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domingo, 10 de outubro de 2021

Animosidade entre Poderes?

 
Mariana Muniz - O Globo

'Arapongagem é crime', diz ministra do STF em decisão que impõe limites a decreto de Bolsonaro sobre poderes da Abin

Plenário do tribunal decidiu que informações só podem ser fornecidas à agência quando comprovado o interesse público da medida

Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não pode requisitar informações a órgãos do governo para atender a interesses pessoais ou privados e impôs limites ao decreto de 2020 do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que ampliaria o poder de requisição de informações pela agência. Em seu voto, a ministra Cármen Lúcia, relatora do caso, disse que "arapongagem é crime".

Pela decisão, os órgãos componentes do Sistema Brasileiro de Inteligência somente podem fornecer dados e conhecimentos específicos à Abin quando comprovado o interesse público da medida, e toda e qualquer decisão de fornecimento desses dados deverá passar pela aprovação do Judiciário.

No voto de 27 páginas, a ministra criticou duramente o que classificou de "abuso da máquina estatal para atendimento de objetivos pessoais" e mandou recados sobre episódios recentes envolvendo o uso da inteligência no atual governo. O primeiro deles envolve a produção de dossiês contra servidores no Ministério da Justiça sob o comando de André Mendonça e o segundo diz respeito ao suposto uso da Abin para produzir provas para a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ).


[comentando: animosidade contra o Poder Executivo? 
- é pacífico que desde a divulgação pelo presidente da República da 'carta de trégua', intermediada por Temer, o presidente da República tem sido comedido em qualquer referência ao Judiciário e Legislativo.
Não de pode dizer  o mesmo daqueles Poderes em relação ao Poder Executivo.

Legislativo:
o presidente Bolsonaro usando do poder de veto que a Constituição Federal lhe confere vetou dispositivo de lei aprovada pelo Congresso sobre distribuição gratuita de absorventes - a decisão presidencial teve amparo no fato de que o dispositivo vetado criava despesa sem indicar fonte de custeio = conduta proibida pela legislação vigente. 
Imediatamente o presidente do Senado Federal  foi as redes sociais e declarou que o veto àquele dispositivo era candidatíssimo a ser derrubado - 'esquecendo' de citar que o veto decorreu da necessidade de atender disposição legal que tornava ilegal o dispositivo vetado. Sem a menor consideração pelo ato do Chefe do Poder Executivo, 'esqueceu' de lembrar, que se o veto for derrubado a alteração legal resultante continuará contrariando a legislação vigente.
Judiciário:  recentemente, conforme mostra a matéria ora comentada, a ministra Cármen Lúcia decidiu que a ABIN só pode ter acesso a dados do SISBIN
quando comprovado o interesse público da medida, e toda e qualquer decisão de fornecimento desses dados deverá passar pela aprovação do 
Poder Judiciário.
 
Determinar que a Agência Brasileira de Inteligência -Abin, só pode ter acesso a dados do SISBIN mediante aprovação do Poder Judiciário, cria duas situações complicadas:
- impede veda que a Agência Brasileira de Inteligência tenha acesso a dados que órgãos como Anatel, ICMbio e outros órgãos integrantes do SISBIN tem livremente;
- compromete o sigilo de eventuais investigações, visto ser necessário considerar  que a natureza dos serviços de inteligência impõe que a quase totalidade das práticas ocorra sob sigilo - no mínimo para impedir vazamentos que comprometam a investigação. 
Convenhamos que a apreciação do pedido, ainda que pelo Poder Judiciário, pode comprometer o essencial sigilo.
Temos alguns casos de vazamentos ocorridos no Poder Judiciário. 
Em  nosso modesto entendimento, a decisão da magistrada deixa a impressão de uma certa má vontade em entender motivações do Poder Executivo.]

