Temer afirma que Lava Jato terá 'rumo correto' com a saída de Rodrigo Janot
Em entrevista ao jornal 'O Estado de S. Paulo', presidente volta a acusar o atual procurador de agir politicamente
- Segundo o presidente Michel Temer, as mudanças na Procuradoria Geral
da República, que terá Raquel Dodge como nova titular a partir de
setembro, na Polícia Federal e no Supremo Tribunal Federal, vão dar “o
rumo correto à Lava Jato”. Em entrevista ao jornal “O Estado de S.
Paulo”, o presidente voltou a atacar a denúncia de corrupção passiva
oferecida por Rodrigo Janot, e o acusou de ter “atuação política”. Disse
também que o diálogo prevalecerá sobre as retaliações, em referência
aos deputados da base aliada que votaram a favor da sua investigação, na
última quarta, e negou a negociação de emendas parlamentares para
garantir sua vitória na votação da Câmara.
Apesar de não ter sido a primeira colocada da lista tríplice
elaborada pelos procuradores, Raquel Dodge foi a escolhida de Michel
Temer para ocupar a Procuradoria Geral da República a partir de
setembro. Segundo o presidente, sua chegada, aliada a mudanças no STF e
na PF, dará “o rumo correto à Lava Jato”. Temer também disse que nunca
houve uma tentativa de destruição da força-tarefa. — O rumo certo é o cumprimento da lei. Rigorosamente o
cumprimento da lei. Não há como descumprir a lei sob pena de criar
instabilidade social — afirmou o presidente, em entrevista ao “O Estado
de S. Paulo”.
Sobre os deputados que votaram a favor de sua investigação
por corrupção passiva, Temer disse que é preciso diálogo, e negou uma
possível retaliação aos infiéis, apesar da pressão do Centrão. Ele
afirmou ainda acreditar que as pessoas que votaram contra o arquivamento
da denúncia entregarão seus cargos no governo. Em relação ao racha
interno PSDB, o presidente minimizou, e disse que o pacto do partido com
a situação fiscal do país seria o suficiente para a votação da reforma
da Previdência. Entretanto, ele admitiu ter ficado “decepcionado” com os
tucanos.
Mais uma ver, Temer fez duras críticas à denúncia de
corrupção passiva oferecida por Rodrigo Janot. A chamou de pífia e
inepta, e disse que “envergonharia qualquer aluno de segundo ano
faculdade de Direito”. Para o presidente, o atual procurador estaria
agindo politicamente.
Na entrevista, Temer também afirmou não conhecer o doleiro
Lucio Funaro, colocou possíveis mudanças na PF a cargo do Ministério da
Justiça, e disse que, no dia da votação sobre sua investigação, não
houve negociação de emendas parlamentares. Sua justificativa foi de que
deputados estariam procurando o ministro Antônio Imbassahy, na plenária,
para falar sobre as emendas.
Fonte: O Globo
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