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sábado, 31 de março de 2018

Quantos milhares de palestinos serão mortos pelo exército israelense: palestinos usam pedras, Israel usa tanques e fuzis

Marcha palestina entre Gaza e Israel tem 16 mortos e mil feridos

Soldados israelenses atiram contra manifestantes, alegando que tentaram avançar sobre cerca fronteiriça

 Granadas de gás caem sobre os palestinos durante protesto pelo Dia da Terra, na divisa com a Faixa de Gaza - JACK GUEZ / AFP

Milhares de palestinos marcham na fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel, dando início a um grande protesto de seis semanas chamado de "Marcha do Retorno". Ao menos 16 palestinos foram mortos por disparos dos soldados israelenses e cerca de 1 mil ficaram feridos, segundo autoridades e médicos de Gaza. Israel alega que manifestantes se aproximaram da cerca na fronteira com o território, queimando pneus e jogando pedras e coquetéis molotov. Enquanto sofre com uma grave crise humanitária, a população da região protesta contra o bloqueio fronteiriço imposto há dez anos por Israel e também contra o fechamento quase permanente da passagem para o Egito.

No fim do dia, Israel anunciou ter bombardeado três posições do Hamas, o grupo islâmico que governa Gaza desde as eleições de 2006 — as últimas realizadas nos territórios palestinos, cujo resultado não foi reconhecido nem por Israel nem pelos Estados Unidos Unidos.  Segundo os militares israelenses, desde cedo havia cerca de 20 mil palestinos protestando a partir de cinco pontos de concentração, a cerca de 650 metros da fronteira. Jornalistas no local reportam que os manifestantes não estão armados, mas há lançamento de pedras e queima de pneus por parte de alguns grupos. [o exército de Israel usa fuzis, com balas de verdade (alguns fuzis usam balas de borrachas, apenas para disfarçar, já que os mortos foram atingidos por munição de verdade; balas de borracha muito raramente matam.] Famílias inteiras, inclusive com crianças, ocupam acampamentos, com campos de futebol, sanitários e tendas. Ao longo do dia, no entanto, a ocupação foi ganhando tensão enquanto grupos de jovens se aproximavam da fronteira, onde forças militares israelenses estavam a postos desde a véspera.



 Mulher reage a tiros disparados por soldados durante manifestação na Faixa de Gaza; Israel enviou cem franco-atiradores para a região para a Marcha do Retorno - Khalil Hamra / AP

"Os manifestantes estão rolando pneus queimados e lançando bombas incendiárias e pedras contra a cerca de segurança e as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), que estão respondendo com meios de dispersão e disparando contra os principais instigadores", disseram os militares em sua página oficial do Twitter. "Com as tropas reforçadas, as IDF estão preparadas para responder aos protestos violentos planejados ao longo da Faixa de Gaza, se necessário." [detalhe: os manifestantes estão há 650m metros da fronteira; alguém explique como a esta distância pedras arremessadas por eles, supostos coquetéis molotov e pneus em chamas, conseguem chegar ao menos próximo dos soldados israelenses;
já os membros do exército hebreu usam fuzis e tanques armas para as quais 650m equivalem a alguns centímetros para pedras.]
A primeira pessoa morta foi o agricultor Omar Samour, de 27 anos, que estava no Sul de Gaza, atingido por disparos da artilharia israelense antes mesmo de os protestos começarem oficialmente. 

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Horas depois, morreu Mohamed Najar, de 25 anos, que foi atingido no estômago ao leste de Jabaliyah, na fronteira de Gaza, durante o protesto, segundo o Ministério da Saúde do território palestino. Outro morto era um jovem de 16 anos.

De acordo com o Exército de Israel, dois suspeitos se aproximaram da cerca entre Gaza e o território israelense. Em resposta, israelenses dispararam em sua direção. Dirigentes militares e políticos alertaram que o Exército "não duvidará em dar ordem de abrir fogo aos franco-atiradores se os palestinos tentarem se infiltrar em território israelense durante as manifestações".
— Nós mobilizamos mais de cem atiradores de elite de todas as unidades militares, principalmente das forças especiais — disse o tenente-general Gadi Eizenkot, chefe do Estado-Maior Eizenkot, nesta semana em entrevista ao diário "Yedioth Ahronoth". — Se vidas estiverem em risco, haverá permissão para abrir fogo. A fronteira de Gaza com Israel é fortemente protegida por militares, tanques e franco-atiradores. Os agentes usavam gás lacrimogêneo para forçar os palestinos a retrocederem na marcha. 

