Instituída
no governo Lula, a política externa da
canalhice foi encampada com muita animação por Dilma Rousseff. Ao longo de oito anos, o padrinho
sempre escolheu o lado errado. Nesta terça-feira, ao baixar em Nova York, a
afilhada confirmou que nunca perde alguma chance de envergonhar o país que
presta. Ao comentar a ofensiva militar
americana contra o Estado Islâmico, Dilma
solidarizou-se com a turma da caverna e garantiu que, embora não pareça, até decepadores de cabeças aceitam convites
para um diálogo civilizado. “Lamento
enormemente os ataques na Síria”, recitou em dilmês primitivo. “Nos últimos tempos, todos os últimos
conflitos que se armaram tiveram uma consequência: perda de vidas humanas dos
dois lados”.
O choro de Dilma depende da
nacionalidade do morto. Ela não derramou uma única e escassa lágrima
pelas incontáveis vítimas do bando de fanáticos. Não deu um pio sobre a
decapitação ─ em ritos repulsivos
filmados pelos carrascos e transformados em programas de TV ─ de dois
jornalistas e um agente humanitário. Não
emitiu nenhum sinal de desconforto com os massacres intermináveis, os estupros selvagens,
a rotina
da tortura, a pena de morte por heresia
aplicada a quem não se subordina aos dogmas da seita. A presidente só “lamenta enormemente” a perda de aliados
na guerra irremediavelmente perdida que move desde a juventude contra o
imperialismo ianque.
Erguido
durante a entrevista coletiva convocada
pela doutora em nada, o
monumento ao cinismo foi implodido por uma nota subscrita por Ban Ki-Moon,
secretário-geral da Organização das Nações Unidas. Além de endossar os
bombardeios americanos, Ki-Moon lembrou que os devotos da barbárie só serão
contidos por mais operações militares semelhantes às executadas pelos Estados
Unidos. Sem ter lido o documento, Dilma avisou que o besteirol seria reprisado
em seu discurso na ONU. Caso cumpra a promessa, todos os presentes entenderão
por que um representante do governo de Israel, inconformado com o ostensivo
apoio do governo lulopetista ao Hamas, qualificou o país de “anão diplomático”
Entre o governo constitucional
paraguaio e o presidente deposto Fernando Lugo, Dilma
escolheu o reprodutor de batina. Também se juntou aos patifes da vizinhança na
conspiração que afastou do Mercosul o Paraguai e permitiu a entrada da
Venezuela chavista, fez todas as vontades do
bolívar-de-hospício que virou passarinho, arranjou até um estoque de papel higiênico para adiar o naufrágio de Nicolás
Maduro, curvou-se aos caprichos do lhama-de-franja que reina na Bolívia,
presenteou a ditadura cubana com o superporto que o
Brasil não tem e transformou a Granja do Torto
em residência de verão de Raúl Castro. Fora o resto.
O apoio enviesado ao Estado
Islâmico é também uma prova de coerência. Só poderia agir assim quem fez há pelo menos 12 anos a opção
preferencial pela infâmia.
Fonte: Blog do Augusto Nunes
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