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segunda-feira, 12 de junho de 2023

Os dilemas de Lula e as estranhas decisões do Judiciário - Alexandre Garcia

Gazeta do Povo - VOZES

Nos próximos dias, Lula terá que tomar decisões difíceis que envolvem o agronegócio, ambientalismo e aliados políticos [Resultado: vai dar ... vai feder e f ... com os brasileiros]

Nos últimos dias, o presidente Lula, na solidão da praia baiana, lá na base naval de Aratu, deve ter pensado muito sobre os seus dilemas, que ele tem evitado voando para o exterior – agora, depois do dia 20, vai para Paris.
Quais são os dilemas? Ele tem que tomar uma decisão: ele não gosta do agro? O agro é fascista? 
O agro é contra ele? Ele adora a Marina e o Ibama? E o ambientalismo? Vai ter que tomar decisões, porque as pessoas ficam esperando. O que vai acontecer?
 
O agro hoje, que tem 300 deputados federais entre os 513, já é uma pesada maioria em praticamente todos os partidos. 
E por outro lado, Lula tem seus amores pelo MST e está meio em rusga com a Marina e com o Ibama. Afinal sai uma ferrovia para escoar grãos, e “ah, mas tem um parque ali, a ferrovia não pode...”. 
E pode explorar petróleo na foz do Amazonas antes que o petróleo perca todo o valor?  
Vamos deixar essa riqueza no solo? Ele vai ter que tomar uma decisão. 
É difícil, mas vai ter que tomar uma decisão.
 
A estranha decisão do STF, que anulou apreensão de 695 quilos de cocaína
E outra decisão muito estranha – eu não comentei aqui ainda – foi a anulação, pelo Supremo, da apreensão de 695 quilos de cocaína num armazém no porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro, porque não houve mandado de busca e apreensão. 
A polícia recebeu uma denúncia anônima, havia indícios fortes do cometimento do crime, e estava lá a prova do crime.  
A Polícia Civil foi a primeira a entrar, mas a Polícia Federal foi chamada, porque era competência dela. E tudo foi anulado.
 
Mas aí eu comparo com o que fizeram com o celular do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Cid: apreenderam o aparelho para ver a história do cartão de vacina, mas na verdade foi para bisbilhotar as mensagens dele. 
Também a busca e apreensão não está aí para fazer bisbilhotagem e quebrar todo o sigilo que é garantido pela Constituição. 
E aí começa: “Ah, parece que nas mensagens fala em golpe e tal”. É um negócio assim, o terreno da fofoca.
 
STF contrariou novamente entendimento do TRE, desta vez para mudar substituto de Deltan
Outra coisa estranha é que mais uma vez o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) é contrariado por Brasília, pelo Judiciário de Brasília. 
Primeiro o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contrariou cassando o Deltan Dallagnol, após o TRE do Paraná considerar o registro dele pleno e legal. Mas depois acharam que sua candidatura era para fugir da possibilidade de, no futuro, ele responder por uma ação disciplinar.
 
E agora a escolha do suplente: O TRE-PR disse que suplente do Deltan deveria ser o pastor Itamar Paim, do PL, que é bolsonarista e teve 47 mil votos nas eleições do ano passado. Mas o Supremo diz que é o Luiz Carlos Hauly, que somou 11 mil votos. 
Ele é do mesmo partido do Deltan Dallagnol – já foi sete vezes deputado federal. Enfim, são coisas que o leigo não consegue entender, né? É meio difícil para o leigo entender.
 
Djokovic tricampeão e as vacinas
Por fim, queria mencionar aqui a vitória do Novak Djokovic no Roland Garros. Tricampeão!  
Ele, que está com quase 100 títulos e mais de mil vitórias, esfrega na cara dos australianos – que, numa atitude obscurantista, como lembra o deputado Osmar Terra (MDB-RS), chegaram a impedi-lo de competir porque não tinha cartão de vacina, e sim um certificado atestando que já havia tido Covid-19 e, portanto, estava com a defesa natural em dia, em ordem, e não tinha como pegar a doença de novo, nem passar para os outros.
 
Pois é. Essas coisas todas acabaram prejudicando, aqui no Brasil, a necessidade de as pessoas tomarem as vacinas normais, já aprovadas, testadas, que não são experimentais. 
 Essa rotina de vacinas, inclusive para as crianças, está sendo prejudicada, infelizmente, pelo que sobrou da experimental. É uma pena isso.

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 


sexta-feira, 10 de março de 2023

Os segredos sujos da pandemia - Ideias

Gazeta do Povo - Eli Vieira

“Podemos fazer todos tremerem nas bases com a nova variante”: governo britânico fez uso do medo para controlar população na pandemia

Matt Hancock, que foi secretário da saúde do Reino Unido nos primeiros 18 meses da pandemia, teve 100 mil mensagens de WhatsApp do período vazadas para o jornal The Telegraph.

Os cidadãos britânicos ganharam acesso privilegiado aos bastidores da resposta de seu governo à pandemia. Cem mil mensagens do WhatsApp de Matt Hancock, que atuou como secretário da saúde do país entre julho de 2018 e junho de 2021, foram vazadas pela coautora de seu livro de memórias “Pandemic Diaries” (“Diários da Pandemia”, em tradução livre, 2022) para o jornal The Telegraph. Ele ocupou, portanto, o cargo do Reino Unido equivalente à de ministro da Saúde no Brasil nos primeiros 18 meses da pandemia, a fase mais crítica da crise de saúde global. Representantes de Hancock disseram que um acordo de confidencialidade foi violado com o vazamento.

Desde a semana passada (28), as revelações com base nas mensagens têm sido publicadas pelo Telegraph.  
Matt Hancock deixou um assessor oferecer tratamento especial para ao menos um político ter acesso a testes quando eram escassos, superestimou a cobertura da testagem, fez uma lista secreta de 95 parlamentares a serem pressionados para aceitar o lockdown, considerou usar um centro para deficientes como moeda de troca para obter o voto de um parlamentar a favor do lockdown, pediu que a polícia endurecesse contra quem furasse o confinamento, descartou a imunidade de rebanho como parte da estratégia, defendeu fechamento de escolas, ficou chocado que havia consultores científicos ganhando até um milhão de libras por dia (R$ 6,1 milhões, na cotação atual) do governo.

Hancock falou mal pelas costas da chefe da Força-Tarefa da Vacina porque ela questionou na imprensa sua promessa de vacinar toda a população em prazo arbitrário, e continuou a política chamada de “desumana” por uma colega de banir visitas a idosos, impondo solidão a eles. Ele também rejeitou conselho de especialista para testar toda pessoa que entrasse nos asilos de idosos, lançando dúvida na alegação do governo de que havia posto um “cordão de proteção” em torno do grupo vulnerável.

Algumas mensagens são pouco lisonjeiras sobre a impressão que o ex-secretário de saúde tinha de si mesmo. Ele fez elogios às próprias fotos na imprensa e via na pandemia um trampolim político para alturas maiores, rejeitou conselhos de dar trégua no isolamento porque “implicaria que estávamos errados”.  Muitos outros atores estão nas mensagens, inclusive o ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson. Na maior parte, Hancock não agiu sozinho.

Projeto do Medo e Lockdowns
Em 23 de março de 2020, o Reino Unido começou o primeiro de três lockdowns. O último foi encerrado mais de um ano após o início do primeiro. Boris Johnson pedia que os cidadãos ficassem em casa e prometia que a curva do crescimento e queda do vírus, que ele chamava de “sombreiro”, seria achatada em três semanas.

Como contou a Gazeta do Povo em fevereiro do ano passado, o governo britânico usou teorias de ciência comportamental, a conselho de especialistas, para manipular psicologicamente sua população a aderir ao lockdown por medo. Hancock participou disso. Em uma das mensagens vazadas, para um assessor em 13 de dezembro de 2020, ele planeja como superar uma possível resistência do prefeito de Londres a mais um lockdown. O assessor sugere usar uma nova variante. “Podemos fazer todos tremerem nas bases com a nova variante”, diz Hancock. “Sim, é isso que vai dar na mudança de comportamento apropriada”, responde o colega. “Quando acionamos a nova variante?”, pergunta o secretário da saúde.

