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quinta-feira, 13 de julho de 2023

O monstro de duas cabeças - Revista Oeste

Ubiratan Jorge Iorio.

A primeira cabeça é a do comunismo. A segunda é a do globalismo

Foto: Shutterstock

É cada vez mais visível que o outrora denominado “mundo livre” está sofrendo uma investida inédita e muito poderosa, uma enorme arremetida contra o que a dita humanidade possui de mais humano, desencadeada por agressores movidos por uma insaciável vontade de poder. Trata-se de um ataque impiedoso a todas as reservas de liberdades pessoais e de valores morais consagrados pela tradição. 
O maior algoz da civilização ocidental, atualmente, com sua agenda destruidora radical, mas sempre apresentada sub-repticiamente como socialmente justa e politicamente correta, como promotora de igualdade e defensora do planeta, é um monstro de duas cabeças: a primeira é a do comunismo, e a outra é a do globalismo. 
 
O ogro possui uma necessidade patológica de submeter os semelhantes ao seu totalitarismo, com a supressão dos direitos de escolha dos cidadãos e a imposição de seus conceitos peculiares de felicidade e de bem-estar, debuxados e definidos sempre por meia dúzia de políticos, intelectuais e bilionários iluminados. 
É bastante disciplinado e organizado e vem trabalhando há décadas em busca de seus objetivos, valendo-se de todos os meios imagináveis, mediante um processo de paulatina ocupação e cooptação de todos os espaços, na política, na justiça, nas legislações, nas universidades, nas artes, nos esportes e em todas as manifestações culturais. publicidade

O que assusta é que, se antes agia em silêncio, disfarçado e sem alarde, há alguns anos passou a fazê-lo escancarando as suas duas carrancas e acelerando cada vez mais o ritmo de seus assaltos, até o frenético estado atual. Porém, antes, como agora, sempre fazendo uso indiscriminado da mentira e das falsas narrativas, que são o oxigênio essencial para a sua sobrevivência. Seu comportamento despótico tem sido tão ostensivo que não é exagero dizer que os cidadãos do Ocidente estão diante de um dilema terrível: ou permanecem comodamente na defensiva, o que acarretará em pouco tempo a supressão de praticamente todas as suas liberdades — e da sua própria dignidade —, ou enchem-se de coragem e, pensando na liberdade de seus descendentes, enfrentam corajosamente o problema.

Exemplos indiscutíveis de que o comuno-globalismo abandonou a tradicional cautela e passou a revelar abertamente as suas intenções são algumas declarações do presidente brasileiro, na abertura da reunião do Foro de São Paulo, em Brasília, na semana passada.

Entre afagos a ditadores do naipe de Fidel, Maduro e Ortega, o chefe do nosso Executivo declarou: “Aqui no Brasil nós enfrentamos o discurso do costume, o discurso da família, o discurso do patriotismo, ou seja, aqui nós enfrentamos o discurso de tudo aquilo que a gente aprendeu historicamente a combater”; “Ele [o discurso] nos acusa de comunistas, achando que nós ficamos ofendidos com isso; nós não ficamos ofendidos; isso não nos ofende, isso nos orgulha”; e “Por que, em 1985, nós criamos o Foro de São Paulo? É que em 1985 eu tinha consciência de que jamais a gente poderia chegar ao poder pela via do voto, pela via democrática”. Dias antes, em Paris, na mesma frase, declarou-se um defensor da soberania nacional, mas fez questão de ressaltar que a Amazônia pertence a toda a humanidade. Bem, se dá para colher algo de positivo nessas afirmações, é a sua sinceridade, por revelar finalmente suas intenções reais, sem disfarces.

Globalismo e socialismo têm muitas áreas de interseção, como não poderia deixar de ser, uma vez que ambos são casos explícitos do radicalismo característico dos experimentos de engenharia social. 
O globalismo é uma ideologia mais antiga do que normalmente se acredita. Alguns de seus traços são semelhantes aos do comunismo, como a tentativa de desmantelamento dos valores morais e da tradição vale dizer, a supressão do princípio da dignidade da pessoa humana —, o que pressupõe ou a eliminação da religião ou a sua relativização e consequente desvirtuamento; o seu caráter internacionalista; e o controle das atividades econômicas e sociais, direta ou indiretamente, pelo Estado ou por grupos extraoficialmente dominados por ele.

