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segunda-feira, 4 de setembro de 2023

UTILIDADE PÚBLICA - O que a alimentação dos centenários pode nos ensinar sobre viver muito? Veja o que eles comem

O Estado de S. Paulo

Pesquisadores identificaram cinco lugares do mundo onde as pessoas têm expectativas de vida excepcionalmente longas, as chamadas Zonas Azuis, e exploraram os seus hábitos; veja as conclusões

[Comentando: hoje, estamos preocupados com a LONGEVIDADE COM SAÚDE, começamos com CUIDADOS COM O CORAÇÃO e agora passamos a dar dicas de LONGEVIDADE COM SAÚDE;
Já que precisamos estar vivos para  ter saúde, lembramos que bandidos também matam, por isso propomos aumentar a população carcerária do Brasil em mais 400.000 criminosos - incluindo, sem limitar,  políticos corruptos.
Bandido para ser preso é o que não falta.
Não garantimos, mas a dieta do Mediterrâneo é  nossa conhecida de longa data e já conhecemos muitos longevos que a seguem ou seguiam.
BOA LEITURA.]

Não há como garantir que você vai viver até os 100 anos. Mas podemos aprender muito estudando os hábitos alimentares dos centenários do mundo.

Pesquisadores identificaram cinco lugares do mundo onde as pessoas têm expectativas de vida excepcionalmente longas – muitas vezes passando dos 100 anos de idade. Essas áreas, chamadas de “Zonas Azuis”, são a Península de Nicoyan, na Costa Rica, a cidade de Loma Linda, na Califórnia, e as ilhas de Okinawa, no Japão, Sardenha, na Itália, e Icária, na Grécia.

À primeira vista, as dietas, estilos de vida e hábitos das pessoas dessas Zonas Azuis podem parecer bem diferentes uns dos outros.

Muitas das pessoas longevas da Sardenha vivem em terreno montanhoso, onde caçam, pescam e colhem seus próprios alimentos – como leite de cabra, queijo pecorino, cevada e hortaliças
As pessoas longevas de Loma Linda fazem parte de uma comunidade adventista do sétimo dia que evita a cafeína e o álcool e segue uma dieta basicamente vegetariana. 
Já em Icária, o vinho tinto é um alimento essencial e as pessoas comem uma dieta mediterrânea típica, com muitas frutas e vegetais e quantidades modestas de carne e frutos do mar.
 
Os okinawanos historicamente consomem uma dieta baseada em vegetais. Muitas das suas calorias vêm da batata-doce, do tofu e dos vegetais frescos que eles costumam colher de seus próprios jardins. 
Eles também valorizam a carne de porco, que tradicionalmente guardam para ocasiões especiais. 
Enquanto isso, os centenários de Nicoyan tendem a seguir uma dieta tradicional da Mesoamérica, cheia de alimentos vegetais ricos em amido, como milho, feijão e abóbora.

Vários fatores parecem influenciar a expectativa de vida. Algumas pesquisas sugerem que a genética responde por cerca de 25% do tempo de vida da pessoa, com dieta, ambiente, exercícios e outros fatores de estilo de vida compondo o restante. E estudos mostram que, mesmo que você só comece a fazer melhorias na dieta na meia-idade ou depois, ainda pode adicionar uma década ou mais à sua expectativa de vida.

A dieta por si só não é o único fator associado a altas expectativas de vida.  
As pesquisas mostraram que as pessoas que residem em comunidades onde a vida longeva é comum geralmente têm fortes conexões com amigos e familiares, um senso de propósito e uma visão positiva da vida. 
Elas se envolvem em altos níveis de atividade física e passam muito tempo fazendo jardinagem, trabalhando na terra ou socializando com outras pessoas da comunidade, diz Dan Buettner, autor do novo livro The Blue Zones American Kitchen (A Cozinha Americana das Zonas Azuis, em tradução livre).
 
