Exigem respeito, mas
não se respeitam. São contra a violência, no que estão certas, e a praticam
contra si mesmas, contra a própria imagem.
No último dia 26 mudou de tom o repúdio
à violência contra a mulher. O novo protagonismo foi assumido por
alunas do Instituto de Ciências Humanas da Universidade Federal de Pelotas. Concebido e produzido
no ambiente acadêmico, era de se esperar algo que servisse como paradigma para
futuras manifestações. Maior ainda a expectativa quando
as acadêmicas são alunas de um curso de humanidades. No entanto, o que
aconteceu na UFPel, como se verá a seguir, fez o respeito à dignidade humana
decair inimagináveis funduras.
O repertório das manifestantes, além de condutas pouco higiênicas, incluiu alcoolismo, maconha, seios à mostra, nudez total, atos libidinosos, masturbação no interior do prédio e na calçada do estabelecimento acadêmico.
O repertório das manifestantes, além de condutas pouco higiênicas, incluiu alcoolismo, maconha, seios à mostra, nudez total, atos libidinosos, masturbação no interior do prédio e na calçada do estabelecimento acadêmico.
No mesmo dia 26 recebi várias imagens
do ocorrido. No entanto, diante
do silêncio da imprensa estadual e da falta de qualquer referência em sites de pesquisa
e redes sociais, prudentemente me abstive de
escrever sobre o assunto. Era tudo demasiadamente inconcebível. Escrevo
agora porque o site G1 finalmente, ontem,
rompeu a barreira do silêncio atrás da qual, parece, se pretendeu
evitar a repercussão que os fatos exigem.
Segundo a matéria, redigida com a
esterilidade de um par de luvas hospitalares, a farra dionisíaca se estendeu
durante a tarde inteira, levando a universidade a suspender as aulas. Não foi, portanto, um simples momento de incontinência e lascívia
cidadã das moçoilas humanistas. Estava bom demais para terminar logo.
Não é paradoxal? Exigem respeito, mas não se respeitam. São contra a violência, no que estão
certas, e a praticam
contra si mesmas, contra a própria imagem, contra a instituição universitária, contra o direito dos colegas a assistir
suas aulas e contra a sociedade, que não pode ser
obrigada a presenciar cenas públicas de degradação.
Essas mocinhas votam! E até o mais alienado
cidadão é capaz de intuir em quais partidos e candidatos votam. Declararam, através
de cartazes, que seu ato era "político". Algumas serão professoras de nossas
crianças e adolescentes! E o que mais deve preocupar a
comunidade: ninguém nasce assim. O veneno que as
domina lhes foi ministrado gradualmente por gente de péssimo juízo e ainda pior
leitura, como venho alertando há bom tempo.
Fonte: Percival Puggina
www.puggina.org
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