Ex-comandante do Exército diz se preocupar com panelaços, mas acredita que presidente vai sair da crise ‘por cima’
O presidente agiu errado em falar que o coronavírus é uma gripezinha?
Ele disse isso, naquele momento, para tentar tranquilizar o País. Mas não é uma gripezinha.
Na manhã de segunda-feira, o presidente esteve na casa do senhor. À tarde, o senhor publicou no Twitter um post de apoio a ele. Ele pediu seu apoio?
Eu já estava pensando em me manifestar. Ele pediu o meu apoio e eu achei oportuno me posicionar e dizer às pessoas qual é a lógica da sua atuação. Pode-se discordar do presidente, mas sua postura revela coragem e perseverança nas suas próprias convicções. Mas ele não pediu isso explicitamente.
O presidente está precisando de apoio neste momento? Ele perdeu apoio da área militar?
Não.
Mas o presidente mudou o discurso na última terça-feira?
Não foi por minha causa. Mudou por ele. Por ele, eu acho.
Mudar o tom do discurso e falar de forma mais conciliatória foi positivo?
Esta é a linha ideal.
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A atuação dele na pandemia compromete uma reeleição?
Está muito cedo para falar de reeleição. Mas panelaços podem demonstrar uma perda de apoio, embora estejam concentrados nos grandes centros.
O presidente está isolado politicamente? Ele se sente isolado?
Não sei. Isso muda muito conforme as circunstâncias.
Acho que essa percepção é temporária. Eu acho que ao final, ele vai sair por cima
A decisão do presidente de não endossar o discurso do Ministério da Saúde pró quarentena vai custar caro a ele?
Não comento.
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Os filhos do presidente têm uma desconfiança muito grande em relação aos militares, particularmente em relação ao vice Hamilton Mourão. Isso mudou?
Não tem motivo para ter qualquer desconfiança do Mourão. Mourão tem sido um ponto de equilíbrio. Ele é leal ao presidente.
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Há uma tutela branca no presidente Bolsonaro pelos ministros mais próximos agora, como Braga Netto, da Casa Civil, e Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo?
Ninguém tutela o presidente.
Como avalia a guerra entre governadores e o presidente?
Cada um tem de fazer a sua parte e não tem de ficar polemizando. A virtude sempre está no meio. Mas tem havido muito oportunismo político. Não quero nominar. Estou falando em geral.
Conciliação. Precisamos buscar harmonia.
Como o País vai sair dessa crise? Como se reconstrói um país depois de uma pandemia, com tanta morte e tanto problema econômico?
Eu creio que, talvez não em aspectos concretos como a economia em geral, mas psicologicamente, vamos sair fortalecidos. Certamente teremos problemas na economia, mas sairemos fortalecidos psicologicamente. Assim como nas guerras, vamos sair com disciplina social, espírito de solidariedade, sentimento pelo País e respeito às instituições.
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