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sábado, 30 de março de 2019

Celebração do golpe subverte a disciplina militar



Um presidente da República não é apenas uma faixa. É preciso que por trás do pedaço de pano exista uma noção qualquer de honra. Incapaz de elevar sua própria estatura, Jair Bolsonaro rebaixou o Brasil ao ordenar a celebração do aniversário do golpe de 1964. Ao afirmar que não houve ditadura, ofendeu a memória dos mortos e a alma dos vivos. [comentário 1: é curioso que a memória dos porcos terroristas, dos guerrilheiros covardes, seja tão sensível e mais ainda a dos vivos - coitados, além da  infelicidade de ter parentes terroristas e guerrilheiros, ainda possuem uma alma extremamente sensível (será que seus parentes, assassinos frios e sanguinários, tinham uma alma?]

Se ficasse nisso, já seria aviltante. Mas houve mais. Ao apelidar de "probleminhas" os crimes do regime militar, Bolsonaro atribuiu ares de normalidade a atrocidades como a tortura. [comentário 2: a quase totalidade, ou mesmo a totalidade dos jornalistas, tem conhecimento que os terroristas que matavam inocentes a pretexto de combater o Governo Militar (quando na realidade o que queriam era a implantação de uma ditadura comunista) adotavam práticas que buscavam impedir que fossem capturados pelas forças de segurança;
uma delas era a chamada hora teto, que buscava impedir que os terroristas em liberdade não fossem presos devido a delação de comparsas presos - por ser uma prática em que o tempo era importante, muitas vezes os agentes de segurança eram obrigados a usar a energia necessária para obter informações precisas e com rapidez.
Pode, muito raramente, ter havido algum excesso, o que é normal em qualquer profissão, em qualquer atividade que algum dos seus integrantes se exceda e cometa excessos.

O crescimento da necessidade das GLOs é consequência direta do crescimento da criminalidade. ] Com tanto desapreço pelo ser humano e pelo bom senso, o chefe supremo das Forças Armadas põe em risco a própria disciplina militar. Uma assombração que se imaginava exorcizada é catapultada da história para o cotidiano. Banalizaram-se no Brasil as chamadas GLOs, operações de garantia da lei e da ordem. Consistem no emprego das Forças Armadas em ações de segurança pública. No Rio de Janeiro, evoluiu-se no ano passado para uma intervenção federal na segurança, uma espécie de GLO hipertrofiada. A chegada das tropas às favelas e aos fundões pobres das grandes cidades costuma ser festejada. Mas às vezes a coisa desanda.

No final do ano passado, por exemplo, ganhou as manchetes um desses casos em que o caldo entornou. Numa incursão noturna na favela carioca da Penha, militares prenderam sete pessoas. Quatro delas contaram posteriormente, em depoimentos formais, que foram torturadas nas dependências de um quartel da 1ª Divisão do Exército. De acordo com os depoimentos, o grupo foi mantido no quartel por cerca de 18 horas. A certa altura, conduziram-se os presos para uma "sala vermelha". Ali, foram submetidos a um interrogatório para identificar traficantes. Tomaram "madeiradas" nas costas e na cabeça. Foram chicoteados com fios elétricos. Só depois da sova foram levados à delegacia, sendo detidos sob a acusação de traficar drogas. Abriram-se dois inquéritos —um no Ministério Público Federal, outro no Comando Militar do Leste. O inquérito militar foi fechado em fevereiro, já sob Jair Bolsonaro. Em vez de atestar a inocência cabal dos acusados, a investigação concluiu que não há "provas da materialidade e nem indícios suficientes de autoria relativos aos crimes de tortura e maus tratos". [comentário 3: o padrão é que bandido quando vai prestar depoimento, seja formal ou não, dizer que é inocente (aliás, qual bandido não se declara inocente?), que foi torturado, etc.
No caso em questão foram realizados dois laudos, divergentes entre si, e transcorreu apreciável tempo entre a realização das perícias e durante este tempo os presos ficaram juntos e tiveram oportunidade de se autolesionarem.
Outro detalhe curioso é que até fevereiro eles permaneciam presos sob a custódia da polícia civil, sendo bem estranho que suspeitos presos em meados de 2018, permaneçam presos, já tendo prestado depoimento na Justiça -  - se isto está ocorrendo, com certeza eles devem.]

Responsável pela apuração, o coronel Eduardo Tavares Martins anotou não ter enxergado "na conduta dos militares os elementares integrativos do delito de tortura e maus tratos, tudo não passando da dinâmica de confronto entre supostos traficantes e militares do Exército". As conclusões foram avalizadas pelo general Antonio Manoel de Barros. Para os padrões de Bolsonaro, a "dinâmica do confronto" que levou os presos a se sentirem torturados numa "sala vermelha" dentro de um quartel do Exército seria apenas mais um "probleminha" negligenciável. O presidente da República, como se sabe, é o comandante constitucional das Forças Armadas. Suas palavras, quando soam desajuizadas, enviam sinais errados para a tropa. Qualquer criança de cinco anos percebe que um chefe supremo que fala como se desejasse acobertar violências estimula a indisciplina militar. A lógica do "probleminha" conduz a um vale-tudo que justifica das transgressões internas à atuação das milícias. No limite, fardas menos esclarecidas podem explodir uma outra bomba num Riocentro qualquer, no pressuposto de que a iniciativa será comemorada.

Quem observa de longe fica tentado a concluir que o despautério de Bolsonaro não visa apenas a revisão de atrocidades históricas. Mira também a legitimação de sandices contemporâneas. Por sorte, há juízas em Brasília. A doutora Ivani Silva da Luz, titular da 6ª Vara da Justiça Federal da capital, proibiu na noite desta sexta-feira a celebração do aniversário de 55 anos do golpe militar. [comentário 4: A respeitável decisão da doutora Ivani se revelou inócua, haja vista que Bolsonaro determinou comemorações devidas ao 31 de março e não comemorações no dia 31 de março;

assim sendo, os militares realizaram diversas comemorações, em Brasília e outros comandos, cumprindo a determinação presidencial e lembrando DATA HISTÓRICA IMPORTANTE, sendo os eventos e a ORDEM DO DIA amplamente divulgada pelos meios de comunicação, noticiários da TV,  internet, etc, com vídeos provando a justa homenagem.

Conforme é habitual em nenhum momento as FF AA deixaram de respeitar seus principios basilares: DISCIPLINA e HIERARQUIA.
Para finalizar, uma pergunta: em 2017, o Congresso Nacional realizou uma sessão comemorando os 100 anos da  Revolução russa e não houve nenhuma crítica - lembrando que os comunistas mataram milhões e milhões de pessoas. Qual a razão da aceitação de que um evento comunista,  um regime sinistro, seja comemorado e lembrar um MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO, realizado para o BEM do Brasil e das PESSOAS DE BEM, seja tão execrado?]

A decisão não altera a conturbação mental do presidente da República. Mas preserva a sanidade do país.

Blog do Josias de Souza


[comentário 5: Bolsonaro não é perfeito e o voto acima é mais uma ação que ele comete contra o povo palestino e que se soma a outros erros, com destaque para: 
- concessão de vistos aos americanos sem reciprocidade;  
- tentativa de conduzir a política externa do Brasil sem levar em conta os interesses comerciais brasileiros.]



 
 

Ditadura, nunca mais! e Frase do dia

Memória das trevas

Digamos que não foi golpe o golpe militar que derrubou o presidente João Goulart no final de março de 1964. Nem foi ditadura a ditadura que se estabeleceu no país durante os 21 anos seguintes. [comentário 1: 
- a VERDADE é que estava na iminência da ocorrência de um GOLPE DE ESTADO, pelos comunistas infiltrados no governo Goulart, e restou aos militares atendendo ao clamor do POVO BRASILEIRO, desferir um CONTRAGOLPE, que apesar do maciço apoio das Forças Armadas e da população civil, só ocorreu com maior rapidez pela decisão, determinação, de um general de divisão que determinou o deslocamento de tropas de Juiz de Fora para o Rio - general Olimpio Mourão Filho - tornando irreversível o MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO de 31 de março de 1964.
- não cabe chamar de ditadura o Governo Militar, devido entre outras práticas, a salutar e regular eleição para o cargo de presidente da República, sendo mais adequado considerar que se tratava de um GOVERNO FORTE.]
- Então por que durante esse período foram mortos ou desapareceram pelo menos 423 opositores do regime? 
- Por que 6 mil militares foram punidos? Por que milhares de pessoas foram torturadas?
- Por que crianças foram seviciadas na frente dos seus pais para que eles confessassem supostos crimes? 
- Por que algumas delas foram entregues para ser criadas por famílias de militares sem filhos? [comentário 2: os questionamentos acima em sua maior parte são resultado de mentiras criadas por elementos da esquerda, buscando dar características de desumano ao Governo Militar.
 