O globalismo é uma ideologia mais antiga do que normalmente se acredita -  Foto: Shutterstock

No trecho comum dos credos dessas duas seitas, os inimigos da humanidade recitam contritamente “glória ao coletivismo e abaixo o individualismo”, e o motivo para isso é facilmente dedutível, porque a nossa civilização foi construída sobre o fundamento da família, um ente formado por indivíduos distintos, interdependentes e livres, ou seja, não subordinados ou dependentes de um modelo de Estado que os submeta, à força, aos moldes exigidos pela ideologia dos engenheiros sociais.

É exatamente pelo fato de que a estrutura familiar não depende de nenhuma visão de Estado e de mundo que é preciso destruí-la, uma vez que impede a construção de uma sociedade baseada no coletivismo e submetida a seus devaneios opressores.  
Comunistas e globalistas não aceitam — ou veem como um problema a realidade histórica de que, cronologicamente, a instituição da família é anterior à formação do Estado e que este, por sua vez, nasceu da necessidade de existência de normas de conduta.  
Assim, precisam forçar a inversão dessa ordem natural das coisas, e para isso é necessário, primeiro, que ditem comandos e ordens, que chamam eufemisticamente de leis, que sirvam de suporte para o tipo de Estado totalitário que têm em mente, para então consumarem a submissão plena de indivíduos, famílias e populações inteiras ao “Grande Irmão”. Comunismo e globalismo são ideologias internacionalistas; logo, são antissoberanistas | Foto: Shutterstock

Os candidatos a tiranos esclarecidos sabem perfeitamente que, se fracassarem nessa inversão de causalidades, todo o plano de construir uma nova civilização irá por água abaixo, mas insistem em seu intento porque ignoram ou se recusam a aceitar que os fatos históricos, embora possam temporariamente ser desvirtuados e invertidos, cedo ou tarde — mesmo ao custo do sacrifício de gerações — acabam prevalecendo. Seus experimentos nascem condenados ao fracasso, mas o problema é que, enquanto o fracasso não acontece, impõem frustrações e sofrimentos a milhões de pessoas usadas como cobaias.

Comunismo e globalismo são ideologias internacionalistas; logo, são antissoberanistas.  
É certo que o conhecidíssimo mote expresso em 1848 por Marx e Engels no nefando Manifesto, “proletários de todos os países, uni-vos”, de fundo claramente internacionalista, perdeu de certa forma o seu sentido, mas seu espírito está claramente presente no vocabulário dos globalistas de Davos, da ONU, das ONGs,da União Europeia, da Otan, da OEA, dos liberals norte-americanos, dos partidos de esquerda espalhados pelo mundo, das big techs e dos banqueiros, em uma interminável lista de expressões — repercutidas exaustivamente como ladainhas pela mídia, universitários, artistas e pretensos intelectuais cooptados por décadas de doutrinação —, tais como “governo mundial”, “diversidade cultural”, “mudanças climáticas”, “nova ordem mundial”, “energia limpa”, “dívida histórica”, “branquitude”, “família tradicional”, “meu corpo minhas regras”, “heteronormatividade” e muitas outras. 
 
Tanto o comunismo como o globalismo precisam impor uma estrutura social compatível com sua ideologia e filosofia política e tentam fazê-lo sem qualquer cerimônia, simplesmente afirmando que esse arranjo será melhor para todos e pagando bilhões de dólares para que intelectuais serviçais, pesquisadores impostores e jornalistas vigaristas façam o trabalho sujo de, como água mole em pedra dura, mentira após mentira, subliminarmente, terminar contaminando todo e qualquer cérebro avesso ao hábito salutar de pensar por conta própria. 
Infelizmente, como foi escrito há milênios em Eclesiastes I, 15, stultorum infinitus est numerus, ou seja, “o número de tolos é infinito”, uma velha e simples constatação, a mesma que levou Nelson Rodrigues a escrever que “os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade, eles são muitos”.

Como disse sem qualquer laivo de pudor o presidente do Fórum Econômico Mundial um lunático extremamente perigoso e poderoso —, Klaus Schwab: “Vocês não serão donos de nada, mas serão felizes”. É essa arrogância inacreditável que escondem a “Agenda 2030”, o “Grande Reinício”, a “Open Society“, a “Nova Ordem Mundial” e outros projetos de desumanização da sociedade.  

