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terça-feira, 19 de setembro de 2023

A peregrinação de Lula - Percival Puggina

        O que Havana simboliza para Lula é muito semelhante ao que a Terra Santa representa para os cristãos. Tais destinos são peregrinações, coisas de devoção. 
Nos séculos XI e XII, os cristãos promoveram sucessivas cruzadas para libertar Jerusalém do domínio sarraceno. 
O solitário apoio ao regime cubano significa algo semelhante: proteção do sagrado comunismo frente a permanente ameaça capitalista. 
A conta é paga pelos trabalhadores e pagadores de impostos brasileiros.

Como temos um presidente itinerante, que não esquenta lugar, verdadeiro papa-léguas em lua de mel, lá foi Lula a Havana encontrar-se com seu passado quando, em 2009, pelas barbas do profeta Fidel, decidiu regalar-lhe um porto zero quilômetro, da grife Odebrecht.

A fé política é um desastre quando substitui a fé em Deus. Nessa condição missionária, Lula (e os governos de esquerda) sempre ofereceram e continuarão oferecendo incondicional proteção diplomática a seus irmãos de fé política. 
O Brasil esquerdista, por exemplo, desaprova quaisquer manifestações de colegiados internacionais em relação às violações de direitos humanos sempre em curso naquele legendário país. 
O Brasil esquerdista faz negócios que desagradam os brasileiros, mas são festejados entre os beneficiados como uma alvorada sobre as ruinas do apocalipse.
 
Só os fiéis dessa igrejinha política não sabiam que o empréstimo para construção do Porto de Mariel seria pendurado num prego. O país não tem dólares para pagar. Sua balança comercial é permanentemente deficitária. Para cada três ou quatro dólares que importa, exporta um dólar. 
Na excelente instalação paga pelo Brasil, a maior obra de infraestrutura em Cuba, quase não há o que exportar. Metade da área está vazia.
 
Enquanto Cuba for um país comunista, inimigo dos Estados Unidos, será visto pelos norte-americanos exatamente conforme seus dirigentes políticos afirmam de si mesmos ao longo de 63 anos, em todas as suas manifestações. 
É conversa fiada afirmar que Cuba voltaria a ser a Pérola do Caribe, como efetivamente era no começo do século passado, se acabasse o bloqueio. Que bloqueio é esse que não impediu o Brasil de levar um porto inteiro para lá? 
Bloqueio que não impede Cuba de importar da China, Espanha, Rússia, Brasil, México, Itália e Estados Unidos (sim, os próprios EUA são o 7º país que mais exporta para lá).  
O problema é que, com medo de calote, alguns só vendem mediante pagamento à vista e nenhum investidor sensato vai colocar dinheiro naquele formato de Estado.
 
O governo Lula assinou um contrato que previa, na falta de meios, ser ressarcido em charutos. 
Ou seja, Lula II sabia o que estava fazendo em 2009, mas delirou com a ideia de criar, na Cuba comunista, um porto fervilhante de oportunidades e negócios que, impenitentes, só aparecem em regimes econômicos capitalistas.
 
O estado cubano e seu regime são uma lição ao mundo.  
As elites comunistas preferem seu povo enfrentando desnecessárias privações a reconhecer os próprios erros. 
Passadas seis décadas, esse discurso que inculpa os EUA não tem um fiapo que o mantenha no ar. 
Em 2019, o parlamento da Ilha aprovou uma nova Constituição (produto da experiência de 60 anos!) cujo artigo 5º acaba com o futuro da Castro&Castro Cia Ltda, cujo CEO, hoje é o senhor Díaz-Canel.

O Partido Comunista de Cuba, único, martiano, fidelista e marxista-leninista, a vanguarda organizada da nação cubana, sustentada em seu caráter democrático e em sua permanente ligação com o povo, é a força motriz dirigente superior da sociedade e do Estado.

Sabe quando um país assim pagará ao Brasil os US$ 261 milhões que deve? Vai um charuto aí, leitor?

Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país.. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.


segunda-feira, 31 de julho de 2023

Athayde Petreyze: tudo sobre o casamento de Randolfe Rodrigues - Paulo Polzonoff Jr.

Gazeta do Povo - VOZES

"Ensina-me, Senhor, a ser ninguém./ Que minha pequenez nem seja minha". João Filho.

Casamento Randolfe Rodrigues
Casamento de Randolfe Rodrigues: a noiva é a de branco.| Foto: Reprodução/ Twitter

Na sexta-feira (28), eu tomava umas muitas cervejas com meus amigos quando vi, projetado no céu, o unicórnio estilizado que anunciava: o mundo precisa de Athayde Petreyze. Na hora, entrei no Petreyzemóvel e peguei o primeiro avião com destino à felicidade/ a felicidade/ pra mim é você. 
Digo, com destino a Brasília, para o cafonamento do minissenador Randolfe Rodrigues.
 
Vale tudo
Apesar de ter sido inexplicavelmente ignorado pelo cerimonial, entrar na festa realizada na casa de Glória Pires não foi exatamente um problema. Afinal, sou amigo da Maria de Fátima desde "Vale Tudo". 
Sou também presidente e sócio-fundador do Fã-clube Oficial de Orlando Morais (2 membros). 
Além disso, sempre levo no bolso minha infalível carteirinha da FENAJ e uma nota de R$200 para emergências como essa. Ou seja.

Janja 1
Assim que adentro o recinto, meu abrangente olhar jornalístico se vê atraído pela figura que é o centro das atenções do casamento de Randolfe Rodrigues com uma advogada cujo nome até agora não consegui descobrir: a primeira-dama e madrinha Janja. Que, dizem as más línguas presentes ao festerê, usava a faixa presidencial por baixo do vestido de tabuleiro de xadrez.

Janja 2
Ao me ver, Janja deixa o maridão entretido com o causídico Zanin e, de braços abertos, vem correndo em minha direção. “Meu amigo, você veio!”, diz ela, constatando o óbvio e provavelmente me confundindo com alguém. Ao abraçá-la, noto que Janja tinha “esquecido” de tirar a etiqueta do vestido. Com o preço.

Quatro mil, cento e oitenta e seis reais
O vestido de Janja custou R$4.186,00.
Caso vocês queiram saber. 
A estampa quadriculada foi uma referência aos 580 dias que Lula passou na prisão. Dizem.  
E, já que estamos falando dos trajes, não posso deixar de mencionar (e elogiar) o estilo anão chic do noivo, que pegou o terno caneta-azul, azul-caneta emprestado do priminho.

Champã
Muitas taças de champã festa adentro,
uma dúvida ainda me assombra: como é mesmo o nome da noiva?

Violência psicológica
De repente, ouço gritos extremamente agudos – o que atiça meu faro jornalístico. Temendo pela saúde da noiva e vislumbrando a possibilidade de finalmente descobrir o nome da felizarda, saio em disparada. 
Ao chegar no meio do auê, contudo, encontro o minissenador brandindo o celular aberto no Twitter. Digo, no X. “Violência psicológica?! 
Como ela ousa me acusar disso. Ainda mais hoje?!...”, choraminga ele. 
No que é consolado por Renan Calheiros. “Pelo menos é sua ex-mulher, e não...” – diz o alagoano. Não consigo ouvir o restante da frase porque alguém deixou cair um prato.
 
