Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Guerra dos Seis Dias. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Guerra dos Seis Dias. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 1 de abril de 2019

General Heleno perdeu e Bolsonaro condecora brigada israelense que participou de buscas em MG

Olavo ganha mais uma

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, desembarcou em Israel convencido de que o presidente Jair Bolsonaro não anunciaria sequer a abertura de um escritório de negócios do Brasil em Jerusalém, quanto mais a transferência para lá da embaixada que desde sempre funciona em Telavive. Reconhecido como o mais influente general nas cercanias de Bolsonaro, Heleno perdeu mais essa. Foi surpreendido com o anuncio feito por Bolsonaro de que o escritório será aberto. O que Heleno tanto temia começou a acontecer de imediato: o governo palestino chamou seu embaixador no Brasil para consultas.

Na sequência, os países árabes reagiram com uma nota de protesto. Os árabes são grandes compradores de produtos brasileiros, os israelenses não. Bolsonaro segue obediente à ala ideológica do governo liderada pelo autoproclamado filósofo Olavo de Carvalho, o ET de Virgínia, seu local de moradia nos Estados Unidos.
Olavo é o guru do capitão, dos filhos do capitão e de uma parcela expressiva dos devotos do capitão. Foi ele que indicou os ministros das Relações Exteriores e da Educação. O primeiro defende a tese de que o nazismo foi um movimento de esquerda. O segundo, por não saber o que fazer no cargo, está marcado para ser demitido.

Tropa enviou 133 militares para resgate após rompimento em Brumadinho; Bolsonaro comparou trabalho dos militares com operação que participou no Brasil 


O presidente Jair Bolsonaro visitou nesta segunda-feira, 1, a sede da Brigada de Resgate e Salvamento do Comando da Frente Interna de Israel. A tropa enviou 133 pessoas, entre militares e especialistas, para os esforços de resgate das vítimas da tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais.  Bolsonaro condecorou a Brigada com a Insígnia da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul à Brigada de Busca e Salvamento do Comando da Frente Interna de Israel.

A honraria é a mais alta condecoração brasileira atribuída a estrangeiros e foi dada à organização como um todo. Autoridades como a rainha Elizabeth II, Nelson Mandela, Bashar Assad, o ex-ditador peruano Alberto Fujimori e o ditador venezuelano Nicolás Maduro já receberam a ordem de governos anteriores.

Na cerimônia de homenagem, que ocorreu na sede da brigada na cidade de Ramla, próxima à Jerusalém, Bolsonaro recordou um resgate que participou quando serviu nas Forças Armadas brasileiras. “Um ônibus caiu em um rio que alimentava uma grande represa. Quinze pessoas haviam perdido suas vidas e estavam no fundo da represa”, contou.

“Como estava de ferias me voluntariei para participar do resgate. A represa tinha profundidade de 25 metros, água barrenta sem visibilidade”, disse, afirmando que chegou a se questionar se os esforços valiam a pena, já que não havia possibilidade de sobreviventes.
O trabalho de vocês foi muito semelhante aquele prestado por mim no passado”, disse Bolsonaro aos brigadistas. “O trabalho dos senhores foi excepcional e fez com que os nossos laços de amizade se fortalecessem”, completou, agradecendo aos militares e ao premiê Benjamin Netanyahu pelo envio das forças.

(...)
Recebida na cidade mineira sob grande expectativa, a delegação israelense acabou exercendo um papel mais protocolar e estratégico durante os trabalhos de busca, em virtude da falta de expertise para situações como a encontrada e do funcionamento aquém do esperado de equipamentos militares, aguardados com ansiedade pelas famílias e equipes de resgate.
[comentário 1: qual o resultado do trabalho tão elogiado, até mesmo 'motivo' para condecoração?  - de forma antecipada e levando em conta apenas hipotéticos resultados? 
NENHUM - apenas participaram da remoção de alguns cadáveres que tinham sido localizados pelo faro dos cães de salvamento e resgate. 

com as bênçãos de DEUS a equipa de bombeiros militares enviada pelo Brasil a Moçambique será mais exitosa, tanto no resgate de cadáveres quanto na redução de mortes pelo cólera e outras pestes.]

