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domingo, 30 de outubro de 2022

A máquina da desinformação - Percival Puggina

Pela portaria, mosquito não passa. Há, porém, uma entrada lateral para elefantes. Intimidar o queixoso é prática recorrente no TSE. Na sociedade da informação, desinformar é tarefa comum e universal.

 

Tem sido assim ao longo dos últimos meses no pleito brasileiro. Agora, no estágio final, a equipe de Bolsonaro encaminhou a derradeira denúncia: a não divulgação de um número alarmante de veiculações publicitárias em rádio e TV. 
A reação imediata do xerife da eleição foi tratar o fato com a habitual animosidade. 
Disse que a reclamação poderia constituir crime. E as provas? 
No dia seguinte, as provas caíram sobre sua mesa.  
O que fez Alexandre de Moraes? Afirmou que não era assunto dele. A ele interessava – vejam só! – saber, imediatamente, quanto custou e de onde veio o dinheiro para fazer a auditoria que produziu aquelas provas!

Valha-me Deus! É isso que chamam “estado de direito”? É assim que se faz a “defesa da democracia”?

Onde estão os observadores internacionais? Sete deles integram as Missões de Observação Eleitoral (MOEs) Internacional e observam o sistema sob o ponto de vista técnico (urnas, votação, transmissão, totalização, etc.). O maior número, porém, observa o sistema como um todo. São, na maioria, instituições políticas, culturais e de ensino interessadas em conhecer e avaliar a qualidade da democracia brasileira.

Eles, portanto, estão vendo o que a velha imprensa relata e não relata. Estão presenciando a mais manipulada de nossas eleições: a prática da intimidação e da censura, a conduta militante padronizada do jornalismo, o fato de o tribunal exigir que um dos candidatos, não por acaso o da esquerda, seja tratado pela corrente oposta como se não tivesse passado, nem amizades, nem relações internacionais sobejamente conhecidas. O que dizem esses observadores? Nada!

Não observam que no homogêneo oceano de uniformidades que é o jornalismo nacional, há quatro anos alinhado à oposição, estão sob censura e intimidação uns poucos veículos que atuam com sucesso no ambiente digital como reduto do pluralismo e qualidade, como Jovem Pan, Brasil Paralelo, Revista Oeste, Gazeta do Povo?  

Ninguém sabe, ninguém viu a tesoura que desabou sobre dezenas, se não centenas de influenciadores digitais, encerrando páginas, perfis, canais e microempresas individuais. 

 Percival Puggina - Conservadores e Liberais


sexta-feira, 8 de julho de 2022

Em reunião ministerial, militares atacam o TSE e defendem auditorIa - VEJA

Com total apoio de Bolsonaro, tropa do presidente acirrou tensão com a Justiça Eleitoral e reclamou que é tratada com indiferença por ministros do tribunal

Em segundo lugar nas pesquisas, Jair Bolsonaro considera duas batalhas cruciais para se manter no poder.  Uma delas é contra a inflação e, para vencê-la, ele anunciou um pacote de mais de 40 bilhões de reais destinado a bancar a ampliação do Auxílio Brasil, o pagamento de uma ajuda mensal de 1 000 reais a caminhoneiros autônomos e a duplicação do valor repassado a famílias carentes para ajudá-las na compra de botijão de gás. 
Com esse arsenal poderoso, o presidente acredita que ganhará terreno entre os eleitores mais pobres e superará Lula em outubro. [as eleições são em outubro e o descondenado petista, não inocentado, o maior ladrão do Brasil, não é merecedor das preocupações do nosso presidente e as medidas adotadas buscam apenas reduzir a fome entre os mais necessitados.
O Luladrão é insignificante como rival e o que ele mais deseja é encontrar uma forma de abandonar sua candidatura  e assim evitar o que ele mais teme: encerrar sua carreira política com uma derrota e logo para o Bolsonaro.]
FRENTE DE BATALHA – Bolsonaro e o general Paulo Sérgio: o presidente e o ministro da Defesa subiram o tom contra o TSE – Mateus Bonomi/AGIF/AFP

