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domingo, 1 de julho de 2018

Os segredos dos guardiões: quem são os assessores de confiança dos presidenciáveis


Cheios de assistentes, pré-candidatos mantêm uns poucos em quem confiam

A pensadora de Marina Silva (Rede), o diplomata de Geraldo Alckmin (PSDB), o homem da lei de Jair Bolsonaro (PSL) e o bombeiro de Ciro Gomes (PDT). Nada de partido ou político ilustre. Quando a coisa aperta para o lado dos presidenciáveis são a essas quatro figuras que eles recorrem para os desabafos mais confidenciais.


No caso de Alckmin, Ciro e Marina, trata-se de uma relação construída ao longo de décadas. Para o tucano e a ex-senadora, o encontro deu-se ainda nos tempos em que estavam no Congresso. Com Ciro, o laço familiar falou mais alto.Irmão mais novo do presidenciável do PDT, Cid Gomes é "o cara" da retaguarda de Ciro [e também aquele que quando era governador do Ceará levou a sogra para passear no exterior por conta dos cofres públicos.]. É a ele que o pré-candidato confia os pensamentos mais sigilosos e também conta para apagar incêndios que seu temperamento explosivo provoca por onde passa. Se já não bastasse, Cid é ainda o principal articulador político da candidatura do irmão.
 
Um episódio de fúria de Ciro em 2016 em Fortaleza, no auge dos protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff, ilustra o papel de Cid na vida do presidenciável. Na madrugada de 17 de março, Ciro desceu do apartamento do irmão para bater boca com manifestantes de um ato contra Dilma e o ex-presidente Lula. Enfurecido, o presidenciável xingou, gritou e até disse que Lula era um "merda" na discussão. Nesse momento, Cid, atrás do irmão, leva as mãos à cabeça. Ele tenta convencer Ciro a entrar no prédio. Após a explosão, Ciro aceita a sugestão do irmão. O vídeo circula na internet até hoje.— O Cid funciona como um contrapeso para Ciro, tenta trazer o equilíbrio. Mas, às vezes, tem que colocar o uniforme de bombeiro — resumiu um político cearense.
Cinco anos mais novo que o presidenciável, Cid entrou na política na esteira da popularidade no irmão. Hoje, cabe a ele apaziguar não apenas os ímpetos do presidenciável como vendê-lo como boa alternativa para o país a políticos, empresários e o mercado financeiro. Cid tem dito que, se o irmão não conseguir apoios de peso, ele abrirá mão de uma candidatura ao Senado para se dedicar exclusivamente à candidatura de Ciro.
"CHAMA O ORLANDINHO"
Dedicação exclusiva é o que oferece há 30 anos o advogado Orlando de Assis Baptista Neto a Geraldo Alckmin. "Chama o Orlandinho" é uma frase que virou bordão de Alckmin pela frequência com que é dita. Ele é o homem da confiança do pré-candidato do PSDB para qualquer assunto, de temas de governo à Lava-Jato. É o único que tem a permissão de Alckmin para fazer contato com os advogados que cuidam dos inquéritos do tucano por suspeita de caixa dois.
Alckmin aciona Orlandinho para farejar crises internas de governo, alertar auxiliares sobre eventual insatisfação do tucano com algo que tenham feito e até para tarefas mais prosaicas como a de responder cartas enviadas ao tucano quando era governador. A “jurisdição” dele, entretanto, tem limites. Na articulação política, ele palpita, mas não opera.
A relação entre Alckmin e Orlandinho começou em 1989, quando o tucano era deputado federal. Recém-formado em Direito pela Universidade de Brasília, o jovem fora recomendado a Alckmin pelo pai, vereador na região de Pindamonhangaba, onde o tucano nasceu. Orlandinho estudava para a carreira diplomática, havia acabado de retornar de uma viagem à Inglaterra e estava precisando de um emprego em Brasília.
Durante três décadas, para cada função ocupada por Alckmin, Orlandinho teve um cargo de assessor. Agora na campanha presidencial não será diferente. O fiel auxiliar tirou uma licença-prêmio remunerada de oito meses do governo de São Paulo para ajudar o ex-governador. Para aliados de Alckmin, o confidente número 1 ganhou a confiança pelo estilo discreto. Ele nunca será visto num palanque ou ao lado do presidenciável na campanha. Não existem fotos de Orlandinho na internet nem entrevistas. Com cerca de 50 anos, ele mora sozinho, não tem filhos nem redes sociais. — Ele é de uma discrição e capacidade de trabalho que ganharam o Geraldo. Nunca trabalhou com outra pessoa. Tem uma vida devotada ao Geraldo e é os olhos e a boca dele — afirmou um ex-assessor de Alckmin quando deputado estadual.
REFÚGIO DE MARINA
A confidente de Marina atende pelo nome de Maristela Bezerra Bernardo. Socióloga e jornalista, ela acompanha a política desde o mandato no Senado, em 1995. Maristela era funcionária de carreira na Casa e atuava na área de meio ambiente no grupo de consultoria legislativa quando Marina foi eleita senadora. o primeiro encontro foi nos primeiros dias daquele ano quando Maristela foi até o gabinete se apresentar à novata senadora. Do episódio corriqueiro, um vínculo estabeleceu-se, e Maristela tornou-se assessora parlamentar de Marina.
Engajada na luta em defesa do meio ambiente, as duas viajaram pelo Acre. Maristela chegou a trabalhar com Marina no Ministério do Meio Ambiente, e a relação profissional virou amizade. Marina fala pouco de Maristela. Uma dessas vezes foi para o livro sobre a trajetória dela mesma em que contou que o encontro com Maristela ajudou a tornar mais familiar o ambiente desconhecido do Senado. É a ela que a presidenciável recorre para as discussões mais profundas sobre política e a vida.
Foi na casa de Maristela que a então senadora se refugiu em outubro de 2013 quando deixou o prédio do Tribunal Superior Eleitoral com a notícia de que seu novo partido, a Rede, havia tido o registro negado para as eleições de 2014. Foi lá, com assessores próximos, que Marina decidiu se filiar ao PSB e ser vice de Eduardo Campos em 2014.
— A Maristela é a pessoa que, em tempos de crise, a Marina procura. Ela é uma grande influência para a Marina, porque ela é crítica — disse um amigo em comum das duas.
A socióloga, entretanto, é uma figura de bastidor. Na campanha de 2014, ela ajudou na formulação no plano de governo, mas nunca esteve na linha de frente das candidaturas presidenciais da ex-senadora. Maristela sempre ajudou Marina a escrever artigos. Na morte do pai da ex-senadora, em janeiro deste ano, a amiga e confidente escreveu um artigo em que deixou nas entrelinhas a forte relação entre as duas. "Pedro, Pedro Augusto, o seringueiro seu Pedro. Ontem, aos 90 anos, morreu o pai de Marina Silva. Conheci seu Pedro em minhas andanças no Acre junto com Marina", escreveu a socióloga.
Em 2010, quando Marina se filiou ao PV para disputar a eleição para presidente, Maristela foi das primeiras figuras do entorno dela a discutir publicamente os conflitos que a ex-senadora estava enfrentando no novo partido. "É interessante observar como o Partido Verde lida com a vida após a entrada de Marina Silva e de centenas de novos filiados num curto período de tempo. Há uma dupla tensão. De um lado, os que chegam com a palavra de ordem de mudança constatam que há uma resistência relevante a enfrentar. De outro, não está fácil para quem se acostumou ao “liberou geral” nos estados, nos últimos anos, em nome de metas na eleição de deputados federais e estaduais para obedecer à cláusula de barreira", escreveu. Nesta eleição, a amiga continuará contribuindo mas sem participação definida na equipe.
É o oposto do esperado do homem de confiança de Bolsonaro, o advogado Gustavo Bebianno. Morador do Rio de Janeiro, assim como o presidenciável, Bebianno começou ao lado de Bolsonaro como assessor no seu gabinete na Câmara. Aliados do pré-candidato sabem pouco da história entre eles. Bebianno foi o escolhido pelo deputado para ser o representante dele no PSL. Hoje, ele é presidente em exercício da sigla.