Pela tarde, Bolsonaro deve ir à Igreja do Santo Sepulcro, onde, segundo a tradição, Jesus teria sido crucificado, sepultado e, ao terceiro dia, teria ressuscitado. Também visitará o Muro das Lamentações, em Jerusalém, um dos locais mais sagrados do judaísmo, acompanhado de Netanyahu.

Esta é a primeira vez que o premiê israelense acompanha um chefe de Estado em visita oficial ao local. A decisão do governo também marca uma mudança na política externa brasileira em favor de Israel.  O Muro das Lamentações fica no setor leste de Jerusalém, parte do território ocupado por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Para muitos, visitar o local ao lado do líder israelense significa reconhecer a soberania do país sobre a região.

O compromisso na agenda de Bolsonaro também foi interpretado como uma tentativa de favorecer a reeleição de Benjamin Netanyahu. O premiê concorrerá a mais um mandato no cargo no próximo dia 9, quando serão realizadas as eleições parlamentares no país.  O porta-voz da Presidência, general Rêgo Barros, negou o tom político da visita do presidente ao Muro das Lamentações. “O presidente não está analisando essa visita sob qualquer aspecto que não apenas o emocional e o religioso”, disse. [comentário 2: trata-se de mera coincidência que o presidente brasileiro realize uma visita - apresentada como de caráter emocional e religioso - acompanhado do primeiro ministro do país visitado, candidato a reeleição (serão realizadas ainda este mês) e não tenha caráter político.]
 

Blog do Noblat - Revista Veja



sexta-feira, 29 de março de 2019

Trump e as Colinas de Golan

Trump contrariou décadas de políticas não só de seus antecessores, como também de seus aliados na ONU e na Otan

Ao reconhecer, em 21 de março, a soberania de Israel sobre as Colinas de Golan, tomadas à Síria na Guerra dos Seis Dias, em 1967, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exercitou mais uma vez seu voluntarismo, mais nocivo precisamente onde suas prerrogativas de chefe de Estado o liberam de alguns freios legislativos e judiciários: as relações internacionais. Localizado entre Israel, Síria e Jordânia, o planalto rochoso de Golan sempre foi palco de disputas por seus recursos hídricos. Era sobretudo uma fortaleza para a Síria. A 60 km da capital síria, Damasco, tornou-se, a partir de sua ocupação, um escudo nas mãos de Israel, que dali expulsou cerca de 150 mil sírios e estabeleceu assentamentos e postos militares. A comunidade internacional, a começar pelos Estados Unidos, sempre negou a legitimidade da ocupação, conseguindo que Israel ao menos considerasse a retirada em troca de concessões sírias.

Assim, Trump contrariou décadas de políticas não só de seus antecessores, como também de seus aliados na ONU e na Otan, além do procedimento consensual em casos de ocupações territoriais: o não reconhecimento acompanhado da negociação diplomática. Desde a 2.ª Guerra Mundial, os próprios Estados Unidos não reconheceram nenhum outro território ocupado. Agora abriram um precedente para que outras potências pisoteiem o direito internacional em ocupações forçadas – como a Rússia na Crimeia ou a China no Mar do Sul da China.

O anúncio – via Twitter, naturalmente – muda pouco a situação no campo. Mas, antes de tudo, aquele que se vangloria de ser um master negotiator” fez um péssimo acordo para seu país, entregando de graça uma alavanca diplomática importante só para prestigiar seu aliado, o premiê israelense, Benyamin Netanyahu, envolto em escândalos em plena corrida eleitoral. Mas é questionável que Israel mesmo saia ganhando.

