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domingo, 19 de maio de 2019

Lula está apaixonado e vai se casar, afirma ex-ministro

A intenção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é se casar após deixar a prisão. O plano foi revelado, neste sábado (18), pelo ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira, em uma postagem em uma rede social na qual afirma que o petista está apaixonado.
Bresser visitou Lula na última quinta-feira, na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR), onde o ex-presidente está preso desde abril de 2018 após decisão unânime do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que reduziu sua condenação de 12 anos e 1 mês de prisão para 8 anos, 10 meses e 20 dias. A previsão da defesa de Lula é deixar o regime fechado ainda neste ano.
"Ele está em ótima forma física e psíquica", escreveu Bresser. Segundo o ex-ministro, a grande preocupação do petista no momento é "ter reconhecida sua inocência". 

[Lula para se manter em evidência apela agora para o lado sentimental - vai casas, com uma mulher; a ressalva é o risco de se o casamento não trazer o petista para os holofotes, ele apelas para uma opção das representadas na sopa de letras LTGBQ. 
Afinal o petista já teve experiência na área.]

 Bresser deu detalhes da vida pessoal do ex-presidente. "Está apaixonado e seu primeiro projeto ao sair da prisão é se casar", disse. A pretendente visita Lula com frequência na cela da PF e tem por volta de 40 anos, segundo o jornalista Guilherme Amado, colunista da Revista Época. O ex-presidente presidiário tem 73 e é viúvo desde 3 fevereiro de 2017, após a ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva morrer, aos 66 anos, devido um Acidente Vascular Cerebral (AVC), decorrente do rompimento de um aneurisma.

Na visita, Bresser relata ter entregue a Lula o seu livro "A Construção Política do Brasil", onde afirma que ele fez um belo governo, mas “errou ao deixar o juro alto e o câmbio apreciado”. O ex-ministro defendeu a liberdade de Lula e afirmou que a política brasileira precisa de "um líder sem ressentimentos" e que lute por um grande acordo nacional necessário para o país sair da crise.
O petista foi condenado em primeira e segunda instância no caso do tríplex de Guarujá (SP) e, em primeira instância, no caso do sítio de Atibaia (SP).

Yahoo.com

 

sábado, 28 de julho de 2018

Coisas do Brasil

Servidora tem aposentadoria cortada, sofre AVC, morre no Salgado Filho e família não é avisada

Telefone do hospital, onde idosa trabalhou como enfermeira por 34 anos, está cortado

Em um intervalo de 48 dias, Marly Flávia de Oliveira morreu duas vezes. A primeira, no quinto dia útil de junho, quando foi ao banco buscar sua aposentadoria e descobriu que havia sido dada como morta e, por isso, estava com o benefício e o plano de saúde, descontado em folha, cortados. Sem dinheiro e sem seguro, a moradora de Todos os Santos, tão independente a vida toda, se viu pedindo ajuda à família. 

Quinze dias após o fatídico extrato com saldo zero, a aposentada de 78 anos sofreu um AVC isquêmico enquanto dormia. Sem plano, acabou sendo levada para o Hospital municipal Salgado Filho, no Méier, onde trabalhou como enfermeira por 34 anos. Após 33 dias na emergência, às 7h30 da última terça-feira, Marly morreu. A família só soube por volta das 13h, ao chegar para a visita. Os telefones do hospital estão cortados. 

— Perdi a pessoa que eu mais amava. Foi muito duro chegar ao hospital e ter que reconhecer o corpo no necrotério. E se não fôssemos visitá-la todos os dias? Quando saberíamos da morte? Ao lado dela, havia outros cinco corpos fora da geladeira. Há famílias que moram longe, não têm dinheiro para passagem e não vão sempre na visita. Por quanto tempo aqueles corpos ficarão ali? — questiona o neto de Marly, Bruno Oliveira, de 26 anos, ressaltando que a avó foi muito bem tratada no período em que ficou internada. — Ela era muito conhecida lá.
Bruno conta que, após ter a aposentadoria suspensa, a avó ficou “desestruturada”:
— No ano passado, aconteceu a mesma coisa. Minha avó sempre foi uma pessoa independente. Na semana em que teve o AVC, ela reclamou muito de dor de cabeça. Minha avó sofria de pressão alta. Mas não podia ir à consulta porque estava com o plano de saúde cortado e sem dinheiro para táxi. Acredito que, com todo aquele estresse, a pressão descontrolou, e ela teve o AVC dormindo. 

