação de golpe e, já que não toma as providências legais a que tal eventualidade a obriga segundo a Constituição, comete mais um crime de responsabilidade; atacou o vice-presidente cassando as prerrogativas constitucionais dele; declarou-se indignada porque punida por condutas semelhantes às dos antecessores inocentes que ficaram impunes, num modo atravessado de admitir o crime que alega inexistente; e, claro, relembrou a tortura que sofreu [que diz ter sofrido] quando era terrorista sem reconhecer que terroristas e torturadores, abjetos sempre, equivalem-se moralmente porque agem sob a convicção sórdida de que os fins justificam os meios.

Mas a maternidade me modificou ou completou o meu destino de alguém que se comove mais facilmente do que antes com injustiças, o sofrimento alheio e tal. E ficou para sempre à flor da pele exposto o nervo da indignação, num modo de não me deixar entorpecer pelo excesso de mazelas daqui e do mundo. Entre elas, a existência de farsantes que, governantes ou não, valem-se do bem alheio para fazer o mal. Existem a indignação resignada, a transformadora ou inspiradora. E a de Dilma que, transferida do imaginário vigarista para legitimar um embuste real, indignação já não é, mas arrogância – ainda que medicada por alguma inteligência – num eterno retorno.

Comovido, um jornalista fez talvez a pergunta mais imbecil nesses tempos de dura concorrência: se a ditadura foi um período melhor do que a democracia. Ele sequer desconfia que poder formular a pergunta implausível é a resposta, pois regimes totalitários não se deixam questionar, sonho a que aspiraram a presidente e o regime petista. Eis o sonho de Dilma Rousseff que está sendo torturado, o de ser inquestionável. É também por essa razão que ela será destituída pelo país que já não mais suporta farsas que só comovem os imbecis e os cúmplices.

Fonte: Coluna do Augusto Nunes - VEJA - Por: Valentina de Botas

 [democracia em demasia e usada de forma irresponsável - situação presente no Brasil atual - permite que coisas como Lula e Dilma surjam e causem danos irreparáveis.]

 

Um conjunto assombroso de mentiras na coletiva de Dilma

Se bem que não foi exatamente uma entrevista; a coisa esteve mais para pronunciamento. Presidente calça as sandálias da humildade e responde a uma pergunta que até ela deve ter achado submissa demais...

A presidente Dilma Rousseff concedeu uma quase-entrevista coletiva nesta segunda-feira, precedida de um pronunciamento. Houve momentos em que imaginei que se ouviriam gemidos de comoção da plateia. E, sim, o jornalismo sucumbiu de maneira miserável na pergunta de um repórter do UOL. Já chego lá.

Destaco que Dilma escolheu desta feita o figurino eficiente. A personagem, notória por sua arrogância e pela baixa tolerância com a adversidade, resolveu calçar as sandálias da humildade. Vi uma mancha vermelha no canto da boca. Felizmente para ela, não era herpes, mas o batom borrado. A capitoa estava cansada, mas ainda não está morta no convés do navio…

E foi com ar humilde, exibindo as marcas da luta, que Dilma falou uma notável coleção ora de asneiras, ora de inverdades, recheadas de um dado factual ou outro sem importância para o tema.

1: Disse que um presidente da República só pode ser afastado se cometer crime de responsabilidade. É uma inverdade irrelevante para a questão, mas eu prefiro a verdade: também o cometimento de crime comum e de improbidade pode cassar um mandatário. A assessoria precisa tomar mais cuidado. Mentira.

2: Afirmou que outros pedalaram antes dela e nada aconteceu. Isso já foi devidamente desmentido pelo TCU e pelo Banco Central. O que era quase residual em mandatos anteriores se tornou instrumento de política econômica no seu governo. Mentira. A “pedalada” no governo FHC chegou a 0,03% do PIB. No dela, a 1%. Mentira.

3: Afirmou não haver contra ela acusações de enriquecimento ilícito ou de roubar dinheiro público. É a verdade a serviço da mentira. Leiam o Artigo 85 da Constituição. Os crimes de responsabilidade nada têm a ver com roubalheira.

4: Afirmou que é a oposição que não a deixa governar há 15 meses. Os oposicionistas, somados, têm 134 votos na Câmara: PSDB (52), PSB (32), DEM (28), SD (14) e PPS (8). E olhem que o PSB é rachado. Com isso, não se evita nem aprovação de projeto de lei. O problema de Dilma é com partidos da base, incluindo o PT, que não aceita, por exemplo, a reforma da Previdência. Mentira.

5: Falou contra o impeachment em nome da defesa da nossa “jovem democracia”. O primeiro presidente eleito depois da ditadura foi impichado. A democracia ainda fazia cocô na fralda. Hoje, já é uma moça de respeito, experiente. Se Dilma estiver certa, o PT era infanticida em 1992. Mentira.