As mensagens vazadas mostram que Liam Booth-Smith, hoje assessor especial do primeiro-ministro Rishi Sunak, tentou quatro dias antes do início do primeiro lockdown introduzir uma crítica à ideia de fechar o país. Booth-Smith via uma contradição na “lógica do lockdown”. “Se os negócios estão vendo sua renda cair”, disse ele em um grupo do WhatsApp, “isso sugere que as pessoas estão na verdade obedecendo [às regras de segurança] e não indo a restaurantes, lojas etc... Então, qual benefício adicional o ‘confinamento’ traz?”

Dominic Cummings, na época consultor político sênior de Johnson, respondeu que todos deveriam parar de usar o termo “lockdown” por ser confuso, e que o problema era definir o que seria uma atividade “não essencial”. No mesmo mês, Cummings violou as regras do confinamento e viajou para fora de Londres enquanto tinha sintomas de Covid-19.

Hancock e Sunak (então ministro das Finanças) defenderam Cummings na época, mas em mensagens privadas um ao outro se disseram aliviados por se livrarem dele em novembro daquele ano: “Um pesadelo que espero que nunca tenhamos que repetir”, disse Sunak. Estrategista político profissional, Cummings usou sua posição no governo para sua empresa de pesquisas ganhar um contrato de 580 mil libras (R$ 3,5 milhões), sem concorrentes, para monitorar a opinião pública durante a pandemia.

E foram pesquisas de opinião pública, não “seguir a ciência”, como dizia o governo Johnson, o que muitas vezes determinava o curso das decisões. Em 6 de junho de 2020, Boris Johnson mandou uma mensagem a Hancock dizendo que queria encerrar o lockdown antes que o pretendido. Ele queria promover um “dia da liberdade” que marcasse o fim das medidas restritivas. Mas dois assessores de imprensa com carreira nos tabloides Daily Mirror (Lee Cain) e The Sun (James Slack) aconselharam contra antecipar a reabertura porque isso estaria “muito à frente da opinião pública”. Hancock concordou: “Slack e Lee têm um bom argumento”.

Como Cummings, o próprio Hancock também caiu de sua posição por ter furado regras de confinamento em junho de 2021. Ele foi flagrado dando um beijo em sua amante, Gina Coladangelo, também oficial do governo e casada, hoje sua companheira. As mensagens vazadas mostram que ele também escondeu convites à amante para jantares do G7.

A menina dos olhos de Hancock na questão do confinamento foi seu plano de lockdown com zonas baseadas em prevalência da Covid em outubro de 2020. Foi em nome deste plano que ele ignorou uma mensagem de Helen Whately, ministra de serviço social. “Estou ouvindo que há pressão para banir visitas aos asilos na zona 2 e na zona 3. Você pode ajudar?”, escreveu Whately. “Eu me oponho a isso. Onde os asilos têm visitação segura contra Covid, devemos permitir. Impedir maridos de verem suas esposas porque elas por acaso vivem em asilos, por meses e meses, é desumano”.

“Ouvindo de quem?”, respondeu Hancock. “A zona 2 teve consenso ontem, até onde sei”. Whately repetiu sua opinião: “foi errado para os asilos”. Dias depois, quando as regras foram implementadas, a zona 1, de maior relaxamento, só permitia dois visitantes recorrentes por idoso. O segundo lockdown geral começou em 5 de novembro, com o governo permitindo que os asilos fizessem suas próprias políticas de visitação, uma parte dos quais chegou a banir todos os visitantes. A segunda onda da Covid, concomitante às medidas, foi a mais letal para os idosos do país. Quase todos os internos de asilos haviam sido vacinados em janeiro de 2021, quando Whately voltou a falar em relaxar as regras para visitações “dados os riscos de vidas perdidas pelos idosos desistirem [de viver], além de pela Covid”. Hancock respondeu “sim para as visitas, mas só depois de algumas semanas”. As visitações retornaram a um nível próximo da normalidade só seis meses depois.

Em novembro e dezembro de 2020, quando Hancock queria introduzir seu sistema de confinamento em zonas, muitos dos parlamentares conservadores, partido do governo, estavam ficando céticos quanto à eficácia das medidas. Os votos deles eram necessários na Câmara dos Comuns para o plano ser implementado. Foi então que, junto a seu assessor Allan Nixon, o secretário da saúde fez uma planilha com uma lista negra de 95 parlamentares resistentes do Partido Conservador. Os mais irredutíveis eram marcados em vermelho (57 deles), os mais persuasíveis em amarelo.

A estratégia discutida nas conversas privadas de Hancock e Nixon era ameaçar tirar verbas para projetos favoritos dos políticos caso não votassem com o governo a favor das zonas sanitárias. James Daly, parlamentar que representava o distrito de Bury Norte, na zona metropolitana de Manchester, tinha deixado claro que não estava contente com os lockdowns. Em mensagem de 22 de novembro, Nixon menciona que “James quer seu Centro de Deficiência do Aprendizado em Bury”, para deficientes mentais, e sugere que “a equipe da Saúde quer trabalhar com ele para entregar isso, mas fica fora de questão se ele se rebelar”. A resposta de Hancock: “sim, 100%”. Daly havia aparecido antes em fotos com Hancock dando a entender para seus eleitores que obras de saúde viriam para o distrito com a ajuda do secretário.


“Galinha sem cabeça” e a Força-Tarefa da vacina da AstraZeneca
Clive Dix, doutor em farmacologia e diretor executivo de uma empresa especializada em descobrir novos medicamentos, que chefiou a Força-Tarefa da Vacina do governo britânico, disse em artigo no Telegraph que Hancock era “o mais difícil de todos os ministros” porque não dedicava tempo a “entender coisa nenhuma”. O ministro parecia perdido, “meio como uma galinha sem cabeça”. A vacina da AstraZeneca, que foi aplicada no Brasil, enfrentou problemas de fabricação que levaram Hancock ao “pânico”.

“Ele não acreditava em nós”, escreveu Dix. “Estávamos trabalhando dia e noite para fazer a coisa funcionar, mas ele virava e dizia ‘eu disse que toda a população do Reino Unido será vacinada’. Mas não podíamos mudar a natureza do processo [de fabricação] e ele não entendia isso”. Em consequência, diz o profissional, Hancock acabou tomando para o país doses que eram destinadas à Índia, fabricadas no país em desenvolvimento, para cumprir “um cronograma arbitrário”. Essa atitude levou Dix a abdicar de sua posição.

Em outubro de 2020, quando a investidora de risco Kate Bingham, outra chefe da Força-Tarefa, disse ao Financial Times que no máximo metade da população britânica poderia ser vacinada no curto prazo, Hancock reagiu. As mensagens no WhatsApp mostram-no dizendo que o gabinete do primeiro-ministro “precisa sentar forte nela” pois ela teria uma “forma maluca de expressar” suas opiniões “e é totalmente indigna de confiança”. Em seu artigo, Dix considerou essa opinião injusta e “deplorável”. Bingham ganhou da Rainha o título de Dama, o equivalente feminino de Sir, em reconhecimento por seu trabalho com as vacinas.

As primeiras conversas sobre vacinas datam de fevereiro de 2020, quando uma reportagem alegou que Israel estava a semanas de desenvolver um imunizante. Dominic Cummings perguntou sobre a credibilidade da notícia aos consultores sêniores de ciência e medicina, respectivamente, Sir Chris Whitty e Sir Patrick Vallance. Vallance não deu crédito à notícia, acertadamente. Whitty comentou que “Para uma doença com uma mortalidade baixa (1%, a título argumentativo), uma vacina tem que ser muito segura, então não se pode fazer atalhos nos estudos de segurança”. O Reino Unido iniciou seu programa de vacinação em massa em dezembro de 2020, antes de fazer testes completos em humanos, que só começaram em janeiro de 2021.

 

Repercussão
Um porta-voz do primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, disse que “é claro” que ele não gostaria que seus ministros se comportassem como Hancock, especialmente na ameaça do corte de verbas aos parlamentares.

O jornal Independent noticiou nesta quarta (8) que o vazamento motivou os ministros do governo Sunak, do Partido Conservador, a ligarem a função de deleção automática de mensagens no WhatsApp. Membros do partido Liberal Democrata acusaram os ministros de “se esconder por trás de mensagens que desaparecem”.

Delito contra a ética jornalística?
As mensagens de Hancock foram obtidas porque ele próprio confiou na jornalista Isabel Oakeshott, coautora de seu livro de memórias da pandemia, que as vazou para o Telegraph. Em texto publicado na semana passada, no dia em que o jornal começou a publicar matérias com base no material (28), ela se justifica citando um poema de luto de uma viúva deixado no Muro Memorial Nacional da Covid, em Londres: “Sei que sua vida poderiam ter salvado; O governo, se tivesse se comportado”. A viúva foi proibida de estar na companhia do marido em seu leito de morte e de vê-lo no funeral pelas políticas sanitárias.

Há no momento uma investigação pública independente da resposta à pandemia no país chefiada pela Baronesa Heather Hallett, juíza aposentada e membro da Câmara dos Lordes que também liderou um inquérito independente sobre os ataques terroristas de 7 de julho de 2005. Oakeshott julga que “podemos ter que esperar muitos anos antes que ela chegue a quaisquer conclusões. É por isso que decidi liberar esse arquivo chamativo de comunicações privadas — porque não podemos esperar mais por respostas”. A jornalista também teme que os resultados da investigação sejam inócuos devido aos esforços judiciais, com gasto de dinheiro público, para censurar nomes e proteger reputações.

Matt Hancock teria mandado para Isabel Oakeshott, logo após o anúncio do vazamento, na madrugada do dia seguinte (1º), uma mensagem “ameaçadora”, diz a jornalista. Dessa vez, ela não revelou o conteúdo da mensagem, mas aproveitou para dizer que também fez o vazamento pelas crianças, dando estatísticas que mostram que a saúde mental delas piorou bastante na pandemia por causa do fechamento de escolas do qual Hancock foi um dos proponentes. Ela também mostrou gráficos ilustrando o declínio das capacidades dos alunos em redação, gramática, matemática e ciência durante o mandato dele como secretário da saúde.

O ex-ministro da saúde acusa Oakeshott de “traição” e o jornal Telegraph de ter de alguma forma tirado de contexto ou manipulado as mensagens. Sobre o bloqueio à construção do centro para deficientes em Bury, um porta voz de Hancock disse à BBC que “o que foi acusado aqui nunca aconteceu”. Daly confirmou à BBC Manchester que a ameaça não foi cumprida, mas que ficou “muito decepcionado” ao saber da conversa. “Só pensar que alguém usaria possíveis verbas que poderiam ajudar alguém vulnerável na nossa comunidade para conseguir votos para o governo é simplesmente inaceitável”, completou.

Eli Vieira, Colunista - Gazeta do Povo - Ideias


domingo, 5 de março de 2023

Teste da realidade:Covid 19: vírus saiu de laboratório e máscaras foram inúteis

Reconhecer fatos e mudar de ideia são características de quem quer pensar bem - até quando isso parece, equivocadamente, “premiar negacionistas”

 

É dura a vida de quem pelo menos tenta não ser engolfado por opiniões ideologizadas, um fenômeno que contaminou até cientistas que deveriam ser a última linha de defesa contra a politização de sua atividade. Alguns acontecimentos dos últimos dias dá um certo alívio para os que mantiveram a independência e são algo duros de engolir para quem acreditou firmemente que os “negacionistas” seriam punidos por seus múltiplos pecados durante a pandemia.

Obviamente, os fatos não têm nada a ver com opiniões formadas com base em posições políticas – progressistas, em geral, louvando a ciência, essa coitada tão abusada, e conservadores insurgindo-se contra a obrigatoriedade de medidas como máscaras, lockdowns e vacinas.

No olho do furação, a maioria de nós quis acreditar que uma camadinha de pano ou de papel na frente do rosto nos protegeria do vírus e que ficar em casa era o preço a pagar pela sobrevivência a uma praga incontrolável saída da natureza para, como sempre, punir os humanos por invadir habitats animais.

No fundo, era nossa culpa e precisamos expiá-la.

Fato: o Departamento de Energia dos Estados Unidos e o FBI fizeram declarações apontando uma razoável convicção de que o vírus da Covid-19 escapou por acidente do laboratório chinês onde era estudado.

Parecia um absurdo lógico imaginar que o vírus aflorado na cidade de Wuhan, onde funciona um laboratório de estudos desse tipo de agente patológico, tivesse saído por acaso de um morcego que infectou um animal intermediário que infectou humanos
Mas quem disse isso chegou a ser chamado de racista.

Outro tijolinho recente: a revelação de que a França havia encerrado a colaboração com o laboratório de Wuhan e avisado que ele estava sendo usado para fins militares.

Fato: uma instituição chamada Cochrane Library, considerada a mais respeitada na análise de intervenções médicas em escala mundial, concluiu que máscaras comuns ou as usadas por profissionais de saúde, as N95, “provavelmente fizeram pouca ou nenhuma diferença” na propagação da doença. 
Antes da pandemia, serviços médicos de diferentes países e a Organização Mundial de Saúde não consideravam as máscaras efetivas para conter o contágio de doenças respiratórias.

Fato, ou fatos: uma montanha de e-mails provenientes do ex-secretário da Saúde do Reino Unido Matt Hancock comprova o que muita gente já tinha concluído. Ou seja, que o governo na época chefiado por Boris Johnson tomava providências com base em pesquisas de opinião e não na mais pura e elevada ciência.

Não é exatamente uma surpresa — e todos os políticos precisam realmente levar em consideração o que o povo está pensando. 
Mas ver a manipulação nua e crua desse conceito é chocante.
Um exemplo, no mar de mensagens: as crianças das escolas inglesas para alunos a partir dos onze anos foram obrigadas a usar máscaras sem nenhum embasamento científico, mas sim um puro cálculo político. 
A primeira-ministra da Escócia na época, Nicola Sturgeon, havia determinado a restrição e Boris concluiu que não valia a pena “comprar essa briga”. Não queria parecer menos durão do que a rival escocesa.

O primeiro-ministro também se deixou convencer a não reabrir as escolas fechadas com grandes prejuízos para os alunos, como está acontecendo até hoje — porque “os pais já achavam mesmo que não haveria volta às aulas” até o início do ano letivo, em setembro.

Hancock e outros funcionários ironizaram as pessoas que precisavam voltar ao país e fora, durante um certo período, obrigadas a aceitar — e pagar — para ficar dez dias em isolamento em hotéis perto de aeroportos, “trancadas em caixas de sapato”. “Hilário”, diz um deles.

Os exemplos de decisões sem motivos sólidos são inúmeros — e provavelmente seriam similares se outros governos pudessem ser vasculhados de forma tão definitiva.

Um dos raros países que já fizeram isso foi a Suécia, que se distinguiu de todos os outros países desenvolvidos por não mandar a população se trancar em casa e manter abertas as escolas para jovens e crianças. Foi uma decisão “fundamentalmente correta”, concluiu a Comissão do Coronavírus. 

Outra conclusão: vários outros países que implantaram o lockdown tiveram resultados significativamente piores” do que os da Suécia. As autoridades médicas, únicas responsáveis pelas medidas oficiais, pecaram por demorar muito para alertar a população e houve aglomerações que deveriam ter sido restringidas, criticou a Comissão.

Em resumo, muitas das orientações e das consequências do combate à Covid-19 só estão sendo estudadas agora, enquanto autoridades médicas e governamentais tiveram que reagir no calor dos acontecimentos, em meio a um estado mundial de pânico e prognósticos cataclísmicos. Quanto mais a ciência verdadeira — e jornalistas inquisitivos — perscrutarem de onde se originou a pandemia, como se propagou, o que funcionou e o que não funcionou no seu combate, mais teremos a ganhar.

Reconhecer fatos não é “premiar” os negacionistas — uma palavra odiosa, por evocar uma horrível comparação com os degenerados que rejeitam as conclusões sobre o genocídio dos judeus pelos nazistas. É jogar a favor de toda a humanidade.

Escrevendo na Spectator com sua inteligência brilhante e seu pendor para a polêmica, Rod Liddle anotou sobre a situação na Inglaterra: “Eu não tinha — e não tenho — grandes objeções ao primeiro lockdown ou mesmo às primeiras recomendações para usarmos máscaras ou esfregarmos as mãos com álcool a cada poucos segundos. Não sabíamos o que estávamos enfrentando”.

Liddle obviamente é um conservador e escreve que “muito do que fomos proibidos de dizer, sob pena de sermos banidos das redes sociais ou demitidos de nossos empregos, revelou ter considerável substância”.

Só mesmo um intelecto superior para usar a expressão “considerável substância” no lugar de “estão vendo só, nós tínhamos razão”.

 Leia  também: Teoria sobre origem da Covid em laboratório chinês é considerada “mais provável” por agência dos EUA - Gazeta do Povo

Quem preferir, pode ignorar essa parte e se ater aos fatos que estão contando uma história à qual não deveríamos fechar nossos ouvidos.

Coluna Mundialista - Vilma Gryzinski - VEJA


terça-feira, 2 de agosto de 2022

Querem espalhar pânico novamente… - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo

Medo e ambição são talvez as duas paixões mais fortes que movem o ser humano. E os autoritários de plantão já perceberam isso faz tempo. Incutir medo no povo é um mecanismo eficiente para controlá-lo. Espalha-se pânico e depois vende falsa segurança, bastando o cidadão delegar todo o poder a essa casta de "especialistas".

Foi exatamente assim na pandemia da Covid. Ninguém nega a gravidade do troço, claro, mas a reação foi bastante histérica e desproporcional. E pior: muitos passaram a acreditar que bastava seguir cada "recomendação" ou imposição dos "especialistas" para ficar seguro.

Foi assim que vimos gente com duas máscaras em local aberto, ou brigando com familiares como se fossem potenciais assassinos ao não seguir cada passo sugerido pelas autoridades, ou então entregando o braço para quantas doses fossem disponibilizadas de uma vacina em experiência.

Os lockdowns, as máscaras e mesmo as vacinas não impediram inúmeras mortes, mas isso em nada abalou a fé cega dos crentes na "ciência" de tecnocratas picaretas como Dr. Fauci ou governadores charlatães e bastante ambiciosos.  Havia um claro grupo de risco: os idosos. Mas falar isso era "feio" ou "insensível"
Os obesos claramente corriam mais riscos, mas mencionar o óbvio era "gordofobia". 
A ciência verdadeira não liga para nossos sentimentos, mas a ideologia "progressista" moderna, que tenta monopolizar a fala em nome da ciência, é puro sentimentalismo.

E eis que agora a mídia e os mesmos suspeitos de sempre já tentam criar mais um clima de pânico, dessa vez com a varíola dos macacos. Não importa que a própria OMS, desacreditada perante os observadores céticos, mas alçada ao patamar de voz da ciência pelos crentes que acusam os demais de negacionistas, tenha recomendado a redução do sexo entre homens, já que 98% dos casos seriam fruto de relacionamento homossexual.

Não se pode "estigmatizar" a comunidade gay, alegam, então não se pode mais seguir a ciência. Afinal, os fatos estão aí e não vão desaparecer por conta de nossa sensibilidade social. Ao que tudo indica, o grosso dos casos está concentrado nesse perfil de comportamento. Esconder isso do público ajuda de que forma?

Reparem que não se trata de relacionamento gay em si
. O par homossexual monogâmico não parece correr mais perigo do que qualquer casal. O problema é a quantidade de relacionamento sexual entre homens, ou seja, a promiscuidade. Mas simplesmente mencionar isso já atrai a fúria dos inquisidores modernos.

Uma reportagem da Folha hoje já tenta espalhar o medo e alegar que o governo federal, claro, não tem feito o suficiente para impedir o contágio. Num país com mais de 200 milhões de habitantes, estamos falando em pouco mais de mil casos. Ainda assim, o jornal consultou os "especialistas" certos para criticar o governo e também para deixar seus leitores em pânico.

Por que não se pode, porém, falar do óbvio, do comportamento de risco nesse caso? 
Os mesmos que nem pestanejaram na pandemia do Covid para impedir crianças de estudar, gente humilde de trabalhar ou famílias de estarem com seus parentes idosos doentes, agora na varíola do macaco morrem de medo de recomendar menos promiscuidade homossexual para não criar “estigma” ao grupo. 
E assim contribuem para a proliferação da doença...

Foi exatamente o mesmo caso com a AIDS, e pasmem!, era o mesmo Dr. Fauci no comando. O "cientista" se recusava a admitir que certo grupo corria bem mais risco, deixando todos com medo para não "criar estigma". Como isso ajudou a comunidade gay permanece um mistério. Mas o medo espalhado deu certamente mais controle aos tecnocratas do estado, ao próprio Dr. Fauci.

Pessoas apavoradas são presas fáceis dos oportunistas de plantão. A fobia muitas vezes é irracional. Mas se você pretende monopolizar a fala em nome da ciência, o mínimo que deve fazer é esmiuçar com cuidado as estatísticas, os dados. Afinal, não custa repetir: os fatos não ligam para seus sentimentos...

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES    


segunda-feira, 30 de maio de 2022

O enigma da mielite transversa - Revista Oeste

Guilherme Fiuza 

Todos os que estão calados diante dessa atrocidade são cúmplices dela

Foto: Shutterstock
Foto: Shutterstock

Prossegue a insanidade das vacinas experimentais de covid, com a anuência/complacência de autoridades, médicos, jornalistas, milícias checadoras e outros irresponsáveis que terão de responder por sua conivência com essa violência, mais cedo ou mais tarde. Enquanto isso, vamos vendo o que se tornou proibido ver: os efeitos adversos graves pós-“vacina” de covid.

Tratar como seguras substâncias que não têm seus estudos de segurança concluídos é um escândalo. E é o que faz a propaganda dominante, oficial ou não. Mas o delito é ainda mais grave: diante de reações adversas coincidentes com a aplicação da vacina” de covid, cuja investigação seria essencial ao menos para se iniciar o real dimensionamento dos riscos, as autoridades viram as costas.

Duvida? Então veja o depoimento deste cirurgião norte-americano:

“Meu nome é Joel Wallskog. Sou cirurgião ortopédico em Mequon, Wisconsin. Realizo uma média de mais de 5 mil consultas anuais e faço mais de 800 cirurgias por ano. No dia 30 de dezembro de 2020, recebi a primeira dose da vacina Moderna contra covid, no início sem incidentes.

Cerca de uma semana depois, meus pés estavam dormentes, com uma sensação de fisgadas. Também comecei a ter fortes sensações de choques elétricos por toda a coluna vertebral, chegando aos meus pés. Depois de três ou quatro dias, eu estava trabalhando numa sala da clínica, conversando com um paciente. Estava sentado, e, quando tentei me levantar, não consegui. Me apoiei com os braços para ficar de pé, mas caí para trás rapidamente.

Nesse mesmo dia, fiz uma ressonância magnética da coluna torácica e lombar. Dois ou três dias depois, um neurologista me diagnosticou com mielite transversa, uma doença rara que envolve uma lesão desmielinizante da coluna espinhal torácica.

Após o meu diagnóstico, levantei a questão sobre se o meu estado poderia estar relacionado com a vacina da Moderna que eu tinha recebido. Pedi ao meu empregador que reportasse meu caso ao VAERS (o sistema norte-americano de registros de eventos adversos de vacinas), supondo que a FDA (a agência reguladora de medicamentos e alimentos) e o CDC (o centro de controle de doenças) ficariam alarmados com meu diagnóstico. Eu esperava que me contatassem logo após o registro do meu caso no VAERS.

Ninguém me telefonou, nem me contatou de forma alguma. Semanas se passaram e eu mesmo resolvi entrar em contato com o CDC. Lá eles reconheceram a minha notificação no VAERS, mas declararam que a minha reação foi classificada como “não grave”, já que eu não tinha sido hospitalizado, nem tinha morrido.

Não tive mais notícias do CDC. Nenhum contato também da FDA, nem do NIH (o instituto nacional de saúde dos EUA). Uma palavra descreve como me senti nos primeiros meses após o meu diagnóstico: abandonado.

