Nova número dois da CIA já comandou prisão secreta e é investigada por tortura
Atual vice-diretora, Gina Haspel dirigiu centro clandestino na Tailândia após o 11 de Setembro
[o combate exitoso ao terrorismo na maior parte das vezes exige rapidez na obtenção de informações, o que só pode ser atendido mediante interrogatórios enérgicos - isso vale desde sempre e foi muito usado no Brasil durante o Governo Militar.
Confundir interrogatório enérgico com tortura é conduta típica de pessoas desinformadas ou que agem com má fé.]
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nomeou como número dois
da CIA uma ex-espiã que dirigiu uma das prisões secretas americanas na
Tailândia, criada após os atentados de 11 de setembro. A indicação de
Gina Haspel foi muito bem recebida no quartel general da agência, mas
democratas e organizações de direitos humanos já expressaram
preocupação. Investigada pelo Senado por atos de tortura a suspeitos no
centro clandestino, Haspel é a primeira mulher espiã que chega ao posto
de vice-diretora da instituição.
Os interrogados eram dois supostos membros da al-Qaeda, Abu Zubaydah e Abd al Rahim al Nashiri, de acordo com os dados de uma investigação do Senado. Zubaydah teria sido submetido 83 vezes à técnica de tortura conhecida como "waterboard". Haspel é também apontada como responsável pela destruição das gravações, em 2005, do registro das sessões de tortura a que foram submetidos os prisioneiros detidos no centro de detenção clandestino na Tailândia.
— Gina é uma funcionária de inteligência exemplar, uma patriota com mais de 30 anos de experiência na agência. É uma comprovada líder com uma incrível capacidade de fazer as coisas e inspirar aqueles ao seu redor — disse Pompeo.
Apesar do entusiasmo manifestado pelo chefe da CIA, a vice-diretora foi criticada pela ONG Human Rights First e por senadores. — Continuamos obviamente fortemente contrários à sua nomeação — disse Raha Wala, diretora da organização. — Suas impressões digitais estão em todo o programa de tortura, para não mencionar a destruição de provas.
Os senadores democratas Ron Wyden, do Oregon, e Martin Heinrich, do Novo México, enviaram uma carta a Trump expressando suas preocupações sobre Haspel.
Fonte: O Globo
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