 
Mas, como essa reviravolta ainda não ocorreu e ele teme ser derrotado, o ex-capitão tem se dedicado a uma nova ofensiva em outra trincheira. Com a ajuda dos ministros do governo e, principalmente, dos militares, Bolsonaro quer forçar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a acolher as sugestões de sua equipe sobre o processo eleitoral antes da realização da votação. Se isso não ocorrer, ele dá a entender que não reconhecerá eventual resultado desfavorável e, mais grave, que convocará o Exército para auditar o resultado final. Nessa cruzada estratégica, a arma principal do mandatário é a ameaça de confronto e de uso da força. [ o TSE dispõe da maneira mais eficiente e justa de tirar esse 'argumento' que é atribuído ao presidente Bolsonaro, ou seja adotar  providências para que um percentual de pelo menos uns 30% das urnas eletrônicas, distribuídas por todo o Brasil, disponham de impressoras que permitam o voto impresso = voto auditável, acabando assim com qualquer argumento que atribuem ao capitão.
Acaba toda a questão. Tempo hábil existe,  é questão de concordar que nada impede maior transparência no processo eleitoral. 
Destaque-se que o voto continuará sendo digital, não serão usadas cédulas eleitorais de papel ou qualquer outro meio físico.]
 
A tensão entre o presidente e integrantes da Justiça Eleitoral é antiga e se desenrolava com as trocas de acusações de praxe até a manhã da terça-feira 5, quando o presidente realizou uma reunião ministerial com o objetivo de insuflar a sua tropa. O encontro durou cerca de três horas, das quais pelo menos duas foram dedicadas a difundir entre os presentes as suspeitas — nunca comprovadas — de que as urnas eletrônicas não são confiáveis e serão fraudadas para derrotar Bolsonaro
Numa tentativa de dar verniz técnico às suas teorias, o presidente convocou o deputado Filipe Barros (PL-PR), que foi relator na Câmara da fracassada proposta de emenda constitucional que previa a instituição do voto impresso no Brasil. Manuseando uma pilha de papéis, Barros discorreu sobre um ataque hacker ao sistema do TSE em 2018, episódio que foi alvo de uma sindicância interna da Corte e de uma investigação da Polícia Federal, e disse que, conforme documento assinado por um funcionário graduado do próprio tribunal, a invasão pode ter fraudado o resultado de uma eleição no município de Aperibé (RJ), o que o servidor citado negou de forma peremptória a VEJA.
O deputado afirmou ainda, em tom de estranhamento, que as apurações do TSE e da PF sobre o caso não avançaram, sugerindo uma blindagem indevida. Não teria ocorrido nem mesmo uma perícia no sistema do tribunal, que também teria perdido informações consideradas essenciais, pelo parlamentar, para que se descobrisse a extensão dos danos provocados pelo hacker. 
“O próprio TSE obstou o andamento das investigações em razão de um suposto equívoco no armazenamento de evidências relacionadas a uma gravíssima falha de segurança. É definitivamente um cenário alarmante”, declarou Barros
A partir daí, o debate passou para o campo político, com sinais claros de que o presidente e os militares sob suas ordens cogitam recorrer a tudo para “fiscalizar” e “auditar” o processo eleitoral
Peça-chave nessa estratégia, o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio de Oliveira, fez uma fala contundente contra a cúpula da Justiça Eleitoral, afirmando que as Forças Armadas foram convidadas para colaborar com a transparência das eleições, mas agora são ignoradas, desrespeitadas e negligenciadas
Ele alegou que não há diálogo de fato entre as partes, nem discussões técnicas, e reclamou que o tribunal não respondeu à maioria das sugestões encaminhadas por sua equipe.
Veio então o petardo: segundo o general, as Forças Armadas, diante dessa situação, pretendem elaborar um cronograma para “exigir” do TSE as respostas aos seus questionamentos. 
Se preciso for, convocarão a comissão de transparência do tribunal para prestar os esclarecimentos que consideram necessários. 
Caso as respostas solicitadas não sejam dadas a tempo e a contento, será feita por conta própria uma auditoria da votação. 
Ou seja: se a ameaça for cumprida, os militares podem, em última instância, não reconhecer uma eventual vitória de Lula. 
Por ordem de Bolsonaro, o PL, partido do presidente, contratará uma empresa para auditar as eleições, embora não se saiba como isso será possível. “As Forças Armadas terão um cronograma de fiscalização quer o TSE queira ou não”, disse um participante da reunião, resumindo o teor da fala do ministro da Defesa. 
 
