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quinta-feira, 24 de junho de 2021

Universidade de Oxford anuncia novo teste de ivermectina como tratamento para Covid-19 - O Globo

A Universidade de Oxford informou nesta quarta-feira que incluiu a ivermectina, medicamento aprovado para uso contra piolhos, na lista de drogas a serem testadas contra a Covid-19. A droga fará parte de um ensaio clínico de grande escala com apoio do governo britânico, e será administrada em pacientes não internados. Medicamento teve resultados inconclusivos em testes anteriores e OMS, agências reguladoras dos EUA e da União Europeia são contrários ao uso contra a doença

A universidade afirma que incluiu a droga no projeto depois de ela ter apresentado bons resultados preliminares em testes in vitro, feitos em amostras de células em laboratório. Alguns ensaios clínicos preliminares indicaram que a droga reduz a carga viral e a duração dos sintomas para alguns pacientes com sintomas leves.  O projeto Principle, programa de Oxford que vai incorporar agora a ivermectina, é o mesmo que concluiu em janeiro que os antibióticos azitromicina e doxiciclina são ineficazes contra a Covid-19 em estágios iniciais.

A decisão da universidade surpreendeu parte da comunidade médica, porque o uso da ivermectina em Covid-19 possui recomendação contrária da da Organização Mundial da Saúde (OMS), e da FDA (agências reguladora de fármacos nos EUA) e da EMA (reguladora europeia). Os países onde a droga vem sendo usada em caráter experimental ou informal incluem Índia, Argentina e Brasil. 

Ao incluir a ivermectina em um ensaio clínico de grande escala como o Principle, o que esperamos é gerar evidências robustas para determinar quão eficaz esse tratamento contra a Covid-19 é e se há benefícios ou danos associados ao seu uso — afirmou o vice-chefe do projeto, Chris Butler.  Segundo a universidade, não serão recrutados para o teste voluntários que tenham problemas hepáticos graves, que estejam tomando varfarina (medicamento para afinar o sangue) ou outros fármacos para os quais já se sabe que há interação medicamentosa com a ivermectina. A ivermectina, da classe dos antiparasitários, é o sétimo tratamento a ser investigado no projeto Principle e atualmente está sendo avaliada juntamente com o antiviral favipiravir, informou a universidade.

Conexão brasileira
A notícia de que a ivermectina foi incluída na lista de drogas a serem testadas pelo Principle foi comemorada por defensores do medicamento, que faz parte do controverso kit de "tratamento precoce", foi promovido pelo Ministério da Saúde, ao lado da cloroquina.Na esteira dessa promoção, a droga se popularizou mesmo sem ter recebido aval da Agência de Vigilância Sanitária para uso fora da prescrição habitual, contra piolhos. A principal agremiação médica da área, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), também não endossa seu uso para Covid-19. "A SBI não recomenda tratamento farmacológico precoce para Covid-19 com qualquer medicamento (cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, nitazoxanida, corticoide, zinco, vitaminas, anticoagulante, ozônio por via retal, dióxido de cloro), porque os estudos clínicos randomizados com grupo controle existentes até o momento não mostraram benefício" afirma o último documento de diretrizes clínicas da entidade, publicado em dezembro passado. "Não existe comprovação científica de que esses medicamentos sejam eficazes contra a COVD-19."

Segundo Schechter, com base no status atual de evidências, é legítimo que alguns cientistas queiram ampliar os testes clínicos da ivermectina. Em sua opinião, porém, não é uma aposta com grande chance de sucesso, pois os estudos que sinalizaram efeito positivo não tiveram auditoria externa e não passaram em revisão por pares nos periódicos científicos mais rigorosos.  — A dose que se mostrou eficaz contra o coronavírus nos estudos in vitro, em teoria, é alta demais para uso em humanos, e pode se mostrar tóxica. É improvável que uma dosagem menor funcione, mas nós só teremos certeza com o resultado dos testes — explica o infectologista.

A ivermectina tem seus efeitos colaterais. Por não ser isenta de riscos, como qualquer droga, só deveria ser usada em larga escala após ter sua eficácia comprovada e ter sido aprovada  — afirmou.

Saúde - Sociedade - O Globo

*Com agências internacionais


domingo, 29 de novembro de 2020

Ódio do BEM - Percival Puggina

No século passado, houve um longo tempo em que o comunismo e o respectivo cortejo de males só pela força bruta conseguia espaço para instalar suas estruturas de poder. Sacrificava vidas muitas vidas, milhões de vidas! – e depois, neutralizava, também pela força, os remanescentes. Foi o período de triunfante expansão territorial dos totalitarismos, dos quais sobrou o comunismo, embora também ele tenha sido forçado a reconhecer seus fracassos ao som surdo das marretadas com que a população da Alemanha Oriental abriu passagem no Muro de Berlim.