A questão estava sendo analisada em uma ação do PSB em um julgamento que se encerrou na sexta-feira, no plenário virtual, no qual os ministros não se reúnem nem presencialmente nem por videoconferência. Eles colocam seus votos no sistema eletrônico da Corte, sem a necessidade de debates. "Inteligência é atividade sensível e grave do Estado. 'Arapongagem' não é direito, é crime. Praticado pelo Estado é ilícito gravíssimo. O agente que adotar prática de solicitação e obtenção de dados e conhecimentos específicos sobre quem quer que seja fora dos estritos limites da legalidade comete crime", disse Cármen Lúcia.

Em 2020, por 9 votos a 1, o plenário do Supremo já tinha dado uma decisão liminar para estabelecer limites à troca de informações. Agora, o mérito do caso foi analisado. Para a ministra, "a sociedade não pode ser refém de voluntarismo de governantes ou de agentes públicos. O abuso da máquina estatal para atendimento de objetivos pessoais, mais ainda quando sejam criminosos como são os que se voltam a obter dados sobre pessoas para impor-lhes restrições inconstitucionais, agressões ilícitas, medos e exposição de imagem, é atitude ditatorial, em contraste com o Estado democrático de direito".

Cármen Lúcia foi seguida por todos os nove atuais integrantes do Supremo. Na avaliação da ministra, o fornecimento de informações entre órgãos públicos para a defesa das instituições e dos interesses nacionais é ato legítimo. "É proibido que se torne subterfúgio para atendimento ou benefício de interesses particulares ou pessoais, especialmente daqueles que têm acesso aos dados, desvirtuando- se competências constitucionalmente definidas e que não podem ser objeto de escolha pessoal, menos ainda de atendimento a finalidade particular de quem quer que seja. Também porque essas finalidades são, em geral, criminosas e têm o sentido de agressão a outrem, atentando contra os direitos fundamentais", lembrou.

A relatora explicou ainda que o compartilhamento de dados e conhecimentos específicos que visem ao interesse privado do órgão ou de agente público não é juridicamente admitido e, por isso, se caracteriza como desvio de finalidade e abuso de direito.

Ex-ministro:Na mira da CPI da Covid, Pazuello tem motorista à disposição e usa carro oficial do Exército em Brasília

Cármen Lúcia também citou que, ao longo do processo, "foram encaminhadas a este Supremo Tribunal Federal denúncias de desvio de finalidade na atuação de membros das forças de segurança do atual governo".

Por isso, listou como exemplo ações que questionam o caso da "suposta atuação indevida do Gabinete de Segurança Institucional e da Agência Brasileira de Inteligência em investigações criminais envolvendo o senador Flávio Bolsonaro" e a elaboração de dossiê, pelo Ministério da Justiça, de servidores estaduais e federais da área de segurança e professores universitários ligados ao movimento antifascismo

Segundo a ministra, a preocupação com o controle das atividades de inteligência é alvo de discussões globais, "sendo o sigilo desses serviços desafio para a fiscalização a que todo poder estatal deve se submeter em sociedades democráticas". "A Constituição da República repudia poder sem controle, exige a motivação dos atos administrativos e que todos eles se guiem pelos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. As atividades de inteligência, ainda que acobertadas pelo sigilo, se submetem ao escrutínio externo dos demais Poderes (Legislativo e Judiciário), devendo ser afastada qualquer interpretação que dê margem a arbitrariedades", disse.

Política - O Globo


terça-feira, 28 de setembro de 2021

Polícia Federal recomendou ao TSE adoção do voto ‘impresso’ - Revista Oeste

 Cristyan Costa

Relatório obtido pelo senador Esperidião Amin contém 14 recomendações à corte eleitoral para fins de auditoria 

O senador Esperidião Amin (PP-SC) disse que a Polícia Federal (PF) recomendou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a adoção do voto auditável, além da transferência para a Agência Brasileira de Inteligência de tarefas executadas por empresas terceirizadas contratadas pelo TSE. As informações constam em relatório obtido por Amin. Os dados foram divulgados em sessão sobre a apuração e a totalização dos votos nas eleições, na segunda-feira 27.

Conforme o parlamentar, o documento da PF tem 14 recomendações e chegou ao TSE em outubro de 2018, quatro meses depois de uma liminar do Supremo Tribunal Federal tornar sem efeito um artigo da reforma eleitoral (a Lei 13.165, de 2015) que previa a impressão do comprovante do voto. Assinado por três peritos da PF, o texto recomenda “que sejam envidados todos os esforços para que possa existir o voto impresso para fins de auditoria”.

