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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

ONG pede que empresas parem atividades em assentamentos israelenses



Para Human Rights Watch, companhias contribuem para sistema abusivo e ilegal que viola direitos dos palestinos
Em um relatório publicado nesta quinta-feira, a Human Rights Watch (HRW) fez um apelo para que empresas com operações ligadas aos assentamentos israelenses interrompam suas atividades. Segundo a organização, as companhias se beneficiam e contribuem para um sistema abusivo e ilegal que viola os direitos dos palestinos. A solicitação ocorre no mesmo dia em que Israel confirmou que planeja se apropriar de uma grande faixa de terra fértil na Cisjordânia ocupada, numa medida que deve agravar as tensões com seus aliados ocidentais.  — As empresas que operam nos assentamentos inevitavelmente contribuem para as políticas israelenses que discriminam e empobrecem severamente os palestinos, ao mesmo tempo em que lucram com o roubo da terra e outros recursos palestinos por parte de Israel — disse Arvind Ganesan, diretor da divisão de empresas e direitos humanos da instituição.

De acordo com a HWR, mais de 500 mil colonos israelenses vivem em 237 assentamentos em toda a Cisjordânia ocupada por Israel, incluindo a parte oriental de Jerusalém, em ações facilitadas por sucessivos governos. Mas a organização internacional aponta que as empresas tiveram um papel crucial na expansão dessas comunidades, muitas vezes se utilizando da mão de obra barata dos palestinos, aluguéis vantajosos ou baixa tributação.  — As empresas devem levar em consideração que usar a terra, água, minerais e recursos palestinos em suas operações nos assentamentos é ilegal e são feitos às custas de grandes prejuízos aos palestinos — disse Ganesan. — Aquelas que alegam estar ajudando, ao oferecer aos trabalhadores sem alternativas empregos com salário mínimo e sem proteções trabalhistas, não apenas os prejudicam como beiram um insulto.

Mas a instituição deixa claro que não defende o boicote de consumidores às empresas ou as sanções a Israel, mas pretende que as companhias cumpram com suas responsabilidades para com os direitos humanos. Aumentando ainda mais a tensão sobre o tema, Israel anunciou nesta quinta-feira que planeja se apropriar de uma faixa de terra fértil na Cisjordânia ocupada, uma área próxima à Jordânia. Na prática, parte do terreno já está sendo explorado por agricultores israelenses e, segundo um órgão do Ministério da Defesa, a decisão política já foi tomada e o processo está no último estágio.

A apropriação cobre 154 hectares de terra no vale do Jordão, perto de Jericó, uma área na qual o governo israelense possui muitas fazendas de assentamentos montados em território que os palestinos buscam incorporar a um Estado próprio. A medida foi criticada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que emitiu um comunicado denunciando a ação.  “Atividades de assentamento são uma violação da lei internacional e vão contra os pronunciamentos públicos do governo de Israel apoiando uma solução de dois Estados para o conflito”, disse Ban em um comunicado.

A terra, já parcialmente cultivada por colonos judeus em uma área sob controle civil e militar de Israel, está situada perto da ponta norte do Mar Morto. Os palestinos denunciaram o plano de apropriação.

Fonte: Agência France Presse 

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