A perda de validade das profecias comunistas de Marx não foi admitida pelos movimentos revolucionários em muitas nações periféricas. Na América Ibérica esses grupos se reuniram no Foro de São Paulo. O muro caíra em novembro de 1989 e em julho de 1990, apenas oito meses depois, esse colegiado se reunia na capital paulista, mobilizado por Lula e Fidel Castro. Ali secaram as lágrimas pelas perdas europeias e, numa operação quase hospitalar, ligaram as finadas profecias marxistas aos aparelhos partidários da esquerda do continente. Dada a natureza dos grupos que se coligaram, boa parte dos quais remanescentes da luta armada revolucionária, era preservado, in vitro, o ânimo belicoso que vê a política como luta que só se resolve com a total submissão do antagonista.

É essa a ideia presente no conceito de luta de classe. Ela só tem solução com a supremacia de uma classe sobre a outra. E tudo ganha agilidade na direção da hegemonia se novas classes forem se organizando mediante atração de “minorias” para a luta política. Eu vi isso acontecer e apontei nas mesas de muitos debates, no final dos anos 80.

Bem antes, porém, escrevia Mario Ferreira dos Santos. Ele é considerado, inclusive por Olavo de Carvalho, como o maior filósofo brasileiro. Filósofo de fato, de pensamento autônomo, autodidata, autor de dezenas de obras de fôlego e relevo, esteve desconhecido do público brasileiro, logo se verá por quê. Um ano antes de sua morte, em 1968, foi publicado pela primeira vez seu livro “A invasão vertical dos bárbaros” que trata da ocupação de uma nação pela destruição de sua cultura por uma cultura inferior. Passados 53 anos, esse fenômeno é um dos principais motivos para reflexão e preocupação dos brasileiros, com justificados reflexos na política nacional.

Ao mesmo tempo, os bárbaros locais não dizem dez palavras sem falar em luta. Exceto se querem esconder quem são por conveniência do marketing eleitoral. Herdaram o ânimo belicoso dos tempos da invasão horizontal. Em relação ao que expõem como suas causas, punhos cerrados, eles não as propõem, nem sustentam, nem escrevem, nem alardeiam, nem mobilizam. Eles lutam. A práxis é a luta. A vida é a luta. A frase não sai sem luta. Vem dela o ódio ao adversário. Aprenderam do adorado Che a ver “o ódio como fator de luta”. Não se constrangem, sequer, de torcer escancaradamente para que um inimigo do Brasil vença a eleição nos Estados Unidos se isso fizer mal, também, àqueles a quem odeiam. Só que claro, com a conivência do fã clube midiático, esse é um ódio do bem...

Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Membro da ADCE. Integrante do grupo Pensar+.

 

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Na politização da pandemia, vermífugo nitazoxamida é a polêmica da vez

 Correio Braziliense

Uso do antiparasitário nitazoxamida contra a covid-19 tem apoio de grupo de médicos, mas desperta ceticismo na comunidade científica

