Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER

domingo, 7 de dezembro de 2014

Estão rodando o Guido 2.0 para Levy

Não se sabe o que a doutora Dilma prometeu a Joaquim Levy. Sabe-se, contudo, o que ele prometeu à patuleia: Um superavit de 1,2% do PIB nas contas públicas de 2015. Para cumprir essa meta, o enxugamento deverá ficar em algo como R$ 100 bilhões. Se o negócio fosse viver no mundo das promessas, o novo ministro da Fazenda teria surgido com uma plataforma mais gastadora que a de seu antecessor. Afinal de contas, o comissário Mantega prometia um aperto ainda maior, com um superavit de, no mínimo, 2% do PIB. Como suas projeções eram produto da ficção petista, Levy poderá ser um ministro racional e severo. A ver, mas R$ 100 bilhões não nascem em árvores.

Levy ainda não assumiu e o Planalto mandou ao Congresso uma medida provisória que joga no BNDES mais R$ 30 bilhões do Tesouro. Isso sem se mencionar que a doutora Dilma sancionou um refresco para estados e municípios endividados que custará à Viúva R$ 59 bilhões em 25 anos e R$ 1 bilhão já em 2015. Até agora, a entrada de Levy para o governo serviu apenas para criar a esdrúxula situação de que há dois ministros da Fazenda, um em fase de transição e outro em extinção. Para assustar os crédulos, saiu da caixa de mágicas de Mantega uma proposta de equilíbrio das contas externas taxando-se bens supérfluos, como os cosméticos. Não se trata apenas de um truque inútil. Ele é sobretudo velho, como se o problema das importações estivesse no batom das senhoras.

A doutora Dilma gostava de dizer que o tucanato quebrou o país três vezes, e que Aécio Neves tiraria a comida dos pobres para alegria dos banqueiros. Até agora, promoveu uma das maiores contrações de expectativa de crescimento do PIB da história econômica do país caindo de 3% em agosto para 0,8% na semana passada. Chamou para o governo um quadro que começou sua fama pública no governo Fernando Henrique Cardoso e a fama privada num grande banco. Caso a doutora queira rodar o software Guido 2.0 na máquina de Levy, queimará os circuitos da economia. 

O advogado geral do PT
É sabido que o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, doutor Luís Inácio Adams, pode vir a ser indicado pela doutora Dilma para uma vaga no Supremo Tribunal Federal. Se ele é candidato, não deve ajudar quem teme a bolivarianização da Corte. Diante da afirmação de um magano das petrorroubalheiras de que sua empresa (Toyo Setal) pagou sua propina ao comissariado doando legalmente R$ 4 milhões ao PT, Adams informou: “Eu tenho confiança de que o trabalho de campanha foi o mais cuidadoso, mais atento possível às questões legais.” 

Não é função do advogado geral da União distribuir confiança. Ao passar o dinheiro de forma legal, a Toyo Setal também poderia dizer que foi “cuidadosa”, mas seu diretor confessa agora que foi jabaculê. Isso é o que ele diz, pois será sempre necessário provar que uma doação legal se relaciona com um ilícito. Afinal, se uma doação de empreiteira ao PT nacional é jabaculê, por que um outro mimo, de outra empreiteira, ao PSDB de São Paulo, não o é? 

O doutor Adams lustrou a ciência jurídica nacional no ano passado, quando discutiu a possibilidade de que médicos cubanos pedissem asilo ao governo brasileiro: “Nesse caso me parece que não teriam direito a essa pretensão. Provavelmente seriam devolvidos”. Ele vocalizava e endossava uma ameaça do aparelho policial cubano. Pelo menos cinco médicos resolveram ir embora, quase sempre para os Estados Unidos, onde trabalhariam em funções subalternas. Felizmente, nenhum foi mandado de volta para Cuba. 
Fonte: Elio Gaspari - O Globo

Nenhum comentário: