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domingo, 15 de março de 2020

Morte acirra paranóia - Merval Pereira

O Globo

Política de atritos 



As circunstâncias desta vez não estão do lado do presidente Bolsonaro. Imaginar que a morte do ex-ministro Gustavo Bebiano poderia ser “queima de arquivo” é ir longe demais na teoria conspiratória, repetindo o comportamento paranóico  do clã Bolsonaro. A autópsia do IML de Teresópolis acabou com essa paranóia. Confirmando que ele morreu de infarto

 Mas é uma morte que traz para o centro da disputa política as emoções de uma amizade rompida à base de intrigas palacianas e traições.  
As entrevistas com acusações por parte de Bebiano ao presidente e seus filhos, a percepção de que a tristeza pode ter ajudado a matar um fiel amigo largado de mão por interesses mesquinhos, as revelações de uma relação conturbada no Palácio do Planalto, prejudicada por um comportamento desequilibrado de Bolsonaro, tudo isso junto e misturado não ajuda a imagem presidencial.

Assim como não ajudou o fuzilamento do miliciano Adriano, que trouxe de volta as circunstâncias que uniram a família Bolsonaro a ele.
Mesmo que, por dever de responsabilidade, não se faça a ligação das mortes com ações premeditadas com objetivos políticos, as circunstâncias das duas mortes levam os Bolsonaro novamente a um terreno pantanoso, onde sobram insinuações de envolvimento com ações ilegais.

Poupado de fazer campanha em virtude do atentado político que sofreu, Bolsonaro reforçou sua paranóica visão de mundo com a facada, que pareceu lhe dar razão para desconfiar de tudo e de todos. Não podia ir aos debates, e seu sacrifício emulou muitas pessoas, levando a que sua candidatura ganhasse muitos mais adeptos. À falta de um candidato forte no centro político, que atraísse as forças de direita ou de esquerda não extremistas, tornou-se a opção natural para quem não queria que o PT voltasse ao poder.  

Hoje, o coronavírus Covid-19 impediu que se medisse a força popular do presidente nas manifestações que irresponsavelmente incentivou.  O estilo agressivo e atritoso de fazer política do presidente Bolsonaro e seus filhos gera em conseqüência um ambiente desagregador e inseguro. Não pode levar a bom porto.


 Responsabilidade
 A decisão do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas de conceder uma medida cautelar suspendendo os efeitos da derrubada do veto presidencial, que ampliaria o alcance do Benefício de Prestação Continuada (BPC), abrindo um rombo nas contas públicas de R$ 20 bilhões, está causando reboliço, especialmente no Senado.

Os senadores estão indóceis, e a Câmara é que evitou que as pressões contra a decisão se materializassem. A decisão é tecnicamente perfeita, e corrige uma irresponsabilidade política que ganha dimensões maiores ainda devido à situação de crise mundial, que levará a economia brasileira a ter uma performance abaixo do necessário para a retomada do desenvolvimento.

Ao tomar a decisão, o ministro Bruno Dantas não fez controle de constitucionalidade. Apenas condicionou a execução da despesa à efetivação das medidas compensatórias em valor correspondente, como manda a lei de responsabilidade fiscal.  O ministro Bruno Dantas diz que assim como o Supremo Tribunal Federal (STF) é o guardião da Constituição, o TCU é o guardião da Lei de Responsabilidade Fiscal.


Esquerda fora? 
A corrida pela Prefeitura do Rio, embora ainda não tenha todos os seus competidores alinhados na largada, deverá ser diferente das anteriores devido à proibição de coligações proporcionais para vereadores. Todos os partidos estão tendo problemas para fechar a nominata de candidatos, pois será muito difícil a eleição individual. Muitos querem lançar candidatos imaginando assim puxar a votação dos vereadores, mesmo que não tenham chance de vencer a Prefeitura.

