Para pesquisador, somente os petistas – e, dentro do partido, nem todos – mantiveram a narrativa da prisão ilegal e do 'Lula Livre'
Na terça-feira, 23, mais uma etapa do famigerado caso do triplex do Guarujá teve espaço no tribunal e na mídia. A condenação foi mantida pelos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas a pena foi diminuída de 12 anos e um mês para oito anos e dez meses e isso, em tese, pode significar, no segundo semestre, progressão do regime fechado para o semiaberto.Como sempre, no caso, conjugou-se as dimensões jurídicas e políticas. Desde a condenação de Lula pelo, então, juiz Sérgio Moro, passando pela condenação confirmada em segunda instância (tendo a pena aumentada) e os vários movimentos da defesa que questionaram a legitimidade do julgamento, o processo mirando os procuradores e até a falta de imparcialidade de Moro foram, um a um, desmontados pela Justiça, rendendo derrotas jurídicas.
O STJ reduziu a pena e a multa imposta nas instâncias inferiores da Justiça, todavia, a principal expectativa da defesa – retirar o processo da Justiça Federal e leva-lo para a Justiça Eleitoral – não se realizou. A defesa do ex-presidente queria muito, e conseguiu muito ou pouco, dependendo da leitura a ser feita. É pouco para quem alega inocência e tem seu nome manchado no rol dos culpados, mas é muito positivo o fato de poder sair da prisão.
Não havendo, portanto, a possibilidade de grandes comemorações na dimensão jurídica, esperava-se que a prisão do maior líder político brasileiro elevasse a temperatura das ruas, com protestos e forte mobilização. Nada disso ocorreu. O Lula mítico conheceu o Lula real. Somente os petistas – e, dentro do partido, nem todos – mantiveram a narrativa da prisão ilegal e do “Lula Livre”. A nova decisão reduziu a pena, mas confirmou os crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro.
Politicamente, a consequência da decisão jurídica do STJ é de manter enfraquecido o já combalido discurso político de Lula e do PT. Os fatos jurídicos do Triplex e a outra condenação em primeira instância no caso do sítio de Atibaia deixam a situação como antes: só especialistas e petistas prestam a atenção em Lula, pois a população segue sua vida normalmente. Nenhum trauma. Nenhuma grande manifestação.
Há os que comemoraram, sempre, as derrotas jurídicas de Lula e ontem se decepcionaram com a redução da pena. A Justiça segue seus ritos e as decisões foram, em grande medida, péssimas para o ex-presidente. Mesmo Lula apresentando-se resiliente na prisão, não se pode negar que a esperança de um regime semiaberto, por exemplo, é um dado positivo.
Isso não significará a retomada de reuniões políticas ou de eventos públicos. Portanto, no campo político suas pretensões podem ser de continuar liderando, informalmente, o PT, mas nada no horizonte eleitoral. Ao que tudo indica, pelas condenações e pela idade, não veremos, novamente, Lula candidato a algum cargo eletivo.
Rodrigo Prando, Professor e pesquisador da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Doutor em Sociologia pela Unesp.
O Estado de S.Paulo
[a decisão de ontem pode ser neutralizada por outras condenações e Lula terminar seus dias arrastando uma tornozeleira eletrônica em sua casa.
CONFIRA:
- Na calma devotos lulopetistas!
corroborando o magistral raciocínio do Blogueiro Josias de Souza:
a coisa melhorou um pouco para o presidiário petista, Lula da Silva - já
esperávamos, apesar de não desejarmos, uma redução da pena do condenado
petista.
Ocorreu,
visto a existência de disposição legal que permite a qualquer
bandido, cumprindo um sexto da pena ir para o semiaberto. Mas, tem uns detalhes que atrapalham o presidiário de Curitiba.
Importante
que o julgamento de ontem,
corroborou o entendimento da existência de provas suficientes para embasar a condenação do criminoso de Garanhuns e a INexistência de qualquer ilegalidade no processo - tendência que
deve se estender aos demais processos.
Assim,
os 'eficientes' advogados do condenado petista vão continuar impetrando recursos e mais recursos, todos sem nenhuma
valia - o julgamento de ontem era jogo
jogado, visto ser cabível e em nada dependeu da eficiência rábulas
lulopetistas. Existe a possibilidade de que o reeducando ganhe o semiaberto em
setembro próximo, mas, também que antes o TRF - 4 julgue e confirme, talvez até majorando, a
condenação de Lula pelo Sítio de Atibaia.
Se
junto com a praticamente certa confirmação da segunda sentença condenatória, o
STF continuar protelando a decisão sobre a prisão ou não prisão em segunda
instância
(ontem um dos julgadores de Lula deu uma aula sobre a diferença entre
possibilidade de recursos e trânsito em julgado - foi magistral e isto talvez
influencie o STM, se julgar a matéria ainda este ano) a nova sentença, doze anos, se soma ao que resta da atual,
passando dos vinte anos, o
que muda o 1/6 para uns 3 anos e alguns meses)
E,
o bandido petista ainda tem outros cinco
processos e mesmo que no ritmo lento da Justiça, uma condenação a cada dois anos, gera acréscimos no 1/6.
Vou
dar um palpite absurdo, mas, diante
dos absurdos praticados pela defesa de Lula, qualquer absurdo deixa de ser - afinal, os ilustres causídicos já apelaram até para um subcomitê de buteco da
ONU, ou foi da OEA, para soltar o presidiário petista e permitir que ele fosse candidato.
Vamos
a uma sugestão gratuita = a boa ação do dia: a CF proíbe punir bandidos com rigor e, em subsequência, proíbe
penas de caráter perpétuo. Desejo
vida longa ao Lula, afinal, o ideal é ele vivo, com saúde acima da média da de milhões de brasileiros que penam
nos hospitais públicos devido a roubalheira que ele comandou, cumprindo pena
e a cada dois anos a pena aumentando um pouco mais.
Tudo
indica que Lula tendo pena a cumprir até aos 90 anos de idade, tal punição pode
ser considerada de 'caráter perpetuo' e soltem o presidiário.]
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