Gasolina e etanol são consumidos pelas
chamas e já atingiram área do estuário de Santos
Os tanques de gasolina e etanol incendiados, em Santos, continuam queimando e
a previsão é que as chamas persistam indefinidamente. Na manhã desta
sexta-feira, os bombeiros voltaram a tentar combater as chamas diretamente com espuma, mas não obtiveram sucesso porque as temperaturas altas, de
quase 800º C, faziam com que o material
evaporasse antes mesmo de chegar ao foco do incêndio.
Os brigadistas retomaram a estratégia de resfriar
os cerca de 40 tanques que estão ao redor do fogo. O problema é que a tubulação
entre eles têm menor capacidade de aguentar o calor e, ao se romper, espalha
combustível pela área do terminal da empresa.
— Tememos que os
tanques voltem a colapsar, como aconteceu ontem, o que espalharia mais
combustível por uma área maior. Não sabemos quanto esses tanques aguentam. É um
dragão contido em uma gaiola — informou o Capitão
Wagner Bertolini, dos Bombeiros. Apesar do clima de tensão, há motivos para
acreditar que o combate ao incêndio tem sido efetivo. Segundo os brigadistas, a
cada hora as labaredas diminuem em média 30 centímetros.
A Cetesb
informou que o estuário do Porto Santos
acabou atingindo pelo material inflamável, mas que o incidente ainda não
provocou a mortalidade em massa dos peixes.
Nesta
quinta, o incêndio atingiu quatro tanques de combustível na região do Porto de
Saboó. Nesta sexta, um quinto tanque foi afetado. Segundo o Corpo de
Bombeiros, a expectativa é de que o
combate às chamas leve até quatro dias.
Na
quinta, após sete horas de incêndio, quando
os bombeiros já o consideravam controlado, novas explosões ocorreram, e as
chamas voltaram a se alastrar. Os tanques pertencem à empresa Ultracargo e
continham entre 5 milhões e 10 milhões
de litros de etanol, gasolina e diesel.
Ao
perceber que, mesmo com o uso de um
navio-tanque, a água evaporava antes de alcançar os tanques em chamas, os
bombeiros passaram a concentrar os esforços em resfriar os recintos laterais
para evitar que o fogo se espalhasse. Após as novas explosões, por volta de
18h, os policiais consideraram o fogo fora de controle, e a Defesa Civil
determinou que jornalistas e pessoas que acompanhavam o movimento se afastassem
do local. A temperatura chegou a 800ºC,
e as chamas atingiram 50 metros de altura.
Ainda
pela manhã, duas pessoas foram levadas ao hospital mais próximo, uma delas com
intoxicação e outra em estado de choque. Um duto da Ultragás, vizinho ao local
do acidente, chegou a ser inspecionado, mas ainda não se sabe se foi atingido. Um trecho da rodovia Anchieta, perto do
local, foi interditado para evitar riscos. — O fogo não está controlado, mas a situação está— afirmou nesta
quinta-feira à noite o capitão Marcos Palumbo, que comanda a operação.
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