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sexta-feira, 21 de agosto de 2015

O movimento que quer derrubar Dilma Rousseff



A cada palavra que Dilma pronuncia, sua aprovação cai. Seus improvisos conspiram contra ela a todo momento
Existe um forte movimento para derrubar Dilma Rousseff. O movimento labial. Dela própria. Os índices de desaprovação da presidente batem todos os recordes e, para piorar, os insatisfeitos vão às ruas caudalosamente para protestar contra a governante. Esta, de seu lado, não se ajuda. Suas falas de improviso – imprevisíveis e imprevidentes – conspiram contra ela própria a todo momento. Os improvisos de Dilma constituem um fator sério de embaraço para o governo dela. Talvez sejam o fator mais grave, muito embora hilariante, de desestabilização política.

Quando Dilma solta o verbo e principia a dizer o que pensa (ou o que parece pensar que pensa), dá-se o desastre institucional em forma de comédia. Seus enunciados geram piadas prontas de repercussão imediata e retumbante. É impossível não rir do ridículo autoimposto. Convertidas em musiquinhas ritmadas nas redes sociais, sua tirada sobre a “mulher sapiens” e sua louvação apologética da mandioca já figuram entre os clássicos do cancioneiro galhofeiro (nesse caso, a galhofa se volta contra a própria compositora). Suas incursões à corrente filosófica da “negação da negação” revelam-se igualmente impagáveis. Aquela história da meta que não é meta nenhuma (igual a zero, portanto) e que será dobrada tão logo seja atingida, convenhamos, deixa no chinelo tanto a dialética de Karl Marx como a estética de Groucho Marx (além da matemática, por certo). Não dá para não rir, mesmo chorando ao mesmo tempo.

Estamos submetidos a um discurso paradoxal, elíptico e disruptivo. Num país que, como já se disse, a cada 15 anos esquece o que se passou nos últimos 15 anos, a presidente se afirma como um prodígio imbatível. A cada final de frase, ela se esquece completamente do que pretendia dizer no início daquela mesmíssima frase

Considerando que suas orações costumam ser curtas, o negócio da memória que não tem memória (como a meta que não é meta nenhuma) transparece ainda mais. A incredulidade nervosa se apossa do público.

Quando Dilma fala, um sentimento de aflito suspense consome a parcela ultraminoritária da sociedade que ainda insiste em apoiá-la. Quanto aos demais, que são a imensa maioria do povo, para eles é diversão garantida. Quando Dilma fala, o céu certamente não se ilumina – nem se conjumina. Quando Dilma fala, só o que acontece é que, desgraçadamente, o Brasil se dobra de rir. E ri tanto, com tanto gosto, que vai deixando de levá-la a sério. Se existe hoje um movimento que tudo faz para derrubar Dilma Rousseff, é o movimento labial dela própria. A cada palavra que a chefe de Estado pronuncia, lá se vai mais um decimal de seus escassos pontos de aprovação. Já há quem considere que, para o bem de todos e felicidade geral da nação, o Congresso deveria aprovar em regime de urgência uma emenda constitucional suprimindo toda e qualquer manifestação de improviso presidencial. Há quem argumente que esse não seria um caso de censura prévia, mas postura preventiva.

Falando sério (se é que isso ainda é possível), se Dilma Rousseff falasse menos, talvez a gente compreendesse mais. As coisas não sairiam tanto do lugar. E não existiria no horizonte do Brasil a sombra da corrosão máxima da autoridade na figura da máxima autoridade da República. Mais um pouco e nem mesmo o motorista vai querer obedecer a ela. Falando sério, Dilma ganharia mais se aprumasse mais sua mensagem ao país que governa, com sobriedade, frases serenas, pensadas (antes, de preferência) e sobretudo claras. Falando sério, estamos numa situação em que a desorientação dos improvisos denota uma desorientação política – o que é ainda mais angustiante – e isso precisa ser revertido quanto antes. Ainda é tempo – e isso não é uma piada.

Até aqui, o desgoverno verbal de Dilma Rousseff só lhe prestou desserviços. Entre outros efeitos colaterais, fez com que Michel Temer parecesse o maior estadista da história do Brasil. Em contraste com o estilo randômico da titular, o vice encarna agora o juízo imperturbável. Enquanto Dilma tece loas à mandioca, o vice não inclina a sobrancelha nem quando comenta os arroubos de Eduardo Cunha. Com seus pronunciamentos estrábicos, que apontam para sentidos opostos sem ter sentido nenhum, Dilma transferiu para Temer o lastro da governabilidade de seu mandato. Se cair, a culpa terá sido principalmente de seu movimento labial. Se não cair, e será melhor que não caia, o mérito será da continência – a continência verbal – que ela deve aprender já.

Fonte: Revista Época

Polícia Civil quer que PM forneça nomes e fotos dos policiais militares do 42º BPM, para que sejam apresentados como suspeitos. Preguiça ou burrice?



Policiais civis dizem que PM não passa informações sobre chacina na Grande SP
Até hoje, nem DHPP nem a Delegacia Seccional de Osasco receberam nomes e fotos dos policiais do 42º Batalhão, responsável pela área onde aconteceram as mortes, em Osasco; secretaria afirma que investigação é feita de maneira integrada
Uma semana depois da maior chacina da história de São Paulo, que deixou 18 mortos e seis feridos, em Osasco e Barueri, a força-tarefa montada pela Secretaria de Segurança Pública está em crise. Policiais civis relatam que não recebem informações da Corregedoria da Polícia Militar sobre eventuais PMs suspeitos de cometer os crimes e não são informados sobre diligências da corporação. As informações não estariam sendo compartilhadas.

Até esta quinta-feira, 20, nem o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) nem a Delegacia Seccional de Osasco receberam nomes e fotos dos policiais do 42º Batalhão, responsável pela área onde aconteceram as mortes, em Osasco. Dessa forma, os investigadores não podem mostrar fotos de eventuais suspeitos aos sobreviventes e testemunhas. Escalas de trabalho dos PMs - que indicam quem estava de plantão e de folga no dia da chacina - também não chegaram às mãos dos investigadores e estão restritas à investigação da Corregedoria da PM.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que o trabalho de investigação está sendo feito de maneira integrada, com apoio da Corregedoria da PM. "Todas as informações solicitadas à PM pela força-tarefa - que inclui policiais do DHPP e Polícia Científica - já foram fornecidas". A pasta informou que o secretário de Segurança de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, se reuniu das 17h30 até as 20h, com a força-tarefa, mas não revelou o que foi discutido.

Guardas municipais. Na quarta-feira, a força-tarefa apreendeu um revólver calibre 38 e quatro pistolas. 380, pertencentes a dois guardas-civis de Barueri, na Grande São Paulo. O objetivo dos investigadores é descobrir se as armas foram usadas em algum dos ataques que terminaram com 18 mortos e seis feridos na cidade e em Osasco.

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas casas dos dois guardas e também na sede da Guarda Civil Municipal (GCM) de Barueri, na quarta-feira, 19. Além das armas, os policiais recolheram munições, coletes e roupas, que também vão ser submetidos a perícias. "Com base na apreensão, estamos realizando exames de balísticas nessas armas", afirmou Moraes nesta quinta, 20, no Palácio dos Bandeirantes. Laudos periciais apontam que quatro calibres diferentes foram encontrados nos locais dos crimes e nos corpos das vítimas: 9 mm, .45, .380 e 38. Com a análise, a força-tarefa poderá apontar se alguns projéteis partiram das armas apreendidas.

Os dois guardas-civis suspeitos de terem participado dos ataques em Barueri foram ouvidos pelos investigadores, mas negaram participação nos crimes. Um dos GCMs investigados é canhoto, assim como um dos criminosos que aparece em filmagens de um bar onde houve ataque. Um dos guardas também mora perto desse estabelecimento. De acordo com o secretário, ainda não foi pedido à Justiça nenhum mandado de prisão. "Não há nenhuma pessoa presa, nenhuma pessoa detida", disse Moraes. Segundo ele, ainda faltam provas para comprovar a participação dos suspeitos na chacina. "Nós ainda não temos a identidade de pessoas que tenham efetivamente participado."

Os guardas-civis são os principais suspeitos de terem participado do assassinato de três pessoas em Barueri, enquanto policiais militares são investigados por 15 mortes em Osasco. A SSP também investiga se os dois grupos agiram em conjunto, embora afirme ainda ser preciso confirmar se há correlação entre os crimes nas duas cidades.  A principal linha de investigação é que os homicídios aconteceram em resposta aos latrocínios do cabo da Polícia Militar Avenilson Pereira de Oliveira, de 42 anos, em Osasco, e do guarda-civil Jefferson Rodrigues da Silva, de 40 anos, em Barueri.

Pré-chacina
Entre os dias 8 e 9, antes da chacina, outras seis pessoas foram executadas na cidade de Osasco em menos de 48 horas. Os crimes aconteceram logo após o assassinato do cabo da PM dentro de um posto de gasolina na cidade. As vítimas tinham entre 16 e 44 anos, e a autoria dos crimes ainda é desconhecida.

Alegando coincidência entre esses ataques e as mortes na chacina, a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo solicitou que as execuções sejam incluídas nas investigações da força-tarefa. A atual apuração é feita pela Polícia Civil da cidade. Moraes, no entanto, afirmou que, até o momento, não existe ligação entre os casos. "Não há nenhum indício que relacione mortes anteriores aos homicídios na quinta", afirmou.

Eduardo Cunha e o impeachment de Dilma



O problema não é se Eduardo Cunha continuará forte o suficiente para atanazar a vida do governo mesmo depois de denunciado ao Supremo Tribunal Federal por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.  O problema é: ele terá tempo de agendar a votação de um pedido de impeachment da presidente Dilma antes de começar a perder parte da força que ainda tem? É isso o que de fato importa.

E para tal pergunta a resposta é: de princípio, sim. Terá tempo.  A senha para o impeachment será dada em breve pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que julgará as contas do governo relativas a 2014. Se o TCU aprovar as contas mesmo com mil ressalvas, o governo ganhará uma sobrevida mais longa.  Mas se ele as rejeitar, o provável é que a Câmara dos Deputados também as rejeite e, em seguida, o Senado. Não é o que quer a maioria dos brasileiros, segundo pesquisas de opinião pública? O Congresso é sensível ao ronco das ruas.

Aí um Eduardo ainda forte jogará um papel importante para a aprovação do impeachment. É por isso que a oposição não quer a cabeça dele. Uma vez que pule a fogueira do julgamento das contas pelo TCU, a presidente sabe que seu destino será regulado pela marcha da economia.  A economia vai mal. O ajuste fiscal fracassou. O desemprego está em alta, e permanecerá em alta. E o mau humor nacional, idem.

Hoje, Dilma é rejeitada por 7 em cada 10 brasileiros. Não haverá por que a rejeição dela diminuir até o fim do ano. Pelo contrário.  O que será melhor para o país?  Que Dilma sangre no poder até o fim do mandato? [jamais; Dilma pode até apodrecer,  mas fora do mandato. Foi por deixar Lula sangrando, na expectativa de que a sangria fosse até o final do mandato, que o Brasil se danou todo e está na merda de agora.  ... E o autor do maldito conselho foi FHC.] Ou que dê a vez a quem possa governar melhor e com base em um acordo nacional que ela parece incapaz de liderar?

Caiu a ficha de Michel Temer, o vice-presidente. Ele devolverá à Dilma a coordenação política do governo que jamais pôde exercer direito. Aguardará, paciente, o que o futuro lhe reserva.

Fonte: Ricardo Noblat – Blog do Noblat 

‘Renúncia’ e ‘covardia’ não fazem parte do meu vocabulário, diz Cunha em SP

Presidente da Câmara é recebido com festa pela Força Sindical e fala que ‘não há a menor possibilidade’ de não continuar à frente da Câmara após denúncias
Recebido com gritos de “Cunha guerreiro do povo brasileiro” num ato da Força Sindical em São Paulo na manhã desta sexta-feira, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), descartou qualquer possibilidade de renúncia, um dia depois de ter sido denunciado pela Procuradoria Geral da República por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. — Renúncia não faz parte do meu vocabulário e nunca fará. Assim como a covardia — disse Cunha: — Não há a menor possibilidade de eu não continuar à frente da Câmara dos Deputados. Ninguém vai me constranger seja por editoriais ou artigos.
O encontro com sindicalistas na capital paulista foi organizado pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, aliado de primeira hora de Cunha. O evento acabou virando um ato de apoio ao peemedebista, que, durante discurso, lembrou que “esses processos são muito longos”, referindo-se ao trâmite da denúncia, caso seja aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e que por isso, “nada alterará meu comportamento e a forma como estou atuando na Câmara”.  — Não vou retaliar quem quer que seja, tampouco vou abrir mão de qualquer direito ou dever que eu tenho — afirmou Cunha, dizendo estar “absolutamente sereno” e chamando a denúncia de mera “ilação”.
Assim como fez na noite de ontem em nota à imprensa, o deputado disse ser inocente e usou o exemplo do colega de partido senador Renan Calheiros (PMDB-AL) para justificar sua permanência na Mesa Diretora da Câmara. Para ele, mesmo alvo de uma denúncia, ele tem todas as condições de chefiar a Casa. Não há uma única prova contra mim em todas as páginas da denúncia. Sem fazer qualquer juízo de valor, o presidente do Senado também sofreu uma denúncia. Ela (a admissibilidade pelo Supremo Tribunal Federal) nem foi julgada ainda. Isso tem dois anos e ninguém diz que ele não tem condição de comandar a Casa. Claro que ele tem condição — afirmou Cunha. 
Confortável com as manifestações de apoio dos sindicalistas, o deputado fez até ironia com a sua atual condição política: — Graças a Deus a gente não tem pena de morte neste país porque senão tinham proposto a minha pena de morte — disse ele, para risos da plateia.
Com abotoaduras da marca de luxo Montblanc da linha Creative, Cunha, antes de comentar a denúncia da PGR, discursou sobre direitos da classe trabalhadora e projetos votados na gestão dele na Câmara, apelidados pelo governo de pautas-bomba. Ele também agradeceu a recepção feita a ele pelos sindicalistas conduzidos por Paulinho. 
GRITO USADO PARA PETISTAS CONDENADOS NO MENSALÃO
[este grito usado pelos ladrões do PT é que pega mal ser usado pelos defensores do Cunha.]
A reunião desta sexta-feira foi divulgada no início da tarde de quinta-feira, enquanto ainda se aguardava a apresentação da denúncia contra Cunha e o senador Fernando Collor de Melo (PTB-AL).  O encontro foi convocado oficialmente para debater projetos de interesse dos trabalhadores aprovados recentemente pela Câmara e que voltam agora à Câmara para terem apreciados vetos feitos pela presidente Dilma Rousseff. Mas, na prática, o que prevaleceu foram palavras de incentivo e apoio a Cunha. O deputado foi recebido na sede da Força Sindical por um grupo de sindicalistas aos gritos de “Cunha guerreiro do povo brasileiro” e “Cunha é meu amigo. Mexeu com ele, mexeu comigo”.  O grito “guerreiro do povo brasileiro” é constantemente usado por simpatizantes dos petistas condenados no escândalo do mensalão para saudá-los, como foi feito com o ex-presidente do PT, José Genoino, e com o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, preso desde o início deste mês por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava-Jato.
Em discursos afinados minutos antes, poucos interlocutores se atreveram a falar abertamente sobre a denúncia, limitando-se à manifestação de apoio genéricas. Expressões como corajoso, homem público exemplar e pessoa correta foram usadas para definir o convidado. As suspeitas foram apontadas como "falcatruas" e "inverdades".
 
Eduardo Cunha chegou a pé à central sindical depois de uma pequena caminhada nas imediações da entidade, um gesto que foi usado em seu discurso, quando ele disse que, diferentemente de muitos políticos, ele pode caminhar tranquilamente pelas ruas do país. Gritos de “Fora Dilma” foram entoados pelos sindicalistas durante a caminhada.
O deputado Paulinho da Força incluiu o aliado num mesmo grupo em que colocou Jesus Cristo, Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola.  — Quem defende os mais fracos são perseguidos. Isso vem lá de trás. Começou com Jesus Cristo, e no Brasil aconteceu com Getúlio Vargas, João Goulart e Brizola. Você tem coragem para enfrentar os poderosos — disse Paulinho.
Fonte: O Globo

Delação premiada tem que ser suportada por documentos, testemunhos, e provas robustas - Denúncia contra Cunha é baseada em recortes de jornais, sequer existem provas que Cunha pudesse influir na compra dos navios-sonda



Especialistas: denúncia de Cunha pode servir de combustível para ofensiva direta contra o governo
Apesar do tom belicoso, estratégia de encurralamento do Executivo pode perder força
Belicoso e enfrentador, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi denunciado nesta quinta-feira pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que enviou a denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF). Janot afirmou, por escrito, que o peemedebista terá que devolver US$ 80 milhões aos cofres públicos. A pedido do GLOBO, cientistas políticos fizeram uma análise sobre o impacto da denúncia no comportamento de Cunha como presidente da Câmara.

Emil Sobottka, cientista político da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS):
— Seria esperado de uma figura pública ao sofrer uma denúncia com tão graves acusações, que se recolhesse, como ocorre em democracias maduras. Mas não acredito que isso se aplique ao atual presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, do PMDB. Não é do seu perfil assumir um tom moderado e conciliador, como adotou o presidente do Senado, Renan Calheiros, também do PMDB. Repetidamente, Cunha vem dando demonstrações de que não vai fazer isso. Apesar de esperada por todos, inclusive pelo próprio presidente da Câmara, acredito que a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República pode ter sido o combustível que faltava ao deputado para que deflagre uma ofensiva direta e decisiva contra a presidente Dilma.
Desde os primeiros vazamentos, Cunha aumentou a carga contra o governo dando sinais do que estava disposto a fazer. Neste momento, Cunha deve estar fazendo os cálculos políticos das consequências de um ataque final contra o Planalto. Ele sabe que ainda tem nas mãos uma base fiel de parlamentares que o apoia contra o governo e o seguem numa possível ofensiva, seja na votação de pautas que desagradem ao governo, seja até num pedido de impeachment. Ele sabe que para o impeachment ele precisa mais do que somente seus aliados. Acredito que Cunha pode tentar se aproximar de setores do PSDB favoráveis a destituição da presidente pela Câmara para construir uma base mais sólida contra o Planalto. Ainda é cedo para avaliar o tamanho da bomba que Cunha prepara, mas o que não se duvida é que ele vai reagir a esta denúncia agressivamente. Resta saber quando o ataque final virá.

Oposição 'cima do muro' - característica do PSDB, especialmente presidido pelo Aécio - agora quer conduzir 'impeachmento' diretamente com o Plenário. Cunha continua presidente

Oposição agora articula a abertura de impeachment sem Cunha, via plenário

A denúncia da Procuradoria contra Eduardo Cunha levou a oposição a promover um ajuste na sua estratégia. Articula-se agora a formalização de um pedido de impeachment sem o aval do presidente da Câmara. Nesse formato, Cunha rejeitaria o requerimento de abertura de processo para o afastamento de Dilma. E a oposição recorreria ao plenário, para evitar que a decisão seja qualificada como uma vingança pessoal do denunciado contra o governo.

A aprovação do recurso exigiria maioria simples. Significa dizer que, alcançado o quórum mínimo para a abertura da sessão —257 dos 513 deputados—, bastaria que metade mais um dos presentes votassem a favor para que o indeferimento de Cunha fosse revisto. Com isso, o pedido de abertura de processo de impeachment poderia ser levado a voto. Sua aprovação exige quantidade bem maior de votos: 342. Um placar que a oposição está longe de atingir.

A fórmula que combina o indeferimento de Cunha com o recurso ao plenário já vinha sendo discutida com o presidente da Câmara. Ganhou força nesta quinta-feira, com a formalização da denúncia do procurador-geral Rodrigo Janot no STF. O tema será discutido no início da próxima semana, numa reunião dos líderes dos partidos oposicionistas com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves.

Conforme já noticiado aqui, a oposição se equipa para lançar uma frente suprapartidária. Em reunião preparatória, realizada há dois dias, os líderes oposicionistas fizeram as contas. Concluíram que, por ora, o grupo tem potencial para reunir no máximo 170 deputados dispostos a votar a favor da abertura do processo de impeachment (o julgamento cabe ao Senado). Se a soma estiver correta, faltam notáveis 172 votos para alcançar os 342 necessários.

Fonte: Blog do Josias