Ciúme
Circulo pelo ambiente cheio de celebridades políticas. 
 Discuto axé com Jaques Wagner e com José Guimarães aposto que na minha cueca cabe muito mais dinheiro. 
Marcelo Freixo me dá dicas de turismo na Baixada Fluminense. 
Ao me aproximar de Gleisi Hoffmann, recebo de um agitado Lindbergh Farias um olhar carregado de ciúmes. Calma, cara!
 
Bloody mary
Bruno Dantas me chama num canto e desanda a falar mal do Deltan.
Enquanto ele fala e fala e fala, porém, meus olhos perspicazes e treinados pelos maiores mestres do colunismo social observam tudo ao meu redor. Num canto, Renan Calheiros dá dicas de implante capilar para Cristiano Zanin. Humberto Costa bebe um bloody mary
Alckmin comenta a ausência marcante de Alexandre de Moraes. 
E Bruno Dantas ainda não parou de falar sobre o Dallagnol. Acredita?
 
Sobre OVNIs e uísques
A caminho do banheiro
, esbarro em Caetano Veloso e engato com ele uma longa discussão. Primeiro, sobre OVNIs. Depois, sobre uísque. Prefiro uísque 21 anos. Ele prefere os de 12. “Entendo”, digo. Só por dizer. E ficamos ali, naquele silêncio constrangido dos gênios, até que passa por nós a daminha de honra, Greta Thunberg.
 
Lua-de-mel
Depois da festa, os noivos entram num carro oficial para passar a lua de mel nas dependências do STF. Dizem. Entediado e sentindo a falta do meu amigo Flávio Dino, pego um arranjo de mesa e umas pratarias como lembrancinha e me despeço, certo de mais uma vez ter cumprido meu comprido dever jornalístico.

Pri, para os íntimos
Priscila Barbosa!
O nome da noiva é Priscila Barbosa!

sexta-feira, 9 de junho de 2023

8 de janeiro - Os absurdos empilhados - Gazeta do Povo

Vozes - Luís Ernesto Lacombe

Quantos segredos horripilantes ainda serão revelados? 
Quantas vezes Lula ainda repetirá que “não sabia de nada”
Não sabia do mensalão, não sabia do petrolão, não sabia da existência de imagens de seu ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional circulando entre manifestantes que invadiram o Palácio do Planalto em 8 de janeiro...  
O general Gonçalves Dias é íntimo de Lula, amigo de longa data. Trabalhou na segurança do presidente em seus dois primeiros mandatos. Trabalhou no governo Dilma, na campanha de Lula para as últimas eleições. 
Foi o militar quem decretou o sigilo das imagens a que a CNN agora teve acesso?  
Ele, isoladamente, por conta própria, sem consultar o chefe, o ministro da Justiça? 
Difícil acreditar que não tenha contado tudo aos companheiros, que Lula e Flávio Dino já não tivessem visto as cenas que jogam contra o governo e também contra a Polícia Federal e o STF.
 
A Abin notificou 48 órgãos do governo federal sobre riscos de ataques em 8 de janeiro... E o que foi feito, a partir dessas informações? 
Qual era o plano para evitar e conter possíveis manifestações violentas? Havia algum? Repito: para evitar e conter... 
Porque fica parecendo que havia um planejamento sórdido para estimular e facilitar a ação de vândalos. E com que objetivo? 
Muito simples: para falar em “tentativa de golpe de Estado”, para perseguir opositores, para sufocar manifestações populares legítimas, pacíficas e ordeiras, para censurar, para prender, para implementar, de alguma forma, uma ditadura. Isso tudo precisa ser investigado. O fato é que o governo Lula não poderia ter liberado apenas as imagens que lhe interessavam da invasão do Palácio do Planalto e tentado esconder aquelas que o colocam sob suspeita.

Fica parecendo que havia um planejamento sórdido para estimular e facilitar a ação de vândalos. Com que objetivo? Falar em “tentativa de golpe de Estado”, para perseguir opositores, para sufocar manifestações populares, para censurar, para prender

E entrou em cena Rodrigo Pacheco, que voltou da lua de mel com Lula na China mais apaixonado do que nunca pelo poder
Chegou do ninho do amor da ditadura, disposto a barrar de vez a CPMI. Aceitou, dessa forma, a condenação de inocentes e a proteção a quem verdadeiramente cometeu crimes em 8 de janeiro, por ação, omissão, ou por facilitar e até estimular a invasão de prédios públicos, o vandalismo, a destruição. Pacheco não tem caráter, não merece respeito
Agiu como líder do governo e deveria renunciar à presidência do Senado. Chamou as tentativas de impedir a instalação da Comissão Parlamentar de “exercício democrático”.  
Assim como Lula, ele não quer a verdade, nada mais que a verdade.
 
O STF, por sua vez, faz denúncias em bloco contra pessoas acusadas de envolvimento nos atos de 8 de janeiro
Elas nem têm foro privilegiado e serão julgadas, aparentemente, em tempo recorde. Assim, de modo genérico, sem individualização de condutas, sem necessariamente haver a indicação de ações concretas de cada uma que poderiam configurar prática de crime.  
Os ministros também falam em tentativa de golpe de Estado...  
Pessoas desarmadas, sem o apoio de forças militares... Agora, são 100 acusados... Em lotes, em lotes!  
Não há terroristas e golpistas entre eles, esses termos não cabem. 
Houve crimes? Houve. É para punir? É, mas tem de punir os culpados, com base nas leis e em provas robustas, seguindo o devido processo legal, o ordenamento jurídico. Quem fez o quê? Quais são as provas? Por que os advogados de defesa não conseguem trabalhar?
 
Os absurdos vão sendo empilhados. Comparam os atos de 8 de janeiro com ataques a escolas e creches. E santificadas sejam as invasões promovidas pelo MST, com facão, com foice, com armas de fogo
É um concurso macabro de canalhices e cretinices. 
Dão bofetadas num país inteiro, querendo que acreditem que é proteção, que é carinho, que é defesa da democracia.  
Nada se sustenta, nenhuma historinha, muito menos o atestado médico do general Gonçalves Dias..
E como me dói vê-lo tomar o lugar do poeta de mesmo nome nas pesquisas na internet. 
O Gonçalves Dias da Canção do Exílio praticamente sumiu... 
A nossa terra, ela ainda tem palmeiras, ainda tem sabiá, mas apodrece rapidamente.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Luís Ernesto Lacombe, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


sábado, 22 de abril de 2023

8 de janeiro - Os absurdos empilhados - Luis Ernesto Lacombe

Vozes - Gazeta do Povo

Quantos segredos horripilantes ainda serão revelados?  
Quantas vezes Lula ainda repetirá que “não sabia de nada”?  
Não sabia do mensalão, não sabia do petrolão, não sabia da existência de imagens de seu ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional circulando entre manifestantes que invadiram o Palácio do Planalto em 8 de janeiro... 
O general Gonçalves Dias é íntimo de Lula, amigo de longa data. Trabalhou na segurança do presidente em seus dois primeiros mandatos. Trabalhou no governo Dilma, na campanha de Lula para as últimas eleições
Foi o militar quem decretou o sigilo das imagens a que a CNN agora teve acesso? 
Ele, isoladamente, por conta própria, sem consultar o chefe, o ministro da Justiça? 
Difícil acreditar que não tenha contado tudo aos companheiros, que Lula e Flávio Dino já não tivessem visto as cenas que jogam contra o governo e também contra a Polícia Federal e o STF.
 