“O TSE optou pela centralização, sob o argumento de que a nova rotina envolveria estrutura mais confiável. Há, no entanto, pontos controversos”, salientou o congressista, na sessão do Congresso Nacional. “As eleições de 2018, com apuração descentralizada nos Tribunais Regionais Eleitorais, transcorreram sem qualquer incidente. O pleito de 2020, centralizado no TSE, sofreu com atrasos não usuais, tampouco justificáveis”, lembrou o senador.

Leia também: “É proibido modernizar a urna eletrônica?”, reportagem publicada na Edição 69 da Revista Oeste


domingo, 1 de novembro de 2020

Como funciona a área de investigação do Ministério da Infraestrutura

 Departamento comandado por delegada da Polícia Federal tem barrado indicados fichas-sujas e denunciado servidores envolvidos com falcatruas

Em uma sala discreta localizada no segundo andar do Ministério da Infraestrutura, em Brasília, funciona uma espécie de delegacia – que tem feito um pente-fino em currículos de apadrinhados políticos e investigações de suspeitas de irregularidades. O objetivo é evitar que escândalos de corrupção voltem a ganhar espaço num órgão responsável por um caixa de mais de sete bilhões de reais e por executar obras em todo o Brasil. A área, chamada oficialmente de subsecretaria de Governança e Integridade, é comandada pela delegada Fernanda Costa de Oliveira, que exibe em sua mesa uma placa de metal com o seu nome e o brasão da Polícia Federal. A xerife da pasta foi responsável por conduzir o inquérito que, em outubro de 2016, indiciou o ex-presidente Lula e o seu sobrinho pela prática de corrupção em uma obra de Angola da construtora Odebrecht financiada com dinheiro do BNDES. Além dela, integram a equipe um oficial da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), um delegado e um perito aposentado da PF. Todos estão encarregados de identificar falcatruas.

Em uma de suas investigações, esse setor descobriu indícios de fraudes em licitações da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). O esquema envolvia a celebração de contratos direcionados para um grupo de empresários administrar quiosques de alimentação e áreas de lounge dos aeroportos de Congonhas, em São Paulo, e Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Após analisar o caso, a equipe constatou que a apuração deveria ser aprofundada – e a encaminhou à Polícia Federal. Na última quinta-feira 21, foi deflagrada a Operação Índia para coletar provas relacionadas aos principais suspeitos de desviarem cerca de 10 milhões de reais em recursos públicos. “Fazemos um trabalho bem instruído, com respaldo jurídico, para facilitar a investigação do caso pelos órgãos competentes”, afirma a delegada Fernanda Costa de Oliveira.

No ano passado, a equipe de investigadores foi acionada para investigar um funcionário público que ostentava uma vida financeira acima da média. Ao apurar o caso, a delegada descobriu que ele tinha uma casa que valia cerca de um milhão de reais e ocultava a propriedade de automóveis no nome da mãe. Quando soube que poderia ser demitido, o servidor decidiu pedir licença de sua função. A pasta rejeitou a solicitação, instaurou um processo disciplinar e encaminhou o caso às autoridades. Desde o ano passado, foram enviadas cerca de 270 denúncias de irregularidades detectadas pela equipe do Ministério da Infraestrutura à Polícia Federal, Controladoria-Geral da União (CGU) e Polícia Civil. Uma delas, por exemplo envolve dirigentes do Denatran e do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que teriam se envolvido com “eventos de possível interesse privado”.