Segundo Fred Hof, ex-funcionário do Departamento de Estado responsável pelas negociações com a Síria, o anúncio será “bem acolhido pelos inimigos mais amargos de Israel – o Irã e o Hezbollah –, que verão a anexação como uma justificativa adicional para operações terroristas”. O ditador sírio, Bashar al-Assad, por sua vez, tem a oportunidade de posar de vítima, desviando a atenção dos seus crimes de guerra. A reação dos países árabes só não foi pior porque nos últimos anos têm se aproximado de Israel como um aliado contra o Irã. Mas a promessa eleitoral de Trump de conduzir um acordo entre israelenses e palestinos se torna ainda mais irrealista, uma vez que estes últimos, já humilhados pelos cortes de recursos e pela mudança da embaixada norte-americana para Jerusalém, promovidos por Trump, têm mais motivos para temer que o mesmo reconhecimento possa acontecer na Cisjordânia, também ocupada na Guerra dos Seis Dias.

É mais um episódio em que a personalidade instável de Trump desestabiliza as relações internacionais de seu país e do mundo – como a guerra comercial com a China, as ameaças de intervenção militar na Venezuela ou a retirada de acordos internacionais como o tratado nuclear com o Irã ou o acordo climático de Paris. Trump parece transpor a sua cultura empresarial para as relações exteriores, como se estas fossem só negociações competitivas, e as conduz como fazia em seus reality shows, promovendo a imprevisibilidade e a rotatividade dos protagonistas para se manter como estrela do espetáculo.

Com isso, acentua a velha ambivalência dos Estados Unidos em relação à multilateralidade diplomática. Como apontou a revista The Economist, “a vontade singular dos Estados Unidos de liderar fundindo poder e legitimidade serrou a União Soviética e os conduziu à hegemonia”, e a ordem mundial que os norte-americanos engendraram “é o veículo para esta filosofia”, mas “o sr. Trump prefere recair na velha ideia da lei do mais forte”. Com tamanha truculência, é cada vez mais difícil para a comunidade global acreditar num líder do mundo livre que não acredita no mundo livre.

Editorial - O Estado de S. Paulo


segunda-feira, 25 de março de 2019

Trump diz que Colinas de Golan pertencem a Israel. NÃO PERTENCEM


Ao lado do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheceu nesta segunda-feira, 25 as Colinas do Golan como território israelense, na contramão da política externa americana para a questão nas últimas décadas.

[atualizando: antes mesmo do reconhecimento efetuado por Trump, Israel já estava bombardeando com dezenas de foguetes a Faixa de Gaza em resposta a um alegado  ataque com UM foguete feito contra território ocupado por aquele País;
como consequência do ataque israelense dezenas de civis palestinos, desarmados, serão atingidos, com mortes e feridos.]
O anúncio foi feito em meio a um ataque  com foguetes contra Israel atribuído ao Hamasque obrigou Netanyahu a encurtar a visita aos EUA e às vésperas das eleições gerais em Israel. O movimento islâmico nega a autoria do lançamento.
As Colinas do Golan pertencem à Síria e foram ocupadas pelos israelenses na Guerra dos Seis Dias, em 1967, juntamente com a Península do Sinai, que seria devolvida ao Egito, nos anos 70, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, a última desocupada em 2005. O Golan foi formalmente anexado a Israel em 1981. No entanto, a ONU diz que Israel deve se retirar dos territórios.  

"Isso estava sendo preparado há muito tempo", afirmou Trump, ao lado de Netanyahu na Casa Branca."Isso deveria ter acontecido há décadas."
"Sua proclamação vem no momento em que Golã é mais importante do que nunca para nossa segurança", respondeu o premiê israelense.
Síria e Rússia reagiram. Enquanto Damasco acusou os Estados Unidos de atacarem sua soberania, Moscou disse temer "uma nova onda de tensões" no Oriente Médio.

Histórico do status das Colinas do Golan
Historicamente, o governo americano e as Nações Unidas dizem que o território israelense e as fronteiras de um futuro Estado palestino devem ser definidas por meio de negociações. Após os Acordos de Oslo, de 1992, que instituíram a Autoridade Palestina sobre áreas da Cisjordânia, no entanto, o processo não avançou.