Segundo Bruno, no ano passado, a avó também teve a pensão e o plano de saúde, que descontava em folha, cortados.
— Ela descobriu quando estava entrando para uma cirurgia. A clínica informou que o plano estava suspenso e minha avó voltou para casa. Quando soube que isso aconteceu pela segunda vez, ela ficou totalmente desestruturada — disse o rapaz.

Família diz que Marly foi se recadastrar
A aposentadoria de Marly foi cortada porque ela não teria feito o recadastramento no Banco Santander, em abril. O neto, Bruno Oliveira, no entanto, garante que esteve com a avó em uma agência do banco e um atendente informou que estava tudo certo.

— Minha avó já estava preocupada, porque teve a aposentadoria suspensa no ano passado. Então, em abril, fomos a uma agência do Santander e lá nos disseram que ela não precisava fazer o recadastramento — diz Bruno. 

Após ligar para o Previ-Rio, fundo responsável por gerir aposentadorias e pensões no município do Rio, Bruno descobriu que a avó havia sido dada como morta, por não ter feito o recadastramento. No dia 8 de junho, ele e a avó foram ao banco e regularizaram a situação.  Também entramos em contato com o plano de saúde para reativá-lo. Mas quando minha avó passou mal, ela ainda estava sem o plano e sem a aposentadoria — diz ele. 

Em março do ano passado, como medida de corte de custos, o Previ-Rio suspendeu o envio de contracheques pelos Correios aos mais de 80 mil inativos e pensionistas vinculados ao fundo. O serviço teria um custo de R$ 4,4 milhões por ano. No contracheque, uma mensagem alertava aposentados e pensionistas sobre o recadastramento, já que muitos não acessam internet. A assessoria do Previ-Rio informou que o benefício foi suspenso porque não recebeu do Santander informações sobre o recadastramento de Marly. Já a assessoria do banco afirmou que a aposentada não realizou a prova de vida no prazo estipulado, e que, após a efetivação, no dia 8 de junho, o pedido de normalização do recebimento do benefício foi encaminhado ao órgão responsável.

Três hospitais estão com as linhas cortadas
Os telefones do Hospital municipal Salgado Filho, no Méier, estão cortados desde segunda-feira. Funcionários da unidade informam que o motivo seria falta de pagamento. O problema se repete em outras unidades, como no Souza Aguiar, no Centro, e no Miguel Couto, na Gávea.
A Secretaria municipal de Saúde informou que o funcionamento das linhas telefônicas foi prejudicado devido a “problemas externos no serviço prestado pela operadora de telefonia” e que a empresa já havia sido acionada para restabelecer o serviço. Ontem, o Salgado Filho ainda estava sem telefone.

Cirurgias suspensas e superlotação
Os problemas enfrentados por quem precisa de atendimento nos hospitais municipais vão além da falta de comunicação, em função do corte nas linhas telefônicas. No dia em que Marly Oliveira morreu na emergência do Hospital Salgado Filho, um profissional de saúde da unidade denunciou a superlotação na sala amarela do setor.
Uma maca grudada à outra. Tem pacientes aqui que não tomam recebem higiene há três dias — disse ele, que pediu para não ser identificado. 


A superlotação também é uma realidade nas emergências dos hospitais Souza Aguiar, no Centro, e Pedro II, em Santa Cruz. Na sala amarela do hospital da Zona Oeste, com capacidade para 21 pacientes, 90 estavam internados internados na última quarta-feira. 

O Pedro II passa por uma crise de abastecimento e suspendeu cirurgias eletivas ortopédicas e neurológicas. Este mês, a organização social SPDM, que administra o hospital, atrasou o salário dos funcionários. Sem dinheiro para passagem, muitos profissionais deixaram de ir trabalhar. No último fim de semana, quatro corpos ficaram no expurgo da sala vermelha e só foram liberados na segunda-feira à tarde, porque não havia ninguém para fazer o trâmite. Os salários foram depositados na quinta-feira.  Nesta quinta-feira, uma enfermeira relatou ao EXTRA que pacientes graves acabam morrendo sem que ninguém perceba porque os monitores cardíacos não funcionam adequadamente.