Essas ideias de jerico representam um perigo sem precedentes para a nossa civilização, porque seus defensores são verdadeiros psicopatas, loucos, pretensiosos, arrogantes, tiranos, frios, dissimulados e — e como isso importa! — com o agravante de serem financeiramente poderosíssimos.Presidente do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab | Foto: Remy Steinegger

É muito preocupante, para quem defende verdadeiramente a liberdade e os valores morais tradicionais, que Schwab tenha feito uma visita recente ao Brasil, tendo em vista essa amigação do comunismo com o globalismo e sabendo que o governo brasileiro atual, seja por ideologia, seja por interesses, endossa o caminho da servidão, com a escravização do indivíduo pelo Estado.  
O que esse sujeito veio fazer aqui? 
Já não nos bastam nossos déspotas domésticos?

Por isso, quem tem ouvidos para ouvir e um mínimo de inteligência e independência intelectual para saber interpretar as coisas entende perfeitamente muitas das declarações aparentemente estapafúrdias do presidente do nosso país, assim como inúmeras coisas do arco-da-velha que vêm se tornando comuns em nossa política.

A verdade é que o Estado moderno — no Brasil e no mundo — tornou-se máximo naquilo em que deveria ser mínimo e mínimo naquilo em que deveria ser máximo

Do ponto de vista estritamente econômico e para simplificar, o sucesso do amancebamento entre comunistas e globalistas significa tão somente que a presença do Estado vai continuar a aumentar em todo o mundo, mas não do modo gradual como aconteceu a partir dos anos 1930, e sim mais aceleradamente.  
Na Holanda, por exemplo, o governo já está ameaçando confiscar propriedades rurais e até sacrificar gado, em nome de supostas “mudanças climáticas”, algo absolutamente inconcebível há poucos anos;   - por sua vez, em nome da “diversidade”, em todo o mundo minorias vêm sendo favorecidas em concursos e em ofertas de emprego, sem critérios de mérito e em detrimento de maiorias; na França, Macron, um exemplo típico de esquerdista e globalista, está querendo se aproveitar do caos que as políticas que sempre defendeu instalaram no país para aumentar o poder do Estado sobre os indivíduos. 
E o mais incrível é que não é difícil encontrar pessoas que apoiam esses tipos de violência. Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante discurso no evento Power Our Planet, em Paris, na França | Foto: Ricardo Stuckert/PR
 
Trazendo essas preocupações para o Brasil, trago uma questão: para que tem servido o Estado em nosso país, a não ser para explorar os cidadãos? 
 Em regimes efetivamente democráticos, ser de esquerda ou de direita é um direito de qualquer cidadão. 
Muitos liberais aceitam que se pode justificar a presença do Estado, sempre visando ao bem comum e de preferência indiretamente, em cinco áreas: justiça, segurança (interna e externa), educação, saúde e infraestrutura.  
E como andam a justiça, a segurança, a educação, a saúde e a infraestrutura “neste país”? 
Quem cuida desses cinco setores não é o Estado? 
Você acredita mesmo que a ONU, a OMS, a Unesco ou algum governo mundial vão cuidar deles direitinho? 
E que o caminho secular de fracassos do comunismo, “desta vez”, poderá ser bem-sucedido em gerar progresso?

A verdade é que o Estado moderno — no Brasil e no mundo — tornou-se máximo naquilo em que deveria ser mínimo e mínimo naquilo em que deveria ser máximo. Deformou-se, está grande demais para resolver os pequenos problemas e pequeno demais para resolver os grandes problemas, como afirmou, ainda nos anos 1960, o sociólogo norte-americano Daniel Bell. Mas o monstro de duas cabeças — insensível e insaciável — quer aumentá-lo.

LEIA, Incêndios no Canadá e queimadas no Brasil: dois pesos e poucas medidas, Evaristo de Miranda - CONTEÚDO GRATUITO, Cortesia Revista Oeste 

O país da América do Norte perdeu mais florestas em dois meses do que todo o bioma Amazônia em dez anos

Ubiratan Jorge Iorio é economista, professor e escritor
Instagram: @ubiratanjorgeiorio
Twitter: @biraiorio


Leia também “Uma fumaceira de incertezas

Revista Oeste

 

 

sábado, 15 de abril de 2023

Cem dias, sem governo: da “ordem e progresso” para “desordem e regresso” Deltan Dallagnol

Vozes - Gazeta do Povo 

Durante a campanha, Lula prometeu um governo com muita picanha, empregos e crescimento econômico
Cem dias após o início de seu mandato, a picanha está distante, o crescimento dos empregos foi modesto, menor do que no ano anterior, e o crescimento econômico só está se mostrando uma realidade para as grandes empreiteiras da Lava Jato, que podem ter seus acordos de leniência anulados, a pedido de partidos governistas, e receber de volta o dinheiro público que desviaram.
 