Sob o olhar atento do chefe, outros auxiliares entraram na discussão. Titular da Advocacia-Geral da União (AGU), Bruno Bianco ecoou um discurso caro a Bolsonaro e disse que as eleições não pertencem a três caras togados, numa referência aos ministros do STF Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes, que são o último, o atual e o futuro presidentes do TSE. “As eleições não pertencem a um poder só, pertencem a todos os poderes. As eleições são de todos os brasileiros”, declarou Bianco.

Também presente à reunião, o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, lembrou que, quando a Câmara analisava a PEC do voto impresso, o Tribunal de Contas da União correu para se manifestar, de forma preliminar, pela confiabilidade e a segurança das urnas eletrônicas, que eram objeto de uma auditoria interna do TCU. Bolsonaro quis saber qual ministro da Corte de Contas teria tomado tal iniciativa. “Bruno Dantas”, ele ouviu como resposta. A reação do presidente foi uma mistura de impropérios com a acusação de que Dantas agiu por motivações políticas. Bolsonaro e seus aliados estão convencidos de que há uma conspirata em curso para tirá-lo do poder. O presidente, aliás, abriu a reunião ministerial falando por cerca de trinta minutos, e citando o que seria indício de fraude na eleição vencida pela petista Dilma Rousseff em 2014. Segundo ele (em sua visão imprecisa e enviesada), no transcorrer da apuração foi registrada uma estranha e inexplicável alternância na liderança — ora Dilma aparecia na frente, ora era Aécio Neves, o então candidato do PSDB, sem que houvesse uma explicação minimamente razoável para isso. “Se o Lula ganhar no voto contado em outro canto, eu entrego a faixa a ele feliz e contente”, disse Bolsonaro.

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Até uma conferência que será realizada em novembro em Nova York virou evidência da conspirata. Motivo: um dos painéis versará sobre “A economia do Brasil com o novo governo”. Entre os palestrantes convidados para a conferência, estão ministros do STF, políticos e economistas identificados como opositores ao presidente. O “novo governo”, para os bolsonaristas, seria uma referência a um futuro governo Lula. Ou seja: na visão do presidente e de seus auxiliares, meses antes da eleição já se sabe quem será o vencedor. Na quinta-feira, a empresa organizadora do evento, que pertence ao ex-governador João Doria, mudou o nome da palestra para “A Economia no Brasil Pós-­Eleição”. Provável vice na chapa à reeleição, o general Braga Netto também está pintado para a guerra. Conforme revelado pelo jornal O Globo, ele disse numa reunião com empresários que não haverá eleição se não for realizada a auditoria dos votos defendida pelo presidente. Depois da divulgação da notícia, Braga Netto afirmou ter sido mal interpretado, mas não explicou o que de fato quis dizer. No Palácio, todos sabem que o ministro vem, diariamente, atormentando a cabeça de Bolsonaro com essas teorias amalucadas.

No governo, Barroso é visto como um dos três ministros (ao lado de Edson Fachin e Alexandre de Moraes) que se movem para derrubar o presidente

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Desde o início do ano, numa tentativa de composição, Edson Fachin, o atual presidente do TSE, já se reuniu uma vez com Braga Netto e duas com o ministro Paulo Sérgio de Oliveira. Até aqui, nada funcionou. A avaliação majoritária no tribunal é de que o objetivo dos questionamentos dos militares, descontextualizados e com premissas erradas, não é comprovar qualquer fraude, mas apenas semear uma suspeição que, na eleição presidencial mais acirrada da história, provocaria uma tremenda confusão. Na quarta-feira 6, em um evento realizado em Washington, nos Estados Unidos, Fachin conclamou a população brasileira a respeitar o resultado da votação e prezar pela democracia. “Nós poderemos ter um episódio ainda mais agravado do que 6 de janeiro daqui do Capitólio”, declarou o ministro, referindo-se à invasão da sede do Legislativo americano por apoiadores de Trump (alguém que inspira Bolsonaro em vários aspectos).

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MATÉRIA COMPLETA

Publicado em VEJA,  edição nº 2797 de 13 de julho de 2022


terça-feira, 28 de setembro de 2021

Polícia Federal recomendou ao TSE adoção do voto ‘impresso’ - Revista Oeste

 Cristyan Costa

Relatório obtido pelo senador Esperidião Amin contém 14 recomendações à corte eleitoral para fins de auditoria 

O senador Esperidião Amin (PP-SC) disse que a Polícia Federal (PF) recomendou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a adoção do voto auditável, além da transferência para a Agência Brasileira de Inteligência de tarefas executadas por empresas terceirizadas contratadas pelo TSE. As informações constam em relatório obtido por Amin. Os dados foram divulgados em sessão sobre a apuração e a totalização dos votos nas eleições, na segunda-feira 27.