Outros aguardam o lançamento da candidatura do ex-prefeito Eduardo Paes pelo DEM, imaginando que uma candidatura forte apoiada por vários partidos pode alavancar a eleição de vereadores.  Ao mesmo tempo, há nos bastidores disputas que podem inviabilizar um candidato de esquerda forte como seria o deputado federal Marcelo Freixo em coligação com o PT, que daria a deputada Benedita da Silva como vice.

A maioria do PSOL, no entanto, não quer essa aliança com o PT, sem o que Freixo não está disposto a disputar. A direita e o centro ganhariam um espaço maior com essa divisão da esquerda, com um candidato do PSOL e outro do PT.  Marcello Crivella está armando uma aliança com a família Bolsonaro, e o vereador Carlos e sua mãe, Rogéria Bolsonaro, estão se inscrevendo no partido do prefeito, o PRB.  A esquerda pode ficar de fora no segundo turno.


Merval Pereira, jornalista - O Globo

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

País pária - Merval Pereira

O Globo
Isolamento no plano externo traz prejuízos econômicos concretos e nos põe à margem do Ocidente, com exceção dos EUA

Sim, Bolsonaro sempre foi assim. Mas está a cada dia mais Bolsonaro, menos presidente da República.  Raramente seus arroubos autoritários tinham repercussão na vida política do país,  eram inócuos. Seu desassombro deixa de ser uma qualidade quando coloca o país em situação embaraçosa diante do mundo civilizado, ou defende teses que, na pessoa física, poderiam causar apenas revolta, mas, na jurídica, criam crises políticas que vão se avolumando.

Cometeu a mesma afronta contra a ex-presidente do Chile, Michele Bachelet, atual Alta Comissária dos Direitos Humanos da ONU, que já cometera anteriormente com o presidente da OAB Felipe Santa Cruz. Além da gravidade em si, de desrespeito a líderes de instituições reconhecidamente representativas, demonstra um desprezo alarmante pela vida humana. [O atual presidente do Chile, por razões políticas, não pode corroborar o entendimento do presidente Jair Bolsonaro, mas, sem nenhuma dúvida possui a convicção de que só é presidente do Chile atualmente, graças a corajosa ação do general Augusto José Ramón Pinochet Ugarte, que neutralizou a ameaça comunista na nação irmã.]

Respondeu a críticas políticas não com argumentos e fatos, mas com a apologia ao extermínio dos adversários de sua ideologia. No caso de Bachelet, ainda demonstrou uma visão enviesada, pois creditou a seu pai uma ideologia revolucionária que os historiadores negam.  Essa divisão rasa de amigos e adversários, que são todos comunistas, assim como o PT tacha de direitistas os seus críticos, só demonstra visão política deturpada, que torna impossível uma composição mais ampla com a sociedade. A inviabilidade de uma coalizão não restrita à direita radical coloca o governo no isolamento interno, da mesma maneira que, no plano externo, estamos nos tornando párias com os controversos posicionamentos sobre o meio ambiente e os direitos humanos.

Para os interesses políticos imediatos de Bolsonaro, o isolamento no plano interno não é mau negócio, já que ele estimula o choque contra o PT. Mas, no externo, traz prejuízos econômicos concretos e nos coloca à margem do mundo ocidental, com exceção dos Estados Unidos. [a tentativa do presidente francês de jogar o mundo contra o presidente Bolsoanro, contra o Brasil, foi um enorme fracasso, que se o francês certamente se arrepende.
Além de não ter obtido apoio do mundo, foi advertido pela chanceler Merkel, por Boris Johnson e Trump.] Suas atitudes cada vez mais desabridas o levam a situações extremas com freqüência. Quando recebeu aquela desazada benção do bispo Macedo, da Igreja Universal, Bolsonaro chorou. [Bolsonaro, é forçoso reconhecer, porém, inevitável, também - mesmo sendo o 'mito' é humano -  pisou feio na bola quando se dizendo católico foi ser 'batizado' no Rio Jordão e agora ao aceitar ser 'abençoado' por um 'bispo'.
A Igreja Católica Apostólica Romana considera o batismo - ao se declarar católico, Bolsonaro ratifica sua condição de batizado segundos os ritos católicos - um Sacramento que é administrado uma única vez.
E, qualquer igreja evangélica séria, assim como a Igreja Católica Romana, considera inaceitável servir a dois senhores = no caso, pertencer a mais de uma igreja. ]
Recentemente, repetiu que às vezes acorda à noite, angustiado, como já fizera anteriormente, ao lembrar-se da facada que levou na campanha presidencial. O fantasma do drama vivido naqueles dias não abandona o presidente que, como já escrevi aqui, pode estar sofrendo de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), que ocorre em pessoas que sofrem situações com risco de morrer.   Como decorrência do TEPT a literatura médica registra transtornos de ansiedade, de humor, anorexia nervosa, paranóia, narcisismo. Muitos desses fatores estão presentes no cotidiano de Bolsonaro. A paranoia vem marcando a ação cotidiana do presidente. Os limites que lhe são impostos pela democracia o estão irritando, descobriu que não pode tudo.