6: Afirmou que Cunha aceitou inicialmente a denúncia por vingança. Isso é circunstância: não muda a natureza do crime de responsabilidade cometido. De resto, o presidente da Câmara aceitou a denúncia três semanas antes da votação no Conselho de Ética. Mentira.

7: Referindo-se a Eduardo Cunha, disse que foi o rosto dele a correr o mundo como a cara desse processo. Assim é porque é ele o presidente da Câmara e quem proclama o resultado. O rosto de Lula negociando a República num quarto de hotel não pôde aparecer porque as raparigas que passavam por lá não podiam entrar nem com celular. Quem entrega a um estranho o poder de fatiar o país não pode ousar falar em nome da ética. Mentira moral.

8: Resolveu evocar o seu passado de suposta militante em defesa da democracia durante a ditadura. Infelizmente, é mentira (já volto a este ponto). Ela pertenceu a grupos terroristas que matavam inocentes e queriam uma ditadura comunista no Brasil.
A conversa mole serve ao propósito de acusar um suposto golpe de estado em curso, que agora seria dado pelo Parlamento. Mentira e mentira.

9: Acusou Michel Temer de conspirar contra ela. Antes que viesse a público qualquer mensagem do vice, Dilma recebeu sucessivos grupos de militantes no Palácio do Planalto, que demonizavam o vice aos berros, chamando-o de golpista. Dilma talvez não saiba, mas ele também foi eleito. Mais: alguns deles fizeram a apologia do crime, diante do silêncio cumplice da presidente. Além de ser crime de responsabilidade, há também o de improbidade administrativa. Mentira.

O jornalismo A imprensa, infelizmente, sucumbiu. Um repórter da Carta Capital indagou a presidente sobre jatinhos supostamente pagos por empresários para levar políticos pra votar em favor do impeachment, como se aquele senhores e aquelas senhoras não dispusessem de uma verba de R$ 40 mil mensais para arcar com custos assim. Atenção! A pergunta era dirigida à presidente que permitiu que a República fosse negociada num quarto de hotel.

O mergulho E houve o momento em que a coisa descambou. Dilma chamou o impeachment de golpe de estado; lembrou a sua “luta” nos tempos da ditadura etc.
O repórter do UOL certamente se emocionou e levou a sério a comparação. Mandou ver: quis saber, imaginem vocês, em qual período a presidente sofreu mais. A própria Dilma, nota-se, ficou surpresa e desenxabida. Teve de lembrar ao rapaz que o Brasil, hoje, vive uma democracia; que nada pode ser comparado à tortura; que eventuais paralelos que ela própria faz são pura força de expressão.

Que diabo leva alguém a fazer tal pergunta? A ignorância certamente está na raiz de muita coisa. Mas ainda é insuficiente para conduzir alguém a tamanha ousadia. Isso só é permitido pelo espírito do tempo.
Dilma certamente vai tentar outras “entrevistas” como a desta segunda. O conjunto da obra, vamos convir, é dessas coisas que provocam a tal vergonha alheia.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo 


 

Governo dá como certo afastamento de Dilma após análise do impeachment no Senado

Aposta do Planalto é na 'melhor qualificação' dos senadores

Apesar do otimismo com a tramitação do pedido de impeachment no Senado, que a presidente Dilma Rousseff procurou demonstrar ontem, integrantes do governo avaliam como muito difícil a tarefa de impedir a aceitação do processo na comissão especial no Senado. Caso a comissão aceite a ação, isso levará ao afastamento imediato de Dilma do Planalto por até 180 dias.

Se esse diagnóstico se confirmar, o Palácio do Planalto concentrará os seus esforços no julgamento do processo de cassação, que exige ainda mais votos dos senadores. Para o acolhimento, é necessária maioria simples dos senadores presentes em plenário. Já para rejeitar o processo de cassação, basta que Dilma tenha 28 votos dos 81 senadores.

Para conseguir uma virada no processo iniciado na Câmara, o Planalto aposta na “melhor qualificação” dos senadores e no maior equilíbrio que deverá ser proporcionado pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), e, se o processo for aberto, do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. O presidente do STF é o responsável por conduzir o processo, a partir do momento em que ele for aberto e a presidente, afastada do cargo:  — Os senadores são menos suscetíveis a pressões. São mais qualificados. A presidente também acredita no equilíbrio de Renan. Ele não fará as manobras de Eduardo Cunha — disse um interlocutor palaciano, referindo-se ao presidente da Câmara.