Conforme o parlamentar, o documento da PF tem 14 recomendações e chegou ao TSE em outubro de 2018, quatro meses depois de uma liminar do Supremo Tribunal Federal tornar sem efeito um artigo da reforma eleitoral (a Lei 13.165, de 2015) que previa a impressão do comprovante do voto. Assinado por três peritos da PF, o texto recomenda “que sejam envidados todos os esforços para que possa existir o voto impresso para fins de auditoria”.

“O TSE optou pela centralização, sob o argumento de que a nova rotina envolveria estrutura mais confiável. Há, no entanto, pontos controversos”, salientou o congressista, na sessão do Congresso Nacional. “As eleições de 2018, com apuração descentralizada nos Tribunais Regionais Eleitorais, transcorreram sem qualquer incidente. O pleito de 2020, centralizado no TSE, sofreu com atrasos não usuais, tampouco justificáveis”, lembrou o senador.

Leia também: “É proibido modernizar a urna eletrônica?”, reportagem publicada na Edição 69 da Revista Oeste


terça-feira, 24 de agosto de 2021

Especialistas [em nada] defendem punições para conter politização das PMs nos estados - O Globo

Bianca Gomes
 
Conter uma possível politização das Polícias Militares passa por fortalecer mecanismos de supervisão, controle e auditoria dentro dos quartéis. Mas não só. Segundo especialistas ouvidos pelo GLOBO, é importante que manifestações de cunho político-partidários, vedadas na corporação, sejam punidas, como ocorreu nesta segunda-feira, quando o governador João Doria (PSDB) decidiu suspender o coronel Polícia Militar Aleksander Lacerda por ter atacado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e convocado militantes às ruas em apoio a Jair Bolsonaro.
Viaturas da Polícia Militar de São Paulo Foto: Paulo Guereta/Photo Premium                 
Viaturas da Polícia Militar de São Paulo Foto: Paulo Guereta - Photo Premium

Lacerda ocupava uma função política e seu afastamento do cargo não significa uma demissão. Para ser demitido, é preciso que o comando da PM instaure um inquérito policial militar e apure possível cometimento de crime, o que aí sim pode resultar em uma perda de patente ou mesmo prisão.

Nos estados:Atuação de bolsonaristas nas PMs preocupa governadores

Presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima afirma que Doria agiu com rapidez e da maneira correta ao destituir o coronel na manhã desta segunda-feira. [Temos que torcer é que as autoridades que realmente conhecem do assunto  não desperdicem tempo ouvindo palpites dos especialistas, quase sempre ESPECIALISTAS  EM NADA, que com a pandemia passaram a abundar no Brasil. O  que mais tem no Brasil é especialista - o individuo coloca um crachá no peito e passa a falar em nome da ciência,  ou de qualquer outra coisa.
Quanto a decisão de não punir o general Pazuello, certamente teve respaldo no RDE - as FF AA são extremamente cuidadosas em evitar desperdício de tempo ouvindo palpites de 'especialistas'. As normas das instituições militares, bastam por si.] Segundo ele, manifestações como a de Lacerda têm ocorrido de maneira aberta e sem nenhum constrangimento, muito em função da mensagem passada pelas Forças Armadas ao não punir a participação do ex-ministro Eduardo Pazuello em uma manifestação política.— A não punição de Pazuello abriu uma porteira e deixou os demais oficiais à vontade para se manifestar politicamente. Nesse cenário, não podemos simplesmente acreditar na solidez das instituições. Precisamos proteger e garantir que as normas sejam respeitadas. É preciso também fortalecer os mecanismos de supervisão, controle de auditoria — disse Lima, que é professor da FGV EAESP.

Para o presidente do Fórum, o processo de "contaminação político-partidária" das PMs não ocorreu só por parte do coronel Lacerda. — Não é um problema de hoje ou ontem. É um problema que vem se repetindo e as instituições não estavam preparadas para responder à gravidade desses atos — disse o especialista.

A diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, Carolina Ricardo, diz que os governadores têm sido obrigados a agir diante de episódios como o de São Paulo e Pernambuco, onde policiais militares agrediram uma vereadora que participava de um protesto contra o Bolsonaro.  -  É muito melhor quando o próprio comandante da PM lida com isso, mas nem sempre é simples. Avaliamos que, sim, é positiva (a decisão de Doria), porque o coronel que foi afastado era um coronel da ativa, em posto de comando, com um papel importante em relação à tropa, e nós precisamos segurar esses tipo de politização. Por outro lado, a gente sabe também que esse afastamento gera uma outra consequência. O policial acaba sendo visto com mártir e o próprio governador acaba sendo mais questionado por parte da tropa. De forma nenhuma é positiva essa situação, mas é importante que haja uma medida nesse sentido — disse ela ao GLOBO. [perceberam o brilhantismo, a eloquência, a sapiência de mais um especialista? ops.... corrigindo, antes que nos acusem de uma inexistente misoginia: "uma especialista!"]

Coronel da reserva da PM de São Paulo e ex-secretário nacional de Segurança Pública, José Vicente da Silva disse que Lacerda cometeu uma infração grave, principalmente ao ofender Doria, que é quem tem o comando da tropa. Nas publicações, o coronel chamou o governador de São Paulo de “cepa indiana”. Foi absolutamente correta a decisão do governador. Imagino que até o Coronel Lacerda estava imaginando, já que ofendeu a principal autoridade a quem se reporta. Como um mal exemplo, teria de ser removido, justamente como foi. E a partir de agora, o comando da PM irá verificar as possibilidade de infração disciplinar e qual a gravidade e o tamanho da punição — disse o coronel. [o coronel José Vicente,  apesar de ter classificado o Doria de cepa indiana  - o 'joãozinho', em termos do prejuízo que causa ao Brasil está mais para VARIANTE DELTA - pode ser classificado como especialista,  conhece do assunto. O coronel por ser oficial da ativa, ainda mais com um comando de importância,  teve uma conduta inadequada.]

Ao contrário do que diz Lima, o coronel da reserva não acredita que há uma politização da PM. Ele diz que os policiais são “simpáticos” a Bolsonaro e não há nenhum tipo de coordenação nacional em jogo. Para ele, casos como o de Lacerda, apesar de "lobos solitários", não podem passar despercebidos pelos governadores: — Os governadores precisam assumir definitivamente a governança de suas polícias. Não podem deixar passar as coisas. Além disso, é preciso estar atento aos locais onde as polícias estão descuidadas, já que a insatisfação profunda pode, sim, facilitar a manipulação política. Nesse sentido, não é preciso ver apenas o rigor da disciplina, mas o ânimo das polícias disse José Vicente da Silva. [aqui discordamos da governança; o ideal é que as Secretarias as quais as polícias estão subordinadas, devem voltar a ter a denominação de Secretaria de Segurança Pública - uma questão de organização -  e ficar sob o comando de um oficial do Exército brasileiro.]

Em Política - O Globo - MATÉRIA COMPLETA


terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Comprovante de votos - Voto confiável

Alexandre Garcia

Urnas eletrônicas: voto confiável?

Os acontecimentos em Washington enviam uma forte mensagem ao Brasil: eleição precisa ser 100% confiável, sem restar dúvida de fraude. Aqui, na eleição presidencial de 2014, Dilma ganhou de Aécio por 3% - 54 milhões a 51 milhões. Isso fez com que o PSDB pedisse ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) auditoria nas urnas eletrônicas, porque desconfiava de fraudes.

Ao cabo de um ano, o líder do PSDB dep. Carlos Sampaio, ao apresentar o resultado, reclamou: "O sistema não está projetado para permitir auditoria externa independente e efetiva de resultados.” O relatório fez sugestões para evitar desconfianças futuras. Entre elas, a do comprovante impresso.

Cinco meses antes, em junho de 2015, a Câmara já havia aprovado, por significativos 433 x 7 o comprovante impresso do voto digitado na urna eletrônica. E já era a terceira lei exigindo o comprovante. A primeira fora em 2001. O presidente FHC sancionou o projeto, de iniciativa do Senador Roberto Requião, do PMDB. Na época, Brizola e seu PDT desconfiavam da urna eletrônica. Na eleição seguinte, em 2002, o comprovante ficou só na experiência em 150 municípiosEm 2003, a lei foi revogada por pressão da Justiça Eleitoral.

