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terça-feira, 26 de maio de 2020

CONFESSA VÍDEO! CONFESSA! - Percival Puggina

Não é difícil entender o que se passa nos grandes veículos de comunicação. É compreensível seu desalento face sucessivas frustrações que os fazem migrar permanentemente de uma pauta para outra, com esperanças saltitantes em busca de alegrias incertas. Os eventos pelos quais passeavam ansiosas suas manchetes vinham, sempre, acompanhados do adjetivo “devastador!” porque ali adiante derrubaria o governo e silenciaria a voz na garganta daqueles chatos afeiçoados à bandeira do Brasil. A unanimidade monocromática dos grandes veículos era pouco convincente e seu objetivo... devastador.

Na manhã do dia 24 de abril, quando Moro proferiu seu epílogo como ministro da Justiça, essa mídia bebeu à última gota a taça da vitória. A nação, tanto pelo sim quanto pelo não, quase foi, inteira, para o respirador artificial. E ali ficou até o fim da tarde, quando o presidente expôs sua versão dos mesmos fatos e milhões de brasileiros voltaram a respirar por meios naturais. A mídia, porém, não se deu por achada e desviou sua atenção para o delegado Valeixo, que seria a vítima das soturnas intenções de Bolsonaro. Não funcionou, Valeixo disse que nunca foi pressionado. De Valeixo, os veículos pularam para o inquérito solicitado por Aras e autorizado por Celso de Mello. Os depoimentos, tornados públicos, deram em nada. Mudaram-se para uma presumível reação militar ante a forma como foram tratados os três generais convocados a depor. Mais uma vez, nada. Da soma dos depoimentos, nem Celso de Mello achou algo que proporcionasse alento ao tal efeito devastador.

Restava o vídeo. Ali, na íntegra, toda a reunião, face to face, haveria de emergir a devastadora verdade. E foi o que se viu. Até Janaína concluiu que Bolsonaro saiu reeleito daquela absurda sessão de cinema. Assim, a partir do dia 22 de maio, o dólar caiu, a bolsa subiu e a saltitante mídia disfarça seu inferno astral esquartejando o vídeo e submetendo-o, frase por frase, a um pau de arara analítico, exigindo-lhes a confissão do que elas se recusam a contar.

Com quanto orgulho se dizem comprometidos com a verdade, enquanto assim procedem! No entanto, não é a verdade que buscam, mas uma confirmação da narrativa – devastadora! – que já fizeram e que sumiu dos acontecimentos sob os olhos atentos do seu próprio público.

Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.



segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Surge petista que prefere sair da água a afogar-se


Quando Lula deixou a cadeia, em 8 de novembro, o PT lidava com dois problemas: o excesso de lama e a carência de rumo. Decorridos 36 dias desde a abertura da cela de Curitiba, o PT continua imerso em lodo. Mas já dispõe de um rumo. Sob os efeitos da raiva que Lula injetou na conjuntura, o partido tomou a direção do brejo. Em entrevista à Folha, o governador petista da Bahia, Rui Costa, sugeriu caminhos diferentes: Lula e o PT precisam "pregar a pacificação do país", declarou. É necessário "aproximar as posições gerais do partido de desafios concretos da economia e da sociedade". Falou em "ajuste fino", em "refinamento" de posições.

Instado a comentar a aversão da bancada do PT na Câmara ao projeto que regula a participação da iniciativa privada no setor de saneamento básico, o governador tomou as dores dos cerca de 100 milhões de brasileiros que não dispõem de uma privada em casa. "Onde vamos buscar recursos para tirar o pobre de viver sem esgoto, em lugares alagados ou ficar sem água? O governo e os estados não têm como ofertar. É evidente que precisamos usar o instrumento da parceria público-privada, do capital privado, para levar água e esgoto à população".
[mera atualização: 
o presidente Bolsonaro declarou em sentido figurado sobre prender ministros em 'pau de arara' ministros que comprovadamente tenham envolvimento com a corrupção.
Aos que não conhecem ou que esqueceram, segue uma foto para lembrar o que é um pau de arara.
Instrumento obsoleto, já que nos dias atuais as técnicas de tortura são, segundo dizem,  bem menos invasivas, e quase sempre permitem ao interrogado ver perder partes de seu corpo e não sentir nenhuma dor, nem desmaiar.

A descrição abaixo foi transcrita do Blog do Josias.

"Abre parênteses: no pau de arara, os pulsos do torturado são amarrados aos tornozelos. Antes do início da sessão de suplícios, a vítima é pendurada pelos joelhos, de ponta-cabeça, num pau roliço. Fica à mercê dos algozes. Fecha parênteses..." ]



Rui Costa proclama o óbvio. Mas o óbvio e o PT são coisas inconciliáveis. O mesmo Lula que beijou a cruz da Carta aos Brasileiros para virar presidente em 2002 agora afugenta a classe média com sua ficha suja e seu discurso radical. 

Numa conjuntura que pede moderação, a divindade petista operou para reconduzir a incendiária Gleise Hoffmann ao comando partidário. Ninguém se afoga por cair na água, mas por permanecer lá. Rui Costa soou como se preferisse sair da água. O diabo é que, para chegar à margem, teria de se livrar do abraço de afogados.


Blog do Josias - Josias de Souza, jornalista


terça-feira, 4 de setembro de 2018

Bolsonaro defende fuzilar “petralhada”, e o PT entra com notícia-crime no STF. Sim, eu criei a palavra, mas fuzilo apenas burrice militonta

Em evento político no Acre, o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, afirmou a seguinte delicadeza:

“Vamos fuzilar a petralhada toda aqui do Acre. Vamos botar esses picaretas pra correr do Acre. Já que eles gostam tanto da Venezuela, essa turma tem que ir pra lá. Só que lá não tem nem mortadela galera, vão ter que comer é capim mesmo”.

O PT entrou com uma notícia-crime no STF contra o candidato, que é deputado federal. Nela, escreve:  “Por mera divergência política, entende o candidato ser necessário o fuzilamento de toda uma parcela da população, o que representa, a um só tempo, os cometimentos dos crimes de ameaça e incitação ao crime”.

Pois é…
Indagado a respeito, Bolsonaro repetiu o que lhe soprou aos ouvidos algum assessor, que domina rudimentos da hipérbole, faltando-lhe, no entanto, a sutileza necessária para as metáforas.  Respondeu: “Existe a figura de linguagem, hipérbole. Foi usado (sic). Nada mais além disso. […] Qual o problema? Ninguém quer matar ninguém não”.
Pois é… É pouco provável que a questão avance, não é? E esse é o problema da incivilidade. Ela torna o mundo pior mesmo quando não há intenção ou prática criminosa.
É provável, sim, que Bolsonaro tenha empregado a palavra “fuzilar” em sentido conotativo. Não creio que tenha confessado em público a decisão de matar todos os petistas com fuzil ou outra arma de fogo. 

O problema é outro. Por que, ao escolher uma metáfora de caráter hiperbólico, ele parte logo para o fuzilamento? Poderia ser um não menos agressivo, do ponto de vista político, “varrer a petralhada”; “limpar o Acre da petralhada”, “esmagar a petralhada”…? Notem que este último verbo também poderia ser associado à morte, embora se use com frequência por aí: “Fulano esmagou sicrano nas urnas”. Por outro lado, por conflitos muito menores, pode-se “fuzilar com o olhar”…

O problema é que esse Bolsonaro que fala essas coisas tem como uma das propostas de honra de sua campanha o armamento da população [procedimento essencial para o restabelecimento da segurança pública no Brasil] a — proposta que é liofilizada e transformada em “direito de ter uma arma” — o que a lei já garante —, “direito de se defender” (idem) ou “revisão do Estatuto do Desarmamento”. [O direito de possuir tem que ser colado ao de portar livremente a arma. - possuir sem  o direito de livre porte não é a solução completa.]  Há uma diferença, claro!,  entre quem até pode fazer da arma uma metáfora e quem faz até da metáfora uma arma. Obviamente, não é uma aposta na tolerância, mas não creio que se trate de um crime.