A Abin notificou 48 órgãos do governo federal sobre riscos de ataques em 8 de janeiro... E o que foi feito, a partir dessas informações? Qual era o plano para evitar e conter possíveis manifestações violentas? Havia algum? Repito: para evitar e conter..
Porque fica parecendo que havia um planejamento sórdido para estimular e facilitar a ação de vândalos. E com que objetivo? 
Muito simples: para falar emtentativa de golpe de Estado”, para perseguir opositores, para sufocar manifestações populares legítimas, pacíficas e ordeiras, para censurar, para prender, para implementar, de alguma forma, uma ditadura. Isso tudo precisa ser investigado. 
O fato é que o governo Lula não poderia ter liberado apenas as imagens que lhe interessavam da invasão do Palácio do Planalto e tentado esconder aquelas que o colocam sob suspeita.

Fica parecendo que havia um planejamento sórdido para estimular e facilitar a ação de vândalos. Com que objetivo? Falar em “tentativa de golpe de Estado”, para perseguir opositores, para sufocar manifestações populares, para censurar, para prender

E entrou em cena Rodrigo Pacheco, que voltou da lua de mel com Lula na China mais apaixonado do que nunca pelo poder.  
Chegou do ninho do amor da ditadura, disposto a barrar de vez a CPMI. Aceitou, dessa forma, a condenação de inocentes e a proteção a quem verdadeiramente cometeu crimes em 8 de janeiro, por ação, omissão, ou por facilitar e até estimular a invasão de prédios públicos, o vandalismo, a destruição. Pacheco não tem caráter, não merece respeito
Agiu como líder do governo e deveria renunciar à presidência do Senado. Chamou as tentativas de impedir a instalação da Comissão Parlamentar de “exercício democrático”. Assim como Lula, ele não quer a verdade, nada mais que a verdade.

O STF, por sua vez, faz denúncias em bloco contra pessoas acusadas de envolvimento nos atos de 8 de janeiro.  
Elas nem têm foro privilegiado e serão julgadas, aparentemente, em tempo recorde. 
Assim, de modo genérico, sem individualização de condutas, sem necessariamente haver a indicação de ações concretas de cada uma que poderiam configurar prática de crime.  
Os ministros também falam em tentativa de golpe de Estado... 
Pessoas desarmadas, sem o apoio de forças militares... Agora, são 100 acusados... Em lotes, em lotes! Não há terroristas e golpistas entre eles, esses termos não cabem. Houve crimes? Houve. É para punir?  
É, mas tem de punir os culpados, com base nas leis e em provas robustas, seguindo o devido processo legal, o ordenamento jurídico. Quem fez o quê? Quais são as provas? Por que os advogados de defesa não conseguem trabalhar?
 
Os absurdos vão sendo empilhados. Comparam os atos de 8 de janeiro com ataques a escolas e creches. 
E santificadas sejam as invasões promovidas pelo MST, com facão, com foice, com armas de fogo. 
É um concurso macabro de canalhices e cretinices
Dão bofetadas num país inteiro, querendo que acreditem que é proteção, que é carinho, que é defesa da democracia. 
Nada se sustenta, nenhuma historinha, muito menos o atestado médico do general Gonçalves Dias... 
 E como me dói vê-lo tomar o lugar do poeta de mesmo nome nas pesquisas na internet. O Gonçalves Dias da Canção do Exílio praticamente sumiu... 
A nossa terra, ela ainda tem palmeiras, ainda tem sabiá, mas apodrece rapidamente.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Luís Ernesto Lacombe
, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quarta-feira, 12 de abril de 2023

Piorar para melhorar - Marcel Van Hattem

Vozes - Gazeta do Povo 

No linguajar sertanejo, disse-me um colega parlamentar nesta semana em conversa de plenário: “Uma cobra mal morrida tem que aparecer de novo para que a matemos definitivamente”. Assim ilustrava ele a volta de Lula e do PT ao poder.
O deputado reagia ao meu comentário sobre como a catástrofe que tem sido esse início de governo e a consequente erosão do já pouco apoio popular de Lula, agravada pela falta de suporte parlamentar, e que poderia em breve significar um fim ainda mais melancólico para os petistas do que aquele representado pelo impeachment de Dilma e a prisão de Lula. Para quem teve apoio explícito do Judiciário e a omissão decisiva do Legislativo para voltar ao poder, vir a ser rechaçado pelo mais importante numa democracia que é o próprio povo, representa, de fato, um fim definitivo.
 
Ao não aproveitar a chance que lhe foi dada de uma nova Presidência da República para unificar o país e lavar a própria biografia diante de toda a nação, Lula está passando sua vez no tabuleiro político ao outro lado do corredor novamente. 
Vinte anos atrás, apesar de ideologicamente comprometido com a esquerda política e sindical, e aproveitando-se de métodos corruptos para governar com o Centrão (a exemplo do que ocorreu no Mensalão), Lula conseguia transmitir a uma parcela relevante da opinião pública um verniz de moderação. 
Nestes primeiros cem dias, o radicalismo e a insensatez foram absolutamente predominantes e a chance que lhe foi dada pelo establishment nunca antes na história deste país está sendo tão rapidamente revogada. Reveladores são os baixíssimos índices de aprovação popular para um presidente ainda em início de [fim de] mandato.

    A julgar pelos cem dias passados, nem milhões de brasileiros insatisfeitos parecem abalar a convicção de Lula em trilhar o caminho do retrocesso, do ódio e do rancor.

A maré está virando rapidamente. Lula preferiu recusar-se a dar aos brasileiros a tradicional lua de mel dos cem primeiros dias e nosso povo, sempre muito tolerante com os erros dos políticos, dessa vez parece decidido a não aceitar o desaforo. 
Foram pouco mais de três meses de descumprimento desavergonhado de promessas e cumprimento vergonhoso de históricas diretrizes petistas, não declaradas na campanha e sobre as quais muitos se enganaram ao achar que em uma nova Presidência Lula não implementaria. Votaram imaginando colocar no poder um Mandela e acabaram elegendo um… Lula.
 
