No trimestre encerrado em dezembro, a taxa de desocupação ficou em 11%, atingindo 11,6 milhões de pessoas. Mesmo com a redução do desemprego, a informalidade atingiu patamar recorde em 2019. Com as pessoas parando de perder emprego e chegando a recuperar espaço no mercado de trabalho, houve mais liberdade para o aumento dos gastos da família. A liberação pontual de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), também causou estímulo positivo no resultado.
Desaceleração no fim do ano
No 4º trimestre, o PIB cresceu 0,5% na comparação com o
trimestre anterior, o que representa uma desaceleração frente ao avanço
de 0,6% registrado no 3º trimestre. A indústria e os serviços
apresentaram variação positiva de 0,2% e 0,6%, respectivamente, enquanto
a Agropecuária caiu -0,4%.
Como era esperado, foi o crescimento do consumo das famílias (1,8%)
que puxou a economia na medida em que ele representa quase dois terços
do PIB brasileiro. Outro bom sinal foi a expansão de 2,2% do
investimento privado. A indústria ensaia uma recuperação, depois de um
primeiro semestre desastroso por causa da tragédia de Brumadinho. A
queda no consumo do governo (-0,4%) está em linha com o ajuste do
déficit fiscal traçado pelo governo federal. Sem os efeitos, ainda desconhecidos, provocados pela ameaça de uma
crise mundial de saúde, podemos dizer que os números do PIB de 2019 são
compatíveis com um crescimento anual em 2020 de algo próximo a 2,2%.
Temos de esperar, porém, os números do primeiro trimestre para mensurar
os efeitos da crise provocada pelo coronavírus sobre a economia
brasileira.
*Economista e engenheiro, Luiz Carlos Mendonça de Barros foi presidente do BNDES e ministro das Comunicações.
Economia - VEJA
Mendonça de Barros: Brasil caminha para crescimento de 2,2% em 2020
Desempenho, porém, depende do resultado do primeiro trimestre, que mostrará o tamanho do impacto da crise do coronavírus sobre a economia brasileira
Os números do desempenho da economia brasileira
em 2019 divulgados agora pelo IBGE não trazem surpresas, deixando para
trás o pessimismo que tomou conta dos analistas nas últimas semanas. O
crescimento do PIB do
ano em relação a 2018 foi de 1,1%, mas com uma curva ascendente ao
longo de seus quatro trimestres. Nos últimos três meses de 2019, o
crescimento sobre o mesmo período de 2018 – expansão na margem – foi de
1,7%, bem acima do avanço médio do ano (1,1%). O PIB per capita variou 0,3%, em termos reais, alcançando 34.533 reais em 2019.
*Economista e engenheiro, Luiz Carlos Mendonça de Barros foi presidente do BNDES e ministro das Comunicações.
Economia - VEJA
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