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sábado, 20 de abril de 2019

Como reparar a lambança no Supremo Tribunal Federal e um anão chamado Toffoli

Na Corte de Dias Toffoli

Lula em cena

Na sequência imediata da bagunça institucional que promoveu, restabelecendo por uma semana a censura no país, o presidente do STF, Dias Toffoli, não se deu por vencido: concedeu a Lula, preso e condenado em segunda instância, o direito de dar uma entrevista. Com isso, revalidou liminar concedida em setembro do ano passado, em pleno período eleitoral, por seu colega Ricardo Lewandowski, revogada a seguir pelo ministro Luís Fux.

No vaivém das decisões da Suprema Corte, fortalece-se a segurança jurídica do país. Nunca antes. A decisão prepara o ambiente para o julgamento, pela quarta vez em pouco mais de dois anos, da prisão em segundo grau. A atual composição do STF deixará para a história uma novidade: a jurisprudência de alta rotatividade, revisada a cada seis meses. E tudo em função de um único personagem: Lula.  É provável (senão seguro) que nenhum outro prisioneiro, em todo o planeta, e em qualquer época, tenha mobilizado tantas vezes a Corte Suprema de seu país como o ex-presidente.

Sabendo-se que cada pleito ao STF envolve honorários de sete dígitos, ignora-se como são providos, na medida em que o cliente, ao que se saiba, vive dos proventos de aposentado; proventos robustos, é verdade, mas insuficientes para tais demandas.  A revogação da jurisprudência da prisão em segundo grau recolocará Lula em circulação na cena política, devolvendo à esquerda, desarticulada pela derrota acachapante nas eleições, o seu símbolo e motivação. O benefício não será extensivo a todos; apenas a ele e a mais alguns, como provavelmente José Dirceu, ainda solto.

Abrirá seguramente espaço para que uma fila de meliantes políticos postule isonomia, para gáudio (e renda) dos criminalistas.  A OAB, patrona do pleito, que seria julgado este mês, pediu seu adiamento ao STF por razões estratégicas. Não convinha julgá-lo no momento em que o Senado examinava uma CPI sobre o Judiciário.  Agora, com o recuo no caso da censura à revista Crusoé e aos sites da internet em que o ministro e professor de direito constitucional, Alexandre de Moraes, pagou o maior mico técnico de sua carreira -, a data do julgamento já pode ser remarcada.

Sabe-se que a entrevista, a ser concedida à Folha de S. Paulo, será a peça de resistência do filme“Lula, o preso político” que o PT está produzindo para restaurar a imagem do ex-presidente. [será a mesma m..., com o mesmo resultado (negativo = nenhum) de outra m..., chamada Lula, o filho d...]
Preso político ou político preso? – eis aí um dos casos em que a ordem dos fatores altera substancialmente o produto.  Que o PT empreenda essas iniciativas, ainda que ao arrepio da ética e mesmo da lei, é compreensível; trabalha por seus interesses e para impor sua narrativa. O que é estranho, para dizer o mínimo, é encontrar simpatia onde deveria haver limites.

Ruy Fabiano é jornalista 


Um anão chamado Toffoli - Apequenou-se e apequenou o tribunal 


“Se você publica uma matéria chamando alguém de criminoso, acusando alguém de ter participado de um esquema, e isso é uma inverdade, tem que ser tirado do ar. Simples assim”, decretou o ministro Dias Toffoli, presidente faz menos de um ano do Supremo Tribunal Federal.

Em entrevista ao jornal VALOR, ele disse que só havia acionado seu colega Alexandre de Moraes para investigar o que publicaram o site O Antagonista e a revista eletrônica Crusoé porque, “ao atacar o presidente, estão atacando a instituição” – no caso, a mais alta Corte de Justiça do país.  Poucas horas depois de o jornal ter circulado com a entrevista, Alexandre de Moraes deixou Toffoli pendurado na brocha. Revogou a decisão tomada de censurar o site e a revista. Reconheceu que nada do que ali fora publicado era mentira. Foi amargar em casa o seu açodamento.

De resto, a reportagem do site e da revista não chamou Toffoli de criminoso. Nem o acusou de ter participado de esquema algum. Limitou-se a dizer que ele era “o amigo do amigo do meu pai”, alcunha a Toffoli reservada em e-mails trocados por executivos da construtora Odebrecht.  Antes de publicar a reportagem, o site e a revista procuraram Toffoli para ouvi-lo a respeito. Informado sobre o que se tratava, ele recusou-se a dar explicações. Cobriu-se com a toga a que tem direito. Imaginou que contaria também com a proteção das togas vestidas por seus colegas de tribunal.

 

Para quem se apresentara como aquele que retiraria o Supremo na boca do palco da política nacional, Toffoli só fez empurrá-lo para além da boca do palco.  

Apequenou-se – logo ele que jamais fora um gigante. Apequenou o Supremo.

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