O Globo

 

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Conselho Federal de Medicina altera procedimentos para comprovar morte cerebral e acelerar transplantes

Conselho altera diagnóstico de morte para acelerar sistema de transplantes

A morte encefálica é o ponto de partida para uma série de providências que transformam o paciente em doador

[FORA DO TEMA - UTILIDADE PÚBLICA]

Os critérios para diagnóstico de morte encefálica no país foram alterados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). A nova norma torna mais ágil o processo, o que pode ajudar o sistema de captação de órgãos para transplante. A morte encefálica é o ponto de partida para uma série de providências que transformam o paciente em doador, incluindo a autorização de parentes e a manutenção adequada da pessoa, para garantir a preservação dos órgãos.

Até agora, a morte encefálica precisava ser atestada por dois médicos, mas um deles obrigatoriamente deveria ser neurologista. Tal exigência era considerada um entrave, sobretudo porque nem todos os hospitais têm neurologistas em tempo integral. A restrição não existe mais. Agora, para assinar o laudo, basta que os dois médicos sejam reconhecidamente capazes para fazer tal declaração.

O primeiro deles deve ser neurologista, neurocirurgião (adulto ou pediátrico), médico intensivista ou médico que trabalha na emergência. O segundo, deve ter realizado um curso ou ter habilitação para fazer o diagnóstico. Os dois profissionais, no entanto, não podem pertencer à equipe de remoção ou ao grupo responsável por realizar o transplante.
Com essa mudança, o CFM estima que o número de profissionais capazes de fazer o diagnóstico no País vai saltar de 4,5 mil para 9 mil. "A segurança nos critérios foi mantida. Estamos dando segurança e qualificando o processo", garante o neurologista Hideraldo Cabeça, relator do novo texto. A resolução foi preparada há mais de quatro anos, mas aguardava o sinal verde do governo federal, a quem cabia editar um decreto com normas gerais. Isso foi feito há dois meses.

Além da dispensa da presença de um neurologista na equipe que atesta a morte encefálica, o intervalo mínimo entre testes para constatação do estado também foi alterado de 6 horas para 1 hora. Não basta a avaliação dos dois médicos. É preciso a realização de um teste de comprovação. São quatro possibilidades: angiografia, o eletroencefalograma, o Doppler ou a cintilografia. Aqui também houve uma mudança.
No passado, para atestar a morte encefálica de uma criança era exigido que fosse feito somente o eletroencefalograma. Cabeça disse não ser possível calcular qual o tempo economizado com as novas regras. "Mas sabíamos de casos de que era preciso quase 24 horas para que a declaração fosse dada", disse o neurologista.

A conselheira do CFM Rosana Northen afirmou acreditar que a mudança trará não apenas agilidade, mas segurança para os profissionais que fazem o exame.  No próprio CFM havia a constatação de que muitos médicos evitavam fazer o diagnóstico de morte cerebral, por considerar o tema muito delicado e por não ter um protocolo específico. Com o conjunto de regras agora publicado, conselheiros acreditam que isso será mais fácil. "Isso é importante para a saúde pública, para a família do paciente e também para outros pacientes que dependem de transplante", afirma.
Em março, o CFM deverá fazer um fórum para discutir as novas regras. "A nós, cabe fazer a fiscalização", disse Cabeça.

Transplante
O possível transplante, que inclui até dez órgãos,  continua a ser autorizado apenas se o paciente não tiver morrido por politraumatismo, acidente vascular cerebral (AVC), tumor cerebral primário e intoxicação. Também não podem ser doadores pessoas com doenças transmissíveis, câncer e usuários de drogas injetáveis. A nova resolução prevê esclarecimentos aos parentes sobre a situação do paciente e a morte cerebral. 

Revista Época Notícias

 

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

UTILIDADE PÚBLICA: “Meu coração parou por 25 minutos”

Engenheiro sobrevive a quatro paradas cardiorrespiratórias e fica sem sequelas depois de ser submetido à hipotermia terapêutica, técnica que salva vidas e acelera a recuperação de pacientes enfartados 

O engenheiro Carlos Alberto Neves sofreu um infarto enquanto dirigia em uma avenida movimentada de São Paulo. Depois de perder os sentidos e bater o carro, Neves foi ajudado por um policial militar que passava pelo local. A caminho do Instituto do Coração (Incor), o engenheiro teve outras quatro paradas cardiorrespiratórias. A mais severa delas durou 25 minutos. Nesse tempo, seu coração literalmente parou de bater. “Eu não lembro de quase nada”, diz. “Todos achavam que não sobreviveria ou que poderia ficar vegetando em uma cama. Quando voltei, minha família não acreditou. Posso dizer que nasci de novo.” Como isso foi possível? Neves foi submetido à hipotermia terapêutica, técnica ainda pouco difundida no País que, ao lado de outras inovações no tratamento a pacientes enfartados, pode salvar incontáveis vidas. Apenas no Brasil, ocorrem 720 paradas cardíacas por dia.
 
