Em entrevista coletiva, Rodrigo Janot é obrigado a admitir a existência de evidências de que seu braço direito conspirou contra a lei. E ele o admite por gosto? Não! Por necessidade
Ah, fiquei muito comovido ao ver um
grupo de jornalistas a tomar o lugar de ministros do Supremo e, ora
vejam, a repetir a ladainha de Rodrigo Janot, o, desculpem a franqueza,
Mistificador Geral da República. Os coleguinhas asseguravam que, a
depender dos desdobramentos das falcatruas que vieram à luz envolvendo
as delações de Joesley e companhia, os benefícios da delação à
bandidagem podem ser revistos ou cancelados, mas a operação não poderia
ser anulada, e as provas seguiriam válidas.
Uma ova! Em primeiro lugar, quem define
isso é o Supremo, não os jornalistas, por esforçados que sejam. Em
segundo lugar, se Marcelo Miller atuou, na condição de procurador, na
preparação das ações de Joesley Batista, podem esquecer: NADA DA
OPERAÇÃO VAI PARAR DE PÉ. E ISSO INCLUI AS PROVAS. A razão é simples:
estaríamos diante de uma ilicitude porque se trataria de um caso
clássico de flagrante armado.
No dia 19 de maio de 2017, meus caros
leitores, a sexta-feira que antecedeu a terça em que vazaram uma
conversa minha com uma fonte (ou foi a Polícia Federal ou foi a
Procuradoria Geral da República), publiquei um texto cujo título era este: “Temer foi vítima de atos ilegais; democracia rejeita ‘entrapment’.”
O que é o “entrapment”? É a cilada, a armadilha, a arapuca. E o que escrevi naquele texto?
“Se surgir uma evidência de
que os contatos de Joesley com o MPF e com PF antecederam a gravação,
estaremos diante da nulidade da operação. É simples assim. Mais:
autoridades teriam participado de uma conspiração — esse é o nome — para
gravar o presidente de forma ilegal. Edson Fachin, no entanto, não quis
nem saber: homologou tudo”.
Todo cuidado é pouco, claro, mas Janot
já sabe que uma das gravações evidencia que Marcelo Miller, seu então
braço-direito, simplesmente passa instruções aos futuros delatores, o
que é absolutamente ilegal. O que fez agora o procurador-geral?
Encaminhou as evidências ao Supremo. E por que Janot não tornou pública a
conversa e ponto final? O procurador-geral deu a entender que haveria
questões que dizem respeito a ministros do Supremo. Quais ministros e
por quê? Bem, isso ele não disse.
Armadilha, cilada, preparação de flagrante.
E essa foi precisamente a acusação que sempre fiz aqui, não é? E sei muito bem o que enfrentei por isso.
Que fique claro uma vez mais: Miller era
o principal auxiliar de Rodrigo Janot. Eis que, de repente, ele anuncia
a sua saída da Procuradoria Geral da República — exonerou-se do
Ministério Público Federal — para atuar como advogado. Em casos como o
seu, a Constituição prevê uma quarentena de três anos — combinação dos
Artigos 95 e 128 da Constituição. Não! Ele não esperou esse tempo. Três
dias depois, já estava advogando para a JBS.
Mas quê… Por mais que alguns apontassem
as óbvias irregularidades, os mistificadores criaram uma cortina de
silêncio. Ou não vimos, há alguns dias, bananas a sair às ruas para
pregar, ora vejam, o impedimento de… Gilmar Mendes. Sim, uma poderosa
campanha, com farto apoio midiático, fazia do ministro do Supremo um
inimigo da Lava-Jato e das investigações. Sim, sempre restará a questão: Janot
poderia ter omitido isso tudo, dando curso à farsa na forma original? Há
quem queira que o homem está sendo de uma honestidade como nunca se viu
antes na história deste país. Uma ova! Esse material que levou o
procurador-geral a passar por essa assombrosa vergonha — na hipótese de
que vergonha reste — ficaria disponível para o exame de outros.
Sabendo o que Janot sabe, se ele tivesse silenciado, só um lugar o aguardaria: a cadeia. Tudo, nessa história patética, estava
errado, não é? Como esquecer que não está na tal gravação nem mesmo o
suposto diálogo que deu início ao caos — aquele em que Temer teria dado
sinal verde para comprar o silêncio de Cunha. Não está na gravação, como
se sabe. Mas foi tomado por setores da imprensa como sinônimo de
verdade.
Pois é… Que bom que o presidente da
República não seguiu aquela orientação dada pelo editorial do jornal “O
Globo”, lembram-se? Aquele que recomendava que Temer renunciasse.
Que conselho dará agora o jornal a Janot?
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo
Não deixe de ver:
Sei quanta porrada levei, não é? Há menos de 4 meses, Kim Janot-un dava apoio integral a Miller
PELA ORDEM! Rodrigo Janot e a admissão de um desastre anunciado. Para o mal do país!
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo
Não deixe de ver:
Sei quanta porrada levei, não é? Há menos de 4 meses, Kim Janot-un dava apoio integral a Miller
PELA ORDEM! Rodrigo Janot e a admissão de um desastre anunciado. Para o mal do país!
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