Ameaçou não passar a Presidência para o vice-presidente Hamilton Mourão enquanto estivesse no hospital, mas teve que recuar. Disse que poderia deixar um interino na Procuradoria-Geral da República (PGR), mas vai anunciar o substituto de Raquel Dodge nos próximos dias, alertado de que poderia cometer um ato de improbidade administrativa se se mitisse. 
Os permanentes atritos internos e externos podem ser atribuídos a transtornos de humor. Descobriu que sua caneta Bic (que agora abandonou por ser francesa) tinha muito poder. Anunciou em altos brados que quem manda é ele, mais ninguém. Comparou-se ao Rei no jogo de xadrez. Disse que elegeu sozinho boa parte do PSL, partido pelo qual disputou a eleição, e que pode deixar a sigla a qualquer momento. Um narcisismo que cultiva cada vez mais.

Ameaça ultrajante
O curta-metragem "Operação Lula Livre", publicado no YouTube, é ultrajante. - [clique a assista.] Propaganda vulgar pela libertação do ex-presidente, conta a história de um grupo guerrilheiro que sequestra a filha do ministro Sérgio Moro, no filme chamado de Mauro, para exigir a libertação de Lula.
O ex-presidente aparece no papel de bom moço, e manda soltar a menina. Trata-se, segundo os autores, de "uma elocubração fabulatória relativa à progressiva iminência desta eventualidade histórica". A Polícia Federal está investigando, e os autores podem ser acusados de incentivo ao crime.


Merval Pereira, jornalista - O Globo 


domingo, 2 de junho de 2019

O fantasma da facada

Bolsonaro e o filho Carlos podem estar sofrendo de Transtorno de Estresse Pós-Traumático

Muitos estão convencidos de que a facada de Adélio Bispo foi a verdadeira razão da vitória de Jair Bolsonaro na eleição presidencial de 2018. Além do impacto emocional no eleitorado, permitiu que ele não se expusesse nos debates. É uma maneira de menosprezar a liderança intuitiva de um político populista que estava no lugar certo, na hora certa, para galvanizar o sentimento majoritário dos brasileiros. Mas a facada pode, sim, ter tido um papel fundamental do ponto de vista psicológico, nas futuras atuações do presidente eleito.

Na entrevista à revista “Veja” desta semana, Bolsonaro chorou ao relembrar a facada, e está convencido de que por trás de Adélio havia uma grande conspiração.O presidente contou também que chora durante a noite, angustiado pela situação do país. Nesta mesma semana, havia comparecido ao programa de Danilo Gentili e abriu a camisa para mostrar a enorme cicatriz decorrente do atentado que sofreu.O fantasma do drama vivido naqueles dias não abandona o presidente nem seus filhos. Carlos, o filho 02, o mais ligado ao pai depois de terem ficado anos sem se falar, é também o mais emotivo. Seu depoimento a Leda Nagle sobre o atentado e os dias subsequentes são reveladores do sentimento que domina a família até hoje.

