Uma das premissas para um povo
se tornar uma nação evoluída é conhecer e respeitar o seu passado
histórico. A história dos povos está cheia de erros e acertos;
eventualmente e temporariamente estes dois aspectos se confundem ao
sabor dos tempos. Mas não há nada como o decorrer dos dias...
Durante 21 anos a partir do dia 31 de março de 1964 o Brasil viveu sob a égide de cinco presidentes militares. Foram anos difíceis e conturbados. Eram dias perigosos no mundo inteiro. Os mais jovens não se recordam: havia a guerra fria e o Muro de Berlim. Havia o capitalismo e o comunismo. Havia a liberdade e a escravidão do pensamento.
O Brasil foi levado de
roldão pelo furacão da história e não saiu ileso. Quando o General
Mourão Filho movimentou as suas tropas na madrugada de 31 de março dando
início à Revolução de 1964, o comunismo fincava suas garras sobre o
território brasileiro já de longa data. Não fosse a coragem e o
patriotismo de um punhado de oficiais das nossas Forças Armadas, o
Brasil teria sido submetido durante longos anos ao terror da longa noite
comunista. Somente os mais desinformados ainda acreditam que a esquerda
implantara a luta armada em favor da democracia.
Os “anos de chumbo”
foram na verdade o período em que duas ideologias antagônicas se
digladiaram no Brasil, a exemplo do que ocorreu na Coreia, Vietnam ou
nos países do leste europeu tentando se libertar da opressão do monstro
soviético. A grande questão é que aqui no Brasil se permitiu que os
perdedores escrevessem a história a seu bel prazer e sem nenhum
compromisso com a verdade e com os fatos ocorridos. Decorre desta
omissão dos vencedores a ignorância da nossa juventude.
Assim, nossos jovens em mais um aniversário da Revolução de 31 de março, continuam acreditando em heróis de papel, chavões de marqueteiros e mentiras cuidadosamente repetidas. Homens e mulheres dos dois lados tombaram naqueles anos: militares, militantes e inocentes. O terrorismo comunista não poupou o solo brasileiro e também aqui deixou a sua marca de sangue, dor e ódio. Os mortos daqueles anos (não importando o lado em que estivessem) nos encaram dos seus túmulos e perguntam: valeu a pena o nosso sacrifício? Militares e militantes – e aqui excluo os inocentes que morreram vítimas da luta instalada no Brasil – lutaram e morreram defendendo os ideais em que acreditavam. Merecem respeito justamente por isso, ainda que a esquerda tenha escolhido o caminho errado da guerrilha e do terrorismo. Merecem respeito porque na sua ótica lutavam por um Brasil que acreditavam poderia ser melhor. É preciso recordar-se que naqueles anos (1960/1970) o projeto comunista/socialista ainda não havia naufragado miseravelmente no lamaçal da corrupção e da incompetência.
Nossos jovens daqueles anos parecem ter convivido com
Theodore Roosevelt, que certa ocasião afirmou: "é muito melhor arriscar
coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se a
derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam
muito nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não
conhece vitória nem derrota." Os jovens de hoje, com raríssimas e
honrosas exceções, formam fila na penumbra cinzenta, para tristeza de
nossa Pátria Mãe Gentil.
O Brasil não honra e não chora os seus mortos daquele período. Não os honra porque não conhece a sua verdadeira história (e a maioria nem se interessa em conhecer). Não chora justamente porque não se pode lamentar aquilo que se desconhece. O Brasil precisa fazer as pazes com a sua história. Precisa estudá-la, divulgá-la, analisá-la, discuti-la; ela precisa estar nas nossas salas de aula conduzida pelas mãos e mentes de verdadeiros Mestres e não por ideólogos de doutrinas fracassadas. Só assim, os sacrifícios daqueles anos não serão em vão. Só assim os nossos mortos serão honrados e poderão descansar em paz. Só assim poderemos nos tornar, enfim, uma grande Nação.
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