Com seu mote de "o Brasil voltou", temos que concordar: ele voltou, regrediu, para um Brasil que demonstra proximidade ideológica com os ditadores da América Latina, como Maduro e Ortega. 
Um Brasil que retrocede, criando rusgas com as nações democráticas que estão ao lado da Ucrânia, enquanto Lula nos aproxima da Rússia, tentando fazer com que uma nação democrática invadida por uma ditadura ceda seus territórios pela "paz" proposta pelo governo brasileiro.
 
Voltamos também à nossa proximidade com a ditadura iraniana. Em fevereiro, o governo federal autorizou que duas embarcações de guerra iranianas atracassem no Rio de Janeiro
O Irã, país reconhecido mundialmente pelas suas violações massivas aos direitos humanos e perseguição às mulheres, é acusado de fornecer armas à Rússia na guerra contra a Ucrânia e produzir armas de destruição em massa. O ato foi duramente criticado pelos Estados Unidos, nosso segundo maior parceiro comercial, com quase 18% das nossas exportações.
 
Além disso, retornou a ideia de que o BNDES, um banco para o desenvolvimento nacional, deve financiar projetos de engenharia em países vizinhos
A realidade é que o PT quer beneficiar as empreiteiras investigadas na Lava Jato, que, por sua vez, repassavam propinas ao partido e a governos estrangeiros
Enquanto há outras necessidades urgentes no Brasil, Lula quer financiar ditaduras como Venezuela e Cuba, que nos deram um calote de R$ 3,5 bilhões.
 

 

E sabe quem também voltou? O orçamento secreto. Outra contradição do petista ao longo dos últimos cem dias foi em relação ao orçamento secreto, que foi julgado inconstitucional por parte do Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar de ter criticado o mecanismo criado durante a gestão do antecessor, o governo Lula tem permitido, em troca de apoio parlamentar, que o Congresso indique a destinação de verbas, o que deveria ser feito pelos ministérios.

Mudaram o mecanismo, das emendas do parlamentar relator do orçamento, as "RP9", para as "RP2", usadas na destinação de verbas dos ministérios. 
A transparência segue não existindo, dificultando a fiscalização e a investigação de desvios de recursos por parlamentares e seus aliados políticos nas suas bases, onde o dinheiro é recebido. 
Basta lembrar que em Pedreiras, no Maranhão, [estado que foi governado por 8 anos pelo ministro Dino - o ministro que só pensa em prender, prender e prender...]  teriam sido extraídos, num ano, 540 mil dentes de seus 39 mil habitantes - um dado absurdo que provavelmente significa que houve um esquema escrachado de desvio de dinheiro público. 
Mas é preciso admitir que algumas coisas mudaram, pois antes o orçamento secreto chegava a R$ 19,4 bilhões e agora poderá alcançar R$ 46 bilhões.

Se o orçamento secreto é, como Lula o chamou na campanha presidencial, "o maior esquema de corrupção de todos os tempos", esse foi o Brasil que cresceu: o da falta de transparência e do excesso de oportunidades para a corrupção. Lula sempre esteve em primeiro lugar nos maiores escândalos de corrupção brasileiros e certamente não poderia correr o risco de perder essa posição.

Mais uma vez, o Brasil que voltou é aquele da escolha de políticos para chefiar órgãos, ministérios e entidades públicas sem competência ou experiência para as suas funções, a fim de cumprir o programa político de loteamento e aparelhamento de estatais, para que elas sirvam aos interesses políticos do PT e de seus aliados, em detrimento de servirem aos brasileiros. No passado, vimos no que descambou esse sistema, cujas entranhas foram expostas no Mensalão e na Lava Jato.

