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quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Enem prova que Estado brasileiro obriga aluno a obedecer a catecismo político em vez de aprender - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

Pelo menos 40% das questões se referiam a temas de misoginia, diversidade, luta de classes, homofobia, pobreza e racismo, enquanto restante do conhecimento foi espremido [temas menores, cuja discussão querem amplificar para compensar a falta de projetos para o BEM do Brasil e dos brasileiros e que devem, quando discutidos,  ser em discussão compactada.]


O último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o mais importante teste para avaliação de conhecimento dos alunos brasileiros antes da universidade, não foi apenas mais uma vergonha. 
Também não foi só uma prova da desonestidade fundamental que os comissários do Ministério da Educação aplicam na formulação das perguntasnem da aberta malversação de dinheiro público, uma vez mais, em favor de interesses ideológicos particulares.  
Mais do que tudo, o Enem deste ano deixa claro porque o Brasil continua tendo um dos piores sistemas de ensino público do mundo. Os donos do aparelho educacional não permitem que os estudantes aprendam a fazer conta, a escrever em português e a adquirir uma compreensão mínima de um texto escrito. 
Em vez disso, usam o Estado brasileiro e os seus recursos para obrigar os alunos a obedecerem a um catecismo político. 
Ou respondem às perguntas como os donos do Enem querem que elas sejam respondidas, ou não passam no exame.
 
 Das 90 questões apresentadas este ano, pelo menos 40% se referiam aos temas da misoginia, diversidade, luta de classes, homofobia, pobreza e racismo - ou o orgulho de ser negro. 
 E o restante do conhecimento humano? 
Foi apertado no espaço que sobrou. 
No balanço geral, metade das perguntas não mediam o que o aluno aprendeu em seus anos de educação básica
Faziam propaganda política e ideológica em estado bruto, sem disfarces, como no “horário gratuito” do período eleitoral
O agronegócio foi denunciado pelos autores da prova como uma atividade nociva ao Brasil e à natureza ou o aluno respondia que o setor mais avançado da economia do Brasil é ruim para o país, ou a sua resposta estava errada. 
O capitalismo é obviamente condenado; exige-se, nas alternativas “certas”, que o aluno aponte o sistema como um mal em si. 
As perguntas apresentam como fatos indiscutíveis o que são unicamente as crenças políticas dos professores. 
 Fala-se nas “estruturas de opressão sócio e historicamente construídas”. Mais: além de uma fraude em termos de avaliação objetiva de conhecimentos, o Enem deste ano foi uma espetacular exibição de ignorância por parte dos que fizeram as perguntas.
 
Há questões redigidas com erros técnicos grosseiros; já não se trata, aí, de desvio de conduta, mas de pura incompetência. Há erros de português. Há perguntas impossíveis de se responder corretamente – ou todas as alternativas de resposta estão erradas ou todas estão certas, o que obriga o aluno a jogar na sorte. 
O compositor Caetano Veloso, por exemplo, não conseguiu responder à pergunta que foi feita sobre duas de suas próprias canções; depois de refletir com muita atenção sobre cada uma das alternativas, afirmou que todas estavam certas. [o citado é considerado pelos 'intelectuais' de botequim uma SUMIDADE ... em que? não se sabe.] 
Como é obrigatório cravar apenas uma opção das cinco apresentadas, a chance de errar é de 80%. 
É um dos pontos mais baixos a que já chegou o Enem.

 Leia aqui e saiba mais sobre a inteligência do ministro da DESeducação: 

Ministro da Educação - petista = pt, perda total - erra contas; sua professora foi a Dilma

A ditadura ideológica imposta à educação brasileira é, além de uma violação aos direitos dos estudantes, o método mais eficaz de se concentrar renda que existe no Brasil. 
Os objetivos políticos dos encarregados de ensinar se opõem à aquisição de conhecimento real; isso cria um sistema que mantém a maioria dos alunos da escola pública em situação de ignorância perpétua. 
Não aprendem o que é indispensável para se ter mais oportunidades, obter remuneração melhor ou reduzir a sua desigualdade. 
É um sistema que condena milhões de jovens brasileiros a viverem fazendo os trabalhos mais pesados, recebendo os salários mais baixos e tendo as menores chances de conseguir uma existência mais cômoda. 
Os educadores brasileiros não estão interessados em ensinar matemática, ciências e outras disciplinas necessárias para alguém atender às exigências do mercado de trabalho e da sociedade de hoje. 
Querem fazer “pedagogia na esperança” – essa mesma que mantém o Brasil como um dos países mais ignorantes sobre a face da Terra.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo


domingo, 27 de novembro de 2022

Tomada Poder - O Golpe do Estado de Exceção do TSE/PT

Ações ilegais do TSE/STF de requisitar as Policias Militares já denunciados pelo VPr Mourão tem apoio do PT, que tenta cooptar os Secretários de Segurança

São 24 dias de manifestações populares em todo o país sobre a insatisfação com a condução do processo eleitoral.  