Sigilos criticados no governo anterior foram mantidos e ampliados; desmatamento da Amazônia, que antes eram tidos como de exclusiva culpa de Bolsonaro, agora, ao seguirem aumentando, passaram a ser também responsabilidade dos estados na narrativa petista; a criminalidade dispara e, segundo o governo, isso nada tem a ver com a mudança de condução no país, que passa constantemente a ideia de impunidade, minimiza crimes como roubo de celulares e está repleta de marginais processados e até mesmo condenados pela Justiça exercendo o poder. O MST, que segundo Lula nos debates não invadiria terras produtivas, anuncia o terror no Brasil inteiro e toma posse inclusive de terras produtivas. As privatizações em andamento têm anúncio de paralisação e o marco do saneamento é ilegalmente deturpado por decreto, condenando milhões de brasileiros pobres a seguir vivendo (e morrendo) sem água potável e sem as mínimas condições de esgotamento e higiene
Déficit nas contas públicas explodindo: no mês de fevereiro foi registrado o maior desde 1997 na série histórica. E quem pagará essa conta? Claro, todos nós: o “arcabouço fiscal” apresentado foca na receita, não no corte de gastos, e anúncios de novos aumentos de impostos já estão sendo feitos, como a tributação de remessas internacionais abaixo de US$ 50, afetando lojas virtuais como Shein e Shoppee e milhões de consumidores brasileiros – novamente, claro, os mais pobre.

    A faixa presidencial não merece ser carregada no peito por um homem sem coração e sem escrúpulos.

O parágrafo anterior já estava desproporcional em relação aos demais, por isso abri um novo para citar mais alguns dentre tantos outros atrasos nesses últimos cem dias: Lula deixou o Consenso de Genebra e revogou portaria que obrigava profissionais de saúde a comunicar casos de aborto ilegal à polícia, apesar de dizer que era contra o aborto na campanha (e o TSE proibir qualquer um de dizer o contrário, ou seja, censurou a verdade)

Na seara internacional, o governo decidiu que vai dificultar a vida de turistas americanos, australianos, canadenses e japoneses e voltará a exigir vistos de quem quer apenas passear no Brasil e deixar seu dinheiro aqui; enquanto isso, alinha-se à Nicarágua do ditador Ortega, à Venezuela do ditador Maduro e à Rússia do ditador Putin para deixar claro que o compromisso de Lula não é com a democracia, muito menos com o amor. O desejo de vingança contra Sergio Moro, publicamente externado, e a completa falta de empatia com o senador e a sua família, cujas mortes tramadas pelo PCC foram eficientemente evitadas por autoridades judiciais e policiais, apesar de ridicularizadas por Lula como fruto de uma suposta “armação”, são exemplos cabais de que a faixa presidencial não merece ser carregada no peito por um homem sem coração e sem escrúpulos.

Parafraseando meu colega parlamentar citado no início deste artigo, às vezes as coisas precisam piorar para, depois, melhorarem. Obviamente que tal expressão popular pode trazer consigo o fatalismo de uma resignação com retrocessos temporários, mas que geram profundas cicatrizes e muito prejuízo. 
Nada disso é desejável nem pode ser aceito sem indignação e reação. 
Por isso mesmo, cabe à oposição no Congresso Nacional, representando o povo brasileiro insatisfeito, a ação mais eficaz possível para conter danos.

Veja Também:

    Arcabouço ou calabouço fiscal?

    O curioso caso da Casa de Leis que não respeita as suas próprias

Quanto ao governo Lula, se sua intenção é seguir ladeira abaixo, desfazer reformas, desconstruir o que de bom foi feito nos últimos anos no país e apostar em medidas econômicas ultrapassadas
O recado que a própria população já deu no passado é claro: trata-se de um caminho politicamente insustentável e que já foi trilhado, sem sucesso e em dado momento sem volta, por presidentes anteriores.
 
Talvez a viagem de Lula à China lhe dê a oportunidade de consultar-se com Dilma Rousseff a respeito, já que a petista que sofreu impeachment por crime de responsabilidade e por sua inabilidade política, agora é presidente do banco dos BRICS sediado em Xangai (aliás, mais um disparate deste governo)
A julgar pelos cem dias passados, porém, nada nem milhões de brasileiros insatisfeitos parecem abalar a convicção de Lula em trilhar o caminho do retrocesso, do ódio e do rancor. Como dizem os Provérbios, “a soberba precede a ruína”. Amém.

Marcel van Hattem, deputado federal em segundo mandato, colunista - Gazeta do Povo  - VOZES


sábado, 18 de fevereiro de 2023

Casadas com o poder (Primeira parte) - Augusto Nunes

Revista Oeste

Dois artigos exibem o mosaico humano composto de 16 primeiras-damas do Brasil 

Primeiras-damas: Ruth Cardoso, Maria Thereza Goulart, Marisa Letícia da Silva, Michelle Bolsonaro e Janja da Silva | Foto: Montagem Revista Oeste/Agência Brasil/Reprodução/Shutterstock

As primeiras-damas: Ruth Cardoso, Maria Thereza Goulart, Marisa Letícia da Silva, Michelle Bolsonaro e Janja da Silva | Foto: Montagem Revista Oeste/Agência Brasil/Reprodução/Shutterstock  
 
No quadro de Gustave Hastoy, o marechal que proclamou a República está prestes a assinar a primeira Constituição do novo regime. Empunhando a caneta, Deodoro da Fonseca é contemplado por 15 homens e uma mulher. Só ela está de costas. O rosto de Mariana da Fonseca é o único que o pintor ocultou. 
Por ser casada com quem era, ela participou da cerimônia. 
Mas em 1891 as brasileiras não votavam, não podiam meter-se em disputas eleitorais e aprendiam desde a infância que política não era coisa para mulheres.
Mesmo que fosse casada com o chefe de governo, uma mulher não tinha rosto. Durante a República Velha, aliás, ninguém chamava de primeira-dama a esposa do chefe da nação. A expressão passou a ser usada depois que os vitoriosos comandantes da Revolução de 1930 estenderam às brasileiras o direito de votar e ser votada.
Na cena, eternizada em quadro de Gustave Hastoy, todos aparecem 
voltados para o presidente, com a caneta em punho, prestes a 
assinar o documento. Somente Mariana da Fonseca, 
esposa de Deodoro, estava de costas | Foto: Reprodução
A linhagem foi inaugurada pela gaúcha Darcy Sarmanho Vargas, que na primeira passagem de Getúlio pelo poder demarcou o campo de ação em que agiria: concentrou-se em programas sociais que ampliaram a força do marido entre eleitores pobres. Entre 1930 e 1945, e depois no governo constitucional de Getúlio, ela dividiu-se entre a administração de assuntos domésticos e a gestão de entidades como a Legião Brasileira de Assistência ou a Casa do Pequeno Jornaleiro. Darcy também ensinou que, na vida de uma primeira-dama, o triunfo pode ser a antessala da tragédia — ou o contrário. 
Em menos de dez anos, foi testemunha e protagonista da deposição do marido, em 1945, da volta ao poder, em 1950, e do suicídio, em 1954.
 