“Petralhada”
Sim, inventei o termo “petralha”, “petralhada” e afins. Não emprego metáforas de extermínio ou morte contra ninguém. Como o termo é meu, também me cabe a definição de sentido: trata-se de uma junção de “petista” com “metralha” — dos Irmãos Metralhas — para designar o petista que justifica o roubo de dinheiro público em nome de um projeto de poder. Penso de gente assim o que sempre pensei. Minha oposição aos “petralhas” é ainda mais convicta hoje do que antes. Mas nunca flertei, e não flertarei, sob nenhuma hipótese, com fascistoides de direita. Nem sob o pretexto de combater os “petralhas”. Se os fascitoides de esquerda ocuparam mais o meu tempo, é porque eles estavam no poder.

Não sou como certos empresários brasileiros que são “liberais” até a página 12. Mas, se preciso, funcionam também no modo “fascistoide”. Eu não tenho essa função.
“Ah, mas você criou a pecha…” Isso tudo é bobagem! Os esquerdistas só não trataram seus adversários ideológicos — eu inclusive — de santos. Perseguiram, pediram cabeças, submeteram oponentes ao pau de arara das redes sociais — tudo o que a extrema-direita aprendeu a fazer com a maestria dos estúpidos. Nada disso me serve. No auge dos embates, essa nunca foi a minha praia. Os petralhas nunca me serviram, entre outras razões, por seu pouco apreço ao Estado de Direito, à ordem legal democraticamente pactuada. Isso me colocou em rota de colisão com eles. E isso me põe em rota de colisão com a banda fanática e autoritária da Lava Jato. Também esta pediu a minha cabeça a patrões. Como o PT.

Matéria completa, clique aqui

Blog do Reinaldo Azevedo

LEIA TAMBÉM: PT vai ao STF nesta terça; mesmo que obtenha improvável liminar pró-Lula, ungirá Haddad no dia 11. Ou é assim ou acabará fora da disputa

[lembrete do Blog Prontidão Total - o desespero da corja lulopetista é que Lula só poderá ser candidato em 2038, com 92 anos - desejamos que ele esteja vivo, com boa saúde, porém, inelegível.

Pena que mesmo estando vivo e com boa saúde o celerado não estará encarcerado; muito provavelmente será beneficiado com uma progressão de regime - algo tipo um indulto humanitário,  que não extingue a pena, mas permitirá seu cumprimento em prisão domiciliar.

Além dos doze anos já garantidos, novas condenações atingirão o petista e eventual indulto contempla apenas a sanção penal, a inelegibilidade (limitada a oito anos) começa a contar após a extinção da pena.]
 


segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Marcelo Odebrecht entrega nota de pagamento a filme 'lula, o filho...'

Marcelo Odebrecht entrega nota de pagamento a filme sobre Lula

O empreiteiro Marcelo Odebrecht entregou à Operação Lava Jato uma nota fiscal no valor de R$ 250 mil e um comprovante de pagamento à produção do filme ‘Lula, o filho d ...' . O financiamento do longa é alvo de investigação da Polícia Federal.

Marcelo Odebrecht é delator da Lava Jato, cumpre prisão domiciliar em São Paulo. Ele foi ouvido pela PF em dezembro do ano passado quando ainda estava custodiado.
Na ocasião, o empreiteiro ‘se disponibilizou a auxiliar a investigação e a buscar, por meio da sua defesa, junto à Odebrecht S.A., empresa leniente, cópias de registros sobre eventual apoio financeiro dado à produção do filme ...’.

O colaborador (Marcelo Odebrecht) também está comprometido a identificar, no âmbito da pesquisa que fará nos registros constantes do seu computador, todos aqueles documentos e informações que possam ser úteis à elucidação deste e de outros fatos investigados”, afirmou a defesa.  A nota fiscal de número 2930 tem data de vencimento de 4 de maio de 2009. Um trecho do recibo indica a discriminação dos serviços.

“Cota de patrocínio da obra intitulada ‘Lula, o filho do Brasil’. Conforme contrato”, aponta a nota emitida pela produtora Filmes do Equador, do cineasta Luiz Carlos Barreto. A cinebiografia do ex-presidente Lula estreou em 1º de janeiro de 2010 e custou cerca de R$ 12 milhões.  O filme conta a história de Lula, desde a infância dramática no sertão de Pernambuco, aborda sua chegada a São Paulo no pau de arara, as dificuldades que enfrentou ao lado da família, o trabalho na indústria metalúrgica, as históricas campanhas grevistas dos anos 1970 que marcaram o ABC paulista e a ascensão ao topo do sindicato que o consagrou e impulsionou sua trajetória política.
‘Lula, o filho do Brasil’ é uma biografia baseada no livro homônimo da jornalista Denise Paraná.
O ex-presidente foi condenado pela Lava Jato em 1ª e 2ª instâncias no caso do triplex do Guarujá (SP). Em 24 de janeiro, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região aumentou a pena do petista para 12 anos e 1 mês de prisão em regime fechado por corrupção e lavagem de dinheiro. Lula havia sido condenado pelo juiz federal Sérgio Moro, em julho do ano passado, a nove anos e seis meses de prisão.

Além de Marcelo Odebrecht, o ex-ministro Antonio Palocci (Casa Civil/Fazenda-Governos Lula e Dilma) foi convocado para prestar depoimento. O ex-ministro foi questionado, em 11 de dezembro, pelo delegado Filipe Hille Pace sobre a relação que supostamente teria com a produção do filme. O ex-ministro declarou, na ocasião, que ‘deseja colaborar na elucidação de tais fatos’, mas que ficaria em silêncio.

Quando o caso foi revelado, o produtor do longa, Luiz Carlos Barreto, negou que tenha ocorrido tráfico de influência. Barreto disse também que negou o pedido de omissão feito pela Odebrecht.  “Houve uma solicitação para que não incluíssemos o nome da empresa nos créditos do filme e dos materiais publicitários, condição essa que não foi, por nós, aceita”, afirmou.
A Odebrecht informou que está “colaborando com a Justiça”.

Estadão Conteúdo - IstoÉ

 

 

domingo, 28 de janeiro de 2018

Do sertão ao cárcere

A condenação por corrupção é o penúltimo capítulo de uma biografia que se inicia em um pau de arara, começa a ser degenerada no movimento sindical, se corrompe em Brasília e pode terminar no sistema penitenciário

Lula Condenado
Quando deixou o Palácio do Planalto, em janeiro de 2010, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva carregava consigo uma aprovação popular recorde de 83% e uma biografia com B maiúsculo, dessas encadernadas com capa de couro e que poucas personalidades no mundo conseguem ostentar. Tratava-se da história de uma vida capaz de encantar dentro e fora do País. Uma trajetória marcada por grandes feitos, embates quixotescos e, acima de tudo, enormes superações. Claro, havia lá também suas travessuras. Algumas passagens mal contadas dos anos 1980 e uma mancha preocupante: o chamado Mensalão. Na quarta-feira 24, depois da condenação por corrupção em segunda instância a doze anos e um mês de reclusão, a biografia de Lula, revista e ampliada, ganhou nova coloração. Não é nem um pouco admirável. Seus desvios éticos, exaustivamente comprovados, superam suas virtudes.

Na história de Lula, os desvios éticos superam as virtudes do menino que fugiu da seca e virou presidente
Agora, uma vez condenado, Lula sabe que os últimos capítulos de sua história serão escritos nos tribunais e no sistema penitenciário. “A biografia do garoto que deixou o sertão em um pau de arara e se tornou o presidente mais popular que o Brasil já teve não vai terminar no gabinete presidencial, mas sim em um presídio, como um preso comum”, disse à ISTOÉ, na manhã da quinta-feira 25, um ex-seminarista que ajudou Lula a fundar o PT, em 1980.

Sindicalistas, religiosos, acadêmicos e políticos que estiveram próximos do ex-presidente nas últimas décadas divergem quando questionados sobre o momento em que Lula começou a manchar a própria história. Muitos dizem que os desvios éticos começaram quando Lula se elegeu presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, em 1975, e passou a usufruir de algum poder.Chegar a ser metalúrgico no ABC era o máximo da ascensão social para pessoas como ele”, diz Margaret Keck, cientista social da Universidade Johns Hopkins, no Estados Unidos. Três anos depois de chegar ao sindicato, Lula já era reconhecido internacionalmente por sua atuação à frente de mais de 200 mil operários no ABC paulista, liderando as maiores greves da história do País. “Descobrimos depois de algum tempo que o comportamento do Lula nas greves não foi nada ético."