Além de ações no Brasil e outras midiáticas tanto em Nova York (Juízes Supremo) e em Portugal com o sr Luis Inácio e sua delegação. Um fato inédito na história brasileira e um marco divisor.
As Forças Policiais sofreram um processo de sequestro por atores do sistema judicial. 
Os comandantes das Forças Policiais enfrentaram uma situação inusitada. A tentativa de serem dirigidas por alucinados juízes, promotores e até ministros dos Tribunais Superiores.  
Além é claro de seus superiores políticos, que almejam um posto no possível futuro governo, estadual ou federal.

Incentivados pela imprensa que clamava por “ações enérgicas” e “disciplinadoras” contra a população, que ousa contradizer o “Sistema”.   

Os membros do grupo dosCamaradas – Companheiros – Comissários”, linha ideológica que comanda a justiça no Brasil simplesmente adotaram uma posição totalmente irreal, para não dizer alucinada.

Surpresos com a reação popular, o primeiro enfoque foi de demérito e desqualificação, posteriormente uma extrema posição de força.

Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), emitiu a Nota Pública 05/2022, 02NOV2022, baseada em imagens desconectadas da realidade: “Há relatos de policiais agindo a favor dos caminhoneiros e manifestantes que estrangulam as rodovias, seja não coibindo as ações de bloqueio, seja se juntando a eles. Esses agentes públicos atuam ao arrepio da lei, contra o Estado que juraram defender.”

Mais adiante em uma enigmática mensagem partidária-ideológica: “Os próximos quatro anos serão difíceis,dado o contexto nacional e internacional. Precisamos nos reunificar como nação para que possamos enfrentá-los com sucesso.”

Assim o PT convocou os secretários de Segurançaa Pública para reunião em Brasília, no dia 22NOV2022, [desde quando um partideco, no caso o PT, um verdadeiro perda total,  tem autoridade para convocar secretários de segurança ou mesmo o guarda noturno da esquina?] no dia 23 o Ministro Alexandre de Moraes convocou os Comandantes-Gerais das PMs. [ao que sabemos, e entendemos, um ministro do STF - na presidência ou não do TSE - não tem autoridade para convocar secretários de segurança, ou qualquer funcionário estadual. 
Em nossa opinião, secretários estaduais, de qualquer área, estão subordinados ao governador do estado - cabendo a qualquer autoridade, de qualquer poder, se dirigir ao governador e solicitar, justificando, o interesse público de uma reunião com o secretário de uma determinada pasta do governo estadual.
Parece que estamos certos, tanto que nesta convocação, e em uma anterior, alguns dos secretários convocados não compareceram e ficou por isso mesmo.]

Como falou o vice-presidente Hamilton Mourão em nota de sua equipe jurídica: “Não é exagero afirmar que já há um ‘estado de exceção’ em vigor, porque para a constituição de um ‘estado de exceção’, devem ser analisadas as restrições a direitos fundamentais dele decorrentes” (ver matéria "A convocação das PMs e o Estado de Exceção”)

Inteligência - Defesa Net


domingo, 6 de setembro de 2015

A autocombustão de Dilma Rousseff

As coisas até que poderiam ir bem para a doutora Dilma, pois Eduardo Cunha está parado, e Aécio Neves, calado. Contudo, seu governo parece ter entrado num processo de autocombustão. Na semana passada viu-se o ministro da Fazenda defendendo lealmente um tributo que não inventara. O “bunker” do Planalto já havia desistido, esquecendo-se de avisá-lo. (Ou lembrando-se de esquecê-lo.) 

Nesse “bunker” ficam a doutora Dilma, o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e mais alguns devotos que a chamam de “presidenta”. Reclamam dos outros e, sempre que podem, elogiam-se. Menos de uma semana depois do vexame da CPMF, Levy cancelou seu embarque num voo para a Turquia e foi ao Planalto para uma reunião. Nada demais, até o momento em que Mercadante informou que “a reunião estava agendada”. A ser verdade, o episódio mostraria que o Planalto agenda reuniões sem falar com os ministros, ou Levy, mesmo sabendo que tinha esse compromisso, preferiu manter o horário do seu voo.  