SEIS SEMANAS DE PROTESTO
O protesto foi inicialmente convocado por um ativista palestino das redes sociais, Ahmed Abu Artena, que é politicamente independente, mas foi encampado pelo grupo islâmico Hamas, que governa Gaza desde que venceu as eleições de 2006, as últimas realizadas nos territórios palestinos. O Hamas, que historicamente pregou a destruição de Israel, é considerado um grupo terrorista pelos israelenses.

A promessa dos palestinos é manter os protestos por seis semanas, e acampamentos foram montados na região. As manifestações desta sexta-feira coincidem com o Dia da Terra para os palestinos, homenagem anual a seis árabes-israelenses mortos em 1976 em manifestações contra o confisco de terras por Israel. Também estão previstos tributos na Cisjordânia ocupada e na comunidade árabe-israelense. De acordo com o jornal "Haaretz", outras 27 pessoas ficaram feridas em protestos paralelos na Cisjordânia.

Os manifestantes também reivindicam o direito de retorno de centenas de milhares de palestinos, que foram expulsos das suas terras ou fugiram da guerra com os vizinhos árabes que seguiu à criação de Israel, em maio de 1948. Os palestinos há muito exigem que até 5 milhões de compatriotas tenham o direito de retornar. Israel descarta a movimentação, temendo um fluxo de árabes que eliminaria sua maioria judaica.

As estimativas são de que a mobilização poderia culminar com uma grande marcha até a barreira divisória entre Gaza e Israel em 15 de maio — o dia em que, há 70 anos, teve início a guerra de 1948, no dia seguinte à proclamação da independência do Estado de Israel. A ocasião é conhecida entre os palestinos como "Nakba" ou "Catástrofe", marcando o deslocamento de centenas de milhares de palestinos no conflito que envolveu a criação de Israel.

Nesta sexta-feira, mesquitas na Faixa de Gaza pediram que os palestinos se unissem aos protestos. Vários ônibus levaram os manifestantes à zona fronteiriça. Desde 2008, Israel e Hamas já se enfrentaram em três guerras no enclave palestino. A última delas aconteceu em 2014 e, desde então, os dois lados observam um tenso cessar-fogo. Logo antes do início da concentração para a Marcha do Retorno, o embaixador israelense para as Nações Unidas, Danny Danon, escreveu ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e ao Conselho de Segurança da organização para advertir sobre "um perigoso esforço dos líderes palestinos para provocar um conflito, organizando uma série de confrontações em massa" e argumentando que Israel tem o direito de se defender.[direito de se defender mesmo os atacantes (palestinos) armados com pedras e os atacados (israelenses) com fuzis automáticos, tanques e canhões.]

O coordenador especial da ONU para o processo de paz no Oriente Médio, Nickolay Mladenov, pediu a todos os lados que "exerçam contenção e tomem as medidas necessárias para evitar uma escalada violenta". Em comunicado enviado à agência Reuters, ressaltou: "As crianças, em particular, não devem ser colocadas em risco a qualquer momento".


TENSÃO NA PÁSCOA
As autoridades de Israel decidiram impedir que grande parte da pequena comunidade cristã da Faixa de Gaza viaje a Jerusalém para as celebrações da semana de Páscoa, tendo em vista as preocupações de segurança ne região. O corpo de Defesa responsável de assuntos envolvendo civis palestinos disse que apenas permitirá a entrada de maiores de 55 anos. O feriado judaico de uma semana de Páscoa, quando Israel aumenta a segurança, também começa na sexta-feira.

Israel mantém um cerco sobre a Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas há mais de dez anos, e restringe a entrada dos seus moradores no seu território. O pequeno enclave é uma das zonas mais populosas do mundo, com mais de 2 milhões de pessoas vivendo em condições extremas e com escasso acesso a serviços e bens básicos, como água e eletricidade.

Segundo autoridades israelenses, as restrições são necessárias para evitar que os moradores de Gaza fujam e prolonguem seu tempo de permanência em Israel. Wadie Abunaccar, funcionário da Igreja católica, classificou as medidas israelenses como muito tristes, esperando que as autoridades reconsiderassem a sua decisão.

O Globo


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