Como Getúlio, que era mais sensível ao que ouvia da filha Alzirinha do que lhe dizia Darcy, Jair Bolsonaro parece ter encontrado nos filhos os consultores favoritos.  
Mas nenhuma alteração no projeto da Nova Previdência foi acolhida com tanto entusiasmo quanto a supressão do tópico segundo o qual deficientes físicos e intelectuais deixariam de receber o benefício da pensão integral depois da morte dos pais. “Pedidos da primeira-dama são irrecusáveis e inadiáveis”, decretou o marido de Michelle. 
A voluntariosa mulher do presidente da República mostrou que não seria uma figura decorativa já no dia da posse, quando recorreu à Língua Brasileira de Sinais (Libras) para discursar antes do primeiro pronunciamento do novo presidente. O episódio incluiu Michelle no diminuto grupo das primeiras-damas que ultrapassaram a fronteira riscada por Eloá do Valle: “Política é coisa para os homens”, conformou-se a mulher de Jânio Quadros.
Darcy Sarmanho Vargas | Foto: Wikimedia Commons
A maioria das primeiras-damas adotou a doutrina da pouca interferência em questões políticas. Nem por isso escaparam de tempestades que não provocaram, e todas constataram que, no Brasil, o casamento com o nº 1 está longe de configurar um passaporte para o paraíso. Casada com Michel Temer, a paulista Marcela percorreu uma trajetória extraordinariamente menos atormentada que a imposta pelo destino à fundadora da linhagem. Livre de pequenos jornaleiros, pôde estabelecer uma rotina resumida numa capa da revista Veja: bela, recatada e do lar. Em contrapartida, a saga de Maria Thereza Goulart confirmou que o percurso entre o céu e o inferno, cronometrado pelo relógio da História, pode ser vencido num punhado de segundos. 
 Maria Thereza tinha 15 anos quando virou namorada do conterrâneo de São Borja que, a caminho dos 40, já fora ministro do Trabalho do governo Vargas e herdaria parte do espólio eleitoral de Getúlio. 
Ainda era adolescente quando se casou com o vice-presidente da República. Acabara de passar dos 20 quando a renúncia de Jânio Quadros a transformou em primeira-dama.
Michel Temer e  Marcela Temer (2016) | Foto: Beto Barata/PR
Foi a mais jovem, bela e injustiçada das primeiras-damas do Brasil. O rosto anguloso e a expressão tristonha de miss no desfile de despedida ornamentaram incontáveis capas de revistas e fizeram suspirar tanto figurões nativos quanto dignitários estrangeiros. 
Maria Thereza nem chegara aos 30 na madrugada de 2 de abril de 1964, quando soldados invadiram a Granja do Torto, onde vivia em Brasília, ordenaram-lhe que juntasse o que coubesse numa mala e a embarcaram rumo ao exílio. “Não sei o que foi feito dos meus vestidos, dos objetos pessoais, das minhas coisas”, lastimava Maria Thereza. 
Ela deixou o país sem saber do paradeiro do marido, que reencontraria dias depois no Uruguai. Ela contaria mais tarde que Jango ignorou sistematicamente o apelo que formulou ainda nos tempos de noiva e repetiu até as vésperas da viuvez, consumada em 1976: ela só queria que o marido deixasse de ser mulherengo.
Esse traço comportamental talvez tenha sido a única semelhança entre João Goulart e Jânio Quadros. Ao contrário do gaúcho introvertido, o sul-mato-grossense de Campo Grande amava fantasiar-se de marido exemplar. “Eloá manda em mim”, jurava em público o homem que, sem desconhecidos por perto, jamais perdeu chance alguma de justificar a fama de priápico.  
Nesse quesito, como atestam anotações nos diários de Juscelino Kubitschek e Getúlio Vargas, Jânio honrou a linhagem dos chegados a uma aventura extraconjugal. A gaúcha Darcy, com discrição de mineira, reagia com longos períodos de mudez à descoberta de furtivas incursões do marido por alcovas cujo endereço figurava entre os segredos de Estado. A mineira Sarah, com impulsividade gaúcha, explodia em bíblicos acessos de cólera, sobretudo depois que soube da paixão de JK pela socialite Lúcia Pedroso.

A antropóloga Ruth Cardoso foi a única da estirpe com profissão definida, luz própria e mente brilhante, singularidades que explicam a rejeição do título que lhe parecia depreciativo

Entre 1930 e 1964, a única primeira-dama dispensada de surtos de ciúme foi Carmela Telles. Ao casar-se com o tenente Eurico Gaspar Dutra, aquela viúva de 30 anos já era mãe de dois filhos e abrigava na cabeça a ideia que rimava com o apelido que a canonizou em vida: Dona Santinha. Ela não descansou até conseguir que o marido, em abril de 1946, decretasse o fechamento de todos os cassinos no Brasil. Foi o desfecho da conspiração arquitetada por amigas carolas, padres, bispos e outras autoridades eclesiásticas que visitavam o Palácio Guanabara quase toda noite. Eram tantos e tão assíduos que a residência oficial do presidente ficou com cara de palácio episcopal.

Aberto pelo viúvo Humberto de Alencar Castello Branco, o ciclo dos generais-presidentes ressuscitou a figura da primeira-dama em 1967, com a posse conjunta de Arthur e Iolanda Costa e Silva. A paranaense extrovertida e saliente usou o tempo gasto com gente fardada no convívio com ricaços ansiosos por uma audiência com o presidente. De março de 1967 a 28 de agosto de 1969, a tramitação de um pedido a Costa e Silva foi encurtada por colares, pulseiras ou brincos. Essa via rápida para o Planalto foi obstruída pelas também gaúchas Scylla Médici e Lucy Geisel, uma soma de duas introversões que resultou em dez anos de silêncio. O barulho recomeçou em 1979 com a ascensão do casal João e Dulce Figueiredo. Ela fazia de conta que não sabia das escapadas noturnas do marido: tão logo Dulce embarcava para uma festa no Rio, Figueiredo driblava o esquema de segurança cavalgando motocicletas e desaparecia na noite de Brasília.  
Foi assim que Figueiredo se transformou no único presidente que produziu um filho fora do casamento enquanto tentava governar o país. 
Em contrapartida, Dulce foi a única primeira-dama que dançou com o ator Omar Sharif.
Ex-primeira dama Dulce Figueiredo | Foto: Divulgação
As diferenças entre as sucessoras de Dulce Figueiredo confirmaram que não há uma só receita de primeira-dama. Marly Sarney ficou cinco anos no cargo sem que a alma e a cabeça saíssem do Maranhão
Mulher do carioca Fernando Collor, que via no Brasil uma versão agigantada de Alagoas, Rosane Malta transformou a Casa da Dinda, onde morou em Brasília, numa extensão da Canapi em que nascera, e alternou contrafações de lua de mel com brigas conjugais de assustar o mais feroz dos cangaceiros. 
A antropóloga Ruth Cardoso foi a única da estirpe com profissão definida, luz própria e mente brilhante, singularidades que explicam a rejeição do título que lhe parecia depreciativo. “Primeira-dama é uma caricatura do original americano, esse cargo não existe”, ensinou a paulista de Araraquara que concebeu o conjunto de ações enfeixadas no programa Comunidade Solidária. A mulher de Fernando Henrique Cardoso nem precisou pedir ao marido que fizesse algo. Bastou que FHC a deixasse agir.