O Globo
 

O pitbull da família Bolsonaro

Filho de Jair Bolsonaro, candidato do PSL ao Planalto, o deputado Eduardo Bolsonaro age como cão raivoso nas redes. Enquanto o presidenciável assopra, para tentar se tornar mais palatável ao eleitor, o rebento não conhece limites: mostra que é mais radical que o radical 

Na liderança até o momento da corrida presidencial, o clã Bolsonaro ensaia uma dobradinha no discurso e nas redes sociais. Enquanto o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, trabalha para amenizar seu discurso, procurando ampliar seu eleitorado, seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, faz o caminho contrário: radicaliza as suas palavras como forma de manter a parcela cativa de extrema direita que os garantiu no jogo da sucessão, pelo menos até aqui. Seguindo as orientações de seus conselheiros, Jair Bolsonaro tem procurado fugir de temas polêmicos. E reserva cada vez mais espaço para seu filho atacar os opositores sem dó e papas na língua.

Parece haver um jogo combinado entre pai e filho, ambos deputados. Ditado pela conveniência de cada um no próximo pleito. Com uma pretensão menor, Eduardo (PSL-SP) se apresenta como herdeiro encarregado de manter o eleitorado cativo de extrema-direita dos Bolsonaro atraído pela promessa de tolerância zero oferecida. Por isso, a postura dele vai se mostrando mais radical à medida que se desenrola a campanha. De acordo com um assessor de um deputado que trabalha vizinho ao seu gabinete, no Anexo 3 da Câmara, Eduardo já entendeu que quem precisa “amadurecer”, leia-se pegar mais leve, é o pai. Não ele, que tentará apenas a reeleição, cuja quantidade de votos necessários é menor que a do pai. “O Jair tem conversado muito com representantes do Exército, que o aconselham a ser menos radical”, revelou esse assessor.

Estratégia de guerra
Ciente da sua missão, Eduardo não nega fogo. Na quarta-feira 6 de junho, enquanto o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), destacava o bicentenário de Karl Marx e sua influência no mundo, Eduardo Bolsonaro tentou desqualificar o filósofo. Com um livro de Olavo de Carvalho na mão, ele fez referência a um trecho da obra, dizendo que “o socialismo matou mais de 100 milhões de dissidentes”. Em seguida, alfinetou o próprio Rodrigo Maia, conterrâneo do seu pai: “Estamos em uma sessão que homenageia o maior genocida do planeta Terra”. [é um crime que se desperdice tempo homenageando o autor de uma ideologia que matou mais de 100.000.000 de pessoas.
Tais pessoas foram mortas por discordarem do comunismo - e todas as ideias comunistas executadas pelos governos comunistas, foram fruto da criação do tal Marx.
Não há como inocentá-lo.
Eduardo Bolsonaro falou apenas a verdade, nada mais que a verdade.]    Karl Marx foi o ideólogo do comunismo, mas não foi responsável por nenhum governo socialista. Ele morreu em 1883, 34 anos antes da revolução comunista na Rússia.

Eduardo Bolsonaro (PSC) não é só um político que fala para as galerias. Adepto da liberação de porte de armas para todos os brasileiros, ele apareceu armado numa manifestação na Avenida Paulista de apoio ao impeachment de Dilma Rousseff. Depois justificou o porte por ser da Polícia Federal. O filho de Jair Bolsonaro é escrivão da PF.
O principal exemplo da dobradinha Jair/Eduardo Bolsonaro deu-se após o assassinato no Rio de Janeiro da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ). Jair Bolsonaro evitou tecer comentários. Refugiou-se no silêncio não só no calor dos acontecimentos, como, até agora, não se posicionou. Já Eduardo Bolsonaro não teve qualquer pudor. Atacou Marielle e seu partido: “Se você morrer, seus assassinos serão tratados por suspeitos, salvo se você for do PSOL: aí você coloca a culpa em quem você quiser, inclusive na PM”. [alguém aponte o erro do deputado Eduardo Bolsonaro no seu comentário.
O aparato utilizado para investigar o assassinato da vereadora, foi centenas de vezes superior ao esforço para investigar quem matou o garoto Marcos - no caso do garoto apenas decretaram que foi a polícia e assunto encerrado.
E a vida humana tem o mesmo valor, independente de quem seja o morto.]
Na verdade, no momento em que Jair Bolsonaro se recolhe, Eduardo Bolsonaro segue a estratégia que ao longo da carreira de deputado botou seu pai em evidência: apostar na polêmica. No meio policial, é conhecida em interrogatórios a estratégia do “tira bom e tira mau”. Jair e Eduardo Bolsonaro parecem ter levado o lema para o campo da política: inventaram o “político bom e o político mau”.

IstoÉ
 

Maldades na saúde

Novas regras permitem que planos cobrem de seus associados até 40% do valor de atendimentos, o que pode aumentar o endividamento de clientes já penalizados com reajustes acima da inflação

Na semana passada, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) regulamentou duas modalidades de planos de saúde adquiridas por cerca de 24 milhões de consumidores, equivalente a metade do total de usuários. A norma coloca regras para as opções de coparticipação, quando o cliente paga por parte dos procedimentos, e de franquia, sistema por meio do qual o consumidor arca com as despesas de atendimento até que um determinado limite seja atingido. A princípio, a colocação de parâmetros de operação para produtos tão populares é positiva. Porém, as medidas anunciadas pela agência deixam brechas que podem levar os clientes a gastarem mais do que imaginam.

De acordo com a regulamentação, o usuário pode custear até 40% do pagamento dos procedimentos (e até 50% em planos coletivos, se houver acordo ou convenção coletiva de trabalho neste sentido) ou arcar com as despesas até que a franquia seja atingida. Um total de 250 atendimentos, muitos relacionados ao acompanhamento de doenças crônicas, estão parcial ou totalmente fora da regulamentação. Hemodiálise, radioterapia e quimioterapia, por exemplo, não poderão ser cobrados.

A economia compensa?
A agência considera as regras uma proteção ao consumidor. Segundo a ANS, além de estabelecer o total máximo a ser cobrado pelas empresas, a regulamentação garante cobertura total para vários procedimentos. Nas contas de profissionais habituados a defenderem os consumidores, não é bem assim. As normas deixam os usuários vulneráveis a surpresas desagradáveis. O primeiro ponto é não terem abordado a questão dos reajustes aplicados à coparticipação e à franquia. A consideração é a de que não faz sentido adotar os mesmos índices usados para os outros planos uma vez que o usuário ajuda a pagar a conta das despesas também. “Se é para a operadora ter um gasto menor com seu cliente, isto precisa se refletir no aumento”, afirma o advogado Rafael Robba, especializado em Direito da Saúde. “Ele deveria ser mais baixo.”

O cliente não se dá conta disso na hora em que contrata o plano. Em geral, ele é atraído pelo preço inicial menor em comparação ao de produtos que incluem pagamento total das despesas. Em média, eles custam entre 20% a 30% mais barato. Na ponta do lápis, porém, a economia pode não compensar. “Inicialmente os modelos parecem interessantes, mas as mensalidades não refletem o que realmente o usuário pode gastar”, diz a advogada Ana Carolina Navarrete, do Instituto de Defesa do Consumidor. 

Dependendo da necessidade de uso, o que o cliente pagará de extra pode, por exemplo, fazer dobrar o custo mínimo mensal. “Isto amplia o endividamento do usuário”, afirma Ana Carolina. Na opinião do advogado Rodrigo Araújo, especializado em Direito da Saúde, no caso de uma franquia, basta surgir a necessidade de uma cirurgia um pouco mais complexa e todo o valor do limite será gasto. “Portanto, é preciso avaliar com cuidado se a redução do valor da mensalidade compensa o risco, o que é improvável em muitos casos”, acredita.

“O sistema que sustenta a saúde suplementar, baseado no repasse puro e simples das despesas nos reajustes, está em colapso”
José Seripieri Junior, presidente da Qualicorp


Quanto à isenção da cobrança de franquia ou coparticipação em alguns procedimentos, Araújo alerta para o fato de a agência ter condicionado sua realização em prestador de serviço indicado pela operadora: “É abusivo, já que interfere diretamente na relação de confiança que o usuário tem com o médico e o prestador de serviço”.

A regulamentação trouxe mais dúvidas e preocupação aos usuários, já surpreendidos por aumentos sucessivos nas mensalidades, todos acima da inflação. Na semana passada, a ANS autorizou a elevação em até 10% do preço dos planos individuais e familiares. Nos coletivos, não submetidos à regulação pela agência, os reajustes têm sido de até 18%, contra uma inflação abaixo de 3%.

O modelo de aumentos é insustentável. Em três anos, três milhões de brasileiros deixaram o sistema porque não conseguiam mais pagar pelos produtos. “O sistema financeiro que vem sustentando a saúde suplementar no Brasil nos últimos anos, baseado no repasse puro e simples das despesas nos reajustes, está em colapso. Enquanto a qualidade e a efetiva gestão dos custos de assistência médica são deixadas em segundo plano, o modelo atual gera uma escalada insana e incompreensível de aumento de preços que definitivamente não cabe mais no bolso do consumidor”, afirma José Seripieri Junior, fundador e presidente do Grupo Qualicorp, a maior administradora e corretora de planos de saúde coletivos do Brasil. “O setor carece de um índice de referência que reflita o real custo da saúde no Brasil. Daí, então, quem praticar reajustes baseados nesse índice, ou até abaixo dele, se mostrará mais competente. Só a partir disso teremos um mercado privado baseado na livre concorrência, no qual ganharão os consumidores e as empresas mais eficientes.”

IstoÉ

 

Quanto vale a vida dos policiais

Segurança pública

A família de um policial morto em Sergipe recebe uma indenização de R$ 15 mil.
É apenas 7,5% do valor recebido pelos parentes de um PM paulista morto, R$ 200 mil.

No Rio, onde só este ano morreram 62 policiais, a indenização é de R$ 100 mil, quatro vezes mais do que recebem os parentes de PMs mineiros. O levantamento foi feito pelo defensor público da União Rômulo Coelho. Em Roraima, Rio Grande do Norte, Paraíba, Maranhão, Goiás e Amapá não há compensação financeira às famílias. 

Blog Poder em jogo -  Lydia Medeiros

Trilhões de dívida sem freio

Os R$ 5,13 trilhões devidos pelo governo correspondiam em maio a 77% do valor anual do PIB. 

Números mostram a urgência e a importância das reformas


Cada um dos 210 milhões de brasileiros devia em maio, mesmo sem saber disso, pouco mais de R$ 24 mil – sua parte na conta de R$ 5,13 trilhões pendurada pelo governo geral. Essa dívida aumenta mês a mês, porque o buraco nas contas oficiais cresce muito mais rapidamente que a população. A lista dos devedores inclui desde bebês ainda no berço até velhinhos centenários. Sem meter a mão no bolso, até porque nem todos têm bolso, cada um já suporta, no dia a dia, os efeitos econômicos da insegurança quanto ao futuro das finanças públicas, agravada neste ano pela incerteza política, pela paralisação da agenda de reformas e por novos maus-tratos impostos aos orçamentos, principalmente ao federal.

Os R$ 5,13 trilhões devidos pelo governo geral correspondiam em maio a 77% do valor anual do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o balanço das contas públicas divulgado pelo Banco Central (BC) na sexta-feira passada. No mês anterior a proporção ainda estava em 75,9%. O avanço do programa de ajustes e reformas permanece “fundamental para a reversão da trajetória ascendente da dívida pública”, havia informado o BC em seu relatório trimestral de inflação, divulgado um dia antes das novas estatísticas fiscais.

A mesma preocupação quanto às finanças do governo aparece na Carta de Conjuntura publicada na quinta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea): “A grande fonte de incerteza na economia brasileira continua sendo a questão fiscal – agravada no momento pela indefinição do quadro eleitoral”. O aumento do déficit público, segundo os autores da Carta, “reflete a pressão das despesas obrigatórias”, puxadas principalmente pelos gastos da Previdência.  O efeito desastroso das despesas previdenciárias aparece, mais uma vez, no balanço de maio das contas públicas. Pelos cálculos do BC, o governo central fechou o mês com um déficit primário, isto é, excluídos os juros, de R$ 11,12 bilhões, embora o resultado conjunto do Tesouro e do BC tenha sido um superávit de R$ 3,98 bilhões. Houve saldo negativo porque o buraco de R$ 15,10 bilhões do INSS devorou aquela sobra e poderia ter devorado mais um pouco.

