O deputado
Rodrigo Maia, presidente da Câmara, foi às redes sociais para comentar
entrevista do secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, sobre reforma
tributária. Sem mencionar o nome de Cintra, Maia levou ao ar um post curto e
grosso: "Não vamos tratar de aumento de impostos na Câmara, não
passa." Insinuou que o auxiliar do ministro Paulo Guedes (Economia) fala
fora de hora: "O foco agora é a Previdência'.
Mais cedo, o próprio presidente da República levara ao ar um vídeo para
desdizer Marcos Cintra. Jair Bolsonaro declarou-se surpreso com a entrevista de
Cintra, veiculada na Folha. Assegurou que seu governo não cogita tributar as
igrejas. Na entrevista multidesautorizada, Marcos Cintra expôs tópicos da
reforma tributária que a gestão Bolsonaro supostamente enviará ao Congresso.
Uma das estacas da proposta é a ideia de acabar com a contribuição
previdenciária que incide sobre a folha de pagamento. Seria criado no lugar a
CP, Contribuição Previdenciária. A CP teria alíquota de 0,9% e incidiria sobre
todas as transações financeiras, bancárias ou não.
A alíquota seria rachada entre
quem paga e quem recebe —0,45% para cada um. Nenhuma transação escaparia do
novo tributo, nem as igrejas nem os contrabandistas. Faltou ao secretário
combinar seu jogo com os russos. Na
Câmara, Rodrigo Maia articula sua própria reforma tributária. Faz isso
ignorando Marcos Cintra. Escora-se numa proposta elaborada pelo economista
Bernardo Appy, diretor do Centro de Cidadania Fiscal (CCiF). Appy sugere
unificar cinco tributos (IPI, PIS, COFINS, ICMS e ISS) em um, a ser batizado de
Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). Seu projeto tramita a bordo de uma
proposta de emenda constitucional subscrita pelo líder do MDB na Câmara,
deputado Baleia Rossi (SP).
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