Outro retrocesso é o do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), que vai do Banco Central para as abas do Ministério da Fazenda, onde fica sujeito a interferências políticas
O COAF é o órgão de inteligência financeira brasileiro, que coleta informações para iniciar ou subsidiar investigações de lavagem de dinheiro proveniente de todo tipo de crime, especialmente corrupção e tráfico de drogas. 
Enquanto no discurso petista seus governos jamais interferiram em apurações, são gritantes as medidas para o  aparelhamento dos órgãos de investigação. Até o discurso de que o novo Procurador-Geral da República seria escolhido a partir da lista tríplice já mudou.

Voltou também o Brasil que idolatra criminosos debaixo do governo do Partido dos Trabalhadores. O mesmo homem que retornou à cena do crime, como disse seu próprio companheiro de chapa Geraldo Alckmin, homenageia corruptos. Em fevereiro, no aniversário do PT, o condenado José Dirceu apareceu no palco e foi ovacionado pela militância petista quando anunciado.

Segundo reportagens, Dirceu tem andado pelos bastidores, onde sua presença é considerada "mais do que o normal" para o partido, que acredita que ele não só "deveria" como "merece" aparecer mais. José Dirceu foi condenado a 10 anos e 10 meses de reclusão por sua participação no esquema de corrupção do Mensalão, fora as várias condenações na Lava Jato. José Genoíno, que também apareceu em vídeo no aniversário do PT, foi condenado a 6 anos e 11 meses de prisão.

Tem mais: desmonte do setor de combate à corrupção na Controladoria-Geral da União, erosão da lei das estatais, ataque ao setor de compliance da Petrobras, manutenção nos cargos de ministros envoltos em escândalos de desvios e malversação de recursos, vingança contra agentes da lei que combateram a corrupção e a perspectiva de nomeação para o STF de alguém especializado em garantir a impunidade de corruptos são medidas que mostram que realmente o Brasil voltou, aquele mesmo que foi sitiado e saqueado por pessoas que diziam proteger o povo enquanto o roubavam.

É bem visível que o "Brasil da esperança" se converteu em um "Brasil da desilusão". Neste ano, a criação de empregos está em declínio e não em ascensão como vinha ocorrendo. 
Em fevereiro, foram assinadas 241,8 mil carteiras de trabalho, uma queda de 26,4% em relação ao mesmo período de 2022. O aumento do salário mínimo prometido na campanha petista não passou de R$ 18, ficando em R$ 1.320, aquém dos R$ 1.400 prometidos por Bolsonaro. [a propósito a projeção do PT na proposta orçamentária para o orçamento de 2024, é que o salário mínimo passe para R$ 1.388 =reajuste inferior a  R$ 6,00 mensal.]   
Tivemos o segundo pior desempenho da Bolsa num início de mandato desde o Plano Real, em 1994. Foi o pior fevereiro em 22 anos, com uma queda de 7,49%. [agora,  no inicio de abril, a Bolsa subiu alguns pontos, mas, antes do final da próxima semana a Bolsa cai o que subiu na semana que findou e o dólar volta a ultrapassar os R$ 5 = efeito do fiasco que foi a viagem à China.]

Lula, ao invés de assumir sua responsabilidade, segue culpando falsamente outros nomes e áreas. Ele tenta fazer de bode expiatório o Presidente do Banco Central, Campos Neto, economista renomado com formação na Universidade da Califórnia. Pretende jogar sobre ele a culpa pela estagnação econômica, mas ela é do Governo Federal, que apresentou um novo arcabouço fiscal que não foi capaz de afastar a desconfiança dos investidores na trajetória explosiva da dívida pública. Para conter o aumento da dívida, o novo marco fiscal do governo, segundo o ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore, “levará à alta brutal da carga tributária”, que já está dentre as mais elevadas do mundo.

Enquanto isso, o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) reviu para cima a expectativa de inflação para 2023. Na nova projeção, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o valor saltou de 4,9% para 5,6%. A previsão de aumento da inflação nos serviços foi de 5,4% para 6%. A ausência de uma âncora fiscal confiável, a tendência de ampliação de despesas e os ataques à independência do Banco Central afastam a confiança do mercado e auxiliam no aumento inflacionário.