Minha vida mudou completamente após essa reação adversa. Minha carreira de 19 anos, para a qual me formei por quase 14 anos, provavelmente acabou. Quero declarar que tive um evento adverso real. Exijo que o CDC, a FDA, o NIH e todas as agências governamentais envolvidas ouçam as pessoas lesionadas. Seus eventos adversos são reais.

Exijo que todos sejam abertos e transparentes com os dados da vacina contra covid. O sistema VAERS é extremamente inadequado. Peço também ao Congresso que crie uma legislação prevendo ajuda financeira no âmbito do programa de compensação por lesões causadas pelas vacinas de covid-19. Obrigado”.

Agora veja o depoimento da mãe de Aline, que também era perfeitamente saudável antes da “vacina”. E passou a ter a mesma mielite transversa do Dr. Wallskog. Você tem notícia de algum alerta de risco, ou ao menos possível risco ainda indeterminado sobre este mal, aos que continuam se inoculando com essas substâncias? Não, você não tem.

Então acompanhe o relato a seguir e decida se a vacinação de covid, da forma como está sendo feita, é uma ação de saúde pública correta:

“Minha filha Aline Porto Ferreira, de 15 anos, até então era uma jovem saudável e apaixonada por caminhão. Foi inoculada com a 1ª dose de Pfizer em 30/09/2021 e apresentou apenas febre. Entretanto, 29 dias após receber a 2ª dose, em 30/11/2021, estávamos na praia e ela começou a sentir muita dor no pé esquerdo. No decorrer dos dias essa dor foi subindo para a perna, e logo para a outra perna.

No dia 15/01/2022 ela não conseguia mais andar. Sentia as pernas, mas não tinha forças nem para ficar em pé. Fomos ao posto de saúde na minha cidade, e lá a Aline foi medicada. Disseram que poderia ser problema psicológico. Porém na mesma noite ela foi levada ao hospital, na cidade de Tubarão (SC).

Aos 15 anos de idade, Aline teve a chance de comparar os riscos que corria com a doença covid versus os riscos que corria com a vacina de covid?

No dia 18/01/2022, foi internada. Foram dez dias na UTI e no total 27 dias hospitalizada. Fizeram diversos exames, e os médicos nos disseram que todos constatavam que a vacina foi a causadora do problema. Seu diagnóstico: mielite transversa, uma inflamação da medula espinhal.

O hospital emitiu uma nota: “A vigilância sanitária da cidade de Pedras Grandes notificou como um efeito adverso da vacina (…). Alguns exames mais complexos ainda precisam ser feitos, ainda está em investigação (…).”

Enquanto ficou internada, ela fez uso, entre outras medicações, de injeções de imunoglobulina, que tivemos que lutar para que o Estado fornecesse. Alegavam falta de RG (o que não foi empecilho para a vacina). Precisou fazer uso da cadeira de rodas para se locomover e fisioterapia todos os dias.

No dia 18/03/2022 ela voltou para o hospital, pois apresentou um novo sintoma: dormência e dores começando pelos dedos das mãos. Ficou hospitalizada mais 17 dias, foram feitos mais exames, ressonâncias, onde se constatou que a mielite já estava na medula espinhal quase toda, no cérebro e nos nervos dos olhos.

Começou a fazer mais um ciclo de corticoide intravenoso uma vez por dia, durante cinco dias. Isso não resolveu, daí iniciaram outro medicamento intravenoso e quimioterápico: a ciclofosfamida. Após o primeiro ciclo, ela voltou a caminhar, e deixou as fraldas. Depois de um mês, retornou para fazer outro ciclo. A médica resolveu encaminhá-la para Porto Alegre, para consulta com um neurologista especialista em doenças autoimunes.

No dia 09/05/2022 chegamos a Porto Alegre, e o médico confirmou o diagnóstico: mielite transversa autoimune. Prescreveu mais seis ciclos de ciclofosfamida. Agora, uma vez por mês ela é internada para fazer um dos ciclos. Ao final dos seis ciclos, fará novos exames para saber qual será o próximo tratamento. Esse tratamento deixa ela bem debilitada, é de cortar o coração”.

Aos 15 anos de idade, Aline teve a chance de comparar os riscos que corria com a doença covid versus os riscos que corria com a vacina de covid? Claro que não. Nem o Dr. Joel Wallskog, nem ninguém no mundo teve essa chance, porque não estão concluídos os estudos de desenvolvimento desses “imunizantes” que não impedem os “imunizados” de contrair a doença.

No entanto, não há, na prática, liberdade para cada um decidir com seu médico se toma ou não esses produtos. O preço pode ser a exclusão da vida em sociedade, ou a estigmatização. Todos os que estão calados diante dessa atrocidade são cúmplices dela.

Leia também “Jantando a democracia”

Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste


quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

SOBRE VACINAS. DATA VÊNIA, SOU LIVRE PARA DECIDIR - Valterlucio Bessa Campelo

Observando a movimentação recente em torno da vacinação de crianças e a exigência do passaporte sanitário, inclusive com audiência pública realizada pelo MS - Ministério da Saúde, na OPAS – Organização Pan-Americana de Saúde nesta terça-feira 04/01, além de manifestações de rua em todo o Brasil, resolvi dedicar esta primeira coluna de 2022 a um tema subjacente a tudo isso - a liberdade.

Pediria ao leitor que observasse a si mesmo e a sociedade comparando com 2019. Do que efetivamente sente falta? Sim, meu caro, embora trate-se de algo maior e de origem anterior, os dois últimos anos foram de aguda perda de liberdade. A peste deu pretexto a que, com nosso consentimento, diga-se, parte importante do nosso livre arbítrio fosse amputado e colocado à disposição do Estado. De tal modo, que seria quase um desvario dizer que vivemos ainda em uma sociedade livre.

Por que chegamos a este ponto? Basicamente porque sob ataque ou ameaça, somos naturalmente inclinados a trocar fatias de liberdade por alguma segurança e conforto. Eles sabem disso. À medida que cresce a ameaça, cresce também a nossa disposição a ceder. Ao ponto de entregarmos tudo e, voluntariamente, oferecermos nossa liberdade. O jovem Étienne de La Boétie tratou brilhantemente desse tema em seu livro publicado 1563, chamando-o de servidão voluntária. Algo que muito tempo depois, em 1930, o pai da psicanálise, Sigmund Freud, constatou: “a maioria das pessoas não quer realmente liberdade, porque liberdade envolve responsabilidade, e a maioria das pessoas tem medo de responsabilidade”.

No século passado, aconteceu profusamente durante a segunda guerra mundial, quando sob invasão nazista, em vários países, europeus se dividiram em colaboradores e colaboracionistas. Os primeiros demonstraram uma espécie de acovardamento simples, de consentimento envergonhado desde que seu habitual modo de vida fosse minimamente preservado. Intelectuais e artistas serviram à opressão, fazendo  movimentar a indústria cultural. No livro “Paris – a festa continuou”, (2012), Alan Riding deixa isso claro.

Os segundos, encontraram na colaboração ostensiva uma chance de promoção de suas fraquezas morais às custas da própria nacionalidade e passaram a exercer, como se dominadores  fossem, toda ordem de crueldade, perseguição, roubo, assassinato, estupro e deportações de judeus e opositores. Na França, por exemplo, existiram casos em que nacionais chegaram a postos do oficialato das SS e membros graduados da Gestapo. Muitos franceses, especialmente policiais e burocratas, atuaram como agentes do governo nazista que esfolou o país após a rendição covarde do General Petáin.

Em certa medida, é como vejo os dias de hoje. Diante do pavor disseminado a partir da peste chinesa, no Brasil, assim como nos outros países (nisto não há grande diferença), foram gerados colaboradores e colaboracionistas. Aqueles que normalizam a realidade cruel e agem porque não se importam com a perda de liberdade, desde que se sintam seguros e com baixas taxas de responsabilidade, e aqueles que servem incisivamente porque lucram e se promovem, seja financeira ou politicamente. Trocam de bom grado a própria liberdade por um punhado de poder ou dinheiro que lhes possibilitem os que realmente os possuem. 

