Transparência
Internacional diz que processará Conjur e a mim. Veja por quê ... - Veja
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https://noticias.uol.com.br/colunas/reinaldo-azevedo/2020/12/08/transparencia-internacional-diz-que-processara-conjur-e-a-mim-veja-por-que.htm?cmpid=copiaecola
Coluna no UOL
A
Transparência Internacional afirmou em nota que vai processar o site Consultor
Jurídico e este blog porque chama de "ataques caluniosos" um texto
publicado no primeiro e aqui reproduzido com comentário. Se acontecer,
enfrente-se o debate. Agora que estou com todos os documentos em mãos, sustento
que o bicho é ainda mais feio do que imaginei. A ONG atua no Brasil há mais de
vinte anos. Só em 2017, quando celebrou um estranho acordo com uma facção do
MPF, decidiu ter um CNPJ, o que a identifica como aquilo que é: uma entidade
privada. Já vimos em outros eventos que a Transparência Internacional atua em
parceria com a Lava Jato de Curitiba. E por que a zanga da direção da TI?
O site
consultor jurídico tornou pública a informação de que o procurador-geral da
República, Augusto Aras, encaminhou à coordenadora da 5ª Câmara de Coordenação
e Revisão de combate à corrupção do MPF, subprocuradora Maria Iraneide Olinda
Santoro Facchini, um memorando em que lembra o conteúdo da Cláusula 16, Inciso
VII, do Acordo de Leniência da J&F, holding a que pertence a JBS, que prevê
o pagamento de uma multa de R$ 10,3 bilhões ao longo de 25 anos. O acordo
reserva a fabulosa quantia de R$ 2,3 bilhões para "projetos sociais em
áreas temáticas relacionadas num apêndice", que, atenção!, serão geridos
por uma "entidade a ser constituída".
Aras
informa em seu memorando, que, no tal apêndice, "as partes concordam com a
viabilidade e a coerência de se contar com o apoio da TI no desenho e
estruturação do sistema de governança do desempenho dos recursos dedicados a
projetos sociais que são parte das obrigações impostas à J&F. Além disso,
os signatários registram ainda ciência e concordância com o auxílio da TI na
apresentação de um projeto de investimento na prevenção e no controle social da
corrupção (...), com uma estratégia (...) que priorize o fortalecimento e
capacitação da sociedade civil (...)"
Aras
conclui, então, o óbvio, prestem atenção: "Evidente que uma organização
privada irá administrar a aplicação de recursos de R$ 2,3 bilhões nos
investimentos sociais previstos nos acordos de leniência, sem que se submeta
aos órgãos de fiscalização e controle do Estado. A Transparência Internacional
é uma organização não governamental sediada em Berlim. Cuida-se de instituição
de natureza privada, cuja fiscalização escapa da atuação do Ministério Público
Federal".
É claro
que, em tudo, esse acordo lembra a tal fundação que Deltan Dallagnol queria
criar com recursos de multa paga pela Petrobras e que foi suspenso pelo
Supremo. No memorando, Aras observa que já foram liberados, no começo do mês, R$
270 milhões desses R$ 2,3 bilhões cuja destinação será decidida, dado o
entendimento feito, pela TI. Ou aquilo não vale? E foi isso o que Conjur e este
blog informaram, com base em documentos oficiais. Ninguém está acusando a ONG
de roubar o dinheiro. Questiono é a autoridade de uma entidade privada,
escolhida a dedo, para decidir a destinação de recursos bilionários que não
pertencem aos procuradores, mas ao Tesouro, como já deixou claro o STF.
Aras afirma em seu memorando que a 5ª Câmara simplesmente ignorava os
termos do pacto entre essa facção do MPF e a TI. Daí que, com acerto, o
procurador-geral peça em seu memorando que o dinheiro liberado seja revertido
para o Fundo de Defesa de Direitos Difusos e que se promova uma apuração da
destinação de outras garantias milionárias já pagas por força do acordo de
leniência. Onde está o dinheiro?
Que responsabilidade tem a J&F num troço
como esse? Nenhuma! Vocês acham mesmo que uma empresa que está fazendo um
acordo de leniência, com diretores cuidando de acordos de delação, tem poder de
escolha? Se nem a 5ª Câmara de Coordenação e Revisão de combate à corrupção do
MPF sabia dos termos deletérios do entendimento, é claro que à empresa cumpria
aceitar. Afinal, para todos os efeitos, os senhores procuradores falavam pelo
Estado brasileiro.
Um pequeno trecho: .........TI
destaca que não será remunerada pelo trabalho. Sim, isso consta do apêndice. E
daí? Quem lhe deu competência, direito ou exclusividade para, na prática, gerir
recursos do povo brasileiro? A TI é uma ONG ocupada em combater a corrupção, uma
desenvolvedora de startups sociais ou ente paraestatal ligada a frações do
MPF?.................TI destaca que não será
remunerada pelo trabalho. Sim, isso consta do apêndice. E daí? Quem lhe
deu competência, direito ou exclusividade para, na prática, gerir
recursos do povo brasileiro? A TI é uma ONG ocupada em combater a
corrupção, uma desenvolvedora de startups sociais ou ente paraestatal
ligada a frações do MPF?... - Veja mais em
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