Depois de descobrir que chuva de ovo não transforma ninguém em mártir, o PT resolveu fazer um escarcéu em torno dos tiros contra a procissão dos pecadores
Depois de descobrir que chuva de ovo não transforma ninguém em mártir político, o PT resolveu providenciar um formidável berreiro em torno dos tiros disparados contra dois ônibus da procissão dos pecadores sem remorso que vem zanzando pelo sul do Brasil. Nesta terça-feira, três perfurações na lataria dos veículos serviram de senha para o começo do escarcéu.“Depois do nazismo e fascismo, não vamos admitir milícias armadas no país”, ordenou o Supremo Pregador no sermão de mais um dia nada santo. “Nossa caravana foi vítima de uma emboscada”, berrou Gleisi Hoffmann. Maria do Rosário enxergou um atentado contra o chefe. E o delegado encarregado de apurar o caso já decidiu que está investigando uma tentativa de homicídio. Contra Lula, naturalmente.
Qualquer tipo de agressão física produz efeitos bem menos contundentes
que a boa e velha vaia. Além do mais, a caravana de Lula tem encalhado
nos descaminhos do ridículo de meia em meia hora. A gritaria precipitada
e tola pode afundar de vez no que o grande Stanislaw Ponte Preta
chamava de “perigoso terreno da galhofa”.
Coluna do Augusto Nunes - VEJA
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