Os esforços no combate ao novo coronavírus dividem-se com a polarização ideológica. Vacinas com potencial latente têm a credibilidade questionada devido à origem, num cenário de embate político entre os articuladores dos imunizantes. Na politização da pandemia, entram não só as vacinas, mas medicamentos e discussões de tratamento. Substituindo o debate em torno da cloroquina, a figura da vez é o antiparasitário nitazoxanida, apresentado pelo governo federal como remédio eficaz contra a covid-19. O anúncio foi interpretado como uma forma de tirar dos holofotes a “vacina chinesa do Doria”, como se refere o presidente Jair Bolsonaro ao imunizante chinês CoronaVac, e despertou uma onda de expectativa, com certo ceticismo, na comunidade científica. [sem nenhum viés ideológico, destacamos que tanto a Coronavac, quanto qualquer outra vacina - são muitas em diversas fases de testes - não apresentam garantia de que são SEGURAS - não apresentam risco aos seres humanos - e possuem EFICÁCIA comprovada - garantindo alto índice de proteção contra à covid-19.
O vermífugo nitazoxamida, pode até não ter - ainda - sua eficácia comprovada, porém apresenta a 'vantagem' de seu uso - pelas características inerentes aos vermífugos - não ser prejudicial a saúde humana.]
Em coletiva na última semana, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) afirmou que o vermífugo cujo nome comercial é Annita, é eficaz no tratamento da covid-19. De acordo com a pesquisadora responsável pelo estudo clínico do MCTI, Patrícia Rocco, doutora e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi aplicada a metodologia randomizada, quando se controlam dois grupos em situações semelhantes, em que um recebe a dose da substância avaliada e o outro, não. Nesse caso, nem o médico nem o paciente sabiam quem estava recebendo a medicação e quem estava recebendo o efeito placebo, método chamado duplo-cego. “A nitazoxanida, em comparação com o placebo, acarretou, ao final da terapia, redução significativa da carga viral em um maior número de pacientes”, disse Rocco. Foram administrados nitazoxanida 500mg ou placebo três vezes ao dia, durante cinco dias, em 1,5 mil voluntários diagnosticados com covid-19, ainda no início da manifestação dos sintomas.
[uma curiosidade: o  governador de São Paulo adotou  em relação à vacina chinesa uma postura de embaixador da China, representante comercial - usando de forma clara recursos públicos e a influência do cargo público que ocupa para ações de marketing em relação à coronavac.
Nos parece que tais ações deveriam ser realizadas pela Embaixada da China ou por representante comercial dos chineses.]

No entanto, não houve nenhum detalhamento dos resultados, inclusive sendo usada, para ilustrar a apresentação, uma imagem simbólica e genérica, disponível na internet, de um gráfico em queda. A justificativa para não apresentar os dados foi a de que o estudo ainda seria divulgado em uma revista internacional, o que exigia o embargo das informações até a publicação. Doutora em microbiologia pela Universidade de São Paulo (USP) e presidente do Instituto Questão de Ciência (IQC), Natalia Pasternak ressalta que é difícil debater o tema sem os dados do estudo, atitude incomum no meio científico. “A publicação dos dados preliminares é incentivada pelas melhores instituições e revistas científicas. Isso tem sido, inclusive, encorajado durante a pandemia, para que a comunidade científica conheça os dados mesmo que eles não tenham passado ainda pela revisão de seus pares”, ressalta.

A infectologista Joana D’Arc Gonçalves ressalta que o Nitazoxanida é semelhante a outros tipos de antiparasitários que apresentam bons resultados in vitro, mas não possuem a mesma eficácia na análise in vivo. “Ainda é cedo para se falar sobre a eficácia desse antiparasitário e ver quais os benefícios que ele vai trazer. Algumas metodologias de análises no caso da covid são complexas. Por exemplo: se eu falo que o remédio diminuiu a carga viral do paciente, os métodos que temos para poder mensurar isso são controversos, pois o teste de diagnóstico RT-PCR tem uma sensibilidade que vai variar com o tempo e com a técnica”, justifica a médica. “Temos que ter cuidado para não gerar uma expectativa muito alta em relação ao tratamento, porque isso leva a uma corrida desesperada das pessoas e os fármacos chegam a faltar”, pontua.

A apresentação do MCTIC com a  falta de dados publicados é vista, ainda, como uma estratégia política para tirar dos holofotes o anúncio dos resultados da vacina CoronaVac, que ocorria no mesmo momento da coletiva sobre a nitazoxanida. “Agora, Bolsonaro pede provas científicas (para debater a vacina), mas, ao que parece, já se esqueceu da cloroquina”, critica o médico e doutor em saúde pública Flávio Goulart, referindo-se à defesa do presidente da República ao uso do medicamento no tratamento da covid-19, mesmo sem estudos que comprovem a eficácia. [são inúmeros os casos de pessoas que se curaram da covid-19, sem internação e sem sequelas, com o uso de azitromicina + cloroquina + ivermectina =  recuperação rápida, sem necessidade de internação e sem sequelas.

Nos casos que conhecemos, os três medicamentos foram devidamente prescritos por médico.]  Para ele, o anúncio do ministro Marcos Pontes vem como uma nova ação publicitária de mais um remédio sem comprovação contra a doença.

Quem também critica o viés ideológico por trás da apresentação do MCTIC é o diretor científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) no DF, José David Urbaez. “Isso não é uma pesquisa, é a construção de uma narrativa. Uma pesquisa para ser avaliada apresenta resultados, tabelas, estatísticas, informações de diferentes estratos segundo idade, procedência, as comorbidades dos voluntários do estudo, isso é discutir pesquisa. O que o ministério fez não tem nada a ver com discutir um tratamento”, afirma.


