Magistrados reclamam que têm perdas acumuladas de 41% em seus salários
Ministra Cármen Lúcia preside sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) após o recesso. Foto de Jorge William /Agência O Globo - Jorge William / Agência O Globo
Os presidentes das três principais associações que
representam os juízes brasileiros se reuniram na segunda-feira com a
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia,
para pedir que seja incluído, na previsão orçamentária da corte, um
reajuste de 16,38% em seus salários. O percentual é o mesmo que já
consta num projeto aprovado na Câmara, mas parado no Senado, aumentando
os salários dos ministros do STF de R$ 33.763 para R$ 39.293,32. Para
que os vencimentos dos magistrados sejam efetivamente elevados, é
preciso que as duas cosias ocorram: a verba seja prevista pelo STF, e o
Congresso aprove o projeto.
No STF há resistências ao reajuste num momento de crise econômica no Brasil, a começar pela própria Cármen Lúcia. O ministro Marco Aurélio Mello também é contra elevar os salários na situação atual do país. Segundo ele, um aumento representaria um "desgaste incrível em termos institucionais". Haverá uma sessão administrativa em 9 de agosto para que os 11 ministros do STF possam discutir o tema. — Uma melhoria do meu subsídio eu veria com bons olhos, porque a vida econômica é impiedosa e a gente não dá um passo sem meter a mão no bolso, né? Mas a quadra atual talvez não seja propícia a se pensar na revisão dos subsídios — afirmou Marco Aurélio, concluindo:
— O momento é de extrema cautela. O país está numa situação muito séria e precisamos colaborar para sair dessa situação.
Segundo o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Roberto Veloso, uma lei estabelece reajustes anuais nos salários dos magistrados, mas isso nem sempre é respeitado. Assim, as perdas acumuladas chegam a 41%. Veloso participou da reunião com Cármen Lúcia, juntamente com os presidentes da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Jayme de Oliveira, e da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Guilherme Guimarães Feliciano.
— Não se concedeu reajuste para a magistratura alegando a crise. Mas a crise serviu apenas para a magistratura.
Fonte: O Globo
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