Algumas vezes, por razões operacionais, as forças de segurança envolvidas no combate ao terrorismo e a ações guerrilheiras, tiveram que proceder  a interrogatórios enérgicos  buscando obter informações para desencadear ações buscando impedir que nossa Pátria se tornasse um satélite da extinta URSS e restabelecer a ordem no Brasil.
 
Tortura, assassinatos na frente de parentes foram cometidos pelos terroristas e guerrilheiros quando cortaram em pedaços, vivo, um mateiro acusado de servir de guia para as forças militares na Guerrilha do Araguaia;
quando mataram um americano, Chandler, em frente de sua casa e na frente da esposa e filhos que a tudo foram obrigados a assistir - apenas por desconfiarem que ele era agente da CIA.]
- Por que censores, designados pelo governo para dar expediente nas redações de jornais e de revistas, proibiram a publicação de notícias que desagradassem o governo?
- Por que letras de músicas, filmes, peças de teatro e até novelas de televisão não puderam ser cantadas nem exibidas?
- Por que as autoridades proibiram passeatas de protesto, prenderam e espancaram seus líderes? 
- Por que padres católicos estrangeiros foram presos e devolvidos aos seus países de origem?
- Por que o Congresso foi cercado por tropas armadas e fechado mais de uma vez? - - Por que mandatos de parlamentares foram cassados?
- Por que foram suspensos os direitos da magistratura, e aposentados os juízes considerados incômodos ao regime?
- Por que os direitos civis foram castrados? 
- Por que o governo pôde perseguir e prender quem quisesse independente de ordem judicial? 
- Por que o habeas corpus deixou de valer?
- Por que os brasileiros não puderam votar para eleger o presidente da República? 
-  Por que cinco generais se sucederam na presidência da República?
[comentário 3: o Governo Militar foi, indiscutivelmente, um Governo forte e com importantes ações a executar - uma delas, a principal, manter o Brasil como NAÇÃO SOBERANA - e para executar suas atribuições necessitou impedir a divulgação de notícias  mentirosas que pudessem afetar a moral do povo brasileiro, impedir que estrangeiros se imiscuíssem em assuntos brasileiros, que maus brasileiros se valendo de cargos públicos que exerciam conspirassem contra a Segurança Nacional, que recursos comuns em um país vivendo em condições normais fossem utilizados contra a SEGURANÇA NACIONAL e também a necessidade de manter uma linha de governo a ser seguida.]

Por fim, por que o governo editou uma lei de anistia que beneficiou os políticos cassados, os exilados, os banidos, mas também os militares autores de crimes de sangue? [comentário 4: a Lei de Anistia beneficiou também porcos terroristas e guerrilheiros - poderíamos citar algumas dezenas de assassinos, mas vamos ficar com dois exemplos:
 -  Clemente, terrorista, assassino frio e sanguinário - chegou a executar companheiros de crimes e seus depoimentos contando com detalhes as barbaridades que praticou estão disponíveis na internet (clique aqui e assista vídeos com seus depoimentos) foi anistiado, tanto que circula livremente;
- Diógenes do PT, especialista em explosivos e um dos autores do atentado que vitimou o soldado Mario Kozel Filho, foi anistiado, indenizado e pensionado - tendo inclusive exercido cargos públicos no governo petista do RS.
- Theodomiro Romeiro frio guerrilheiro que chegou a ser condenado à pena de morte por Tribunal Militar, em julgamento no qual teve direito a ampla defesa, foi anistiado, chegando ao cargo de Juiz do Trabalho de Recife - PE.]
 