MATÉRIA COMPLETA, clique aqui



quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

A esquerda quer também o monopólio da tortura



O PT nunca se posicionou contra as torturas praticadas em países comunistas, como Cuba, porque este país é governado por um sistema totalitário que lhe serve de modelo.

Tortura: “Suplício ou tormento violento infligido a alguém” (Dicionário Aurélio).
Aprovada após o episódio ocorrido na Favela Naval, em São Paulo, quando policiais foram filmados batendo em pessoas paradas em uma barreira policial, a Lei nº 9.455, de 7/4/1997, afirma que tortura é:
1) constranger alguém com uso de violência ou ameaça grave, causando-lhe dano físico ou mental para obter declaração ou confissão, provocar ação ou omissão de crime ou discriminar por raça ou credo;
2) submeter alguém sob sua guarda ou autoridade a intenso sofrimento físico ou mental, para aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo;
3) o crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia;
4) a pena é de reclusão, em regime fechado, de dois a oito anos; se houver morte, a pena é dobrada para até 16 anos; aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, deve ser condenado de um a quatro anos de prisão.

Os métodos de tortura incluem: 1) choque elétrico: aplicado nas orelhas, na boca, no nariz, nos seios, na genitália (normalmente, na posição “pau-de-arara”); 
 2) pau-de-arara: a pessoa torturada fica com os pés e braços amarrados junto aos tornozelos, presa a uma barra de ferro, ficando pendurada como um frango assado; 
3) espancamento: pode ser com barras de ferro, paus ou toalhas molhadas; pode ser o chamado “telefone” (tapas com as mãos abertas sobre os ouvidos) ou, ainda, o “corredor polonês”, em que a vítima passa por duas fileiras de pessoas para sofrer espancamento;
 4) afogamento: o “banho chinês” era feito em pias, baldes, vasos sanitários, latas, ou derramando água pelo nariz em vítima no “pau-de-arara”; o afogamento cubano incluía o “submarino”: “Por exemplo, Orestes Pérez, 28 anos na prisão, camponês do Escambray, sofreu o ‘submarino’. Preso em Topes de Collantes, lhe atavam a uma corda com uma pedra, o lançavam a uma lagoa perto e quando estava se asfixiando o tiravam da água” (“A tortura na Cuba dos Castro).  

5) asfixia: feita com sacos de plástico enfiados na cabeça da vítima;  
6) “pimentinha”: um magneto produzia baixa voltagem e alta amperagem, para dar choque elétrico em presos; era acondicionada em uma caixa vermelha, daí o nome de “pimentinha”; 7) tortura chinesa: perfuração com objetos pontiagudos embaixo da unha; outra forma de tortura chinesa, durante a Revolução Cultural, era arrancar os testículos e pênis do torturado, assá-los e comê-los na frente da vítima;  
8) geladeira: o preso era colocado nu em ambiente de baixíssima temperatura; no local, havia ainda a emissão de sons muito altos, dando a impressão de estourar os ouvidos;  
9) insetos e animais: os presos sofrem ameaças de cães, cobras, jacarés, baratas, além de drogas e sevícias sexuais;  
10) produtos químicos: o torturado recebia soro de pentotal sódico, substância que fazia o preso falar, em estado de sonolência; ou era jogado ácido no rosto do preso, fazendo a pessoa inchar;  
11) queimaduras: com cigarro, charuto ou isqueiro, incluíam queimaduras de seios e órgãos genitais;  
12) cadeira de dragão: cadeira forrada com metal, ligada a fios, onde o preso era amarrado para receber descargas elétricas; 
13) fuzilamentos simulados junto a pessoas executadas;  
14) empalação: “suplício antigo, que consistia em espetar o condenado em uma estaca, pelo ânus, deixando-o assim até morrer” (Dicionário Aurélio); uma variante de empalamento era a “cadeira de Judas”, instrumento metálico em forma de pirâmide. 