A técnica consiste em reduzir a temperatura do indivíduo para até 32 graus, quando o normal é 36,5. O paciente é envolvido por uma manta fria ou, em algumas situações, por cubos de gelo espalhados pele corpo. O processo dura no mínimo 24 horas e tem como objetivo fazer o organismo trabalhar menos, reduzindo o seu metabolismo. “Hoje em dia é mandatório que pacientes que tenham sofrido paradas cardiorrespiratórias passem por esse procedimento”, diz Sergio Timerman, diretor do Centro de Treinamento em Emergências do Incor e um dos responsáveis pela chegada da nova técnica ao Brasil. “O procedimento permite que o indivíduo tenha uma recuperação melhor, menos agressiva e fique quase sempre sem sequelas neurológicas permanentes.”

Redução de danos
Outro procedimento promete ser ainda mais eficaz. Nele, a pessoa é submetida a um cateterismo que induz a hipotermia em no máximo 18 minutos. O cateter é inserido na veia femural (que fica na perna) e, antes de chegar ao coração, resfria o sangue do paciente para uma temperatura entre 32 e 34 graus. Segundo Timerman, essa técnica reduz os impactos do infarto. “O procedimento melhora o pós-operatório, evitando arritmia, cicatrizes grandes e um futuro AVC”, afirma. A diferença desse método é que, além de ser mais rápido, ele permite que o paciente fique acordado o tempo todo.


MATÉRIA COMPLETA em IstoÉ - Por:  Priscila Carvalho

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Não faz sentido o Estado ficar sem dinheiro para vacinas e pagar cirurgia no Hospital Johns Hopkins, por ordem judicial

Quando vale a Constituição?

O Supremo Tribunal Federal está para decidir se o Estado tem a obrigação de fornecer medicamentos não oferecidos pelo SUS, não importa o preço nem se é importado. Na verdade, a discussão é mais ampla: trata-se de saber se o Estado tem condições de cumprir a Constituição na prestação de saúde.

É de crucial importância. Por isso, volto ao tema já tratado aqui. Começa assim: pela Constituição, todo brasileiro tem direito de ser atendido de graça nos hospitais, ambulatórios e emergências do Sistema Único de Saúde, quaisquer que sejam sua doença, crônica ou aguda, simples ou grave; sua idade; sua renda; sua situação social e econômica (empregado, desempregado, patrão, rico ou pobre); e seu status civil (em liberdade, preso, em dia ou não com as Receitas).

A realidade e o simples bom senso dizem que não existe a menor possibilidade de se entregar essa proteção. Nunca haverá dinheiro para isso. Nem o Estado será capaz de montar um sistema eficiente desse tamanho e alcance. A solução, praticada em diversos países com bom sistema de saúde pública, exige seleção e lista. A seleção em quatro níveis: pessoas que serão sempre atendidas no SUS; as que serão atendidas prioritariamente; aquelas que serão recebidas no SUS apenas se tiver vaga sobrando; e, finalmente, as pessoas que não têm esse direito, a menos que paguem a preços de mercado. A regra, claro, vai do mais pobre ao mais rico.

A lista será de medicamentos e procedimentos. Uma primeira grande divisão: o que será de graça e o que será pago. Não faz sentido o Estado ficar sem dinheiro para vacinas enquanto paga uma cirurgia cardíaca no Hospital Johns Hopkins, isso por ordem judicial. Ou comprar remédios não disponíveis na rede pública ou mesmo no país. A advogada-geral da União, Grace Mendonça, diz que a União gasta R$ 1 bilhão/ano com o fornecimento dos 20 medicamentos mais caros obtidos pelos cidadãos por via judicial.