No governo do presidente Barack Obama, as negociações fracassaram de vez, após anos de idas e vindas. Com um discurso agressivo, Trump pretende reiniciar as negociações e encarregou seu genro, Jared Kushner, de iniciar o processo, até agora sem avanços práticos.  Desde a anexação do Golan, aumentou a instalação de colonos israelenses no território, o que tem provocado o protesto da Síria, de líderes palestinos e de países árabes em fóruns internacionais.
“O que o amanhã trará? Instabilidade e mais derramamento de sangue”, disse na semana passada o secretário-geral da Organização para Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, veterano negociador de um acordo de paz com os israelenses.


 AP - Associated Press


quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Papa Francisco pede que 'status quo' de Jerusalém seja respeitado



Representante diplomático da ONU sugeriu negociação entre israelenses e palestinos



Diante da expectativa de que o presidente americano, Donald Trump, anuncie nesta quarta-feira o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, o Papa Francisco apelou que o "status quo" da cidade sagrada seja respeitado. A intenção do republicano, que deve ocorrer por meio da transferência da embaixada dos Estados Unidos de Tel Aviv, gerou preocupação entre líderes da comunidade internacional. Durante a audiência semanal, o pontífice pediu que se impusesse "a sabedoria e a prudência" para evitar conflitos na região.


 Papa Francisco pediu respeito ao 'status quo' de Jerusalém - MUNIR UZ ZAMAN / AFP




"Rezo a Deus para que sua identidade seja preservada e fortalecida em benefício da Terra Santa, Oriente Médio e todo o mundo. E que a sabedoria e a prudência prevaleçam para evitar novos elementos de tensão em um contexto global já abalado por muitos conflitos cruéis", destacou o papa.

Apesar da decisão de Trump, a recolocação de Jerusalém como parte de Israel na política externa americana deve demorar: só a construção do prédio pode levar quatro anos. Líder maior da Igreja Católica no mundo, o Papa Francisco destacou que o diálogo só viria por meio do "reconhecimento dos direitos de todas as pessoas da região".

O prazo para decidir se iria transferir a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém venceu na última segunda-feira. O presidente poderia, então, assinar ou não uma dispensa que adiaria por mais seis meses a transferência da representação diplomática, como tem feito todo presidente dos EUA desde que o Congresso aprovou uma lei sobre a questão em 1995. A mudança por si só já representaria um reconhecimento americano de que a cidade sagrada é a capital de Israel. Isso reverteria 70 anos de consenso internacional, o que muitos indicam que atrapalharia o processo de paz.


Segundo fontes do governo americano, o presidente deve reconhecer nesta quarta-feira Jerusalém como capital de Israel, ordenando a funcionários que comecem a planejar a mudança da representação diplomática. A medida frustraria o sonho palestino de ver a cidade como capital de um futuro Estado e promete acirrar os ânimos na região: facções palestinas já convocaram "três dias de cólera" em reação.  Trump foi advertido sobre as perigosas consequências da decisão sobre o processo de paz, a segurança e a estabilidade na região. Facções palestinas na Cisjordânia convocaram nesta terça-feira três dias de protestos contra a possível decisão de Trump.

Os Estados Unidos pediram nesta terça-feira a seus funcionários que evitem ir à Cidade Velha de Jerusalém por causa das manifestações, segundo o Departamento de Estado.
Na Guerra dos Seis Dias, em 1967, o Exército de Israel, tomou quase 6 mil quilômetros quadrados da Cisjordânia, de Jerusalém Oriental e de mais de 20 aldeias no leste da cidade. As forças governamentais israelenses também conquistaram as Colinas de Golã da Síria, e o Monte Sinai e a Faixa de Gaza do Egito. Hoje, o governo israelense reclama toda Jerusalém como sua capital indivisível, enquanto os palestinos pedem que a porção oriental da cidade seja a capital do seu desejado Estado.

AFP