Tudo isso se reflete na falta de confiança, no Brasil e no exterior, de que a economia, as empresas e os brasileiros prosperarão neste governo. Pesquisa da Quaest divulgada há um mês apontou que 94% do mercado financeiro não confia em Lula. 
É praticamente uma unanimidade - contrária.  
O comportamento do governo Lula afasta investidores do Brasil.  De fato, menos confiança gera menos investimento. E menos investimento gera menos emprego. No primeiro trimestre após a eleição de Lula – novembro, dezembro e janeiro – o desemprego voltou a subir após dez quedas consecutivas, indo de 8,6 para 9 milhões de pessoas. Em fevereiro, o número subiu para 9,2 milhões – uma taxa de 8,6%. O clima econômico vai de mal a pior.
 
Certo ainda é que o governo Lula deixará milhões de brasileiros na merda. Literalmente. Por meio de dois decretos, Lula enfraqueceu o projeto de universalizar os serviços de água potável e esgoto para 99% e 90% dos brasileiros, respectivamente, até 2033
Hoje, 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada e 100 milhões não têm acesso ao esgoto. O Brasil investe entre 10 e 12 bilhões anualmente no setor, mas seria necessário investir cerca de R$ 24 bilhões para atingir a meta.
 
 Diante da escassez de recursos, foi criada uma solução pelo Congresso em 2020: o marco legal do saneamento básico, que abriu espaço para empresas privadas, mediante licitação, realizarem os investimentos e prestarem o serviço
Contudo, Lula fez uma série de mudanças, por meio de seus decretos, que privilegiam as estatais de água e esgoto que não demonstraram ter capacidade financeira ou planos para os investimentos e a universalização dos serviços até 2033.

Isso é muito preocupante porque o Brasil perde vidas, saúde e riqueza com esse atraso. Segundo o IBGE, 11 mil brasileiros morrem anualmente por falta de saneamento. Além disso, 17,6 milhões se afastaram do trabalho por diarreia ou vômito só em 2017 e a universalização do serviço trará ganhos anuais de mais de R$ 9 bilhões, segundo dados do Instituto Trata Brasil. A visão estatizante de Lula amarra o Brasil ao passado e nos afasta da modernização.

Ao olharmos para o mote "O amor venceu", temos a certeza de que essa foi a maior mentira da campanha. 
Que tipo de amor é esse que riu da ameaça de morte sofrida pela família de Sergio Moro durante uma coletiva de imprensa? 
Que amor é esse que constantemente nos divide entre "nós" e "eles"? 
Que amor é esse que deseja prejudicar os outros e cercear sua expressão por meio de um ministério da verdade?  
Onde está o amor na conivência desse governo com a violação de direitos por meio da invasão de terras produtivas?

Além disso, não podemos esquecer que esse "amor" luta contra a defesa da vida: Lula retirou o Brasil do acordo internacional do Consenso de Genebra, que visa proteger o nascituro e a saúde das mulheres
Durante a campanha, Lula chegou a dizer que era contra o aborto para diminuir sua rejeição entre o povo religioso, mas a retirada do acordo internacional mostra que ele estava apenas enganando os eleitores mais uma vez.

Há muito mais, mas não caberia neste artigo. Ao fim dos cem primeiros dias, o governo não entregou nenhum resultado. Certo é que, nestes primeiros cem dias de(s)governo, o slogan de Lula se consolidou: “o Brasil voltou” - de fato, voltou para trás. A principal missão do Congresso Nacional nestes quatro anos será a de lutar contra esses e outros retrocessos. E a cobrança ou apoio dos brasileiros será fundamental. Eu sei, você está lendo isso e sentindo toda a desmotivação do mundo. Está se sentindo revoltado e impotente. Mas não se engane, você não é.

Em  cem dias,
nunca tivemos uma oposição tão atuante e cidadãos conservadores e liberais tão ativos. O fruto disso é claro: apesar dos inúmeros erros, Lula não conseguiu nenhuma vitória significativa no Parlamento. Com receio de testar sua possível fraqueza no Congresso, tem se mantido inerte.

Além disso, muitos parlamentares têm questionado os desmandos por meio de pedidos de informações, representações aos órgãos competentes, convocação de ministros para prestar esclarecimentos, pedidos de CPIs, decretos para sustar atos presidenciais, pedidos de impeachment, articulação de grupos de fiscalização e medidas no Supremo Tribunal Federal.

LEIA TAMBÉM: 

Em 107 minutos Lula provou que não está à altura do cargo

Nós não podemos desistir do Brasil, porque é exatamente isso que aqueles que atrasam o Brasil querem: que você desista, que você perca as suas esperanças
O Brasil que queremos pode ser e será construído mediante a soma de esforços de cidadãos com muito trabalho, estratégia, perseverança e fé. Não vou desistir. Conte comigo e seguirei contando com você.
 