 Vários fatores parecem influenciar a expectativa de vida. Algumas pesquisas sugerem que a genética responde por cerca de 25% do tempo de vida da pessoa, com dieta, ambiente, exercícios e outros fatores de estilo de vida compondo o restante.
Vários fatores parecem influenciar a expectativa de vida. Algumas pesquisas sugerem que a genética responde por cerca de 25% do tempo de vida da pessoa, com dieta, ambiente, exercícios e outros fatores de estilo de vida compondo o restante. Foto: Pixabay

Buettner passou anos explorando, pesquisando e escrevendo sobre as Zonas Azuis. Ele também analisou estudos científicos detalhados sobre suas dietas. E descobriu que, embora seus hábitos alimentares sejam diferentes em muitos aspectos, eles compartilham pelo menos quatro denominadores comuns. Você pode incorporar esses princípios à sua vida fazendo o seguinte:

Coma uma xícara de feijão, ervilha ou lentilha todos os dias

As leguminosas são especialmente populares entre as pessoas que vivem nas Zonas Azuis. A soja é uma parte importante da dieta tradicional em Okinawa, assim como as favas na Sardenha e o feijão preto em Nicoya. As pessoas das Zonas Azuis tendem a comer uma variedade de feijões e outros alimentos vegetais ricos em fibras.

Estudos descobriram que comer muitos alimentos ricos em fibras promove a saciedade e melhora os níveis de colesterol e açúcar no sangue. Também protege contra câncer e diabetes e reduz o risco de morrer de doença cardíaca ou derrame, que são duas das principais causas de morte em todo o mundo.

Um estudo publicado no ano passado na PLOS Medicine descobriu que a pessoa média poderia ganhar anos de vida trocando uma dieta ocidental típica por uma dieta mais saudável – e que os alimentos que produziram os maiores ganhos na expectativa de vida eram feijões, grão-de-bico, lentilhas e outras leguminosas.

“Descubra como incluir uma xícara de feijão em sua dieta todos os dias”, diz Buettner. “Uma única xícara fornece metade de todas as fibras diárias de que você precisa.”

Coma um punhado de nozes diariamente

As nozes são ricas em vitaminas, fibras e minerais. São um alimento básico para muitos habitantes da Zona Azul. As amêndoas, por exemplo, são populares na Icária e na Sardenha, onde são usadas em muitos pratos. Os nicoianos adoram pistache, diz Buettner.

Um estudo no JAMA Internal Medicine que acompanhou 31 mil adventistas do sétimo dia descobriu que aqueles que comiam nozes mais de quatro vezes por semana tinham 51% menos probabilidade de sofrer ataque cardíaco e 48% menos probabilidade de morrer de doença cardíaca do que seus pares que comiam nozes não mais do que uma vez por semana.

Pegue um punhado de amêndoas, nozes, pistaches ou castanhas de caju. 
Para um café da manhã saudável, adicione manteiga de amêndoa a uma tigela de iogurte natural ou aveia. 
Ou polvilhe algumas nozes em cubos em cima de uma salada ou um refogado de legumes para o jantar.

Tome café da manhã como um rei, almoce como um príncipe e jante pouco

As pessoas das Zonas Azuis tendem a comer a maior parte de suas calorias no início do dia, e não mais tarde. Os okinawanos tradicionalmente comem um grande café da manhã e um almoço moderado. “Eles nem jantam”, diz Buettner.

Os adventistas do sétimo dia que ele estudou tomavam um grande café da manhã às 10h e um almoço moderado às 16h. “E depois eles não comem mais nada”, disse ele. Buettner observou uma coisa em todas as Zonas Azuis que estudou: quando as pessoas jantam, normalmente é no final da tarde ou início da noite. “Eles não jantam tarde e não comem muito”, afirmou.

Esse padrão se alinha com nossos relógios inatos de 24 horas, os chamados ritmos circadianos, que fazem com que nosso corpo seja mais eficiente em metabolizar as refeições pela manhã e no início da tarde. Estudos mostram que, quando as pessoas ingerem a maior parte de suas calorias no início do dia, elas perdem mais peso e apresentam maiores melhorias nos níveis de colesterol e açúcar no sangue e outros fatores de risco metabólicos em comparação com pessoas que ingerem a maior parte de suas calorias no final do dia
Elas também queimam mais gordura e sentem menos fome.