Leia também “Vidas suspensas”

Leia também Casadas com o poder(última parte). Só que agora, lamentavelmente,  vamos ler sobre Janja.]

[Graças a DEUS, Augusta Nunes nos poupou a perda de tempo de ler sobre Janja.]

Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste

 

domingo, 4 de dezembro de 2022

Faltou combinar com o povo - Revista Oeste

Rodrigo Constantino

Que eleição foi essa em que o árbitro escolhe um lado de forma tão escancarada e apela até para a censura para blindar seu companheiro? 

 
 Rampa do Planalto, Brasília | Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
 Rampa do Planalto, Brasília | Foto: Montagem Revista Oeste - 
Shutterstock
Ao julgar pela velha imprensa, Lula foi eleito de forma absolutamente normal e inquestionável, não deve nada à Justiça, e devemos debater com toda a seriedade do mundo os nomes que ele prepara para formar seus ministérios e suas equipes, como se ninguém mais lembrasse do que ele fez no verão passado. 
 É como se todos tivessem vindo de Marte e nunca tivessem tomado consciência de quem é Lula e do que fez o seu PT com o Brasil.

O povo nas ruas não quer saber desse teatro chinfrim, dessa palhaçada toda. Está mais interessado em voltar algumas casas e debater todo o processo, clamando por transparência. O povo quer saber, por exemplo, como pode um ministro do STF agir de forma tão ilegal e ficar por isso mesmo.  
Como podem esses ministros supremos terem soltado Lula e o tornado elegível com base em malabarismos patéticos?
 
Em seguida, o povo questiona todo o processo eleitoral, opaco, centralizado, comandado por um ministro totalmente partidário que fez tudo para proteger Lula e perseguir Bolsonaro
Que eleição foi essa em que o árbitro escolhe um lado de forma tão escancarada e apela até para a censura para blindar seu companheiro? Isso é coisa de país normal, republicano?

Meu colega de revista Guilherme Fiuza tem sido uma das vozes mais enfáticas ao apontar para esse teatro do absurdo que estamos vivendo no Brasil. Ele comentou: “Brasileiros de norte a sul reagem à tramoia — expostos a chuva, sol, bombas de gás e perseguição judicial. Brasileiros de norte a sul abandonados pelas instituições e aviltados pelos cínicos clamam pelo cumprimento da lei. Ainda há autoridade no país disposta a cumprir a lei?”.

Em outro comentário, Fiuza desabafou: “Não é que a eleição tenha sido roubada. A questão é que a urna brasileira tem vontade própria — e a liberdade de escolha dela é garantida pelo TSE. Se as nossas urnas curtem um amor bandido, isso é problema delas. A dúvida é se os brasileiros vão aceitar bancar essa lua de mel”.

O PT não tem aliados, mas, sim, comparsas. Todos que estão em torno de Lula querem participar da divisão do butim da coisa pública, atuar na pilhagem do Estado brasileiro

Por fim, ele fez um alerta importante: “A conduta marginal do STF/TSE, passando por cima dos indícios de irregularidades na eleição e respondendo com tentativas de intimidação, é percebida por milhões de brasileiros como a substituição da lei pela brutalidade. É um caminho perigoso”.

De fato, estão brincando com fogo ao achar que essa parcela da população vai simplesmente engolir o sapo barbudo e fingir que tudo transcorreu dentro da completa normalidade institucional. 

Para calar essa gente indignada, o sistema podre e carcomido tem dobrado a aposta, tentando intimidar os manifestantes, tratados como golpistas e criminosos pela velha imprensa cúmplice dos verdadeiros golpistas.

No “pacotão da democracia”, assim chamado com total escárnio e deboche, os petistas querem criar crimes de “intolerância política” ou “injúria política”, sem falar de “obstrução de via pública”. São os mesmos que defendem o MST, o MTST, os black blocs e até a Antifa, sem falar do lockdown, bancando de repente os preocupados com o “direito de ir e vir”. São os mesmos que defendem a política de desencarceramento de marginais ou soltura de corruptos, querendo prender “criminosos” que simplesmente expressam sua ojeriza por uma quadrilha disfarçada de partido político.

O PT não tem aliados, mas, sim, comparsas. Todos que estão em torno de Lula querem participar da divisão do butim da coisa pública, atuar na pilhagem do Estado brasileiro.  
Alckmin sabia que o ladrão queria voltar à cena do crime; ele apenas resolveu participar dessa volta, auxiliada pelo TSE. 
Os militantes disfarçados de jornalistas simulam normalidade e querem debater a “qualidade” dos nomes indicados, como o mais cotado para assumir a pasta econômica no lugar de Paulo Guedes, o perdedor Fernando Haddad, o pior prefeito que São Paulo já teve.
Querem nos obrigar a fingir que Lula é um presidente eleito normalmente, e que não sabemos do que sua turma é capaz. 
Temos de fechar os olhos para o Foro de São Paulo e o que vem acontecendo nos países vizinhos dominados pela mesma esquerda lulista radical, apoiada abertamente por Lula e seu PT. 
Se Macron já reconheceu a vitória de Lula, então devemos nos curvar e aceitar o teatro mequetrefe montado por esse sistema apodrecido. Resta só combinar com o povo…
 
O gigante acordou, e não está muito interessado em cumprir ordens do Alexandre de forma dócil e passiva. 
Cada vez mais o brasileiro decente e patriota se dá conta do que está em jogo aqui, e não vai tolerar essa palhaçada em nome da “democracia”. São pessoas que não aceitam a ideia nefasta de alguém como Lula, da forma de que foi a eleição, subir a rampa do Planalto e voltar a “governar” como se nada tivesse acontecido. 
São brasileiros que não esqueceram do Mensalão nem do Petrolão só porque Fachin confundiu o CEP do processo legal anos depois
Para essa enorme massa, só há uma maneira de pacificar o Brasil: Fora, Lula!

Leia também “Teatro farsesco”

Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

‘A esquerda vai ter dificuldade para governar’

Para o cientista político Christopher Garman, a ‘lua de mel’ [lua de fel] de Lula será curta e os  protestos de conservadores devem ganhar força

Lua de mel curta, baixos índices de aprovação durante o governo e forte oposição dos conservadores nas ruas. [isso sendo otimista e considerando que os petistas conseguirão iniciar um governo.] Essa é a análise do cientista político Christopher Garman, sobre o que o presidente eleito, Lula, vai enfrentar daqui para a frente. Isso porque a direita conseguiu eleger uma boa bancada no Congresso Nacional, quase manteve Bolsonaro na Presidência e tem demonstrado força nas manifestações.