Dental Dallagnol, deputado federal e colunista Gazeta do Povo - VOZES
 
 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

“Ditador de Brasília” manda Polícia Federal atrás de manifestantes - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

A PF publicou em sua página do Twitter essa mensagem hoje: "A Polícia Federal cumpre, nesta quinta-feira (15/12), 81 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, em apuração que tramita na Corte acerca dos bloqueios de rodovias após a proclamação do resultado das Eleições Gerais de 2022".

Separadamente, outras 29 ordens judiciais estão sendo cumpridas pela PF no Espírito Santo, "em desfavor de envolvidos em atos antidemocráticos" no estado. Há, inclusive, quatro mandados de prisão preventiva. De acordo com o jornais locais, a PF fez buscas e apreensões nos gabinetes dos deputados estaduais Carlos Von (DC) e Capitão Assumção (PL).

O deputado estadual Capitão Assumção desabafou nas redes sociais, confirmando a operação: "URGENTE. PF na minha casa e no meu gabinete a mando de Alexandre de Moraes. Pratiquei o terrível crime de LIVRE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO. #OLadraoNaoVaiSubirARampa"

A ação ocorre apenas um dia após o ministro Alexandre de Moraes ter afirmado, em um evento do STF, que ainda havia "muita gente para prender e muita multa para aplicar" por causa dos atos que questionam a eleição de Lula. A determinação do ministro também ocorre na mesma semana em que, durante a solenidade de diplomação de Lula, Moraes disse que iria responsabilizar pessoas que, segundo ele, atentaram contra a democracia.

Recentemente, Moraes também afastou do cargo o prefeito do município de Tapurah (MT), Carlos Alberto Capeletti (PSD). O ministro ressaltou que o prefeito seria uma das lideranças políticas "que fomentam e encorajam o engajamento em atos de distúrbio social", "mediante discursos de incentivo à vinda de caminhões para Brasília, com a inequívoca intenção de subverter a ordem democrática".   
Ele também aplicou multa de R$ 100 mil a proprietários de caminhões que, segundo identificação das autoridades, foram usados em manifestações em Mato Grosso, além de proibir a circulação destes veículos.

O discurso do decano do Ministério Público de MG ao passar o cargo para o Procurador-Geral de Justiça de Minas Gerais foi bem duro e colocou o dedo na ferida, ao constatar que a “ordem democrática foi vilipendiada e atropelada pelo ditador de Brasília”, referindo-se a Alexandre de Moraes. Na plateia, um constrangido Rodrigo Pacheco fazia cara de paisagem.

O país acompanha estarrecido a escalada autoritária vindo do STF. Temos censura a parlamentares eleitos, prisões arbitrárias, intimidação, tudo em nome da "proteção da democracia". 
A velha imprensa ou se cala ou aplaude, agindo como cúmplice desse absurdo todo. 
E a outrora respeitada Polícia Federal, ao cumprir ordens ilegais, parece agir como polícia pessoal do Alexandre. Alguns falam em Gestapo, outros lembram que quem acata ordens ilegais é capanga.
 
O clima moral e institucional no país se deteriora aceleradamente a cada dia. Nenhuma ditadura completa foi instalada em nome do Mal. 
Todas vieram com o verniz de uma causa nobre, com a pátina da democracia, com o manto do bem geral. 
Para impedir um "golpe", Alexandre de Moraes praticou um golpe contra nossa democracia.
O "ditador de Brasília", até aqui, venceu a batalha com folga, a ponto de nem precisar mais esconder sua sanha autoritária: vai prender muito mais gente, com gosto!  
Maduro, Ortega e outros companheiros petistas observam, provavelmente com uma rusga de inveja...

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta de Povo - VOZES


domingo, 21 de outubro de 2018

"WhatsApp é gópi

Se você pensa que viver fantasiado de herói progressista é moleza, está enganado. A vida é dura. Pensa que é só inventar uma mentira charmosa, dessas que funcionam maravilhosamente no Facebook, no Baixo Gávea e na Vila Madalena, e viver disso para sempre? Negativo.  Você terá que ser mais e mais criativo, se superar a cada diaaté chegar às raias da genialidade ao propagar que o WhatsApp ameaça a democracia. Sim, você pode! Mas não pense que é fácil.