Em 2009, Flavio Dino(PC do B) e Brizola Neto(PDT) propuseram de novo e a segunda lei foi aprovada. Lula sancionou, mas foi revogada pelo Supremo e não vigorou na eleição de 2014, quando o PSDB perdeu e pediu auditoria. Impulsionado pela insatisfação dos tucanos e pelos movimentos de rua, o deputado Jair Bolsonaro conseguiu a aprovação da terceira tentativa, a dos 433 votos na Câmara e maioria no Senado. A presidente Dilma vetou alegando custo de 1,8 bilhão, mas o Congresso derrubou o veto com 368 deputados e 56 senadores. O comprovante impresso do voto eletrônico teria que estar nas eleições gerais de 2018.

Mas, contrariando a vontade reiterada dos representantes do povo no Congresso Nacional, o então presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, e então a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, decidiram que não haveria tempo para aplicar na eleição de 2018 e que o comprovante seria desnecessário.

Em junho passado, o ministro Gilmar Mendes concedeu liminar suspendendo o comprovante. Em setembro último, o plenário virtual do Supremo, por nove votos, considerou a lei inconstitucional por risco contra o sigilo do voto ou por necessidade de mais tempo para implantar. Ironia: no placar sobre respeitar a força do voto, 424 representantes do povo - 71% do Congresso - perderam. Primeiro para um; depois para nove ministros do Supremo. 

Alexandre Garcia, jornalista - Gazeta do Povo - VOZES

 

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Celeiro de CFOs, PwC quer acelerar carreira de profissionais negros - O Globo

Mariana Barbosa

Eduardo Alves está acostumado a ser o único da turma. Sócio da empresa de consultoria e auditoria PwC Brasil na área de consultoria tributária e serviços financeiros, ele foi o único negro da turma quando ingressou como estagiário há 18 anos. E também era o único negro em um curso de contabilidade na FEA/USP. Hoje na liderança do programa de diversidade racial dentro da PwC, ele está lançando um programa para que os profissionais negros em postos de liderança deixem de ser exceção: o Black as Manager.

[sem uma mudança na legislação - que implica em modificar Cláusula Pétrea da Constituição, modificação que só pode ser efetuada   via  'poder constituinte originário'.

Sem esta modificação é racismo ao contrário, racismo reverso, especialmente com a agravante de além de priorizar contratação de estagiários negros, obriga os recrutadores ao eliminar profissionais ao longo do processo,apresentar justificativa.

Saber mais, leia POST ACIMA. ]

Trata-se de um programa de aceleração de carreira que vai proporcionar formação de inglês, treinamento de habilidades sócio emocionais e técnicas, e mentoria com profissionais da alta liderança. O programa é ainda uma forma de reter esses profissionais em um momento da carreira em que eles costumam ser bastante assediados com propostas externas.

Mas o programa tem um alcance que vai muito além da própria PwC, com potencial para mudar a cor dos departamentos financeiros das grandes companhias do país. A PwC, e as demais auditorias globais que formam o Big Four (KPMG, Deloitte e E&Y), funcionam como um celeiro de formação de diretores financeiros e controllers para o mercado. Muitos dos executivos que hoje ocupam cargos de CFO nas grandes empresas iniciaram a carreira em uma das Big Four.

O Black as Manager está sendo lançado dois anos depois de a PwC implementar mudanças na dinâmica do processo de seleção de estagiários visando a eliminação de vieses racistas. Até 2016, 8% dos estagiários eram negros. Na nova dinâmica de seleção, além de um esforço proativo para atrair um pool maior de estudantes negros, os recrutadores passaram a ter que justificar seus motivos ao eliminar profissionais ao longo do processo. O resultado dessa espécie de auditoria foi um aumento da participação de negros selecionados, para 35%.

A lógica é a mesma com a qual a PwC trabalha. — Empresas auditadas costumam apresentar números melhores — diz Eduardo. Não há uma meta escrita, mas a intenção é que 50% dos estagiários sejam negros. O programa da PwC tem um alcance diferente dos programas de trainee de Unilever, Ambev e outros, que selecionam duas ou três dezenas de jovens recém formados que logo são promovidos a gerente. Na PwC, a cada ano são formadas três turmas de estagiários, com mais de 300 jovens cursando o segundo ou terceiro ano da faculdade. Eles entram como associate e levam em média 6 anos até alcançar o cargo de gerente.

O Globo - Capital