Além de apurar suspeitas de irregularidades, a delegacia do ministério faz uma triagem em currículos de indicados políticos para cargos estratégicos. Desde quando foi lançado, em janeiro de 2019, o setor já analisou 456 processos de nomeações de servidores públicos, uma média de cinco casos por semana. Nem todo mundo consegue passar por esse filtro. Em maio, um candidato a um cargo de coordenador do Denatran foi barrado após ser descoberto que ele estava envolvido com fraude em concurso público no ano de 2003, quando foi impedido de tomar posse em outro órgão. Um mês antes, um apadrinhado com um currículo ficha-limpa foi recomendado para um cargo de chefia no ministério, mas não foi admitido porque tinha um vínculo de parentesco, de segundo grau por afinidade, com um servidor que ocupava uma função comissionada na mesma pasta. “Todos os nossos pareceres são acatados pelo ministro, que nos deu total autonomia para trabalhar”, afirma Fernanda Costa de Oliveira.

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Em maio de 2019, o presidente Bolsonaro assinou um decreto estabelecendo regras mais rígidas para nomeações para altos cargos de confiança no governo. 

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Veja - Brasil - MATÉRIA COMPLETA


quinta-feira, 13 de junho de 2019

Após vazamento de supostos diálogos de Moro, Bolsonaro e integrantes do Executivo usarão celulares criptografados da Abin

Até então, presidente e ministros usavam aparelhos pessoais para trocar mensagens por WhatsApp. Nova orientação é de redobrar medidas de segurança 

O vazamento de diálogos do ministro da Justiça, Sergio Moro, está provocando uma mudança de hábito no alto escalão do governo. O presidente e outros integrantes do Executivo, que sempre preferiram aplicativos de mensagens como WhatsApp e o Telegram, devem agora migrar as conversas para  telefones criptografados fornecidos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Investigadores estão pessimistas quanto à possibilidade de sucesso na busca pelo responsável pelos ataques. A Polícia Federal abriu pelo menos oito inquéritos para investigar o caso.
O “The Intercept Brasil” divulgou novos trechos de diálogos entre Moro e a força-tarefa da Lava-Jato. O site afirma que o ex-juiz e Deltan Dallagnol conversaram sobre o apoio de Fux à operação.   


Em sinal de apoio a Moro, Bolsonaro levou na noite desta quarta-feira o ministro ao jogo entre Flamengo e CSA no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Ambos vestiram camisas do Flamengo arremessadas por torcedores. O porta-voz do governo

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) e outros integrantes do Executivo devem se comunicar por telefones criptografados fornecidos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Até então, eles sempre preferiram trocar conversas por aplicativos de mensagens, como o WhatsApp e o Telegram.

A decisão surge após o vazamento de diálogos entre o então juiz federal Sergio Moro, atual ministro da Justiça e Segurança Pública, e o procurador Deltan Dallagon, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Na noite dessa quarta-feira (12/06/2019), o site The Intercept Brasil publicou novos diálogos.

A Abin desenvolveu mecanismos de proteção e criptografia que protegem as comunicações do presidente e de ministros de Estado. O caso que envolve Sergio Moro acendeu o alerta de como o governo está exposto e precisa redobrar as medidas de segurança. Alguns dados podem ser considerados sigilosos.

O dispositivo fornecido pela Abin não permite a instalação de aplicativos de mensagens nem de redes sociais. De acordo com o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) já alertou Bolsonaro.
“O presidente é orientado pelos seus agentes de segurança nas área física e cibernética em como comportar-se. Em cima dessas orientações ele vem tomando as precauções que são necessárias”, disse o porta-voz, durante coletiva nesta quarta.

Recebido via e-mail

 

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Chefe do GSI diz que Bolsonaro sofreu novas ameaças



Sérgio Etchegoyen, que chefia agência de inteligência do governo, não desfile em carro fechado na posse presidencial do dia 1º

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, disse nesta segunda-feira, 3, que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, sofreu novas ameaças há 15 dias. Contudo, ele não citou a origem das ameaças.  "Eu posso te falar até 15 dias atrás. Houve, houve novas ameaças (contra o presidente eleito)", afirmou Etchegoyen após a cerimônia no Palácio do Planalto que celebrou os 80 Anos do Gabinete de Segurança Institucional.  

De acordo com o ministro, ainda não há a definição se o presidente eleito irá ou não desfilar em carro aberto no dia da posse. Etchegoyen afirmou que as condições ainda estão sendo analisadas com a equipe de transição.  “A decisão será do presidente. Eu presidiria tudo com cautela. Nesse momento, eu tenho que me atualizar, porque passei fora duas semanas, mas eu recomendaria que todas as medidas tomadas fossem presididas por cautela”, disse. 