Se nada disso caracteriza o que universalmente é conhecido como ditadura, o que mais precisaria ter acontecido para que pudéssemos chamar de ditadura a ditadura que existiu no país de 1964 a 1985? Em parte alguma do mundo os governos celebram aniversários de tempos tenebrosos que se deseja esquecer. Os aniversários só são lembrados – e com justa razão – pelas vítimas da ignomínia.

Por aqui, um aliado dos carrascos, desta vez por meio do voto, chegou ao poder. Ao invés de se ajustar às regras de uma democracia ainda em construção, prefere atentar contra elas.
Com qual objetivo? 


‘Foi necessário para restabelecer a ordem nacional’, diz deputado estadual sobre ditadura


[Comentário: todo o nosso respeito à decisão da Justiça, apesar de se tratar de uma determinação  inócua - efeito prático = nenhum, visto proibir a  realização de atos já realizado. A determinação do presidente Bolsonaro foi no sentido de que os quartéis fizessem as comemorações devidas ao 31 de março, não foi determinado que fossem realizadas naquele dia - por sinal, um domingo.

Uma pergunta: e a comemoração realizada pelo Congresso Nacional em 2017, homenageando os 100 anos da Revolução russa. ]

 

Sobrinho-neto do primeiro presidente do regime militar, Capitão Castelo Branco (PSL-SP) era uma das autoridades que foram nesta quinta-feira, 28, à cerimônia sobre o 31 de Março no Comando Militar do Sudeste

 

[comentário: a maior parte das solenidades comemorando o 31 de março de 1964 - 55º aniversário do Movimento Revolucionário de 31 de março de 64, ou o CONTRAGOLPE, ou a REDENTORA - foram antecipadas, devido 31 de março este ano cair em um domingo, inclusive a principal delas que foi comandada pelo Comandante do Exército Brasileiro, general Edson Pujol;

ocorreram várias outras em diversos comandos militares.] 

GENERAL EDSON LEAL PUJOL DISSE QUE AS FORÇAS ARMADAS NÃO SE ARREPENDEM DA CONTRA REVOLUÇÃO 31 DE MARÇO DE 1964

Trechos da entrevista do general EDSON LEAL PUJOL:

(...)

Nessa lembrança há eventos dos quais as Forças Armadas se arrependem?

Se arrependem? Não.

Do 31 de março, não. 

Mas e de todo o regime que veio depois...

Não. Estamos falando do 31 de março? 

Sim.

Vocês perguntam se os partidos que defendem [os guerrilheiros Carlos] Lamarca, [Carlos] Marighella, guerrilha urbana, guerrilha rural, fizeram atentados a banco, a bomba, mataram pessoas, sequestraram, fizeram atentados a pessoas inocentes, vocês fazem essas perguntas?...
Eventualmente sim.


(...)

Quer ver outra pergunta?

Vocês estão fazendo um escarcéu danado. Todos os anos teve isso. Em 2017, no Congresso, celebraram 100 anos da Revolução Russa. Alguém fez alguma coisa?

O senhor acha que é correta a celebração do 31 de março? 

Lembrar o 31 de março? Que o povo brasileiro, a imprensa, os políticos não queriam que fosse implantada uma ditadura comunista aqui no Brasil... Isso nós temos que agradecer àquelas pessoas que impediram isso. Inclusive, instigados por países de movimentos de fora do país.

(...)
 
Deputado estadual eleito pelo PSL para a Assembleia Legislativa de São Paulo, o Capitão Castelo Branco era uma das autoridades que foram nesta quinta-feira, 28, à cerimônia sobre o 31 de Março no Comando Militar do Sudeste. Sobrinho-neto do primeiro presidente do regime militar, o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, o deputado defendeu a iniciativa de lembrar a data nos quartéis.
 Leia a entrevista
.
Como o senhor vê a polêmica em torno do 31 de Março?
Eu entendo que o Brasil passava por uma época muito complexa da história. Vivíamos a Guerra Fria e o movimento comunista internacional ocupava espaços geográficos, com guerrilhas tomando o poder em vários países. Houve um clamor para que o Brasil não se tornasse um país comunista, pois aqui se organizava a tomada do poder. A Nação se salvou a si mesma, como meu tio-avô gostava de dizer.

Mas qual a sua interpretação dessa data?
Ela pode ter várias leituras. Aqui estamos dando uma leitura positiva, no sentido de agradecer àqueles que salvaram o Brasil. O 31 de Março foi necessário para restabelecer a ordem nacional. Lembrar um evento histórico deve servir para pautar um caminho de paz, sem revanchismo, sem antagonismo. O sentido que deve prevalecer é o da pacificação do País. Houve sacrifício de ambos os lados. Houve atentados, mortes e torturas de ambos os lados.

E como o senhor analisa o papel de seu tio-avô nessa história?
Ele ficou três anos na Presidência e queria eleições e fazer a transição pacífica, mas, em função de fatores externos e de radicalismos do outro lado, não foi possível fazer a abertura com segurança, daí a necessidade de o regime continuar contra sua vontade. Ele conversou com meu pai pouco antes de morrer. Disse que sentia correr risco de vida.

O sr. acha que a morte de seu tio-avô não foi acidente (aéreo)?
Não foi acidente. Havia interesses contrários à abertura.
 

A lei bandida

A Constituição funciona como a grande incentivadora do crime cinco estrelas


Publicado na edição impressa de VEJA
O ex-presidente Michel Temer, de novo em liberdade após curta estadia no xadrez, é o mais recente porta-bandeira das tropas que combatem pelo cumprimento rigorosíssimo da lei, nos seus detalhes mais extremos, e não admitem nenhum tipo de punição para magnatas antes que a sua culpa fique comprovada no Dia do Juízo Universal. Até outro dia Temer era “o golpista” ─ ou, pelo menos, o vampiro que chefiava uma quadrilha de ladrões metida à cada instante com malas de dinheiro vivo, crimes anotados em fitas gravadas e outros horrores do mesmo quilate. Mas a vida brasileira tem sido isso mesmo. Hoje em dia não importa quem você é ou o que você faz; se estiver com o camburão da Lava Jato na sua cola o cidadão passa a ser imediatamente uma vítima do “moralismo”, da “repressão judicial” e dos “linchadores” que querem “rasgar as leis deste país”, etc,. etc,. Temer, assim, passou a ser mais um símbolo do homem perseguido pela “ação ilegal” das autoridades ─ e o seu alvará de soltura foi comemorado como uma vitória do “estado de direito”, da majestade das leis e da soberania da Constituição.

Tudo bem. Temer só deveria ir para a cadeia depois de condenado em pelo menos um dos dez processos por corrupção a que responde no momento; seus advogados sustentam que ele é inocente em todos os dez, nunca cometeu nenhum delito em 40 anos de política e enquanto os juízes acreditarem nisso, o homem não pode ser preso. Ele não poderia se aproveitar para fugir do Brasil? Poderia, mas não iria adiantar nada: seria preso no dia seguinte pela Interpol e mandado de volta. Não poderia, então, usar a liberdade para destruir provas? Talvez, mas teria de ser flagrado pela polícia fazendo isso para que a sua prisão fosse justificada. Mas o que transforma num desastre essa história toda, tanto o ato de prender como o ato de soltar, é a perversão da ideia de justiça que ela representa. O problema, aí, não é o despacho do juiz Marcelo Bretas, do Rio de Janeiro, que causou tanto escândalo ao mandar prender o ex-presidente. O problema é a lei que permite o despacho de Bretas. Ela é exatamente a mesma que sustenta os direitos do réu. Conclusão: cumprir “a lei”, como exigem os campeões do “direito de defesa”, significa aceitar que o juiz Bretas tome decisões como essa quantas vezes lhe der na telha.