Essas sentenças se baseiam na regra tão exaltada: a saúde é direito de todos e dever do Estado. Muitos entendem que o governo só tem a obrigação de prestar esse atendimento no SUS. Mas há juízes que pensam e decidem diferente: se o tratamento (ou o remédio) não está disponível no Sistema Único, deve ser prestado onde for possível, tudo por conta do Erário. É o que o STF está por decidir. Pela lógica econômica e social, as regras deveriam ser claras. Por exemplo, para os medicamentos: os básicos seriam de graça; os intermediários, com preço subsidiado; os demais, preço de mercado.

É preciso ainda especificar quais procedimentos o SUS faz e quais não vai fazer. E assim chegamos ao ponto mais dramático desta história. Em diversos países com bom sistema de proteção social, existem regras assim: pacientes idosos, com, por exemplo, um AVC grave, de baixo prognóstico, não vão para UTI. Leitores me desculpem, mas o argumento é clássico: a relação custo/benefício é desfavorável.

Sim, posso ouvir a indignação. Dirão que esse comentário prova a brutalidade do sistema de seleção e listas. E a vantagem moral do atendimento universal. Falso. A seleção é praticada diariamente aqui no Brasil. A emergência tem quatro casos graves e só tem uma vaga na UTI. Quem decide? O plantonista, em geral um residente.Além de errado, é ainda desumano colocar essa responsabilidade médica e ética nas mãos de rapazes e moças na casa dos 25 anos. Seleção e listas elaboradas com critérios médicos, sociais e econômicos seriam infinitamente mais justas e eficientes.

Outra seleção, especialmente pelo interior do país, é feita por compadrio e política. Por que muitos políticos gostam de nomear diretores de hospitais, um cargo tão difícil? Porque gastam dinheiro e podem escolher os que serão atendidos na frente. E há uma última e definitiva seleção, ou restrição de atendimento, essa ocorrida na crise do Rio, por exemplo. Hospitais simplesmente fecharam as portas, não entra ninguém. As farmácias declaram que não têm mais remédios — e pronto.

Cadê a Constituição?
Resumo geral: a Constituição promete o que o Estado não pode entregar. É preciso mudar a Carta para que os governos possam atender bem aqueles que precisam e não podem pagar. E abrir espaço, amplo espaço e facilidades, para a chamada Saúde Complementar — a privada, aquela dos planos e seguros de saúde e dos hospitais particulares — que se tornou mais que essencial.

Os governos Lula e Dilma impuseram regras e limitações a essa Saúde Complementar, muito além do que seria uma regulação correta. Também é mais que um desvio antiprivatizante. É uma reação tipo consciência culpada. Os 45 milhões de brasileiros que pagam planos e seguros privados estão gritando que o SUS é um falso universal. Estão mostrando a incapacidade dos governos de colocá-lo de pé. Em vez de tentar reorganizar o SUS, com uma reforma na Constituição, admitindo as limitações, essa gente resolve pressionar o sistema privado. Nem conserta um e ainda estraga o outro.

Fonte: O Globo  - Carlos Alberto Sardenberg,  jornalista

terça-feira, 28 de junho de 2016

A 17,4 km do Palácio do Planalto, João agoniza numa cama enquanto aguarda há dois dias por uma vaga de UTI. Ali, já teve três paradas cardíacas



Eram 10h da manhã  do último domingo quando o construtor desempregado de 55 anos João Rosa do Nascimento deu entrada no hospital regional do Paranoá, a menos de 18 quilômetros de distância do Palácio do Planalto e dos prédios do Congresso e do Supremo Tribunal Federal. Ele sentia tonturas, as mãos estavam dormentes, e não conseguia mais se sustentar de pé. João não tinha ideia que passava por um AVC, acidente vascular cerebral também conhecido como derrame. Meia hora depois de chegar ao pronto socorro, sobreveio a primeira parada cardíaca. João foi reanimado. Logo depois, a segunda parada cardíaca. Mais uma vez foi trazido à vida.

Como não há Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) no hospital do Paranoá, uma cidade no entorno do Distrito Federal com mais de 50 mil habitantes, os médicos se viram obrigados a deixar João numa cama em uma sala que serve apenas para primeiros socorros. Desde então, João segue em coma induzido a espera de um quarto de UTI que vague em qualquer hospital de Brasília.