Durante a ditadura de Saddam Hussein, no Iraque, além de descargas elétricas nos genitais, até chamuscá-los, eram utilizados os seguintes métodos de tortura: morsas para perfurar os ossos, golpes de barras de ferro no estômago e nas costas, dissolução de pés e mãos em ácido sulfúrico - alguns tinham o corpo inteiro dissolvido. 

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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Um tiro na Lava-Jato

Partiu de um juiz federal uma argumentação que compara a busca da colaboração com a Viúva às torturas 

[as denominações tortura, suplício se tornam mais adequadas quando são aplicadas como punição a algum condenado (estilo alguns países árabes que condenam alguém a receber cem chicotadas) ou por sadismo - uma patologia.
Quando usada em complemento a um interrogatório mais enérgico é exagero o uso de tais denominações.
Muitas vezes os marginais só colaboram se forem convencidos de forma enérgica a assumirem uma postura de colaboração.]

Numa entrevista ao repórter André Guilherme Vieira, o juiz João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Federal de São Paulo, disse o seguinte:  “Que diferença tem a tortura de alguém que ia para o pau de arara para fazer confissões e a tortura de alguém que é preso e só é solto com tornozeleira depois que aceita a delação premiada?”

Como magistrado, ele sabe que há uma primeira diferença: a tortura é ilegal, e a colaboração com a Justiça é um mecanismo previsto em lei.  Felizmente, o doutor também não sabe o que é um pau de arara. Quando a tortura faz parte do processo de investigação, uma sessão de suplícios não é tudo. O preso volta para a cela sabendo que, a qualquer momento, poderá ser pendurado de novo no pau de arara. Essa é outra diferença, tenebrosa.

Em 2009, a empreiteira Camargo Corrêa foi apanhada pela Operação Castelo de Areia. Era acusada de aspergir propinas em troca de contratos. Deu em nada. Na Lava-Jato, o presidente da Camargo foi preso e, diante das provas que havia contra ele, fez um acordo com o Ministério Público. Não chegou a essa decisão pelo constrangimento da prisão preventiva. Ele e todos os outros colaboraram para reduzir as penas a que eventualmente seriam condenados. Tanto é assim que mais de uma dezena de colaboradores fizeram acordos sem que fossem decretadas suas prisões preventivas. Todos trocaram o risco de uma condenação a uma longa permanência em regime fechado pela admissão de culpas e pela revelação de esquemas criminosos. Para um réu do andar de cima, é melhor ficar de tornozeleira na sua casa de Angra dos Reis do que temer o cotidiano de uma penitenciária.

Entre o fiasco judicial da Castelo de Areia e a Lava-Jato, ocorreu uma novidade: o julgamento dos réus do mensalão. Nele, Kátia Rabelo, ex-presidente do banco BMG, foi condenada a 16 anos de prisão e José Dirceu, o ex-chefe da Casa Civil, foi para a penitenciária. O “efeito Papuda” mostrou que as portas dos cárceres estavam abertas para o andar de cima e abriu o caminho para as confissões da Lava-Jato.

Graças a essa operação, a Camargo Corrêa fechou um acordo de leniência com o Ministério Público e poderá se transformar numa empreiteira de obras públicas que não suja sua marca. Coisa jamais vista desde 1549, quando Tomé de Souza desembarcou no Brasil trazendo mestres de obras para fundar uma cidade na Baía de Todos os Santos.

Com quatro séculos de experiência, os interesses e costumes abalados pela Lava-Jato defendem seus interesses. Depois de oito meses de inútil teatralidade, a CPI da Petrobras terminou seus trabalhos. Entre as sugestões que colheu, está a de impedir a colaboração de pessoas presas. Resta saber se esse critério valeria para as confissões da turma do andar de baixo. A CPI foi relatada pelo deputado Luiz Sérgio (PT-RJ).

O juiz Gonçalves tem na sua Vara a ação penal que trata lavagem de dinheiro por empresas de equipamentos ferroviários daquilo que se denominou Caso Alstom. Nele investigam-se, há sete anos, contratos assinados durante governos tucanos. Mudou de cara quando a empresa alemã Siemens passou a colaborar com o Ministério Público de seu país. Durante a campanha eleitoral do ano passado, a doutora Dilma referiu-se a esse escândalo: “Todos soltos”.

Por: Elio Gaspari,  jornalista - O Globo