Essa é uma tendência que deve se expandir para outros governos de esquerda na América Latina, que vão lidar com um cenário econômico e político bem mais hostil do que na primeira onda do grupo, em meio ao “boom das commodities”, no início dos anos 2000 e meados da década passada. “O atual apoio popular da esquerda não garante a governabilidade da qual desfrutaram um dia”, afirma Garman. “É só pegar como amostra o presidente do Chile, Gabriel Boric. Em menos de um ano, a aprovação dele afundou rápido. Gustavo Petro, na Colômbia, está semelhante, visto que, mal assumiu, sua aprovação despencou.”

O especialista diz que o mundo vive um momento de “desencanto” com as instituições e de “revolta contra o sistema”, o que significa governos mais fracos e suscetíveis à não permanência no poder. A Oeste, Garman discorreu sobre as eleições no Brasil, as manifestações de rua e a volta da esquerda à maioria dos países latino-americanos.

A seguir, os principais trechos da entrevista.
Com a vitória de Lula, a América Latina volta a ficar quase totalmente tingida de vermelho, semelhante ao início dos anos 2000. Como o senhor vê essa mudança?
Diferentemente do que algumas pessoas afirmam, não se trata do restabelecimento da força que a esquerda tinha no passado. Trata-se de um movimento de descrença nas instituições e insatisfação com o sistema atual, que vem aumentando com o passar do tempo. Somadas a isso, há as consequências da covid-19. O choque inflacionário, em virtude do isolamento social, tomou conta do planeta. A renda da população caiu drasticamente, as classes baixas sofreram mais, e a esquerda conseguiu capitalizar isso de alguma forma. Outro elemento é que estamos em uma era em que o ambiente para apoio popular é complicado. O cenário é de “lua de mel” curta para novos governantes, como o presidente Lula, além de baixas taxas de aprovação.

Os conservadores saíram da eleição sentindo-se roubados, principalmente ao observarem a forma como o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) conduziram a disputa”


Então, esses governos de esquerda terão dificuldades para se sustentar?
Sim, porque o atual apoio popular da esquerda não garante a governabilidade da qual desfrutaram um dia. É só pegar como amostra o presidente do Chile, Gabriel Boric. Em menos de um ano no Palácio La Moneda, a aprovação dele afundou rápido. Gustavo Petro, na Colômbia, está igual, visto que, mal assumiu, sua aprovação despencou de 60% para 40%, dando sinais de que esse processo de desidratação vai continuar. A esquerda entrou no poder, porém, com restrições econômicas e políticas. No caso do Brasil, ela não tem um bom passado, em razão de escândalos de corrupção expostos pela Lava Jato, não conseguiu maioria no Congresso e está limitada ao caixa do Estado, que não é suficiente para financiar seu programa de governo assistencialista. Ela está com as mãos amarradas.
A que o senhor atribui a derrota do presidente Jair Bolsonaro?
Não acho que as declarações que o presidente deu sobre o novo coronavírus são as causas do resultado da eleição, como ouvi na mídia. Um dos motivos para a não reeleição do chefe do Executivo foi o impacto da inflação, devido ao isolamento social. Durante a pandemia de coronavírus, a renda real do Brasil caiu 8%, e ainda não voltou aos patamares pré-covid, apesar da recuperação da economia, entre o fim do ano passado e agora, e da queda do desemprego. Muita gente não viu o que o governo fez para combater isso e não entendeu as causas do problema, ao querer soluções rápidas para problemas difíceis.

Depois de vencer a eleição, Lula falou em “pacificar o Brasil”. Ele conseguirá fazer isso?

Não. O país está polarizado, e isso vai durar bastante tempo. Também acredito que Lula terá índices de aprovação baixíssimos, algo bem diferente de quando deixou a Presidência. A pessoa que votou em Lula não deu ao petista um cheque em branco. O efeito destas eleições será semelhante ao que ocorreu nos Estados Unidos. Joe Biden foi eleito com uma retórica de pacificação. Embora tenha conseguido passar algumas medidas no Parlamento, não pacificou o país, e nada indica que o fará. Os próximos passos de Lula serão mobilizar o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), para tentar conseguir apoio no Congresso e assegurar o mínimo de governabilidade. Ainda assim, a Câmara e o Senado têm figuras que não se curvarão, ou seja, haverá oposição de verdade: uma trincheira anti-PT.

Lula tem condições de concretizar promessas, como regulamentar a mídia, derrubar o teto de gastos e alterar a reforma trabalhista?

Dessas citadas, a mais possível de acontecer é a quebra do teto de gastos, porque há parlamentares dispostos a gastar mais. Tudo vai depender do Congresso, agora de centro-direita. Lula tem condições de promover algumas coisas do seu plano de governo, mas nem tudo. A oposição a ele é real no Parlamento. Pelo menos um terço do Congresso é liberal-conservador. O petista terá de negociar caso a caso. Hoje, é quase impossível imaginar que os congressistas revoguem a reforma trabalhista, por exemplo, tampouco promovam a regulamentação da mídia. Com a oposição na rua, do tamanho que ela está se apresentando, propostas autoritárias dificilmente passariam no Congresso.

Qual a avaliação do senhor sobre as manifestações populares em reação à vitória de Lula?

Os conservadores saíram da eleição sentindo-se roubados, principalmente ao observarem a forma como o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) conduziram a disputa.   As duas Cortes pesaram a mão no ativismo judicial durante o processo.  
Além disso, há o tratamento diferenciado que a imprensa tradicional deu ao candidato do PT. 
Isso é nítido nas entrevistas concedidas por Lula e Bolsonaro ao Jornal Nacional, com Bonner tratando melhor o ex-presidente. 
O eleitor de direita não se esqueceu da questão envolvendo os empresários bolsonaristas e vê o TSE como um algoz de Bolsonaro. O que eu vejo é que os protestos vão continuar de natureza ordeira e pacífica.[ou seja, dentro do preconizado pelos comandantes das 3 Forças - condição que tornará cômicos e inúteis  os esforços do ministro Moraes paraq sufocar o que chama de 'atos antidemocráticos'.]

Qual o maior desafio do novo governo?

Estabelecer uma aliança em prol da economia. Lula precisa garantir a responsabilidade fiscal, se quiser ter dinheiro em caixa. O problema é que, durante a campanha, o ex-presidente criticou o capitalismo, as privatizações e até o mercado. Se ele não conseguir firmar um pacto em prol da recuperação do país, a maioria das promessas que fez ficará no papel. No governo Jair Bolsonaro, a economia tinha grandes chances de crescer, agora, é uma incógnita.

É possível imaginar uma América Latina novamente pintada de azul, como a que havia entre 2016 e 2018?

Se o ambiente de insatisfações e de revoltas contra o sistema perdurar, sim, porque os governos não vão ter continuidade, como ocorria num passado recente. Fala-se, agora, que o presidente Jair Bolsonaro foi o “primeiro a não conseguir ser reeleito” na pós-democratização. Mas o PT corre esse risco também, porque vivemos em um momento em que há menos continuidade de governos. A oposição elege-se, mas, quando chega ao poder, tem dificuldades em mantê-lo. Tudo indica que a esquerda passará pelo mesmo.