Mas os auxiliares da presidente preveem dificuldades. Com Dilma afastada do cargo, ela perderá seu Ministério, a caneta e o poder maior de negociação. O ministro da Advocacia-Geral da União, José Eduardo Cardozo, é um exemplo. Ele não estará mais no cargo e deverá cumprir uma quarentena, o que o tira da defesa de Dilma. Esse problema está sendo tratado por Cardozo e pelo entorno da presidente, que já busca alternativas para sua defesa jurídica.

No Senado, Dilma reforçará sua equipe de articulação, com a ministra Kátia Abreu (Agricultura), que é senadora e espera a manutenção do apoio do ministro Eduardo Braga (Minas e Energia), também senador e ex-líder de seu governo. A petista voltou a dizer que a expectativa esta semana é que o STF permita a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil, decisão pautada para amanhã. A eventual liberação de Lula é vista no Planalto como um trunfo para reaglutinar forças aliadas. [é ser muito imbecil quem esquece que o estrupício do Lula pode até ser liberado para ser ministro, mas não haverá tempo de impedir que o processo de impeachment seja aberto no Senado e a 'cérebro baldio' afastada.
Com isso Temer assume, dá um pé na bunda de todo o ministério Dilma - Lula com direito a dois chutes no traseiro - e volta a ser um ministro sem valor, um nada.]

Fonte: O Globo

A carta fora do baralho

Precisam ser punidos todos os envolvidos no maior escândalo do mundo, no roubo de merendas, no mensalão mineiro etc.

Em 1929, às vésperas da quebra da Bolsa de Nova Iorque, John Rockefeller, o primeiro americano a ter mais de um bilhão de dólares, vendeu todas as suas ações. Quando lhe perguntaram o motivo de ter saído ileso da crise, Rockefeller explicou que ao engraxar o sapato e receber do engraxate dicas sobre quais ações deveria comprar, percebeu a fragilidade do mercado financeiro e retirou, a tempo, o seu dinheiro.

No último domingo, no trajeto Copacabana-Santos Dumont, lembrei-me da depressão de 1929. Conversa vai e vem, respondi ao motorista curioso que era economista. Foi o suficiente para ouvir, de bate-pronto, uma pergunta: “Pedalada é crime mesmo?” Entre um copo d'água e uma bala, percebi que a fraude fiscal já tinha se tornado um assunto popular.

Assim, conversamos não apenas sobre as “pedaladas”, mas também sobre outros aspectos da reprovação das contas da presidente por parte do TCU e sobre o processo do impeachment. A meu ver, a maquiagem das contas públicas para viabilizar a reeleição, arquitetada por Mantega, Arno e outros auxiliares diretos da presidente, teve quatro pontos principais.

Inicialmente, o governo, em fevereiro de 2014, fraudou um decreto de programação financeira e de contingenciamento. Esse decreto, com base na arrecadação e na projeção de despesas, teve o objetivo de criar limites para os dispêndios naquele exercício. Ocorre que a área econômica já tinha conhecimento, por exemplo, da frustração de receitas do Fundo de Amparo ao Trabalhador (R$ 5 bilhões) e de que precisaria suplementar as despesas com o seguro-desemprego (R$ 9 bilhões). Desta forma, o contingenciamento que o governo realizou no início do ano deveria ter sido maior em, pelo menos, R$ 14 bilhões. 

Se o fizesse, porém, teria que cortar despesas importantes em um ano eleitoral, como investimentos em obras públicas, aquisição de tratores para distribuir entre as prefeituras etc. Prevaleceu o marketing. As “pedaladas” compuseram o lado financeiro da fraude. Ter orçamento não era suficiente. Era preciso ter o dinheiro. A solução foi dar ordem aos bancos públicos para pagar com seus próprios recursos, em montantes extremamente elevados, o que deveria ter sido custeado pelo Tesouro, fazendo com que as entidades financeiras, na prática, financiassem o seu controlador, a União. Desse modo, ilegalmente, sobrou dinheiro para inaugurações, distribuição de verbas e favores como forma de fingir que o país não estava quebrado. O fato continuou a acontecer no primeiro ano do segundo mandato da presidente.

A terceira falta grave foi a presidente ter emitido diversos decretos de abertura de créditos adicionais, o que só poderia ter sido feito por lei, ou seja, pelo Congresso Nacional. Por fim, complementando a lista de atos irregulares, o Banco Central não contabilizou como dívida pública as pedaladas, que somavam cerca de R$ 40 bilhões.  Dessa maneira, a presidente espancou de forma intencional a Lei de Responsabilidade Fiscal (artigos 4, 5, 8, 9, 36 e 38), a Lei Orçamentária (artigos 9, 10 e 11) e a própria Constituição (artigos 85 e 167), fatos que constituem crime de responsabilidade cuja punição é o impeachment. Simples assim...

