Grupo estrangeiro, que estava no Palácio do Itamaraty, reclamou da impossibilidade de circular livremente para cobrir a posse do presidente Jair Bolsonaro. Depois de denunciarem 'cárcere privado', foram autorizados a sair antes do horário previsto
[a liberdade de imprensa é essencial; mas, os aspectos de segurança não podem ser deixados em segundo plano.
Além do mais, alguns órgãos da imprensa cultivam o péssimo hábito de apresentar reportagens baseadas em 'indícios' como fatos.]
As limitações impostas pela equipe responsável pela segurança da posse presidencial, que ocorre nesta terça-feira (1º/1), a partir das 14h, têm gerado uma série de dificuldades ao trabalho da imprensa. Jornalistas estão impedidos de transitar entre os prédios da Esplanada e da Praça dos Três Poderes e foram obrigados a chegar horas antes aos locais onde ocorrerão os eventos. Em certos pontos, como no Congresso, os repórteres não têm acesso a água nem autorização para ir ao banheiro em determinados momentos.
Para cobrir a
transição da faixa presidencial, os jornalistas de veículos nacionais e
internacionais tiveram de comparecer ao Centro Cultural Banco do Brasil
(CCBB) a partir das 7h para pegarem ônibus que os levaram ao Planalto,
Itamaraty e Congresso Nacional. Depois do transporte, são obrigados a
permanecer nos locais até a hora do evento, sendo que alguns deles, como
a recepção no Itamaraty, só ocorrerão à noite. A
cobertura jornalística no Ministério das Relações Exteriores também
começou tumultuada. Na chegada ao Palácio do Itamaraty, os jornalistas
credenciados foram conduzidos ao piso inferior e colocados na sala San
Tiago Dantas, onde deverão permanecer até as 17h, quando serão, então,
guiados ao térreo para acompanhar a chegada de autoridades.
O
espaço, no entanto, não dispõe de janelas para que os profissionais
possam ver o que acontece do lado de fora do palácio. A limitação pegou
de surpresa alguns jornalistas estrangeiros. "No mapa, quando você vê o
Palácio, acha que poderá filmar as coisas acontecendo na Esplanada. No
fim, nos demos conta de que ficamos presos em uma sala de imprensa sem
vidro, onde não podemos fazer nada para registrar a chegada de
convidados", lamentou Fanny Marie Lotaire, da rede de tevê France 24.
Após
muitas reclamações, três jornalistas da emissora e um jornalista da
agência oficial de notícias da China deixaram o Palácio do Itamaraty.
Sair, porém, não foi fácil. Inicialmente, a assessoria do Itamaraty
explicou que eles não poderiam ir embora antes das 20h, quando saem os
primeiros ônibus que levarão os jornalistas de volta ao Centro Cultural
Banco do Brasil (CCBB). Após críticas de que a reclusão imposta coloca a
imprensa em uma situação de "cárcere privado", a comunicação do
ministério conseguiu um ônibus para levar quem desejasse sair. "Prefiro
ter minha liberdade de entrevistar qualquer pessoa passando na rua,
mesmo que esteja vazia, do que ficar aqui", disse Fanny. [será que essa jornalista francesa tem, quando realiza coberturas em seu país, a liberdade que pretendia ter direito no Brasil?
- especialmente na posse de um presidente que foi vítima de um covarde e traiçoeiro atentado;
- a credencial é importante, mas, não garante idoneidade do portador - afinal, é o primeiro documento que qualquer terrorista cuida em conseguir;
- quanto ao jornalista da agência oficial de notícias da China, é possível assegurar, com 1.000% de certeza que em seu país ele não tem um 1/100 da liberdade que teve no Brasil.]
Falta de água
Há
informações, porém, de que as restrições não são para todos. Um grupo
específico recebeu credenciais especiais de imprensa para circular pelo
Palácio do Planalto. O Correio viu o momento em que um comunicador, credenciado para o salão nobre, circulava pelo térreo com autorização da segurança. [é normal que alguém credenciado em um nível mais elevado de segurança, possa circular sem restriçoes em áreas menos restritas.]
No
Planalto, até mesmo o lanche, como frutas e sucos, levados por alguns
repórteres, foram recolhidos e jogados no lixo. Mais tarde, no entanto, a
segurança do palácio liberou os alimentos. No Congresso, a jornalista
do Correio Simone Kafruni, gravou um vídeo em que
mostra as condições precárias a que estão submetidos os profissionais,
que não tinham acesso a água nem podiam ir ao banheiro em determinados
momentos.
Posição da Abraji
Em
nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji)
criticou as ações contra jornalistas. "Um governo que restringe o
trabalho da imprensa ignora a obrigação constitucional de ser
transparente", escreveu. Segundo a Abraji, com as restrições,
brasileiros receberão menos informações sobre a posse presidencial.
"Confinados desde as 7h, alguns com acesso limitado a água e a
banheiros, eles não puderam interagir com autoridades e fontes, algo
corriqueiro em todas as cerimônias de início de governo desde a
redemocratização do país. A Abraji protesta contra este tratamento
desrespeitoso aos profissionais que estão lá para fazer o registro
histórico deste momento", afirmou.
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