Lutando para não chorar, ele descreveu o pavor que viveu ao lado do pai. Primeiro, no momento da facada, levando-o para o hospital tentando que não desfalecesse. Depois, conta que viu o coração do pai parar e ser ressuscitado duas vezes. Viu suas vísceras serem retiradas do corpo. E desabafa: “Ainda tem fdp que diz que a facada foi fake”.

Bolsonaro e o filho Carlos podem estar sofrendo de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), que ocorre em pessoas que vivem situações com risco de morrer ou presenciam situações em que outros sofrem este risco ou mesmo morrem. O tema foi aventado pela primeira vez no blog do Saboya, nos primeiros meses do governo, quando começaram as crises internas. Há médicos que descrevem como decorrência do TEPT transtornos de ansiedade, de humor, anorexia nervosa, paranoia, narcisismo. Antonio Egidio Nardi, professor titular do Instituto de Psiquiatrias da UFRJ, diz que o TEPT é “um sofrimento psíquico muito comum em nossa sociedade violenta e, às vezes, menosprezado ou desconhecido, o que retarda o tratamento e prejudica muito a qualidade de vida das pessoas que sofrem”.

A meu pedido, o professor Nardi falou do transtorno de uma forma técnica, e não do caso específico de Bolsonaro “que nem conheço e, portanto, nunca examinei”. Diz ele que nos Estados Unidos, a taxa ao longo da vida para TEPT é de 8,7%. Ocorre mais em veteranos de guerra e outras profissões que aumentem o risco de exposição (policiais, bombeiros, socorristas). Nardi diz que muito dos estudos de TEPT são realizados em veteranos de guerra, “mas hoje, com a violência urbana, os quadros clínicos são rotina nos consultórios de psiquiatras e psicólogos”.

O TEPT pode ocorrer em qualquer idade após a exposição a episódio concreto ou ameaça de morte, lesão grave ou violência sexual. “A pessoa começa a vivenciar diretamente o evento traumático em situações diversas através de lembranças intrusivas angustiantes, recorrentes e involuntárias do evento traumático, que pode surgir em qualquer hora do dia e trazer grande sofrimento e desespero”. Ele exemplifica que ocorrem pesadelos nos quais o conteúdo e/ou o sentimento estão relacionados ao evento traumático. “O indivíduo começa a evitar situações que lembrem o evento, pessoas, lugares, conversas, atividades, objetos, situações que despertem recordações, pensamentos ou sentimentos angustiantes acerca de ou associados ao evento traumático. A ênfase é nas lembranças recorrentes do evento, as quais normalmente incluem componentes emocionais e físicos”.

O professor Antonio Nardi diz que os sintomas mais comuns de revivência são pesadelos que repetem o evento em si. “O tratamento envolve psicoterapia e uso de medicamento. O prognóstico é muito bom”. É bom ressaltar que o transtorno se reflete no campo psíquico, podendo ter efeitos físicos, mas não tem interferência no pensamento cognitivo e ideológico do paciente.
 
 
 
 
 
https://blogs.oglobo.globo.com/merval-pereira/post/o-fantasma-da-facada.html
 
 

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Confusão cerimoniosa

Até mísseis anti-aéreos foram usados na solenidade de posse de Bolsonaro, mas a proibição à entrada de maçãs na festa, sob a alegação de que poderiam ser atiradas no presidente, marcou a paranóia no forte esquema de segurança [o que justifica o aqui chamado, erroneamente, de paranóia é consequência da maçã não ser uma maçã - em matéria de segurança, do presidente da República, cuja morte foi muito desejada, vale tudo em termos de medidas de segurança. ]

No começo da humanidade, segundo a versão do catolicismo, Adão e Eva foram expulsos do paraíso por comerem o fruto proibido, no caso a maçã. Milhares de anos depois, justo no primeiro dia de 2019, o presidente Jair Bolsonaro proibiu o porte da maçã na solenidade de sua posse no Palácio do Planalto. A redonda fruta vermelha sucumbiu ao rigor exagerado imposto pela segurança. Alegou-se que ela poderia ser usada como arma, atirada de encontro ao presidente quando ele circulasse em carro aberto pela Esplanada dos Ministérios. Mesmo os jornalistas que cobriram o evento foram tratados como suspeitos de serem potenciais atiradores de maçãs. Avisados de que teriam de levar lanches – porque teriam de ficar confinados nos lugares a eles destinados na cobertura -, tiveram as maçãs confiscadas ou cortadas em pedaços pelos agentes de segurança. A suposta letalidade da fruta marcou o excesso de rigor com a segurança na posse.

O público estimado foi de 115 mil pessoas, abaixo do que se esperava, já que a previsão era a presença de um público de 500 mil. Foi um número bem maior, porém, que os das posses dos governos petistas. Na primeira posse de Lula, em 2003, estimou-se a presença de 70 mil pessoas. Na segunda posse de Dilma Rousseff, 40 mil. Desta vez, porém, as pessoas ficaram bem mais distantes dos acontecimentos, separados por cercas e barreiras. Para chegar ao Congresso e à Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto, tiveram que passar por quatro pontos diferentes de revista. Além das maçãs, estavam proibidas garrafas, latas de refrigerante, guarda-chuvas, carrinhos de bebê. Até carregadores de celular.

Atiradores de elite permaneceram no alto dos Ministérios. O espaço aéreo foi bloqueado. Mesmo assim, baterias anti-aéreas foram instaladas em pontos estratégicos. Seis mil agentes das Forças Armadas atuaram. Integrantes do GSI justificaram as medidas adotadas no dia 1º como forma de anular qualquer possibilidade de ataque terrorista contra o presidente. Tanto que Jair Bolsonaro estava com um colete à prova de balas debaixo do seu paletó azul-marinho. Seu filho, Carlos Bolsonaro, não teve pudor em pisar nos bancos de couro marrom do Rolls Royce conversível da Presidência, um modelo Silver Wraith de 1952 e sentou-se na traseira do carro para servir de “escudo humano” ao pai. “Ele é meu pit bull”, justificou o presidente.


Jornalistas tratados como gado
Os jornalistas acabaram virando vítimas preferenciais da paranóia. As restrições ao trabalho da imprensa fizeram com que correspondentes da França e da China abandonassem a cobertura, quando descobriram que teriam que ficar confinados numa sala do Itamaraty durante o dia inteiro e que só poderiam sair para cobrir a recepção aos chefes de Estado estrangeiro que começaria às 19h. Todos os jornalistas tiveram de chegar ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) às 7h para serem transportados de lá em vans até seus locais de cobertura. O que significa, no caso de quem estava escalado para o Itamaraty, uma espera de 12 horas. No Salão Verde da Câmara, as poltronas desenhadas por Oscar Niemeyer foram retiradas e os jornalistas tiveram de aguardar sentados no chão.

“Não é aceitável que repórteres e cinegrafistas sejam mantidos durante horas em determinados locais, como se estivessem em cárcere privado. Não se pode confinar a imprensa em alambrados como gado de corte”, escreveu a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) em dura nota. “O que se viu em Brasília é incompatível com o regime democrático. O respeito à imprensa é um dos principais indicadores das nações que se consideram civilizadas”, acrescentou a ABI. Ao final, a nota lembra que “o novo mandatário precisa ser alertado que a campanha eleitoral terminou”. [a campanha terminou e Jair Bolsonaro, com as bençãos de DEUS, governará o Brasil por, no mínimo, quatro anos
causam estranheza de correspondentes da França (que não adam muito bem com Macron) e da China (que dispensa apresentações em matéria de liberdade de imprensa) tenham sido os mais incomodados.]  Depois do atentado que sofreu, Bolsonaro tem razões em se preocupar com sua segurança, mas acabará por gerar antipatias se tal preocupação se transformar em obsessão.

IstoÉ