Defesa
O Ministério da Ciência e Tecnologia
não foi o único a conduzir análises sobre os efeitos do nitazoxanida em pacientes com covid-19. Em Volta Redonda (RJ), um grupo independente de médicos realiza um estudo clínico que administra a droga, já nos primeiros sintomas da doença, em pessoas de grupos de risco. “A minha conduta clínica em Volta Redonda (RJ) não tem relação com o governo federal, mas os dados informados pelo ministério estão em linha com aquilo que observamos”, explica o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e infectologista Edimilson Migowski, que lidera o estudo.

No município fluminense, 415 pacientes leves e de grupos de risco foram tratados precocemente com nitazoxanida e, até o momento, o levantamento indicou que a droga foi capaz de frear o agravamento da doença e todos estão bem, sem internação, intercorrência ou óbito. “Temos dados clínicos muito sugestivos que o tratamento precoce é seguro e eficaz para salvar vidas. Junto minha experiência prática com a de médicos que já trataram da mesma forma. Mais de mil pessoas foram salvas, inclusive pacientes de elevadíssimo risco, como renais crônicos, passando por hemodiálise”, defende Migowski, que há mais de 10 anos estuda os efeitos positivos deste princípio ativo, no Brasil.

“O medicamento foi, inicialmente, licenciado para tratamento de vermes, parasitose intestinal, mas mostrou uma ação antiviral bem interessante. Inclusive consta na bula que ele pega rotavírus, norovírus e adenovírus. Uma pesquisa que fiz em 2010 mostrava uma ação também na emissão da replicação do vírus da dengue e da febre amarela. Vários outros estudos foram publicados, mostrando que pega, também, Hepatite B e C, influenza, zika, chikungunya, ebola, HIV. Apesar de não ser o melhor produto para tratar algumas dessas doenças, para algumas viroses tem se mostrado bastante eficaz”, afirma Migowski.

Correio Braziliense


segunda-feira, 11 de maio de 2020

Governo vai começar a testar droga contra a Covid e Até na pandemia deputados fraudam 19 em 500 pacientes e -VEJA - Radar

Por Evandro Éboli

Medicamento, que não teve o nome divulgado, apresentou eficácia de 94% contra o vírus em laboratório

Governo vai começar a testar droga misteriosa em 500 pacientes de Covid


Circular enviada aos postos do Itamaraty no exterior é para ser usada como resposta a questionamentos

O governo brasileiro enviou hoje um comunicado a todas as suas representações diplomáticas e postos no exterior com informações sobre os avanços das pesquisas para produção uso de uma droga eficaz contra o coronavírus.

Na circular enviada aos postos diplomáticos, o Ministério da Ciência e Tecnologia informa que seu Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais concluiu um teste realizado com cerca de 2.000 medicamentos existentes contra a Covid-19. A data desse fato não é informada. Esses testes utilizaram ferramentas como biologia computacional para avaliar a eficácia do remédio, diz o documento. Um deles foi selecionado. Os testes in vitro, em laboratório, segundo o governo, revelaram eficácia de 94%.

A próxima fase será testá-lo em 500 pacientes, sem data anunciada. E o nome do medicamento não foi divulgado. Esse comunicado é útil para diplomatas responderem a questionamentos no exterior sobre o que o Brasil está fazendo para combater o avanço do vírus no país. Há um mês, o ministro Marcos Pontes anunciou que um remédio estava sendo testado com sucesso para ser empregado no Brasil contra o coronavírus. O segredo, no entanto, permanece.

O Brasil chegou neste domingo a 11.123 mortes na pandemia. Foram 496 óbitos registrados nas últimas 24 horas, contra os 730 contabilizados entre a sexta-feira e o último sábado. O número de pessoas diagnosticadas com Covid-19 , por sua vez, subiu para 162.699.

Presença virtual na Câmara é fake até em tempos de pandemia

Quórum das sessões virtuais da Câmara tem batido nos 510 deputados, só que participando mesmo no vídeo são perto de 50

As sessões de votação remota na Câmara tem sido um sucesso de quórum, com registro da presença de 510 deputados em várias delas.
Marcar presença de celular em qualquer ponto que esteja também, fica fácil. Assim, ninguém tem desconto em salário.
Agora, participar mesmo – sentado na frente de um computador e aguardar ser chamado para discursar ou orientar algo – são poucos: entre 40 a 50.

Radar - Blog em VEJA


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