Algo necessário e que se impôs neste processo foi a anulação ou minimização da oportunidade ao dissenso
Disso cuidou a velha mídia através de um turbilhão incessante de notícias terríveis e da emblematização pejorativa dos contrários. 
Adjetivos do tipo “negacionista”, “terraplanista” e outros são títulos com que propositalmente encerram a discussão. 
Como uma estrela amarela pregada no peito de um judeu na Polônia em 1940, o termo fecha as portas ao debate. 
Ouvi recentemente de um deles: “não discuto com eleitor de Bolsonaro, é tudo negacionista”.  
Pensei imediatamente que se estivéssemos na França em 1942 ele não hesitaria em fuzilar-me. 
Como alterar pelo argumento lógico uma mente que se tranca?  
Como entrar naquela mente com uma verdade objetiva se foram eliminadas as condições do diálogo? Cria-se assim, uma sociedade mouca, cega, escrava e desumana, capaz de tudo.

Ocorre que liberdade não é uma mera abstração filosófica, um luxo do qual as pessoas se utilizam ocasionalmente. Ela diz respeito à ação e ao pensamento. É a forma como você decide sobre a sua vida, com quem se relaciona, o que faz, o que lê, aonde vai, o que possui. Liberdade são suas escolhas. Em última instância é o que você pensa, é o que você é. Entregaremos isso também em troca de uma suposta segurança provida pelos que criaram a insegurança?

Do meu canto longínquo, olho o mundo e vejo em todos os lugares fantasmas dos cães de Pavlov (1849-1936), babando a cada estímulo que recebem, este determinado de fora pra dentro por interesses globalistas de controle, aliás, amplamente confessados no Forum Econômico Mundial, nos livros de Klaus Schwab seu presidente e já experimentados na China. Jornalistas, articulistas, partidos políticos, juízes, artistas, médicos, universidades, associações etc., aceitaram vergonhosamente o papel de colaboracionistas de um sistema que viola frontalmente as nossas liberdades. Como se houvessem passado por uma lobotomia repetem à exaustão uma carga de mensagens cuja profundidade não se deram o trabalho de examinar.

Há, contudo, os que não se rendem. Independentemente do tamanho do engodo, é apenas um engodo e, como bem lembrou Étienne de La Boétie, basta não entregar o que eles querem e cai a tirania. 
As inúmeras audiências públicas havidas em estados, no distrito federal e em muitos municípios, demonstram que assim como colaboradores e colaboracionistas, nesta guerra há a resistência. [em algum momento uma ordem será dada e ninguém irá cumpri-la = será a queda deles.]

Refiro-me, por exemplo, a médicos da estirpe da Dra. Maria Emilia Gadelha, Dr. Roberto Zeballos,  Dr. José Augusto Nasser, Dra. Roberta Lacerda e muitos outros contados aos milhares, que abdicando da frondosa árvore do politicamente correto, vão ao sol, expõem à luz seu entendimento e suas experiências. Sabem que enquanto a mão direita estende a agulha, a mão esquerda maneja um bisturi nos amputando a liberdade e instalando o controle social. Escudados em comitês, os colaboracionistas, muitas vezes associados e comissionados das big pharmas, se defendem desqualificando seus opositores, acusando-os de adotarem teorias conspiratórias.

A propósito, embora (por motivos óbvios) a mídia não propague, o sistema oficial americano VAERS, comunica que apenas nos EUA foram relatados mais de 1,5 milhões de efeitos adversos após a vacinação, com 14.817 eventos morte. São dados investigados e provados. Não, não são, nem serão. Não foram devidamente investigados. Por lá também o governo está de braços dados com as big pharmas. Mas deveriam ser suficientes para autorizar que cada cidadão faça a própria escolha ao invés de ser submetido e submeter suas crianças à vacinação forçada que, de modo cínico, aparece disfarçada de mero constrangimento documental.

Considero, pessoalmente, que ela pode ser adotada, propagada e recomendada massivamente, se for o caso, porém, em hipótese alguma, sob nenhum argumento, pode ser imposta direta ou indiretamente, pois nestes termos sempre constituirá flagrante ataque à liberdade do indivíduo nos termos da nossa lei maior e tantas outras. Este é o ponto.

 Valterlucio Bessa Campelo escreve ensaios, crônicas e contos eventualmente em seu BLOG e é colaborador do site Conservadores e Liberais.

 

 

sábado, 1 de janeiro de 2022

Chefe da OMS diz que 2022 pode marcar o fim da pandemia de Covid-19

Tedros Adhanom afirmou que o mundo tem 'as ferramentas' para acabar com a pandemia, mas que isso só será possível com a distribuição igualitária de vacinas

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse na quinta-feira, 30, que o mundo tem “as ferramentas, os recursos e as razões (mais de 5 milhões de vidas perdidas e contando) para acabar” com a pandemia de Covid-19 em 2022 e que está “confiante” de que isso vai acontecer, desde que haja uma distribuição igualitária de vacinas entre os países. A mensagem foi publicada em seu perfil na rede profissional Linkedin.

[a credibilidade da OMS e do seu diretor-geral continua abaixo de ZERO = tudo que tem sido feito no combate a pandemia não dependeu da OMS, que só é boa em prever o caos e "profetizar" o passado; 
de qualquer forma, torcemos que o seu desejo "fim da pandemia em 2022" se realize.]

Ghebreyesus lembrou que o final de 2021 traz uma marca “sombria”, o segundo aniversário da pandemia de coronavírus — os primeiros casos, em Wuhan, na China, foram detectados em dezembro de 2019 —, e que esse momento deve servir de reflexão e estimular ação renovada para combater a doença.

No texto, o diretor da OMS enfatizou que o ano que termina trouxe ganhos, como a aprovação emergencial de dez vacinas, a administração de mais de 8,5 bilhões de doses de imunizantes no mundo e o desenvolvimento de novos tratamentos contra a infecção, o que permite a redução das mortes.

No entanto, ele apontou que esses ganhos não puderam ser observados globalmente. “Nós estamos vendo países conduzirem programas de reforço de vacinação enquanto somente metade dos países-membros da OMS conseguiu atingir a meta de ao menos 40% de sua população vacinada ao final de 2021, isso por causa da distribuição desigual. Essa diferença também pode ser percebida no fato de que, um ano após as primeiras doses terem sido aplicadas, 3 em cada 4 trabalhadores da saúde na África continuam sem ter sido vacinados.”

Ghebreyesus lembrou que, enquanto essa disparidade continuar, as chances de o vírus sofrer mutações e produzir novas variantes só aumentam, “nos prendendo em um ciclo de perda, dificuldade e restrições contínuas”.

 Saúde - VEJA


quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Ômicron e vacinas: O que se sabe sobre a eficácia da Pfizer, AstraZeneca e Coronavac contra a cepa - O Estado de S. Paulo

Considerada uma variante de preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi identificada primeiro na África do Sul em 24 de novembro. Até esta quarta-feira, já estava em 57 países, incluindo o Brasil.  Com isso, farmacêuticas e pesquisadores independentes fazem uma corrida para descobrir respostas. 

Ao mesmo tempo em que a variante Ômicron do coronavírus avança pelo mundo, pesquisas tentam medir o quanto as vacinas usadas até agora são capazes de proteger a população. Os estudos, ainda preliminares, mostram que a nova cepa pode escapar parcialmente de uma primeira barreira de proteção oferecida pelos imunizantes. As pesquisas sugerem um caminho para conter a Ômicron: doses de reforço.


Ômicron
Cientista sequencia amostra de variante Ômicron na África do Sul. Foto: Jerome Delay/AP - 08/12/2021

O temor sobre a Ômicron tem relação não só com o número de mutações, mas com a localização dessas variações dentro do vírus. Das 50 alterações genéticas na cepa, 32 estão na proteína spike, aquela que permite a entrada do vírus nas células humanas. Boa parte das vacinas usa a proteína spike para induzir a resposta imune - por isso alterações nessa parte do vírus preocupam tanto. 