Leia também “O árbitro do jogo foi parcial”

 Cristyan Costa, colunista - Revsta Oeste



sábado, 17 de setembro de 2022

Rosa também acha que só a ditadura salva a democracia - Augsuto Nunes

 Revista  Oeste

O STF prolonga o túnel concebido para perpetuar a escuridão

Ministros Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes | Foto: STF/Divulgação
Ministros Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes | Foto: STF/Divulgação

No meio do falatório soporífero, resolveu apresentar ao mundo o poeta maranhense Bandeira Tribuzzi. Nem mesmo o bando de brasileiros ouvira qualquer menção ao bardo que conviveu com Sarney durante a juventude em São Luís. A procissão de platitudes recomeçou depois dos versos. Ansioso, o deputado mineiro Milton Reis enxergou na primeira vírgula a senha para soltar o grito de guerra que animava os comícios de antigamente: “Apoiado!”. As cenas de primitivismo explícito confirmaram a frase em que Millôr Fernandes condensou o sentimento nacional decorrente da descoberta dolorosa: o país que dormiu com Tancredo Neves pronto para subir a rampa do Planalto acordou com o vice no gabinete presidencial: “Sarney foi o túnel no fim da luz”.

Neste 12 de setembro, a cerimônia de posse da nova presidente do Supremo Tribunal Federal avisou que Rosa Weber é uma espécie de Sarney em forma de mulher, de toga, com sotaque gaúcho e a expressão atarantada de quem ainda não sabe direito o que faz por lá. Terminada a discurseira, enfeitada por bravatas de vereador de grotão em campanha eleitoral, ficou claro que a ministra nomeada por Dilma Rousseff é o prolongamento de um túnel que começou a ser construído em 2013, com o fim do julgamento do escândalo do Mensalão, e parece condenado a não rever a luz.

Que não se cogite descumprir ordem judicial”, caprichou na bravata a sucessora de Luiz Fux. A salva de palmas revelou que os devotos do ativismo judicial (ou da judicialização da política) encontraram no aplauso unânime o sinônimo sonoro do “apoiado!” berrado na ONU pelo deputado mineiro que admirava Sarney. [oportuno lembrar que ordens só são cumpridas quando há alguém disposto a cumpri-las e/ou quem as dá dispõe de meios para impor que sejam cumpridas.
Outro complicador é que tem uma corrente de ativismo judicial que defende que para salvar a democracia ela tem que ser destruída.!!!]
A festa oferecida a Rosa teve menos pompas e fitas que as exibidas na chegada de Alexandre de Moraes ao comando do Tribunal Superior Eleitoral. Da mesma forma que o atual, nenhum ex-presidente da República deu as caras por lá. Nenhuma surpresa. 
Aos 73 anos, Rosa ficará no cargo só até outubro de 2023. Até aposentar-se, será obediente à maluquice segundo a qual existe uma única forma de impedir que a democracia seja assassinada por Jair Bolsonaro: tratar a pontapés a Constituição e mutilar a machadadas o Estado de Direito.
 
Desde o parto do inquérito das fake news, vulgo inquérito do fim do mundo, abjeções que deixariam ruborizado o pior advogado da Coreia do Norte ganharam o status de “medidas necessárias à preservação de instituições ameaçadas por atos antidemocráticos”
Monitorada pelo decano Gilmar Mendes, a tropa que controla o Poder Judiciário é fortalecida por snipers do calibre de Luís Roberto Barroso (“Eleição não se vence, se toma”), Ricardo Lewandowski (“Se Dilma perder os direitos políticos com o impeachment, não conseguirá emprego nem como merendeira”), Edson Fachin (que proíbe a polícia de enfrentar bandidos e desarma os brasileiros honestos enquanto combate hackers homiziados na Macedônia do Norte) ou Luiz Fux (Mexeu com um ministro, mexeu com todos”).

É compreensível que um tribunal dominado por tamanhas sumidades tenha escalado Alexandre de Moraes para desempenhar simultaneamente, num único inquérito, os papéis de vítima indignada, delegado de polícia à beira de um ataque de nervos, acusador que não perdoa sequer bebê de colo e magistrado que julga tudo a favor de si mesmo até recursos que contestam medidas sem pé nem cabeça. O inquérito infame já consumiu milhares de páginas, cujo conteúdo permanece em sigilo. Assim, os alvos do carrasco não sabem sequer do que são acusados. Mesmo depois de assumir a chefia do Tribunal Superior Eleitoral, o impetuoso artilheiro segue agindo em duas frentes.

Num mesmo dia, por exemplo, enquanto o Moraes da eleição tentava sepultar a candidatura ao Senado do deputado federal Daniel Silveira, o Moraes das fake news mandou às favas os sólidos argumentos apresentados pela Procuradoria-Geral da República para que sejam respeitados os direitos constitucionais de oito empresários suspeitos de terem inventado outra brasileirice de hospício: o golpe de Estado via WhatsApp, urdido e consumado com desabafos eletrônicos. A decisão de Moraes trucidou dois textos legais. Confiram o que dizem: Artigo 129 da Constituição: Compete ao MPF promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; e requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais.

Parágrafo II do artigo 282 do Código de Processo Penal: “As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público”.

“Pessoas sem foro privilegiado perante o STF têm de ser investigadas e processadas na primeira instância”, explica a procuradora Thaméa Danelon. “Alguém que não tem foro no STF poderá ser processado na Corte apenas se for comprovado o envolvimento em crime cometido por um indivíduo com foro.” 
Thaméa lembra que o artigo 102 da Constituição especifica que têm direito a foro privilegiado o presidente e o vice-presidente da República, parlamentares, ministros de Estado, integrantes do Ministério Público Federal, ministros do STF e do Superior Tribunal de Justiça. Empresários não figuram na lista. Mais: a Procuradoria-Geral da República só foi notificada sobre o que aconteceria depois de Moraes ter ordenado a operação
Ministro que age assim não tem notável saber jurídico (se tem, faz de conta que esqueceu).  
Tampouco parece interessado em preservar a reputação ilibada, sem a qual ninguém pode jogar no Timão da Toga
São esses os dois requisitos exigidos pela Constituição. Quem não os preenche é um ministro inconstitucional. 

Como a epidemia de truculências ilegais parece altamente contagiosa, vai se tornando mais extensa que muita motociata liderada por Bolsonaro
Neste fim de inverno, por exemplo, a juíza Marisa Gatelli, em ação numa comarca gaúcha a 90 quilômetros de Porto Alegre, ordenou a remoção de um outdoor com a inscrição DEUS PÁTRIA FAMÍLIA LIBERDADE. Marisa entendeu que a junção das quatro palavras “está ligada ao facismo. (Assim mesmo: facismo, sem o s entre o a e o c.) O nome da cidade é Vale Real. A cabeça baldia da doutora não vale um tostão.
 

Leia também “As pesquisas naufragam nas ruas”

Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste