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sexta-feira, 26 de março de 2021

Pivô de conflito com o Senado, Filipe Martins já se envolveu em atritos com deputados e militares - O Globo

Em pouco mais de dois anos no Planalto, assessor conquistou o presidente e os filhos

[finalmente, os inimigos do Brasil se convenceram de que nada podem e tentam usar o pouco que lhes resta para demitir um simples  assessor. Salvo engano,  o gesto pode apresentar, muitas conotações, incluindo o sentido chulo.]
 
A crise com o Congresso iniciada anteontem por Filipe Martins não é a primeira protagonizada pelo assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais. Martins, que integra a chamada “ala ideológica” do governo, tornou-se alvo da indignação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), após aparecer, durante uma sessão da Casa, fazendo um gesto interpretado nas redes sociais como um sinal utilizado por supremacistas brancos.

Em pouco mais de dois anos de trabalho no Palácio do Planalto, Martins conquistou o apreço do presidente e dos filhos, sobretudo o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), enquanto se tornou um dos maiores interlocutores do escritor Olavo de Carvalho, de quem foi aluno. Ao mesmo tempo, colecionou desafetos em Brasília.

Leia: Bolsonaro deve demitir Filipe Martins, assessor da Presidência que fez gesto associado a supremacistas no Senado

O comportamento ácido e as críticas agressivas na internet, que replicam a personalidade de Carvalho, criaram indisposições entre Martins e figuras proeminentes da ala militar do governo, como o vice-presidente Hamilton Mourão, de quem já levou uma bronca por publicações on-line, segundo a revista “Época”, e o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), General Heleno.

“Gabinete do ódio”
Além dos militares, Martins esteve em celeumas públicas com os deputados Alexandre Frota (PSDB-SP) e Joice Hasselman (PSL-SP). O tucano chegou a citar o assessor em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) como um dos operadores do chamado “gabinete do ódio”, a suposta milícia digital bolsonarista que teria sido instalada no Planalto, de acordo com a oposição. [Martins, selecione melhor seus desafetos. Alguns nos elevam, outros nos apequenam.
Quanto aos boatos que dizem estar o Congresso Nacional, querendo a cabeça do ministro Ernesto, registramos:  não desfruta de nossa simpatia = patamar do Weintraub, do Velez, Moro, merecendo ser punido com a mesma pena do Abraham Weintraub.
O Congresso tem influência política e pode influir na nomeação, demissão de ministros.
Mas não pode demitir nem nomear. Se presente ter tal poder, emendem à Constituição Federal.] ,  derrubado parabaixo, o que aconteceu A pontaria de Martins se volta com frequência a desafetos de Bolsonaro, como o governador João Doria (PSDB-SP), e não poupa a China, parceira comercial do Brasil: em janeiro, Martins chamou a vacina chinesa contra a Covid-19, a CoronaVac, de “xing-ling”.

Brasil - O Globo


sábado, 31 de agosto de 2019

A volta do radicalismo - Isto É

Grupos neonazistas propagandeiam ódio pela internet, angariando adeptos sem parar Brasil afora. Simpatizantes cresceram 200% em menos de 15 anos

[qualquer crescimento ou redução sempre tem um motivo; o que motiva o crescimento mundial desses grupos?

Muitos são movidos pela curiosidade, talvez por uma aura de segredo e a própria legislação brasileira estimula o que, exageradamente, é chamado de 'racismo reverso', visto inexistir racismo. 

No Brasil a Cruz Suástica ou qualquer outro símbolo que seja considerado nazista é proibido - por ser considerado por muitos apologia ao nazismo, enquanto a foice o martelo, símbolos do comunismo, tem o seu uso livre e até mesmo estimulado; 

O nazismo matou 6.000.000 de pessoas e o comunismo matou mais de 100.000.000 e continua matando e seu símbolo não é proibido.] 

Eles estão por aí, pregando ódio, violência e preconceito nas redes sociais. No mundo real, agridem vítimas de ocasião com covardia e crueldade. No campo das ideias, interpretam fatos históricos de cabeça para baixo, se dizendo alvos de quem atacam. Aos poucos, mas de modo constante, grupos neonazistas brasileiros ganham cada vez mais adeptos e, principalmente, simpatizantes. Se em 2007 eram estimados em 150 mil, já chegam em 500 mil, de acordo com estimativas da pesquisadora Adriana Dias, antropóloga e programadora de computador que há 16 anos acompanha esses grupos pelos subterrâneos da internet. Mas já é possível vê-los em ambientes menos resguardados, como grupos de WhatsApp. Foi o que revelou o jornal Folha de S.Paulo, que durante duas semanas acompanhou o grupo Fascismo Vive.

500 mil é a estimativa de brasileiros simpatizantes do neofascismo. Há doze anos eles somavam 150 mil e se concentravam nos estados do Sul e São Paulo. Hoje a estimativa é de 30 mil só na região metropolitana de Goiânia

O que faz com que brasileiros, vivendo em um país miscigenado, entrem nessa? Para Dias, vale a definição do filósofo Umberto Eco (1932-2016), que viu na frustração e na falta de horizontes um campo fértil para pessoas que se sentem “desvalorizadas por alguma crise econômica ou humilhação política, assustadas pela pressão dos grupos sociais subalternos”. Mas não seria tudo. O neofascismo tupiniquim, assim como os de Portugal, Espanha e países eslavos, é diverso. “O conceito inicial é baseado nas ideias de raça e sangue surgidas no século XIX. Mas há quem pregue nazismo enquanto cultura”, afirma Dias. [causa surpresa que alguém se apresente como antropóloga e considere que nazismo e fascismo são a mesma ideia.]
“Achar o nazismo de esquerda é piada” Adriana Dias, antropóloga que pesquisa movimentos neonazistas

Se há 20 anos um neofascista brasileiro seria menosprezado por seu congênere alemão ou austríaco, hoje a internet permite um constante intercâmbio. Isso permite que supremacistas brancos americanos que não falam uma palavra de alemão — e possuam vocabulário limitado em inglês — se sintam herdeiros do legado do hitlerismo e de suas ideias de violência extrema contra semitas e toda e qualquer esquerda política. “Se a suástica fala à sua alma, você vai entender”, pregam em chats e chans — os grupos de conversa na deep web visitadas por ISTOÉ. “Mais de 250 mil pessoas baixam conteúdo neonazista em português e cerca até 20% deles frequentam células ou eventos, como shows de bandas white power”, afirma Adriana Dias. Os grupos neonazis brasileiros têm origem entre descendentes de europeus ocidentais e, estranhamente, entre eslavos ucranianos e russos, mas avançam, criando até neonazimoreninhos. Só em Goiânia estima-se que existam 30 mil. Em Tocantins, os alvos preferenciais não são judeus — que são poucos —, mas negros, nordestinos e, novidade, caboclos e indígenas. “A situação é bem grave”.

Racismo reverso
Ainda que não haja conexão direta, a eleição de um presidente de direita deixou essa turma mais afoita. Sem especificar, alguns afirmam que Bolsonaro não faz o suficiente, mesmo sem ele ter prometido nada para essa turma. Termos como “racismo reverso”, adotado pelos racistas da Klu Klux Khan, ganham espaço no vocabulário para quem critica políticas identitárias de qualquer espécie. A Polícia Federal criou um grupo de monitoramento em 2008, mas faltam recursos e pessoal. Mesmo assim volta em meia alguém é detido e processado ao cometer alguma violência. No início de agosto, em Curitiba, sete pessoas foram condenadas por racismo, associação criminosa e lesão corporal grave, com penas de 1 ano a 8 anos de prisão. Os crimes ocorreram lá em 2005. Um detalhe é perceptível. Nunca os líderes vão para a cadeia, pois fazem proselitismo virtual sem sujar as mãos.

Em Isto É MATÉRIA COMPLETA

 

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Supremacistas brancos tentam determinar ‘pureza’ pelo DNA

Milhões de pessoas já solicitaram serviço para descobrir origens nos EUA

O tema mais debatido nas TVs americanas nos últimos dias foram os supremacistas brancos, com a imensa maioria do país rechaçando a nova onda de violência destes grupos. Mas, nos intervalos comerciais, duas empresas, 23andMe e Ancestry, ofereciam testes de DNA para que as pessoas descobrissem suas origens, ou seja, quanto do seu sangue é europeu, asiático ou africano. Tal serviço já foi solicitado por milhões de pessoas nos EUA. Isso sugere que, apesar de a maioria dos americanos não ser racista, a questão racial ainda é algo mal resolvido e pode continuar sendo um fator de tensão, à medida que minorias ganham peso no país e se encaminham para superar os brancos em meados deste século. Os americanos, em geral, se preocupam com raça muito mais que outros povos e isso tem uma explicação histórica: na primeira versão da Constituição, os negros e os indígenas não foram definidos como cidadãos, foi necessária uma emenda para resolver isso. E, quando olhamos para a Guerra Civil Americana a fundo, percebemos que uma minoria do Sul ainda tinha escravos. Eles não lutavam pela escravidão, lutavam pela manutenção da ordem racial de então — afirmou ao GLOBO o professor David Hayes-Bautista, diretor do Centro de Estudos de Saúde e Cultura Latina da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) e especialista em questões genéticas.

Ele conta que os americanos querem classificar as raças de maneira científica, algo que, em sua opinião, não é possível. E que, se o padrão americano o qual estabelece que, se a pessoa tem um ancestral negro, é considerada negroservisse para a América Latina, a imensa maioria dos latinos seria considerada afro-americana. E diz que muitos temem se classificarem como mestiços, uma realidade cada vez mais comum no país, embora ainda seja subnotificada, em sua opinião. — Vemos alguns grupos sofrendo muito com o fato de que os EUA deixarão de ter a maioria da população branca não-hispânica nas próximas décadas. Mas garanto: todos sobreviveram. Essa já é a realidade da Califórnia há 20 anos — diz Bautista.