As primeiras pesquisas para testar o impacto da variante na proteção das vacinas ainda são preliminares, não foram revisadas por outros cientistas e coletaram poucos dados. Esses estudos são realizados em laboratório: cientistas analisam a interação entre amostras de sangue de pessoas vacinadas (com anticorpos) e a nova variante. As primeiras conclusões são de que há queda na capacidade da vacina de produzir anticorpos que neutralizam a Ômicron - o que os cientistas já esperavam.

Segundo uma pesquisa realizada na África do Sul com 12 pessoas, houve declínio de 41 vezes nos níveis de anticorpos neutralizantes contra a nova variante em vacinados com a Pfizer. O estudo, do Instituto de Pesquisa em Saúde de Durban, também apontou que a proteção parece ser maior entre os que já tinham se infectado antes de tomar a vacina.

Para Alex Sigal, virologista que conduziu o estudo, os dados trazem boas notícias, apesar de ser preocupante a queda de anticorpos. Ele temia que as vacinas pudessem não fornecer qualquer proteção contra a variante, mas isso não ocorreu. Havia o risco de que a Ômicron tivesse encontrado uma nova "porta" para entrar nas células - o que tornaria os anticorpos de vacinas inúteis. “Todo o nosso esforço iria para o lixo”, disse, ao anunciar os resultados.

Outra pesquisa preliminar, realizada por cientistas ligados ao Instituto Karolinska, na Suécia, e à Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, mostrou que a redução na capacidade de neutralização dos anticorpos é variável. Em algumas amostras, quase não houve diminuição e, em outras, houve queda de 25 vezes em relação ao “vírus original”. "A neutralização não é completamente perdida, o que é positivo", afirmou Ben Murrell, pesquisador do Instituto Karolinska, nas redes sociais.

Nesta quarta, um novo estudo, realizado pela Pfizer e a BioNtech, indicou que, com um esquema de duas doses, a quantidade de anticorpos neutralizantes contra a variante Ômicron diminui, em média, 25 vezes em relação aos produzidos contra o vírus original. E que “duas doses podem não ser suficientes para proteger contra a infecção" pela nova variante, conforme informaram as empresas. A pesquisa analisou 39 amostras.

Essa queda em anticorpos neutralizantes era esperada pelos cientistas - justamente por causa do número de mutações da Ômicron - e deve ocorrer com outras marcas de vacinas. Stéphane Bancel, CEO da Moderna, imunizante aplicado nos Estados Unidos, já havia previsto “queda significativa” na proteção das vacinas existentes contra a Ômicron. A declaração causou mau humor no mercado: bolsas de todo o mundo caíram após a fala.

Mas as últimas pesquisas não significam que as vacinas são ineficazes contra a Ômicron. Especialistas ponderam que os anticorpos analisados até agora em laboratórios não são a única barreira proporcionada pelos imunizantes. As vacinas também induzem outros tipos de resposta imune, como as células T, que matam células infectadas e são importantes para evitar que uma pessoa infectada adoeça.“A Ômicron escapa mais do que as outras (variantes). Isso tudo é esperado. Mas, provavelmente, ainda vamos ter proteção em termos de hospitalização, de doença sintomática”, diz Cristina Bonorino, imunologista e membro dos comitês científico e clínico da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI). A expectativa é de que a vacinação evite a forma grave da covid-19, mesmo diante da Ômicron. Cientistas, no entanto, só poderão confirmar isso com análises de como as vacinas se comportam no mundo real.

Nesta quarta, a Pfizer anunciou que os vacinados “ainda devem estar protegidos contra formas graves da doença”, já que o mecanismo de ativação das células T não parece ter sido afetado pelas mutações da Ômicron. “Já observamos isso. Sabemos que temos uma proteção clínica (com as vacinas), mas não em relação à infecção e transmissão”, diz o virologista Fernando Spilki, da Universidade Feevale e coordenador da Rede Corona-ômica.Br, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.

A pesquisa realizada pela Pfizer também apontou que pessoas que receberam uma 3ª dose há um mês tiveram níveis de anticorpos neutralizantes contra a Ômicron compatíveis às taxas verificadas após duas doses da vacina contra outras variantes. “Está claro com esses dados preliminares que a proteção é aumentada com uma 3ª dose da nossa vacina, disse Albert Bourla, CEO da Pfizer. Ele também disse que é possível que a população venha a precisar de uma 4ª dose. 

Teste da Coronavac mede efeitos após 3ª dose
Na mesma linha, o cientista Xiangxi Wang, pesquisador principal do Laboratório de Infecção e Imunidade do Instituto de Biofísica da Academia Chinesa de Ciências, afirmou nesta quarta que uma 3ª dose da Coronavac, desenvolvida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, produz anticorpos capazes de reconhecer a Ômicron.

Ele citou uma triagem de mais de 500 unidades de anticorpos neutralizantes obtidos após a 3ª dose. “Cerca de um terço dos anticorpos apresentou grande afinidade de ligação com a proteína spike das cepas de preocupação, incluindo a Ômicron”, afirmou. Segundo o Butantan, os cientistas ainda vão testar a capacidade de neutralização desses anticorpos contra o vírus para confirmar a sua eficácia. Esses dados não foram detalhados ou publicados em revista científica. “Dar a terceira dose é o que temos agora”, afirma Jorge Kalil, imunologista da Faculdade de Medicina da Faculdade da Universidade de São Paulo (USP). Ele lembra que o desenvolvimento, a testagem e a aprovação de uma vacina completamente adaptada à Ômicron pode levar meses - tempo que os países não devem estar dispostos a esperar diante da nova variante.

Uma vacina adaptada da Pfizer, por exemplo, estaria disponível "até março", segundo a farmacêutica. Apesar de apontar o benefício da dose de reforço, a Pfizer afirmou que continua avançando no desenvolvimento de um imunizante específico para a Ômicron, “caso uma adaptação seja necessária para aumentar ainda mais o nível e a duração da proteção”.

Outras farmacêuticas ainda não publicaram dados sobre a proteção das vacinas diante da Ômicron, mas dizem estar pesquisando. A AstraZeneca, fabricante do imunizante largamente usado no Brasil, informou que a plataforma de vacina desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford “permite responder rapidamente a novas variantes que possam surgir”.

Disse ainda que já iniciou pesquisas em locais onde a variante foi identificada, nos países africanos Botsuana e Essuatíni, “que nos permitirá recolher dados do mundo real da vacina contra esta nova variante do vírus”. A Johnson & Johnson informou que também está testando amostras para medir a atividade neutralizante da Janssen contra a Ômicron. Paralelamente, a companhia busca uma vacina específica para a variante “e irá desenvolvê-la, conforme for necessário”, afirmou.

Enquanto novas pesquisas não são publicadas, a recomendação de especialistas e autoridades de saúde é vacinar - com as vacinas que temos - o maior número de pessoas. “Esses resultados são mais um estímulo para a vacinação, para as pessoas buscarem o reforço”, diz Spilki. "Se não vacinarmos as pessoas, vão surgir variantes que escaparão da vacina. Por enquanto, quem se vacinou está razoavelmente protegido e quem não se vacinou deve se vacinar, mesmo tendo tido a doença", completa Cristina Bonorino, professora titular da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. 

Nesta quarta, a OMS afirmou que a Ômicron pode mudar o curso da pandemia e pediu aos países que vacinem o mais rapidamente possível.

Saúde -  O Estado de S. Paulo

 


sábado, 13 de novembro de 2021

Covid: pessoas resistentes à doença inspiram nova tática para vacinas - BBC News

Entender como algumas pessoas resistem naturalmente à infecção por covid-19, apesar de estarem claramente expostas ao vírus, pode levar a vacinas melhores

Entender como algumas pessoas resistem naturalmente à infecção por covid-19, apesar de estarem claramente expostas ao vírus, pode levar a vacinas melhores, afirmam pesquisadores.

Uma equipe da University College London (UCL), no Reino Unido, diz que alguns indivíduos já apresentavam um grau de imunidade à covid antes do início da pandemia.

Isso provavelmente é resultado do seu corpo ter aprendido a combater vírus relacionados àquele que varreu o mundo.

Atualizar as vacinas para copiar esta proteção pode tornar os imunizantes ainda mais eficazes, segundo a equipe.