Faça refeições com a família

Nas Zonas Azuis, é comum que as famílias comam pelo menos uma refeição diária juntas, normalmente a refeição do meio-dia ou a última refeição do dia. Embora seja compreensivelmente difícil para as famílias que levam vidas ocupadas jantarem juntas todos os dias, vale a pena tentar fazê-lo sempre que possível. “Famílias que comem juntas tendem a comer de forma muito mais nutritiva e mais devagar. Há boas pesquisas mostrando que as crianças têm menos problemas com distúrbios alimentares quando comem socialmente”, diz Buettner.

Pesquisadores descobriram que casais que priorizam as refeições em família relatam níveis mais altos de satisfação conjugal. Os pais e mães que rotineiramente fazem jantares caseiros com seus filhos consomem mais frutas e vegetais e seus filhos são menos propensos a desenvolver obesidade.

Embora você não possa mudar seus genes, fazer algumas mudanças na dieta e no estilo de vida aumentará as chances de você comemorar o 100º aniversário. O segredo da longevidade, como Kama da Nakazato, um centenário de Okinawa, explicou a Buettner, é bem simples: “Coma vegetais, tenha uma perspectiva positiva, seja gentil com as pessoas e sorria”.

TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Anahad O’Connor, colunista - O Estado de S. Paulo


domingo, 18 de julho de 2021

A feitiçaria médica do Planalto - Elio Gaspari

Folha de S. Paulo - O Globo

Feiticeiros de palácio às vezes são bem-sucedidos e às vezes prejudicam a saúde dos pacientes cujo poder pretendem preservar

Às 8h57m de quarta-feira a Secretaria de Comunicação da Presidência da República informou o seguinte: “O Presidente da República, Jair Bolsonaro, por orientação de sua equipe médica, deu entrada no Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, nesta quarta-feira (14) para a realização de exames para investigar a causa dos soluços.

Por orientação médica, o Presidente ficará sob observação, no período de 24 a 48 horas, não necessariamente no hospital. Ele está animado e passa bem.”

Salvo a data e a identidade do paciente, era tudo mentira.  Em seguida, o chefe da Casa Civil, general da reserva Luiz Eduardo Ramos, informou: “Teve fortes dores às 4h, mas nada de grave até o momento. Então, graças a Deus, ele está muito bem. Repousando, que é o que ele precisa.”

Salvo as dores da madrugada, tudo mentira. Horas depois, Bolsonaro chegava ao Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, onde montou um pequeno circo. Feiticeiros de palácio às vezes são bem-sucedidos e às vezes prejudicam a saúde dos pacientes cujo poder pretendem preservar. Assim se deu com a “apendicite” de Tancredo Neves em 1985 e com a “gripe” do marechal Costa e Silva em 1969. É verdade que às vezes conseguem esconder os padecimentos dos chefes. Em 1959 esconderam o enfarte de Juscelino Kubitschek. 
João Goulart teve pelo menos três ataques cardíacos entre 1961 e 1964. Jamais se falou do leve acidente vascular cerebral transitório de José Sarney. [atualizando: Graças a DEUS o presidente Bolsonaro recebeu alta, está ótimo, a realização de cirurgia não foi necessária = repouso e tratamento medicamentoso bastaram.] Dois presidentes brasileiros, Costa e Silva e João Figueiredo, assumiram o cargo com médicos cantando a pedra de suas doenças circulatórias. Deu no que deu. Um foi incapacitado por um derrame e o outro perdeu o rumo com um enfarte em 1981. Lula e Dilma Rousseff deram exemplos de transparência médica.

O Bolsonaro que, segundo a Secom passava bem e estava animado na quarta-feira, esteve internado no Hospital das Forças Armadas quatro dias antes. Felizmente, a realidade paralela dos feiticeiros foi retificada pelo seu filho, o senador Flávio Bolsonaro. Ele revelou também que, ainda em Brasília, o pai foi para uma Unidade de Terapia Intensiva, onde intubaram-no “para evitar que ele aspirasse o líquido que estava vindo do seu estômago”. (Tratava-se da sonda gástrica.)

