Mãe e filha são arremessadas de ônibus durante assalto em Samambaia
Ladrões teriam perdido a paciência com a criança quando ela, inocentemente, pediu que eles não levassem o ovo de Páscoa que ela havia acabado de ganhar
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga um caso de
violência extrema, que chocou os moradores de Samambaia esta semana. Na
última quinta-feira (29/3), mãe e filha foram arremessadas para fora de
um ônibus por dois assaltantes. O crime aconteceu por volta das 17h,
quando o coletivo fazia a linha circular Samambaia Sul-Norte. O gatilho
para a truculência dos bandidos teria sido o pedido da menina, de
apenas 8 anos, que havia implorado para que os criminosos não levassem o
ovo de Páscoa dela.
Em depoimento à 32ª
Delegacia de Polícia (Samambaia Sul), o cobrador do ônibus disse que os
dois suspeitos aparentavam ser menores de idade e estavam com facas na
mão. Após assaltarem os passageiros, um dos envolvidos teria empurrado a
criança, ainda com o coletivo em movimento. A mãe tentou segurar a
filha, mas não conseguiu, e as duas acabaram arremessadas para fora do
veículo. De acordo com a testemunha, o ônibus, da empresa Urbi
Mobilidade Urbana, estava a uma velocidade de 30 km/h na hora da
ocorrência.
Por meio de redes sociais, uma outra testemunha do crime relatou o
pânico da cena. "Escutei um pedido de socorro. Ao chegar ao local, se
encontravam uma mãe e uma menina de 8 anos caídas na pista, muito
machucadas, havia muito sangue", disse na postagem. Segundo ela, a
criança estava inconsciente e a mãe, em estado de choque. O motorista do
ônibus, que parou assim que as vítimas foram jogadas, decidiu levá-las
para o hospital. A testemunha os acompanhou no trajeto e auxiliou a
família. "Ela teve duas convulsões e estava
desacordada. Ao ser colocada no ônibus, eu a deitei para que a sua
coluna ficasse reta, e tentei arduamente fazê-la acordar. Com muito
esforço, ela passou a abrir os olhos", escreveu a mulher.
"A
mãe estava com o joelho rasgado e as pernas e braços arranhados. A
criança estava com escoriações por todo o corpo, um ferimento grave na
cabeça, nariz sangrando e não conseguia se lembrar de nada. Questionava a
cada cinco minutos o que havia acontecido", relatou. Horrorizada com a
situação, ela desabafou na publicação. "Marginais não têm a mínima dó de
ninguém".
As vítimas foram
encaminhadas para o Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Lá, a
cabeleireira Mitieli Cruz, 33 anos, presenciou o desespero dos pais da
criança. "Meu filho estava em observação, e a menina ficou em um leito
ao lado do meu. O pai estava muito chateado. A mãe chegou ao quarto
pulando em uma perna só. Abraçou a filha e disse que a amava muito",
disse.
Ao perguntar para o pai o que havia acontecido, ele explicou que o empurrão foi devido a um ovo de Páscoa. "O pai contou que a menina estava segurando um ovo, e um dos assaltantes tomou o chocolate das suas mãos. Na inocência, ela pediu o ovo de volta, e um dos rapazes a empurrou do ônibus", contou Mitieli.
Ao perguntar para o pai o que havia acontecido, ele explicou que o empurrão foi devido a um ovo de Páscoa. "O pai contou que a menina estava segurando um ovo, e um dos assaltantes tomou o chocolate das suas mãos. Na inocência, ela pediu o ovo de volta, e um dos rapazes a empurrou do ônibus", contou Mitieli.
Também
moradora de Samambaia, a cabeleireira fica preocupada com a segurança na
cidade. "Meu filho de 4 anos pega ônibus todos os dias para voltar da
escola. É horrível viver nessa insegurança", desabafou. Até a última atualização desta reportagem, os suspeitos do crime
ainda não haviam sido sequer identificados pelas autoridades. De acordo
com informações da PCDF, mãe e filha estão conscientes, mas ainda não
receberam alta do HRT. A 32ª DP investiga o caso. O Correio entrou em contato com a Urbi, que não respondeu as mensagens enviadas pela reportagem.
Morte em fevereiro
No mês passado, o jovem David de Brito, 21, morreu após também ter sido empurrado de um ônibus, da viação Piracicabana.
Na madrugada da quarta-feira de cinzas, quando voltava para casa, em
Planaltina, ele foi agredido por um grupo de 20 pessoas, antes de ser
arremessado do veículo em movimento, na altura da Home Center Rezende,
próximo a Sobradinho. Ele ficou internado no Hospital de Base até o dia
23 de fevereiro. Após 10 dias em coma, David não resistiu aos
ferimentos.
Correio Braziliense
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