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terça-feira, 7 de abril de 2015

Sobre terceirizações Cunha decreta: — Nessa Casa não existe o projeto estar ou não maduro.

Eduardo Cunha nega retirada da pauta do plenário de projeto sobre terceirizações
Presidente da Casa discutiu nesta terça-feira o projeto com o ministro da Fazenda e acredita que é possível encontrar saídas para os problemas levantados por ele
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse nesta terça-feira que o projeto que regulamenta as terceirizações só sairá da pauta da Casa depois de apreciado pelo plenário. Cunha, que se reuniu com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que os problemas levantados pelo ministro em relação à proposta podem ser resolvidos na negociação com os deputados. Além de Levy, Cunha reuniu em sua residência oficial representantes de algumas centrais sindicais, entre eles o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), da Força Sindical.

Segundo o presidente da Câmara, o ministro Joaquim Levy demonstrou preocupação em relação à possibilidade de transferir para empresas terceirizadas os recolhimentos de benefícios previdenciários e trabalhistas dos trabalhadores. Para o governo, essa tarefa terá que continuar sendo uma tarefa da empresa "mãe". Cunha afirmou que o ministro Levy continuará conversando com o governo sobre as alterações no projeto de terceirizações. — Ele ( Levy) deu os pontos dele, facilmente resolvíveis. Ele tem problema de substituição tributária, do contratante fazer o recolhimento em vez da própria empresa, detalhes técnicos que vão se resolver. O governo quer o recolhimento pela empresa mãe. No meu entender, é a mesma coisa, havia previsão de responsabilização solidária que significa que o contratante tem que fiscalizar e se não tiver comprovação do recolhimento, teria ele que recolher no outro mês. Dá no mesmo, mas eles preferem a praticidade de ter um responsável maior, isso não altera o projeto — afirmou Cunha.
O presidente da Câmara, no entanto, rechaçou mudanças na proposta em relação a permitir apenas a terceirização de atividades meio de empresas e não nas atividades fim: Isso, pelo menos da parte da Fazenda, não tem discussão. Se não tratar do ponto da atividade fim/ meio no projeto, é melhor nem fazer o projeto.
Cunha voltou a afirmar ainda que a briga maior em relação à proposta é em relação ao recolhimento da contribuição sindical, ou seja, quem ficará com a contribuição dos trabalhadores, os sindicatos das terceirizadas ou os da empresa que contrata o serviço terceirizado. Segundo o presidente, essa será uma decisão a ser tomada pelo relator.
O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC) defende que a votação seja adiada para um melhor debate sobre a matéria. Segundo Sibá, da forma como está - permitindo que empresas terceirizem qualquer tipo de serviço - é um retrocesso e prejudicará os trabalhadores. Cunha disse que, superada a votação da medida provisória que está trancando a pauta, o projeto das terceirizações será o único item a ser apreciado, até que seja votado. — Nessa Casa não existe o projeto estar ou não maduro. Superada a votação da MP, só terá essa pauta na semana, em sessões extraordinárias, quantas forem necessárias até quinta-feira de noite. — Nem que fique a semana inteira sem votar nada. Não há outra maneira de votar um projeto desse, tem que priorizar a votação — disse Cunha.
De acordo com Cunha, é importante que a Câmara enfrente a votação do projeto porque existe uma ação sobre o tema pendente de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF):  — Você tem uma discussão no STF, uma Adin que está para ser pautada e o próprio Supremo deu um tempo para que a gente tente encontrar solução legislativa para  evitar judicializar o processo, que já está judicializado. Se não votar na Casa, o risco que você tem é que a decisão dessa Adin pelo Supremo seja muito diferente do que a maioria da Casa quer. Se o Congresso não votou, se a Câmara preferir não votar, fez sua opção legislativa. Aí Supremo vai votar e decidir.
GOVERNO
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) disse que o governo irá trabalhar para tentar adiar para o fim de abril a votação do projeto que regulamenta as terceirizações. Guimarães reuniu nesta manhã líderes da base aliada e afirmou que, com exceção do líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), que não foi ao encontro e que ele ainda não consultou, os demais aliados concordam com o adiamento da votação da proposta. A pauta de votações será discutida em reunião com o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e os líderes partidários na tarde desta terça-feira. — Vamos trabalhar para o adiamento da votação e a base está disposta a colaborar — disse o líder do governo.
Guimarães enfatizou que esse não é um projeto proposto pelo governo para a votação na Câmara, que o governo está agindo apenas como mediador da proposta entre trabalhadores e empresários. [qualquer mediação desse governo com empresários, sobra para o bolso do contribuinte.]

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