A realidade era pior, a reunião nunca fora agendada. O Planalto tem uma verdade própria e diz o que quer. Os comissários ainda não perceberam que a popularidade da doutora deteriorou-se antes da percepção da crise econômica. Ela decorreu da falta de credibilidade que atingiu Dilma Rousseff (pelas suas promessas de campanha) e arrastou um governo que desligou-se da realidade. Afinal, o comissariado diz que a crise econômica é internacional, seu reflexo no Brasil é “transitório”, e tudo vai acabar bem porque “temos um projeto”. 

Quando o vice-presidente Michel Temer diz que “ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo” de 7% de aprovação, vê-se que há algo no ar além dos aviões de carreira. Temer não dá “boa noite” sem pensar duas vezes e já dissera que o país precisa de alguém que “tenha a capacidade de reunificar a todos”. Ele assegura que não há conspiração contra Dilma. Não precisa. Quando um presidente derrete, o vice ascende por gravidade. Itamar Franco era um vice irrelevante e não precisou conspirar contra Fernando Collor. Temer, pelo contrário, até outro dia era o coordenador político do Planalto e guarda respeitoso silêncio a respeito dos motivos que o levaram a deixar o cargo saindo pela escada de incêndio.

Um governo sem liderança parlamentar nem sistema operacional fabrica crises a partir do nada. Um sujeito pode estar gripado e pendurado no cheque especial, mas não precisa aparecer no trabalho sem o sapato do pé esquerdo. Sempre que não sabe o que fazer, o comissariado propõe pactos à sociedade. A turma do “bunker” poderia marcar uma reunião propondo-se um pacto elementar: o de não fazer novas bobagens.

Odebrecht na CPI
A passagem do empresário Marcelo Odebrecht pela CPI da Petrobras foi um espetáculo deprimente. O doutor, que está preso desde junho, foi tratado como um príncipe que visita súditos. Com plateia tão cordial, tratou o instrumento legal da colaboração com a Justiça com o desprezo da malandragem. Até aí nada demais, pois a doutora Dilma já informou que “não respeito delator”. 

Havia mais na cena. Parlamentares, empreiteiros e advogados que têm a Lava- Jato no seu encalço reagem à essência do trabalho do Ministério Público e do juiz Sérgio Moro. A cordialidade vista no episódio foi um aviso à patuleia: “Estamos juntos”. Eles sabem que pela primeira vez na História do país oligarquias da política e de grandes empresas foram apanhadas na rede da fiscalização do Estado.

Não havia ingênuos na cena da CPI, assim como não é ingênuo o magano que pergunta “onde é que isso vai parar”. O que ele quer saber é se “isso” chegará a ele. 

Lula e Dilma
A última conversa de Lula com Dilma foi difícil. Pode-se esperar que provoque mudanças no governo. Se isso não acontecer, pois o que Nosso Guia costura durante o dia o comissariado do Planalto descostura à noite, a próxima conversa será ainda mais difícil. 

Eremildo, o idiota
Eremildo é um idiota e resolveu inscrever-se em 18 cursos de aperfeiçoamento depois que ouviu o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, dizer que o Brasil precisa aumentar a produtividade do seu trabalho. 

O cretino espera aprender um sistema de trabalho pelo qual, quando for ministro do Planejamento, jamais deixará que o governo defenda a criação de um imposto na quarta para mudar de ideia no sábado. Também evitará que se mande ao Congresso um Orçamento prevendo um déficit para, dias depois, anunciar que está preparando um adendo do qual resultará um superávit. 

Eletronuclear
As investigações em torno das irregularidades praticadas na Eletronuclear poderão atrapalhar a carreira de mais alguns deputados petistas.

Migração
Mais do que os maus números das pesquisas, o que tem assustado o PT é a migração de seus prefeitos e vereadores para outros partidos. Em São Paulo, ajudado pelo PSB, o governador Geraldo Alckmin vem fazendo uma boa colheita. O partido arrisca perder até 20 dos seus 68 prefeitos.

Num estado em que a reeleição de Fernando Haddad para a prefeitura da capital parece improvável, a derrocada petista poderá magnificar um mau resultado nacional na eleição do ano que vem. 

Pasadena 2.0
Atropelando áreas técnicas e até mesmo parte de sua diretoria, a Petrobras está pronta para fechar um contrato de aluguel de 19 sondas por 15 anos. Coisa de 40 bilhões de dólares, valor equivalente a 40 refinarias de Pasadena. 

Os equipamentos serão alugados por um preço bastante acima do que se pede no mercado internacional por material mais moderno. Explicação deve haver, como havia para o negócio da refinaria de Pasadena e todas as obras do catálogo da Lava-Jato. 