Se Bolsonaro tivesse ido a uma unidade do Samu no terceiro dia de sua crise de soluços, com muita probabilidade teria sido recebido a prescrição de vários exames. Paciente voluntarioso, como Tancredo, Bolsonaro não faz o que mandam os médicos. Às vezes, o paciente disciplinado acaba iludido pelos feiticeiros. Em 1969, passadas 27 horas do primeiro aviso de uma complicação neurológica e depois de perder a fala pela terceira vez, o presidente Costa e Silva perguntou ao capitão médico do serviço de saúde do Planalto:
Não será derrame o que estou sentindo?
Não senhor. Derrame não é. Vamos apurar tudo direitinho.
Era uma isquemia cerebral.

A insônia de Bolsonaro faz parte das mazelas da política nacional. Em 2019 ele contou: “Fiz exames para verificar as condições do sono. E descobri 89 episódios de apneia por hora (número de interrupções respiratórias no período). Detenho o recorde brasileiro de apneia”. Não é um recorde que devesse se vangloriar. Getulio Vargas tinha a sua apneia, mas cuidava-se, no limite da hipocondria.

Só os médicos podem decidir e devem falar com autoridade a respeito do estado de saúde do presidente. Se não fosse a intervenção de Flávio Bolsonaro, essa internação teria começado com feitiçarias.

Calmante Fux
O efeito do calmante com que o ministro Luiz Fux moderou o radicalismo do capitão durou menos de 72 horas. Internado, Bolsonaro voltou a acusar os adversários pelos seus padecimentos e a falar bem de si: “Com honestidade, com honra e com Deus no coração é possível mudar a realidade do nosso Brasil.”

(.........)

Omar Aziz
Se Deus é brasileiro e estiver vacinado, quando a CPI do Senado retomar suas audiências públicas, seu presidente, Omar Aziz, tratará seus pares com o respeito que a etiqueta da Casa determina.
Seu estilo de bedel ao tratar com os colegas governistas ofende até quem torce por ele.
 

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Quantas mentiras foram contadas em nome do Covid-19? - Enio Mainardi, o quarto elemento -

Nos últimos dias, a grande mídia comemorou - uma espécie de dança macabra e festiva - os 100 mil mortos por Covid-19 no Brasil. Na cabeça de todo brasileiro pensante, flutua uma pergunta óbvia e incômoda: qual será realmente o número de mortos e quantos, nessa estatística, não passam de mentiras criadas para uso político? Jamais saberemos, provavelmente.

Para felicidade de empresas ditas jornalísticas, da politicalha imoral e corrupta, de governadores e prefeitos oportunistas e de uma enorme quadrilha sem nome ou ética, jamais saberemosUm caso, em especial, me incomodou profundamente. O caso de Enio Mainardi.



[o afã, chegando quase a uma situação de vias de fato, de parte da mídia, buscando informações que não apresentem enganos - especialmente para menos - no número diário de mortes causadas por covid-19, sustentam dúvidas se é interesse jornalístico ou uma recompensa financeira aos contadores de cadáveres,  proporcional ao número de mortos/dia, algo do tipo a cada dez mortos a mais em uma dia, o valor unitário aumenta.

No DF, a Secretaria de Saúde realizou ajustes na apresentação de relatórios do número de mortos (que em âmbito federal, já foram objeto de intervenção do STF), sendo normal que nos primeiros dias, ocorram alguma variação  - mas nada que 'esconda' mortos vitimados pela covid-19 = se o número de hoje for  inferior ao real em dois ou três, nos dias seguintes, os totais serão ajustados, nenhum morto deixará de ser contado.

O único 'defeito' é que  enganos atribuindo à covid-19   mortes por infarto, derrame, etc serão descobertos de pronto e sanados.

Encerramos comentando algo estranho: em 2019, de janeiro até meados de agosto,  morreram no Brasil mais de 70.000 pessoas de causas diversas: AVC, problemas cardíacos, renais e outros - mortes naturais e inevitáveis  - este ano o número dos mortos por causas naturais é mínimo.
Ou descobriram remédios para curar aquelas doenças ou enganos fizeram com que fossem contabilizadas como decorrentes de complicação causadas pela covid-19?

