Oposição 'cima do muro' - característica do PSDB, especialmente presidido pelo Aécio - agora quer conduzir 'impeachmento' diretamente com o Plenário. Cunha continua presidente
Oposição agora articula a abertura de impeachment sem Cunha, via plenário
A denúncia
da Procuradoria contra Eduardo Cunha levou a oposição a promover um
ajuste na sua estratégia. Articula-se agora a formalização de um pedido
de impeachment sem o aval do presidente da Câmara. Nesse formato, Cunha
rejeitaria o requerimento de abertura de processo para o afastamento de
Dilma. E a oposição recorreria ao plenário, para evitar que a decisão
seja qualificada como uma vingança pessoal do denunciado contra o
governo.
A aprovação do recurso exigiria maioria simples.
Significa dizer que, alcançado o quórum mínimo para a abertura da sessão
—257 dos 513 deputados—, bastaria que metade mais um dos presentes votassem a favor para que o indeferimento de Cunha fosse revisto. Com
isso, o pedido de abertura de processo de impeachment poderia ser levado
a voto. Sua aprovação exige quantidade bem maior de votos: 342. Um
placar que a oposição está longe de atingir.
A fórmula que combina
o indeferimento de Cunha com o recurso ao plenário já vinha sendo
discutida com o presidente da Câmara. Ganhou força nesta quinta-feira,
com a formalização da denúncia do procurador-geral Rodrigo Janot no STF.
O tema será discutido no início da próxima semana, numa reunião dos
líderes dos partidos oposicionistas com o presidente do PSDB, senador
Aécio Neves.
Conforme já noticiado aqui,
a oposição se equipa para lançar uma frente suprapartidária. Em reunião
preparatória, realizada há dois dias, os líderes oposicionistas fizeram
as contas. Concluíram que, por ora, o grupo tem potencial para reunir
no máximo 170 deputados dispostos a votar a favor da abertura do
processo de impeachment (o julgamento cabe ao Senado). Se a soma estiver
correta, faltam notáveis 172 votos para alcançar os 342 necessários.
Fonte: Blog do Josias
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