Quem fica
O chefe da Casa Civil, comissário Aloizio Mercadante, informou oficialmente que Joaquim Levy continuará no Ministério da Fazenda.
Isso significa, no máximo, que Aloizio Mercadante acha que fica no “bunker”. 

Por que me ufano
Com Lava-Jato, recessão e tudo o mais, volta à moda o hábito de se falar mal do Brasil, um disfarce para se falar mal dos brasileiros. Para ser mais preciso, do “outro” brasileiro. 

Nessa hora, diante da crise da migração de refugiados, vale sempre lembrar que Pindorama tem duas características:
1) O Brasil nunca exportou seus pobres. Pelo contrário, recebeu seis milhões de imigrantes.
2) A morte do último soldado brasileiro num conflito que resultou na expansão das fronteiras do país ocorreu em 1870, quando acabou a Guerra do Paraguai. Quem quiser pode sustentar outra data, a da revolta de brasileiros que viviam no Acre boliviano. Essa disputa foi encerrada em 1903.
Nas duas guerras europeias dos últimos cem anos, morreram 65 milhões de pessoas. 

Fonte: Elio Gaspari - O Globo
 

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Há vida inteligente fora do PT

O PT mostrou que é o mesmo

O comissariado irritou-se mais com Marta Suplicy do que com André Vargas, o amigo de Alberto Youssef

Na sua entrevista à repórter Eliane Cantanhêde, a senadora Marta Suplicy anunciou um desejo de início de ano: “O PT muda ou acaba". O PT não mudará, porque já mudou, para pior. Além disso, ela expôs algumas verdades:  — Em meados de 2013, articulou-se o sequestro da candidatura de Dilma Rousseff, substituindo-a pela de Lula. Nosso Guia deixou a manobra prosseguir, mas não pôs nela suas impressões digitais. — O chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, é “candidatíssimo” a presidente. Um mau candidato, porque “as trapalhadas que ocorreram, que ocorrem agora, e que ocorrerão depois terão a digital dele".

Mesmo que a senadora estivesse errada em tudo o que disse, a reação do comissariado à sua entrevista mostrou que ela tem razão. “Um desastre total", disse o deputado Jorge Bittar (PT-RJ). A resposta mais esclarecedora veio do deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), um veterano sindicalista e, como Marta, fundador do partido: “Quem sai atirando tem que lembrar que pode ser alvejado".

Nessa frase está a indicação de que o PT não vai mudar, porque já mudou. Ribeiro repetiu o raciocínio de outro comissário, respondendo à sugestão do ex-governador gaúcho Olívio Dutra de que o deputado José Genoino renunciasse ao mandato: “Quando ele passou pelos problemas da CPI do Jogo do Bicho, teve a compreensão do conjunto do partido em um momento difícil, ele está sendo pouco compreensivo.”

Muita compreensão e pouca vontade de mudar, os problemas do PT são. O autor do ataque a Olívio foi o deputado André Vargas (PT-PR). Era membro da executiva nacional, começara sua militância como voluntário num asilo de idosos de Londrina e viria a ser o primeiro vice-presidente da Câmara. Fazia parte na turma do “partir pra cima". Dizia que o ministro Joaquim Barbosa não estava “à altura do cargo" e desafiou as boas maneiras quando, sentado ao lado do presidente do STF, ergueu o punho cerrado, repetindo o gesto dos comissários encaminhados à penitenciária da Papuda.

Vargas foi apanhado numa militância paralela, ligado ao operador financeiro Alberto Youssef. Em dez anos, seu patrimônio saltara de R$ 9 mil para R$ 2,6 milhões. Até dezembro do ano passado, quando seu mandato foi cassado pela Câmara, nenhum grão-petista disse de Vargas metade do que já se disse contra Marta Suplicy em poucos dias. Todas as articulações para afastar o PT das operações de Vargas foram discretas. Lula, mais audacioso, achou que ele precisava se explicar, para que o PT “não pague o pato". O próprio deputado Vicentinho (PT-SP), outro veterano sindicalista, dizia que a renúncia de Vargas era uma decisão que “cabe estritamente a ele". Falso, a decisão de expurgá-lo publicamente cabia ao PT, mas o partido não fizera isso com a bancada da Papuda. Vargas informava que tinha o apoio de um terço da bancada de 88 deputados petistas. Mesmo que tivesse só dez, o problema estaria aí.

Quando o deputado Devanir diz que “quem sai atirando tem que lembrar que pode ser alvejado" esquece-se de que há vida inteligente fora do PT. O comissariado sabe que o juiz Sérgio Moro está artilhado a montante das petrorroubalheiras e que as tentativas para alvejá-lo erraram a pontaria.

Fonte:  Elio Gaspari é jornalista - O Globo