Os petistas cometeram ontem um de seus mais graves atos
falhos políticos nunca antes praticados na mal contada história do Brasil. O
presidente do PT, Rui Falcão, e os senadores Humberto Costa e Lindbergh Farias
passaram recibo de otários. Culparam e condenaram seus próprios
correligionários partidários, ao interpretarem que a qualificação
"organização criminosa" usada pelo senador tucano Aécio Neves foi
direcionada ao PT. Não foi!
Por isso, a cúpula do Partido dos trabalhadores transforma
em pura palhaçada a ameaça de interpelar judicialmente e processar Aécio pelo
que ele absolutamente não disse na entrevista ao jornalista Roberto D´Ávilla,
na GloboNews. Pressionados por tantas denúncias de corrupção, que tornam o
segundo mandato de Dilma ingovernável e com alto risco de pedido de
impeachment, os petistas cometeram um harakiri político. Suas ameaças se voltam
contra eles mesmos. Falcão, no Twitter, ainda deu de valente: "Já estamos
interpelando senador mineiro derrotado. Em seguida, processo crime no STF. O PT
não leva recado para casa...".
Rui Falcão se comportou como um desprezível Chapolim
Colorado de Monte Aprazível. O petista interpretou como quis a declaração de
Aécio Neves - que foi bem clara: "Na verdade, eu não perdi a eleição para
um partido político. Eu perdi a eleição para uma organização criminosa que se
instalou no seio de algumas empresas brasileiras patrocinadas por esse grupo
político que aí está aí". Na manjada tática de posarem como vítimas,
sempre que a conjuntura lhes parece desfavorável, os petistas só assumiram,
publicamente, seu desespero com o atual tsunami de falcatruas bilionárias do
Mensalão, Petrolão e Eletrolão.
Ontem mesmo, Aécio Neves rebateu a autoritária e descabida
intenção do PT de interpelá-lo judicialmente ou processá-lo: "O PT tem
esse vício, ao invés de interpelar seus membros que cometeram crimes, como, por
exemplo, na época do mensalão, os tratou como heróis nacionais. Agora, ao invés
de interpelar o tesoureiro do seu partido, acusado por um dos membros da
quadrilha de ser parte desse processo, quer processar o acusador, como ameaça
fazer com a própria Policia Federal".
O líder do PSDB na Câmara, o baiano Antônio Imbassahy, também jogou pesado contra a babaquice cometida pelo stalinista Rui Falcão: "Não vejo legitimidade do presidente do PT, Rui Falcão, que até ontem festejava os três grandes detentos da Papuda como heróis da Pátria e incentivava aplausos para o atual tesoureiro do PT, João Vaccari. Essa ação na Justiça contra Aécio é desprovida de qualquer credibilidade. Ademais, quem identifica essa organização criminosa que se instalou no governo Lula e foi ampliada no governo Dilma, é a Polícia Federal".
A nazicomunopetralhada está apertadinha. Os
"colaboradores premiados" nos processos da Operação Lava Jato
forneceram denúncias e provas concretas para incriminar 77 deputados federais e
14 senadores. Outros 112 parlamentares foram citados como beneficiários de
esquemas de corrupção, mas apenas com fortes indícios, e também correm risco de
denúncia, se forem delatados por colegas ou parceiros de negociatas
interessados em deletá-los. O escândalo, que evoluiu do Mensalão para o
Petrolão, tem tudo para ficar maior e mais chocante se chegar ao Eletrolão,
incriminando, além de grandes empreiteiras, os gigantescos fundos de pensão.
O PT tem muito a explicar sobre tantos escândalos. Seus
principais políticos e dirigentes suportariam uma auditoria na evolução
patrimonial pessoal, de seus familiares ou de pessoas muito próximas,
principalmente durante estes 12 anos que aparelham o poder federal? Como o
ex-Presidente Lula da Silva e a atual presidenta reeleita Dilma Rousseff têm a
coragem de alegar que nada sabiam sobre os escândalos nas estatais, se nada é
decidido nestas empresas de economia mista sem a anuência e consulta direta do
Palácio do Planalto, representando a União, o acionista majoritário delas?
Fonte: Blog Alerta Total - Jorge Serrão
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