Desde o ataque a Bolsonaro em setembro, a equipe de inteligência do governo monitora intensamente as ameaças ao presidente eleito. Durante a campanha, o futuro ministro do GSI, general Augusto Heleno, afirmou que havia ameaças concretas de novos ataques contra Bolsonaro.  Na última quarta-feira, 28, um dos filhos do presidente eleito, o vereador Carlos Bolsonaro afirmou através das redes sociais que a morte do pai “não interessa somente aos inimigos declarados, mas também aos que estão muito perto”. Bolsonaro também comentou a fala do filho, mas não citou a quem interessaria.  

Efetivo
 Segundo Etchegoyen, "certamente, a segurança do presidente eleito, na nova administração exigirá cuidados mais intensos e mais precisos" e isso, na sua avaliação, "poderá terá, como consequência", o aumento do efetivo do GSI. "A segurança do presidente eleito exige mais cuidado? Certamente exige. Nós temos um presidente que sofreu um atentado, que vem sofrendo agressões frequentes, basta ver mídias sociais", declarou Etchegoyen ao informar que a atual coordenação de segurança de Bolsonaro e a equipe de transição estão em contato com a equipe do Planalto, "negociando as condições" para o trabalho, no dia da posse. 
O ministro destacou, no entanto, que "a segurança sempre assessora" sugerindo as condições que consideram mais seguras, mas "a decisão será sempre do presidente da República". Em seguida, sugeriu que "todas as medidas tomadas sejam presididas por cautela". 

As declarações do general Etchegoyen foram dadas após cerimônia de comemoração dos 80 anos do GSI. O general Heleno, sucessor de Etchegoyen, também estava presente e foi elogiado pelo atual ministro. Após reconhecer que o presidente Michel Temer o ouve muito e não só a ele, mas a todos os seus principais assessores, o ministro destacou que esse é "um grande atributo".Depois de salientar que o general Heleno é "uma referência" para os militares, emendou: “tenho certeza que presidente Bolsonaro terá o melhor assessor para todos os assuntos”. Questionado se recomendava que Bolsonaro ouvisse Heleno, respondeu: "não me cabe recomendar nada para o presidente eleito, mas a forma como presidente Temer atuou, ouvindo a todos, foi muito bom e ajuda na governança". 

Etchegoyen declarou também que  Bolsonaro já tem um chefe da sua coordenação de segurança para o GSI nomeado, que é o general Luiz Fernando Baganha - nome já revelado pelo Estado que assume o cargo em janeiro. Essa coordenação, explicou, irá dar garantias, não só a Bolsonaro e à sua família, mas também ao vice-presidente, Hamilton Mourão, e seus filhos.  "A segurança do presidente eleito, na nova administração, certamente exigirá cuidados", ressaltou. Ao falar das cautelas que precisam ser tomadas em relação a um presidente que já sofreu atentado, Etchegoyen listou que "são medidas objetivas de segurança e indiretas, como a circulação do entorno, os locais a visitar". 

Lembrou ainda que, ao assumir determinados cargos, principalmente o de presidente da República, "se perde a liberdade". Ele não quis comentar, por exemplo, a decisão de Bolsonaro de viajar do Rio para São Paulo, em voo comercial, para assistir ao jogo do Palmeira e entregar a taça, em campo, ao campeão brasileiro. Sobre as atribuições da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que é subordinada ao GSI, o general Etchegoyen defendeu "continuidade" no trabalho que está sendo desenvolvido lá. "Defendo que seja mantida na maneira como está. A atual direção geral que assumiu nos últimos dois anos vem fazendo um belíssimo trabalho. Mas a decisão é do presidente eleito", declarou o ministro. "Mas eu acho que a continuidade, pelo menos por mais um pequeno período que seja, consolidará os avanços particularmente na área de gestão que eles alcançaram", comentou.

O Estado de S. Paulo