Células protetoras

Os cientistas monitoraram de perto equipes de um hospital durante a primeira onda da pandemia de covid-19 — por meio, por exemplo, da coleta regular de amostras de sangue.

Apesar de estarem em um ambiente de alto risco, nem todos no estudo pegaram covid. Os resultados, publicados na revista científica Nature, mostram que algumas pessoas simplesmente conseguiram evitar o vírus.

Cerca de uma em cada dez apresentou sinais de exposição, mas nunca teve sintomas, nunca testou positivo e nunca desenvolveu anticorpos contra covid no sangue.

Parte de seu sistema imunológico foi capaz de controlar o vírus antes que ele se instalasse — o que é conhecido como "infecção abortiva".

Vírus
Getty Images

Amostras de sangue revelaram que estas pessoas já tinham (antes da pandemia) células T protetoras, que reconhecem e matam as células infectadas pelo vírus causador da covid.  De acordo com Leo Swadling, um dos pesquisadores, o sistema imunológico delas já estava "pronto" para combater a nova doença. Estas células T foram capazes de detectar uma parte do vírus diferente da parte que a maioria das vacinas atuais treina o sistema imunológico para encontrar.

Os imunizantes são amplamente voltados para a proteína spike, que cobre a superfície externa do vírus causador da covid. No entanto, estas raras células T foram capazes de olhar dentro do vírus e encontrar as proteínas necessárias para sua replicação. "Os profissionais de saúde que conseguiram controlar o vírus antes de ser detectado eram mais propensos a ter essas células T, que reconhecem o maquinário interno, antes do início da pandemia", acrescentou Swadling.

Estas proteínas internas são muito semelhantes em todas as espécies relacionadas de coronavírus, incluindo aquelas que estão disseminadas e causam sintomas de resfriado comum. Isso significa que mirar nestas proteínas com uma vacina pode oferecer alguma proteção contra todos os coronavírus e novas variantes.

A equipe afirma que as vacinas atuais estão fazendo um excelente trabalho para evitar que as pessoas fiquem gravemente doentes, mas não são tão boas para impedi-las de pegar covid.

"Acho que todo mundo pôde ver que elas poderiam ser melhores", diz a professora Mala Maini.

"O que esperamos, ao incluir essas células T, é que elas possam proteger contra a infecção e também contra a doença, e esperamos que sejam melhores no reconhecimento de novas variantes que apareçam."

Embora quase todo mundo possa ter pego esses coronavírus de resfriado comum, nem todos terão desenvolvido o tipo certo de células T protetoras. Pode ser que os profissionais de saúde sejam expostos com mais regularidade aos vírus por meio de seu trabalho, e é por isso que alguns deles tinham a proteção. "As percepções deste estudo podem ser cruciais na concepção de um tipo diferente de vacina", afirma Alexander Edwards, da Universidade de Reading, no Reino Unido.  "Esperamos que este estudo leve a mais avanços no desenvolvimento de vacinas, pois precisamos de todos os tipos de vacina que pudermos obter."



Covid: 5 dados que revelam efeito transformador da vacina no Brasil
 

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Nunca subestime a política - Alon Feuerwerker

Análise Política

Pergunte a qualquer especialista digno do nome se a pandemia acabou. E se chegou a hora do liberou geral.  
Duvido que algum responda “sim” e “sim”. 
E por que não se nota uma grita generalizada contra a reabertura ampla, geral e irrestrita das atividades? 
Pois o patamar de mortes/dia por Covid-19 ainda bate as centenas.

A explicação está mais no âmbito da ciência política que da infectologia, da imunologia ou da epidemiologia. O liberou geral decorre da crescente péssima relação custo/benefício, para os políticos, de continuar tentando impor as antes celebradas medidas de distanciamento social para redução da circulação do SARS-CoV-2.

A real é que o pessoal se cansou e decidiu virar a página. E os políticos, de olho nas urnas do ano que vem, resolveram que não é o caso de dar murro em ponta de faca. Fim. Poderiam, pelo menos, reforçar a necessidade do uso de máscaras quando a circulação volta ao normal. Mas nem isso. 
É verdade que chegamos a bons níveis de vacinação e estamos batendo no número mágico de 60% de vacinados com duas doses, ou única
Mas outros países bem vacinados vêm assistindo a repiques de casos e mortes por novas variantes, e o conceito de “completamente vacinado” sofre mutações em velocidade viral.

A aplicação de doses de reforço espalha-se pelo planeta. Ou melhor, pela parte rica do planeta. Os países pobres continuam comendo poeira. Não chega a ser novidade. Sim, não parece, mas o Brasil ainda convive com milhares de casos e centenas de mortes no registro diário. Uma atenuante, dirão, é os números estarem declinando já faz algum tempo. Eles vêm caindo desde março/abril, quando a taxa de vacinados ainda era pequena. Eis outro “por quê?” à espera de resposta.

E outra: se estamos abrindo agora porque os números estão caindo, por que não abrimos antes?  Uma boa hipótese para o declínio de casos e mortes desde março/abril é a variante Gama (“de Manaus”) ter “vacinado” em massa a população brasileira, mas isso ainda aguarda comprovação. [comprovação que jamais será reconhecida - reconhecer que a variante Gama - "vacinou"  em massa a população brasileira é reconhecer a imunidade de rebanho = admitir que o presidente Bolsonaro sempre esteve certo.l 
É muita coisa para os inimigos do Brasil admitirem.]

Outra hipótese a pesquisar é se vacinas de vírus inativado não seriam mesmo mais eficazes contra variantes. Mas não tem sido elegante tocar nessa possibilidade em certos círculos, dado que a CoronaVac é chinesa.

Mudando de assunto, os Estados Unidos reabrem o turismo a vacinados, inclusive com as vacinas chinesas da Sinovac (nossa CoronaVac) e Sinopharm. E Israel, pioneiro na vacinação em massa, aceita, além dessas, também a russa Sputnik V, apesar de o imunizante não estar chancelado pela Organização Mundial da Saúde.

E no Brasil? Por que a CoronaVac ainda não tem aqui o registro definitivo e a Sputnik V continua bloqueada?  As respostas deveriam estar sendo cobradas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Mas esta corre em raia mais ou menos livre desde que conseguiu transmitir a impressão de não estar alinhada a Jair Messias Bolsonaro. Parece ter recebido, por causa disso, um amplo passe livre.

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político

Publicado na revista Veja de 27 de outubro de 2023, edição nº 2.763


segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Janaina, sobre Alcolumbre: se tivesse questionado vacinas, ‘já teria caído’ - Revista Oeste

Fabio Matos

Seis mulheres denunciaram o ex-presidente do Senado por prática de 'rachadinha' em seu gabinete

A denúncia envolvendo o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), ex-presidente do Senado e atual comandante da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, segue repercutindo no mundo político. A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) usou as redes sociais para cobrar desdobramentos sobre o caso.

Segundo reportagem publicada pela revista Veja, seis mulheres denunciaram o parlamentar por prática de “rachadinha” em seu gabinete. Marina Santos, Érica Castro, Lilian Braga, Jessyca Pires, Larissa Braga e Adriana Almeida, moradoras do entorno do Distrito Federal, foram contratadas como assessoras, mas jamais trabalharam para Alcolumbre. O esquema, iniciado em 2016, teria desviado ao menos R$ 2 milhões.

As mulheres tinham vencimentos mensais entre R$ 4 mil e R$ 14 mil, mas devolviam parte do montante ao gabinete de Alcolumbre. De acordo com a Veja, os extratos das contas das funcionárias mostram que o salário era depositado e imediatamente sacado.

“E o caso do Alcolumbre? Vai ficar por isso mesmo?”, questionou Janaina em seus perfis no Twitter e no Instagram.Se ele tivesse questionado vacinas obrigatórias, ou se tivesse criticado desenho, a casa já teria caído. Mas como, segundo consta, tomou o salário de mulheres vulneráveis, ninguém se importa. Vai seguir poderoso, presidindo a CCJ.

Como noticiado por Oeste, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) apresentou na sexta-feira 29 ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma notícia-crime na qual pede apuração do caso.

Fabio Matos, colunista - Revista Oeste