O “Brasil civilizado”, esse consórcio de gente bem-educada, liberal e moderna que acha um equívoco combater os crimes de primeira classe com penas de prisão, vive num mundo impossível. Acha que a decisão de Bretas foi uma aberração. Ao mesmo tempo fica horrorizado se alguém constata o fato puro e simples de que é a sagrada Constituição brasileira, com toda a penca de leis pendurada nela, que permite ao juiz agir exatamente como agiu. Não apenas permite ─ incentiva, protege e garante a absoluta impunidade para qualquer coisa que ele já tenha decidido ou venha a decidir. Ele, Bretas, e mais 100% das autoridades judiciárias do país. Mas vá alguém sugerir, mesmo com cuidado máximo, que a Constituição é hoje a maior ferramenta para promover a negação da justiça no Brasil ─ o mundo vem abaixo na hora e quem fez a crítica é excomungado automaticamente como um inimigo do “Estado de direito”. 

Mas aí é que está: a verdade, para falar as coisas como elas realmente são, é que a Constituição funciona como a grande incentivadora do crime cinco estrelas ─ o que é cometido por gente rica, poderosa ou detentora de autoridade a serviço do Estado. É ruim na ida e ruim na volta.

A comprovação definitiva da insânia, no episódio Temer, é que o desembargador que o soltou, Ivan Athiê, um veterano especialista em libertar ladrões do erário, ficou sete anos afastado da magistratura por acusações de praticar estelionato. Mas está lá de volta, em cumprimento ao que diz a Constituição. Que tal? Mais: na mesma ocasião, e no mesmo local, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro deu posse a quatro deputados que se encontram presos na Penitenciária de Bangu e mais um que está em prisão domiciliar. Ou seja ─ o sujeito não pode andar na rua, mas pode ser deputado estadual. [comentário: para afins de atualização: pode ser também deputado federal e senador da República.] De novo, é o respeito religioso à lei que produz esse tipo de depravação aberta. Parece errado, mas a Constituição Cidadã diz que é certo. Tudo isso ─ Bretas, Temer, Athiê, presidiários-deputados ─ significa a “vitória das instituições”, segundo nos garantem os defensores da legalidade acima de tudo. Perfeito. O único problema é que as instituições brasileiras de hoje são um lixo. Pode ser feio dizer isso, com certeza. Mas dizer o contrário é simplesmente falso.


Desemprego sobe para 12,4%, e população subutilizada é recorde

Brasileiros que desistem de procurar emprego também chegam ao maior número da série, iniciada em 2012

A taxa de desemprego no Brasil fechou em 12,4% nos três meses até fevereiro, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (29).
O percentual está acima dos 11,6% registrados nos três meses até novembro. Projeção da Bloomberg para a taxa de desemprego era de 12,5%. Os números divulgados nesta sexta representam a entrada de 892 mil pessoas na condição de desocupação, totalizando 13,1 milhões de trabalhadores nessa situação no país.
"Metade dessa perda ocorreu no setor privado e a outra parte no setor público. No privado, veio da indústria e construção; no público, principalmente de atividades voltadas para a educação. Isso é normal acontecer no início do ano", afirmou o coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

No período até fevereiro, a população subutilizada –grupo que inclui desocupados, quem trabalha menos de 40 horas semanais e os disponíveis para trabalhar, mas que não conseguem procurar emprego– chegou ao pico da série, iniciada em 2012, ao atingir 27,9 milhões de pessoas. Outro recorde foi o número de pessoas desalentadas –aquelas que desistem de procurar emprego. Nesses três meses, 4,9 milhões de brasileiros se encontravam nessa condição. "A pessoa vê toda hora na televisão notícias sobre crise política, crise econômica, desemprego aumentando. Ela acaba se colocando na situação de não procurar trabalho porque acha que não vai conseguir. Até porque isso tem um custo, de transporte, impressão de currículo", afirmou Azeredo.
O número de trabalhadores no setor privado com carteira assinada permaneceu estável, enquanto os empregados sem carteira assinada caiu 4,8%, na comparação com o trimestre anterior –uma redução de 561 mil pessoas nesse grupo. "O início do ano é marcado pela dispensa mesmo. Como o mercado se encontra numa situação desfavorável, isso tende a se potencializar, com baixa retenção de trabalhadores temporários e baixa efetivação." O rendimento médio mensal real também chegou ao seu patamar mais alto, em R$ 2.285, em um aumento de R$ 35 em relação ao trimestre encerrado em novembro. A principal explicação, segundo Azeredo, seria o aumento do salário mínimo.
 
Arthur Cagliari - Folha de S. Paulo