Apenas a 23andMe já tem dois milhões de clientes que pagaram ao menos US$ 100 (R$ 320) para um teste de origem — outras empresas, como a Ancestry, não abriram seus dados ao GLOBO. Mas a companhia líder no segmento nega que isso tenha um impacto racista.



“23andMe faz testes de ascendência que dão uma porcentagem da origem regional de uma pessoa. Não informamos sobre a raça. Usamos um algoritmo para comparar grandes segmentos do seu genoma a 31 diferentes populações de referência, por exemplo, da África Subsaariana, ibéricas ou europeias”, explicou a companhia em nota. “Nossa esperança é que os indivíduos vejam nosso teste como uma oportunidade de aprender mais sobre si mesmos e sobre o mundo ao seu redor e, em última análise, entendermos que somos mais parecidos do que diferentes.”

Mas esta não é a realidade. O movimento neonazista americano busca estes testes para demonstrar que são “brancos puros”. Para alguns deles, não basta olhar no espelho: é necessária uma comprovação objetiva, com testes de ancestralidade por DNA.
Ser branco puro significa ter ancestralidade 100% europeia, sem conexões com judeus — explicou Joan Donovan, do Instituto de Pesquisa Data & Society, em Nova York, que apresentou um estudo sobre o tema no Encontro Anual da Associação Sociológica Americana, ao lado de Aaron Panofsky, da UCLA.

RESULTADOS DE TESTES DECEPCIONAM RACISTAS
Os pesquisadores identificaram 70 discussões no fórum Stormfront, conhecido por reunir a extrema-direita americana, que debatiam exames de DNA. Foram analisadas mais de três mil publicações de usuários individuais, sendo 153 com testes genéticos de ancestralidade. Deles, 53 tiveram “boas notícias”, com 100% de ascendência europeia não judaica, mas os cem restantes — segundo suas expectativas racistas — se decepcionaram.
— O interessante é que eles relativizam os resultados, mas nunca questionam quem são ou suas crenças. A culpa vai sempre para outro lugar. Não vimos ninguém decidir que deixaria de ser um supremacista branco após o exame — destacou Joan.
Segundo a socióloga, o movimento nacionalista branco está mais público, fortalecido pela retórica do presidente Donald Trump sobre família, tradição e linhagem. E esses grupos racistas e neonazistas alegam proteger o futuro da raça branca, que eles dizem estar em perigo, explica:


— Nos fóruns, eles veem o Brasil como o lugar onde a América deu errado, por causa da mistura de raças: um “inferno” que dizem querer evitar.  E os problemas chegam às etnias. Formulários cada vez mais simples classificam “latinos” ou “hispânicos” como raça. Na opinião de Carlos Quesada, diretor-executivo do Instituto de Raça, Equidade e Direitos Humanos, de Washington, isso presta um desserviço ao país: — Há uma prática de “dividas e vencerás” e isso tem a ver com como as pessoas dos diferentes grupos étnicos se relacionam entre si.

Fonte: O Globo




segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Internautas se mobilizam para expor supremacistas em marcha dos EUA

Perfil no Twitter promove campanha para tirar racistas do anonimato

Internautas se mobilizaram em identificar racistas e expor suas identidades nas redes sociais. Os alvos eram os supremacistas brancos, cuja marcha em Charlottesville detonou a maior onda de violência racial no governo Donald Trump. A ideia é tirar do anonimato os intolerantes que marcharam com bandeiras de intolerância neste fim de semana. 
 Um perfil no Twitter, nomeado de "Yes, You're Racist" (Sim, Você é Racista), se dedica desde 2012 a apontar mensagens de intolerância — desta vez, mirou nos defensores da extrema-direita que tentavam esconder suas posições extremistas em meio à multidão.

Um dos homens que carregava uma tocha na manifestação da "alt-right" (a direita alternativa americana), Cole White perdeu o emprego em um restaurante depois de ser flagrado e exposto nas redes sociais. Após internautas colocarem a foto dele e o identificarem no perfil do Twitter, o estabelecimento pendurou uma placa à porta na qual condenava as visões supremacistas do ex-funcionário.

A iniciativa tomou força depois que um motorista atropelou uma multidão que protestava contra a marcha supremacista. James Fields, de 20 anos, foi preso por matar uma consultora jurídica e ferir outras 19 pessoas na ocasião.  "Se você reconhece algum desses nazistas marchando em Charlottesville, me mande os perfis e os nomes e vamos fazê-los ficarem famosos", anunciou o perfil, que passou a compartilhar contribuições de outros usuários e destacar nomes e Facebook dos homens fotografados na marcha. [nos Estados Unidos vigora em toda a plenitude o direito de expressão, assim, a medida proposta pelos internautas em constranger os supremacistas não surtirá efeito.
Surte algum efeito no Brasil, por ser o único País em que defender, elogiar, promover o comunismo - regime que matou mais de 100.000.000 de pessoas - é considerado politicamente correto.]

Fonte: O Globo