Outros amigos, entre muitos, se sentiram revoltados da mesma forma com as narrativas criadas, horas após sua morte. O video que trazemos - três amigos - aqui é a verdade sobre um homem que, de uma forma ou de outra, influenciou e influenciará para sempre nossas vidas. Faltarão muitas pessoas nele, muitas. Mas estaremos, daqui pra frente, unidos por um elo indestrutível, que nos aproximou.


Marco Angeli Full

https://www.marcoangeli.com.br

Transcrito do site: Martins emPauta

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Não vai ter lua de mel - IstoÉ

Vivendo um romance há dois anos, o ex-presidente Lula pretende, ao sair da cadeia, casar-se e dar uma festa de arromba.

Mas se continuar a bater na tecla da absolvição ou anulação da sentença, a comemoração será apenas uma vontade

Lula pretende se casar. A consorte é vinte e um anos mais nova do que o pretendente, é socióloga, trabalha há dezesseis anos na Itaipu Binacional e mora em Curitiba, no Paraná, o que a permite visitar o ex-presidente com freqüência. Os dois estão juntos há aproximadamente dois anos. Em maio, o petista demonstrou publicamente, por meio de uma conversa com o economista Luiz Carlos Bresser-Pereira, o arrebatamento pela nova amada. “Está apaixonado e seu primeiro projeto ao sair da prisão é se casar”, afirmou o amigo quando o visitou ao lado do ex-ministro de defesa Celso Amorim, na carceragem da Superintendência da Polícia Federal de Curitiba. Preso há um ano e cinco meses, Lula poderá sair da prisão no dia 23 de setembro para o regime semi-aberto. Mas os cenários para o casório ainda são incertos: cela da PF em Curitiba ou ao ar livre.

Aliança de noivado
A promessa de que vai ter bolo, entretanto, já foi feita: o petista há de se casar e fazer uma festa. Para fazer do casamento um relacionamento longevo, ele estudou como se comportou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso quando este deu início ao seu relacionamento com Patrícia Kundrát, três anos após a morte de Ruth Cardoso. A oficialização da união de FHC foi discreta: levou um escrivão em seu apartamento de Higienópolis, bairro nobre de São Paulo, chamou alguns advogados e selou o contrato. “Eu até mandei pesquisar quantas matérias saíram quando o FHC apareceu com a namorada dele. Não quero que as pessoas paguem algum preço por estarem comigo”, disse Lula. A cúpula petista até tentou fazer com que Rosângela da Silva, apelidada carinhosamente de Janja, seja discreta. Mas os ânimos de um novo amor a impediram. O mesmo aconteceu com Lula: mandou incluir o nome da amada na lista de familiares e escancara sua aliança na mão esquerda, segundo amigos próximos.
Caso não queira se beneficiar da progressão do regime, Lula pode optar pela cerimônia dentro da cadeia e deixar a festa para depois
[detalhe: a progressão de um regime é um benefício ao qual o criminoso pode ter direito se atender alguns requisitos;
tanto que Lula pode até ter oportunidade recusar a benesse, mas, para isso precisa requerer e ter seu requerimento deferido - por atender as exigências. Sendo deferido ele pode então, caso queira, desistir de usufruir.]

(...)

Hoje, ele se sente um jovem: um homem de trinta anos em um corpo de setenta e três. Já o tesão, como diz o próprio, é de um rapaz de vinte e nove anos. “Sempre é tempo de a gente ser feliz. E como agora eu estou defendendo a marca de que o amor sempre vence, preciso provar isso para mim mesmo”, disse Lula, viúvo desde 2017, quando Marisa Letícia morreu em decorrência de um derrame, aos 63 anos.

AMOR Não importa quanto tempo Lula permanecerá na cadeia: Janja quer casar (Crédito:Divulgação)
Dentro ou fora da prisão, o certo é que não haverá lua de mel, pelo menos até os próximos seis anos – isso se não for condenado em nenhum dos outros processos pelos quais responde.