Na madrugada de segunda-feira, ele teve uma terceira parada cardíaca e seu estado é crítico. Alertados pelos médicos, parentes de João foram atrás de um amigo advogado que ainda no domingo conseguiu uma ordem judicial para obrigar a rede pública a acomodar João numa UTI. Só que até agora nada aconteceu. Nesta terça de manhã, completará 48 horas que João está entubado. Segundo médicos, será o dia que o cérebro dele inchará mais e correrá os maiores riscos de sequela. Até agora ele segue em coma induzido porque não há aparelhos para fazer exames que mostrem a extensão dos danos no cérebro, e sem isso é muito arriscado acordá-lo.

Sem uma UTI com suporte para neurologia, não há muito que os médicos possam fazer por João. A família de João pensou em levá-lo a um hospital particular, afinal a decisão judicial diz que o Governo do Distrito Federal será obrigado a arcar com os custos de uma internação na rede privada caso não ache vaga rede na pública.  “Mas os hospitais, agora, pedem cheque-caução, tem que pagar antes”, disse desolado um dos dois filhos de João, que é casado há mais de vinte anos.

Fonte: Blog do Noblat – Guga Noblat


segunda-feira, 20 de junho de 2016

Exame de sangue pode prever risco de infarto - UTILIDADE PÚBLICA



Um estudo mostrou que pessoas com níveis altos do anticorpo IgG no sangue correm risco menor de sofrer problemas cardiovasculares como infarto e derrame
Um exame de sangue pode prever o risco de uma pessoa sofrer um infarto nos cinco anos seguintes ao teste. De acordo com um estudo publicado recentemente no periódico científico EbioMedicine, pacientes com níveis mais altos de anticorpos – moléculas produzidas pelo sistema imunológico – do tipo imunoglobulina G (IgG) são menos propensos a problemas cardiovasculares, como infarto ou acidente vascular cerebral (AVC).

No novo trabalho, pesquisadores do Imperial College London e da Universidade College London, ambas na Inglaterra, acompanharam 1.753 pessoas, em tratamento para pressão alta – fator de risco para problemas cardiovasculares -, ao longo de cinco anos. Destes, 470 sofreram algum evento cardiovascular – infarto ou AVC – durante o período de acompanhamento.

Os resultados mostraram que os voluntários com maiores níveis do anticorpo IgG corriam 58% menos risco de ter doença coronariana ou um infarto e uma probabilidade 38% menor de sofrer um AVC ou outro problema cardiovascular, independente de outros fatores de risco como pressão alta e nível de colesterol. “Vincular um sistema imunológico mais forte e robusto com uma maior proteção contra ataques cardíacos é uma descoberta muito excitante. Nós esperamos poder usar a nova descoberta para estudar os fatores que levam algumas pessoas a ter um sistema imunológico que ajuda a protegê-las contra o problema, enquanto outras não. Esperamos também explorar formas de fortalecer o sistema imunológico para ajudar a proteger contra doenças cardíacas.”, disse Ramzi Khamis, pesquisador do Imperial College London e coautor do estudo.

A principal causa de doença cardiovascular é a aterosclerose – acúmulo de depósitos de gordura nas paredes das artérias – que pode restringir o fluxo sanguíneo do coração. De acordo com os pesquisadores, embora o nível de imunoglobulina não seja considerado um fator relevante para o risco de doença cardiovascular, há evidências de que certos tipos, como a G, poderiam reduzir o risco de aterosclerose, enquanto outros, poderiam aumentar esse risco.

Atualmente, o risco de um paciente sofrer de problemas cardiovasculares é calculado a partir de seu histórico médico, idade, sexo, pressão e colesterol. De acordo com os autores, a descoberta tem o potencial de ajudar os médicos a calcular de forma mais precisa o risco de uma pessoa sofrer um ataque cardíaco a partir de um exame simples e barato. Além disso, pacientes que fazem tratamento com estatinas ou betabloqueadores talvez não precisem mais destes medicamentos se seu sistema imunológico for forte o suficiente para protegê-los.

Agora, os pesquisadores irão realizar um estudo com outros perfis de pacientes e descobrir formas de fortalecer o sistema imunológico e aumentar a produção de anticorpos do tipo IgG. Estes são os anticorpos responsáveis por proteger de infecções virais e bacterianas, por isso, além de serem encontrados em todos os fluidos corporais, ele são o anticorpo mais abundante em nosso organismo. 

Fonte: Veja