Tudo começou quando deu errado o truque de reabilitar os bandidos gente boa do PT lutando contra a ditadura do século passado. Até chegou-se ao milagre de levar ao segundo turno o partido que depenou o Brasil, mas aí o Ibope e o Datafolha – que vinham sendo super legais e parceiros – tiveram que desmontar aquele cenário da vitória final inevitável contra a caricatura da direita, tão bem alimentada por mais de um ano. Deu ruim, e o jeito foi mostrar a real: Haddad morrendo na praia de novo.

Mas se você é um suposto gladiador da elite cultural, ideias não te faltam. Quem passou mais de ano espalhando fake news do Rodrigo Janot, transformando açougueiro biônico (laranja bilionário do Lula) em denunciante da corrupção generalizada, pode criar outras narrativas espertas. Foi assim que a cruzada do petismo enrustido foi dar nos costados do WhatsApp. A mensagem é clara: só quem está autorizado a espalhar fake news é veículo de mídia tradicional aparelhado pela narrativa politicamente correta. Ou seja: você só pode veicular notícia falsa se ela tiver sido produzida genuinamente pela sua empresa. Como o WhatsApp não produz notícia, não tem a prerrogativa de espalhar mentira.

Fica combinado assim: Lula ia salvar a democracia de dentro da cadeia e foi impedido por um golpe de estado do WhatsApp. Quem achar a formulação complexa demais, peça ao companheiro Cid Gomes para resumir. Decidido o novo script dos cafetões da bondade, todos se tranquilizaram e partiram para o bom e velho show de bravura cívica a 1,99. Surgiu inclusive um slogan “ditadura nunca mais”, com um complemento que acabou não circulando, mas nós publicamos a seguir: Ditadura nunca mais, a não ser uma como a do Maduro, ou a do Ortega, ou a do Kadhafi, ou a do Ahmadinejad, ou a do Saddam, ou a de algum outro amigo do Lula que arranque o couro do povo sem perder a ternura e a simpatia do Roger Waters. O resto a gente não aceita.

E o show tem que continuar. Preocupado com a liberdade de expressão, o grupo de artistas e intelectuais decidido a garantir a qualidade do conteúdo nas mídias e no WhatsApp deveria criar logo uma junta de notáveis para tomar conta disso. Alguns nomes naturais, dado o histórico do movimento, seriam os dos pensadores Nicolás Maduro, Lindbergh Farias, Robert Mugabe e Renan Calheiros. Para mostrar que quem ameaçar a democracia eles prendem e arrebentam, poderiam difundir com mais intensidade o vídeo do professor Haddad explicando por que Stalin era melhor que Hitler: porque, diferentemente do nazista alemão, ele lia os livros de suas vítimas antes de fuzilá-las. Não é lindo?

Vai ver é por isso que há editores de livros no manifesto democrático em defesa do poste iluminado do PT. Importante é afirmar, em defesa do estado de direito e das liberdades individuais, que o WhatsApp é golpista – e nós podemos provar. Por exemplo: estava tudo correndo perfeitamente bem na democrática operação de abafar a notícia de que o PT, na sua metamorfose verde-amarela, apagou seu apoio à ditadura pacifista e sanguinária do companheiro Maduro.  Se acabamos de demonstrar que Stalin é um ser evoluído, é claro que está tudo certo com a prática de fazer informações sumirem do mapa e, também, com a consequente ocultação do expurgo.

Aí o que faz o WhatsApp? Espalha essa informação que tinha sido tão bem escondida. É ou não é golpista?  Outra notícia que estava fora das manchetes e esse aplicativo fascista mandou para todo mundo foi a da conclamação do companheiro Boulos à invasão da casa de Bolsonaro. É o tipo da informação irrelevante, considerando que Boulos é ex-companheiro de partido do homem que tentou matar o candidato com uma facada – portanto está todo mundo cansado de saber que o negócio deles é barbarizar geral, nenhuma novidade aí.  O Brasil não sabe o que será o provável governo Bolsonaro. Mas os progressistas de carnaval que cultivaram tão dedicadamente a polarização burra em que o país entrou já sabem o que farão: atiçarão sofregamente a boçalidade para tentar continuar vivendo (bem) como vítimas profissionais."


Guilherme Fiuza - Gazeta do Povo