Com essas ações deliberadas, propositais e de má-fé, os brasileiros foram enganados quanto à real situação da economia brasileira. Às custas da mentira e da falsificação das contas públicas, a presidente foi reeleita. A fraude fiscal foi o principal instrumento do estelionato eleitoral.  Os marqueteiros que criaram as frases “Eu não roubei”, “impeachment sem crime é golpe”, desconsideraram os fatos ou apresentaram justificativas pífias. O “fora Dilma", entretanto, dado por 72% dos deputados praticamente interdita a presidente. Caberá ao Senado admitir o processo e afastá-la, de imediato, por 180 dias.

A Lava-Jato, porém, tem que continuar. O PMDB e o PP são sócios do PT nas fraudes da Petrobras. Os presidentes da Câmara e do Senado, Cunha e Renan, precisam ser julgados rapidamente, pois desmoralizam o Congresso Nacional. Já basta, por exemplo, entre os 513 deputados, 299 terem ocorrências judiciais, segundo a agência Lupa. A fila tem que andar para que sejam punidos todos os envolvidos no maior escândalo do mundo, no roubo das merendas, no mensalão mineiro etc. Pouco importa a que partidos pertençam. Dilma e o PT são apenas a bola da vez.

O impeachment será pedagógico para que todos os brasileiros entendam, tal como o motorista do Uber, que é crime de responsabilidade sim um candidato-presidente destroçar a economia do país para enganar uma nação.

Por: Gil Castello Branco é economista e fundador da organização não-governamental Associação Contas Abertas

Temer precisará blindar a Polícia Federal

Vice terá de ir além de declarações e demonstrar com atos que a PF continuará com autonomia, para ficar claro que não importa que o PMDB seja alvo da Lava-Jato

Não se discute que é no campo econômico que o vice-presidente Michel Temer terá as mais urgentes demandas, caso o impeachment da presidente Dilma venha a ser consumado pelos senadores. Mas não se deve menosprezar, no plano político, o posicionamento que terá um possível governo Temer diante do combate à corrupção e, em especial, da Operação Lava-Jato.

E devido a fundadas razões. Pois o PMDB do vice-presidente é, ao lado do PT e do PP, partido beneficiado no petrolão, como mostra a Lava-Jato. Parte dos muitos milhões surrupiados do caixa da Petrobras por meio de um esquema em que diretores da estatal apadrinhados por políticos assinavam, com empreiteiras pré-escolhidas, contratos superfaturados foi para peemedebistas. Isso não mais se discute, consta de autos de processos que já condenam acusados pelo juiz Sérgio Moro.

Não bastasse isso, há pelo menos um peemedebista muito próximo ao vice-presidente arrolado nas investigações da Lava-Jato: senador Romero Jucá, de Roraima, atual presidente em exercício do partido, citado na delação premiada do empreiteiro da UTC, Ricardo Pessoa, o primeiro a testemunhar sobre a existência da operação de lavagem de dinheiro de propina na Petrobras com a conversão dos recursos em doações legais a candidatos e partidos.

Jucá confirmou ter pedido apoio de Pessoa à campanha do filho em Roraima, enquanto Pessoa afirmou ter entendido que aquela doação seria em troca de contratos da UTC para a construção de Angra 3, firmados com a Eletronuclear. Constatar, enquanto se aproximava a votação da admissibilidade do impeachment na Câmara, quão próximo é o relacionamento entre Jucá e Temer fez levantar justificáveis temores com relação à autonomia que terá a Polícia Federal, peça-chave na Lava-Jato, com o vice no poder.

Michel Temer, portanto, se desejar se contrapor ao lulopetismo também na ética, como quer a sociedade, caso Dilma seja mesmo impedida, precisa se preparar para blindar a Polícia Federal contra qualquer interferência indevida.


Na guerra de informações que houve no fim de semana entre dilmistas e correligionários de Temer, pela internet, o vice-presidente, atacado exatamente por este flanco ético, divulgou declaração em apoio à Lava-Jato. Precisará fazer bem mais, com ações objetivas que garantam que a PF continuará com liberdade operacional, e, em Curitiba, trabalhando de maneira afinada com o Ministério Público e a Justiça.

Um ato simples, mas de forte poder de sinalização será manter na direção-geral da PF o delegado Leandro Daiello, há cinco anos à frente da instituição. Ele acompanha a Lava-Jato desde o início. O sinal precisa ser bastante forte, porque não é apenas Jucá o único peemedebista implicado na Lava-Jato. Há Renan Calheiros, Edison Lobão, Eduardo Cunha, apenas para citar a bancada do partido no Congresso.

Fonte: Editorial - O Globo