(...)
O caminho das pedras
A partir do dia 23 de setembro, a defesa do ex-presidente poderá solicitar a progressão de regime para o petista. Ele sairia do fechado e passaria ao semiaberto. Isso significa que Lula poderá trabalhar durante o dia, mas deverá retornar à carceragem da Polícia Federal de Curitiba à noite. Isso porque, completar-se-á um sexto da sentença na data prevista: o equivalente a 17,6 meses. Mas isso só será possível se Lula arcar com as despesas processuais e multas: R$ 4,1 milhões para deixar a cadeia. Passados todos esses trâmites, Lula pode tentar a prisão domiciliar com o regime semiaberto. Mas só se não for condenado em nenhum dos outros processos pelos quais responde.

Em IstoÉ, MATÉRIA COMPLETA

 

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Os procuradores diante do luto - O Globo



Bernardo Mello Franco

Os procuradores e o luto de Lula


O procurador Deltan Dallagnol apresenta denúncia contra o ex-presidente Lula

O procurador Deltan Dallagnol apresenta denúncia contra o ex-presidente Lula -  Paulo Lisboa/Brazil Photo Press /Agência O Globo/14.09.2016

Em janeiro de 2017, Marisa Letícia sofreu um derrame. No grupo dos procuradores da Lava-Jato, Deltan Dallagnol escreveu que ela chegou ao hospital “sem resposta, como vegetal”. Januário Paludo comentou: “Estão eliminando as testemunhas...”. A ex-primeira-dama morreria dez dias depois. Deixou marido, quatro filhos e seis netos.

Durante o velório, circulou no chat nota sobre a agonia de Marisa após a operação da PF em sua casa. “Ridículo... Uma carne mais salgada já seria suficiente para subir a pressão... ou a descoberta de um dos milhares de humilhantes pulos de cerca do Lula”, reagiu Laura Tessler. “Sempre tive uma pulga atrás da orelha com esse aneurisma. Não me cheirou bem”, emendou Paludo.

[os mortos merecem o mais complete sincero respeito - morreu, acabou qualquer encrenca com o falecido.
O PT armou todo um esquema para tentar soltar Lula, queimar a Lava-Jato e o ministro Moro. 
Fracassaram - plural, já que além do 'partido dos trouxas' teve site intercept, mais conhecido como intercePTação, autores do 'escândalo que encolheu'.
Clique aqui e saiba mais  detalhes sobre a armação.]
 
Na manhã seguinte, Antônio Carlos Welter comentou: “A morte da Marisa fez uma mártir petista e ainda liberou ele pra gandaia sem culpa ou consequência politica”. Thaméa Danelon reclamou da ida de outra procuradora ao velório: “É como um colega ir ao enterro da esposa do líder de uma facção do PCC”.

Em 29 de janeiro deste ano, morreu Vavá, irmão de Lula. “Ele vai pedir para ir ao enterro. Se for, será um tumulto imenso”, disse Deltan. Welter lembrou que a lei garante este direito a todos os presos. Paludo ironizou: “O safado só queria passear e o Welter com pena”. Laura Tessler se juntou ao deboche: “Muito mimimi”.

Um mês depois, morreu Arthur, neto de Lula, de 7 anos. Jerusa Viecili escreveu: “Preparem para nova novela ida ao velório”. “Putz... no meio do carnaval”, lamentou Athayde Ribeiro Costa. Deltan compartilhou nota sobre o choro do ex-presidente ao receber ligação de solidariedade. “Estratégia para se ‘humanizar’, como se isso fosse possível no caso dele rsrs”, divertiu-se Roberson Pozzobon. No velório, Lula disse que o neto sofria bullying na escola. Em outro chat, Monique Cheker criticou: “Fez discurso político (travestido de despedida) em pleno enterro”.

Os diálogos foram revelados na terça-feira pelo UOL e pelo Intercept Brasil. Horas depois, Jerusa se manifestou no Twitter: “Errei. E minha consciência me leva a fazer o correto: pedir desculpas à pessoa diretamente afetada, o ex-presidente Lula”. Os outros procuradores nada disseram. Deltan, que raramente passa um dia sem tuitar, está em abstinência desde domingo.


Bernardo Mello Franco,  jornalista - O Globo