O descompasso entre as contas do INSS e as demais do governo central aparece mais dramaticamente quando se examinam os valores de 12 meses. Nesse período, o sumidouro da Previdência, de R$ 188,72 bilhões, engoliu com muita folga o superávit de R$ 92,05 bilhões acumulado pelo Tesouro e pelo BC. O resultado foi um saldo negativo de R$ 97,39 bilhões nas contas primárias do governo central.   Sem sobra nessas contas, o governo é incapaz de pagar os juros vencidos da dívida pública. Os juros se acumulam e, quando incluídos no cálculo, o resultado geral do setor público é um déficit nominal de R$ 480,16 bilhões, equivalente a 7,21% do PIB. Esse conjunto mais amplo inclui também os governos estaduais e municipais e algumas estatais (sem Petrobras e Eletrobras).

Por qualquer critério a condição das contas públicas brasileiras é uma das piores do mundo. O déficit nominal é muito maior que o máximo admitido na União Europeia (3% do PIB) e superior ao da maior parte das economias de renda média. Na Europa, a maioria dos países tem fechado seus balanços fiscais com déficits bem abaixo do teto.  Além disso, os governos do mundo rico normalmente conseguem financiar suas dívidas – em alguns casos maiores que a brasileira com juros muito menores, e até negativos.
No Brasil, o déficit público muito grande, crescente e alimentador de uma dívida em expansão continuada, é um dos principais obstáculos à redução dos juros. Não se baixa o custo dos financiamentos com simples voluntarismo, embora muitos políticos pareçam acreditar nessa possibilidade. Quando o maior tomador de empréstimos é um setor público viciado em gastança e com o orçamento amarrado por despesas obrigatórias, cortar juros é uma tarefa extremamente complicada. Os números mostram a urgência da recuperação fiscal e a importância da pauta de reformas, a começar pela da Previdência. 
 
Editorial - O Estado de S.Paulo 
 
 

Rio não terá guardas municipais armados, apesar da decisão do STF



Lei Orgânica não permite o uso de armas por agentes, liberado pelo STF

[quer complicar? procure o STF;

quando quer a Suprema Corte atropela a Constituição; quando não convém ao 'supremo' entendimento, até uma Lei Orgânica municipal barra tudo - é dado a  um texto elaborado por vereadores mais força que  a Constituição Federal.]


A decisão, em caráter liminar, do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de liberar porte de arma a todos os guardas municipais do país, não deve surtir efeitos na cidade do Rio. A Lei Orgânica do município, segundo informou a Guarda Municipal, não permite que os agentes utilizem armas de fogo em serviço.

A medida liminar que autoriza os profissionais das guardas municipais a usar armas até mesmo durante seus dias de folga ainda precisa passar pelo plenário do STF, mas já é válida. A decisão de Moraes, em ação apresentada pelo Diretório Nacional do DEM, suspende parte do Estatuto do Desarmamento, que estabelece que só podem ter porte de arma guardas municipais de capitais e de municípios com mais de 500 mil habitantes.

No caso de cidades com população entre 50 mil e 500 mil habitantes, o uso da arma só poderia ocorrer em serviço. A decisão de Moraes suspende essas especificações para estipular que, independentemente do tamanho do município, os profissionais têm direito ao porte, a serviço, ou não.
A decisão não agradou a especialistas em segurança pública. [quando esses 'especialistas' se manifestam pode ter certeza que o parecer 'especializado' é sempre para ferrar os profissionais da Segurança Pública.]  Para o sociólogo Inácio Cano, coordenador do Laboratório de Análises da Violência da Uerj, a mudança é preocupante: — Vai descaracterizar a Guarda Municipal, tornando-a uma “mini polícia”. Além disso, o uso do armamento fora de serviço pode ser perigoso. Muitos policiais são mortos na folga porque são reconhecidos pelas armas.

Coordenadora do Centro de Estudos de Cidadania da Universidade Candido Mendes, Julita Lemgruber, também acredita ser uma decisão equivocada:
— Quanto mais armas em circulação, mais crimes vamos ter. [óbvio que a 'especialista' não se refere às armas em poder dos bandidos - os tais especialistas sempre querem desarmar a polícia (chegou a ser cogitado há algum tempo retirar da PM o direito de portar fuzil.)]